Vivendo no Espirito Ef 4.22-32
Introdução
Paulo exorta os efésios: “Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos....a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça em santidade provenientes da verdade” (Ef 4.22-24). Portanto, devemos nos “despir” do velho homem, deixar de lado a velha vida de pecado. E, nos “revestir”, ou seja, viver em novidade de vida, nosso novo papel envolverá roupas novas, e nossa vida, um novo estilo ético de viver.
E nos versículos subsequentes o apostolo Paulo coloca seis
exemplos do comportamento cristão: falar a verdade e controlar a ira, ter
honestidade no serviço e bondade no falar, amor e autocontrole sexual.
1)
Seis
exemplos concretos
a) Não contem mentiras mas, sim, fale a verdade. “Cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo...”(Ef 4.25 NVI). Ou, “chega de mentiras, chega de fingimento. Falem a verdade” (A mensagem). Por quê que devo falar a verdade? O apostolo responde: “...porque somos membros uns dos outros” (Ef 4.25).
Os cristãos, seguidores de Cristo,
devem ser conhecidos na sua comunidade como pessoas honestas e fidedignas, em
cuja palavra se pode confiar. A razão dada não somente é que a outra pessoa é
nosso próximo, a quem devemos amar, mas que, na igreja, o nosso relacionamento
é ainda mais estreito, porque somos membros uns dos outros “Uma mentira é uma
facada nas partes vitais do corpo de Cristo”. A comunhão deve ser edificada na
confiança e a confiança é edificada na verdade”
b) Não perca a calma mas, sim, tenha certeza de que sua ira é justa. “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo” (Ef 4.26-27).
As escrituras nos ensinam sobre dois tipos de ira: a justa e a injusta. No versículo 31 diz: “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira...”. Com certeza, essa ira é injusta. Mas em Efésios 5.6 somos informados sobre a ira de Deis que virá sobre os desobedientes, e sabemos que a ira de Deus é justa. Justa também foi a ira de Jesus.
Há uma grande necessidade no mundo de
hoje para mais ira cristã. Devemos, diante do mal descarado, ficar indignados e
não tolerantes, zangados e não apáticos. Se Deus odeia o pecado, seu povo deve
odiá-lo também. Se o mal desperta a sua ira, também deve despertar a nossa. “De
mim se apoderou a indignação, por causa dos pecadores que abandonam a tua lei”
(Sl 119.53).
Ao mesmo tempo, devemos lembrar-nos
do nosso estado de caídos e nossa disposição constante à intemperança e à
vaidade. Se formos sábios, seremos tardios para irar, lembrando-nos de “que à ira do homem não produz a justiça de
Deus” (Tg 1.19-20). Assim, Paulo qualifica sua expressão permissiva
irai-vos com três negativas. Primeiro, “Não
pequem”, isto é, que a nossa ira esteja livre do orgulho magoado, do
despeito, da malicia, da animosidade e da vingança.
Segundo, “Apaziguem sua ira antes que o sol se ponha”, isto é, não é bom acalentar a ira, guardar, armazenar. Raras vezes é seguro deixar as brasas arderem. “Nunca vá zangado para cama”. Terceiro, “nem deis lugar ao diabo” (Ef 4.27). Por quê? Porque ele sabe quão fina é a linha entre a ira justa e injusta, e quão difícil os seres humanos encontram um uso responsável para sua ira.
c)
Não
furte mas, sim, trabalhe e contribua. “Aquele
que roubava, não roube mais; pelo contrário, trabalhe, fazendo com as mãos o
que é bom, para que tenha o que repartir com quem está atravessando um período
de necessidade” (Ef 4.49 BKJ).
“Não furtarás” foi o oitavo mandamento da lei de Moisés. Agora, ele deve começar a trabalhar, fazendo com as próprias mãos o que é bom, ganhando a própria vida. Depois não somente poderá sustentar a si mesmo e a sua família, como também acudir o necessitado.
d)
Não
use a boca para o mal, mas, sim, para o bem. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que
for boa para edificação conforme a necessidade, e assim transmita graça aos que
ouvem. E Não entristeçais o Espirito de Deus, na qual foste selados para o dia
da redenção” (Ef 4.29-30).
A palavra “torpe” no grego é sapros, palavra que se emprega para arvores podres e frutos podres. A palavra torpe transmite o sentido de palavra suja, apodrecida. “Nunca saia da boca de vocês nenhuma besteira ou baixaria” (A Mensagem). Mas, devemos empregar o nosso dom sem igual da fala de modo construtivo, para edificação. Então nossas palavras transmitirão graças aos que ouvem.
Jesus ensinou a grande relevância da
fala e afirmou que teremos que prestar contas no dia do juízo de toda palavra
frívola que tenhamos pronunciado (Mt 12.33-37). Tiago, o irmão do Senhor,
enfatizou o poder da língua como “...um
pequeno órgão do corpo, mas se vangloria de grandes coisas. Veja como um grande
bosque é incendiado por uma simples fagulha. Assim também, a língua é um
fogo...” (T3.5-6). Ao invés de ferir as pessoas com palavras, desejaremos
usá-las para ajudar, encorajar, animar, consolar e estimular tais pessoas...
“E não entristeçais o Espirito de Deus, no qual fostes selados para o dia
da redenção” (Ef
4.30). Aprendemos aqui que por trás das ações humanas, personalidades
invisíveis estão presentes e ativas. Paulo, quando fala da ira, nos adverte de
não darmos oportunidade ao diabo (Ef 4.27). Agora, nos conclama a não
entristecermos o Espirito Santo, que é Deus. É o parakletos chamado para estar
conosco. Ele tem vontade, sentimentos e emoções, é uma pessoa. Ele ensina, ele
chama para obra missionária, guia e orienta.
O que entristece o Espirito Santo? A falta de santidade em nossa vida, a desunião no corpo de Cristo e o abuso indiscriminado da nossa boca com palavras torpes, de baixo calão, etc.
e) Não sejam maldosos ou amargos mas, sim, bondosos e amorosos. “Longe de vós todos a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda a malicia (Ef 4.31). Paulo elenca seis atitudes e ações desagradáveis que devem ser lançadas longe de nós. “Amargura” é um espirito azedo e uma conversa azeda, uma pessoa com cara de limão, azeda. “Gritaria” descreve pessoa que ficam facilmente nervosas e começam a gritar, até mesmo berrar pra todo mundo ouvir.
“blasfêmias”. Refere-se a falar mal do outro, especialmente
pelas costas, o tal abraço do tamanduá. Chegando mesmo a difamar e até mesmo a
destruir a reputação da pessoa. “Malicia” é gente de má vontade, gente do mal,
gente maliciosamente, onde o bem não habita e vive o tempo todo tramando o mal
contra as pessoas.
Conclusão
No lugar dessas infelicidades, mazelas, que “Sejamos bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo” (Ef 4.32). “Bondosos ou benignos” é a palavra Chrestos, muita parecida com Christos, que tenhamos a bondade de Cristo. “Compassivo” é alguém que consegue sentir a dor do outro, o sofrimento do irmão. Por fim, “perdoando-vos uns aos outros” é literalmente “agindo com graça” uns para com os outros.
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