terça-feira, 28 de julho de 2020

João, o apostolo do amor.  Mc 9.38-41

 

Introdução:

Estamos numa exposição sobre os doze apóstolos de Cristo.  Vimos Simão Pedro e sua impetuosidade, sua megalomania, seu temperamento sanguíneo, etc. Em seguida, vimos André, irmão de Simão Pedro, mais recatado, comedido em suas palavras e atos e ambicionava levar pessoas até a Cristo, como aconteceu com Simão e depois com os gregos, um evangelista pessoal. Logo, vimos Tiago, filho de Zebedeu, que tinha um temperamento ardido, impetuoso, zeloso e insensível. Agora, caminharemos no entendimento de um dos apóstolos mais conhecidos do Novo Testamento, João, aliás, temos cinco livros escrito por ele nas sagradas escrituras: Evangelho de João, a primeira epistola, a segunda epistola, a terceira e o livro de apocalipse.

                                                                                          

1)    João

João significa “Deus é cheio de graça”, ou, “agraciado por Deus, ou, “a graça e a misericórdia de Deus”. O nome tem origem no hebraico e é composto de dois elementos: Yah que significa “Javé, Jeová, Deus” e hannan que quer dizer “graça” e, portanto, significa “Deus é gracioso”, agraciado por Deus. 


João era o irmão mais novo de Tiago, eram filhos de Zebedeu. Um homem de posse material e tinha status religioso. Tudo que diz respeito a Tiago – que era zeloso, impetuoso, intenso, insensível e fervoroso -, também é pertinente na personalidade de João, aliás, eram os “Boanerges”, filhos do trovão. Eram inseparáveis: João estava lá, ao lado de Tiago, desejoso que caísse fogo do céu contra os samaritanos. Também, estavam no meio das discussões sobre quem era o maior, um queria sentar à direita e outra à esquerda de Jesus.

De modo que, João em sua juventude era tanto, um filho do trovão quanto Tiago. Se você imagina João da forma como ele foi retratado pela arte medieval -, como uma pessoa frágil, mansa, pálida e delicado, declinado sobre o ombro de Jesus, Fitando-o com grandes olhos brilhantes -, esqueça essas imagens. Ele era rude e vigoroso, como todos os outros discípulos pescadores. Era também tão intolerante, ambicioso, zeloso e explosivo quanto seu irmão mais velho.

Nos evangelhos, João estava sempre acompanhado pelos discípulos. Só em um momento que ele aparece sozinho e fala por si. Nessa ocasião, ele confessou ao Senhor que havia repreendido um homem por expulsar demônios em Nome de Jesus, pois tal homem não fazia parte do grupo de discípulos (Mc 9.38). Então, pelos evangelhos, João era capaz de se comportar de modo extremamente partidário, ignorante, inflexível, inconsequente e impetuoso. Era uma pessoa inconstante, era atrevido, era agressivo, era intenso, zeloso e pessoalmente ambicioso – exatamente como seu irmão Tiago. Os dois eram farinha do mesmo saco!

2)    Preto no branco

João em seus livros, pensa e escreve em termos absolutos. Em seu evangelho, por exemplo, faz contraponto entre a luz e a escuridão, a vida com a morte, o reino de Deus com o reino do diabo, os filhos de Deus com os filhos de Satanás, o julgamento dos justos com o julgamento dos perversos, a ressurreição para a vida com a ressurreição para a condenação, receber a Cristo como rejeitar a Cristo. 



Ele nos diz que ou estamos andando na luz ou vivendo em trevas. Se nascemos de Deus, não vivemos na prática do pecado – na verdade não podemos viver em pecado (1 João 3.9). Somos “de Deus” ou “do mundo” (1 Joao 4.4-5 v.6) “Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é Deus não nos ouve...”. Se amamos, somos nascidos de Deus, e se não amamos não somos nascidos de Deus (1 João .7-8). João escreve: “Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu” (1 João 3.6).

Continuando, em sua segunda epístola, ele pede uma completa e total separação de tudo o que é falso: “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece, não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas vindas faz-se cumplice das suas obras más” (2 joão 9-11). E termina sua terceira epístola com esta palavra no versículo 11: “Aquele que pratica o bem procede de Deus, aquele que pratica o mal jamais viu a Deus”

Seu desejo nessas passagens, é ressaltar o fato de que a justiça, e não o pecado, é o princípio dominante na vida de um verdadeiro cristão. É maravilhoso ter a verdade em alta consideração (aliás, ele usa a palavra verdade 25 vezes no seu evangelho e 20 vezes em suas epistolas), mas o zelo pela verdade deve ser pesado pelo amor às pessoas, senão dará lugar a condenação, severidade e falta de compaixão. Felizmente, três anos com Jesus começaram a transformar um fanático egocêntrico num homem maduro e equilibrado.

3)    Verdade versus amor

O relato de Marcos 9 é a única passagem nos evangelhos em que João fala e age por si. O mesmo episódio também se encontra em Lucas 9, logo depois do relato quando pediram que fogo caísse sobre os samaritanos. Portanto, nesse episódio com os samaritanos, evidenciaram falta de amor com os incrédulos. No texto de Marcos, João é culpado de um espírito de partidarismo, desamor. Porquanto, ele proibiu o homem de ministrar em nome de Jesus “porque não seguia conosco” (Mc 9.38).

Em Marcos 9.1 Jesus diz aos discípulos: “E lhes digo a verdade: alguns que estão aqui neste momento não morrerão antes de ver o reino de Deus vindo com grande poder” (NVT). Qual é o cunho dessa promessa? O versículo, nos ilumina: “Seis dias depois, tomou consigo à Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte a um alto monte. Foi transfigurado diante deles(v.2)”. 

De modo que a glória Shekinah – a mais pura essência do Deus Eterno brilhasse com ardente resplendor. “As suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar” (v.3). Mateus diz que essa cena foi tão chocante que os discípulos caíram de bruços (Mt 17.6). Ninguém na terra havia experimentado nada remotamente parecido com isso desde Moisés. Ele havia visto de passagem as costas de Deus depois de ser colocando na fenda de uma rocha (Ex 33.20-23). “Pois ninguém poderá olhar diretamente para minha face, pois ninguém pode me ver e continuar vivo” (v.20).

Para complementar isso tudo, “apareceu-lhes Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus” (Mc 9.4). Pedro, com seu jeito típico, falou mesmo assim: “Mestre, bom é estarmos aqui e que façamos três tendas: uma será tua, outra para Moisés, e outra para Elias” (v.5). Então naquele exato momento (“Falava ele ainda” Mt 17.5), “veio uma nuvem que os envolveu, e dela uma voz dizia: Este é o meu filho amado; a ele ouvi” (v.7). Essas foram praticamente as mesmas palavras que vieram do céu no batismo de Jesus (Mc 1.11). Mas, “Ao descerem do monte, ordenou-lhes que não divulgassem as coisas que tinham visto até o dia quando o Filho do homem ressuscitasse dentre os mortos”

Mais adiante nesse mesmo capítulo, Marcos diz que chegaram a Cafarnaum “Estando ele em casa interrogou os discípulos de que é que discorríeis pelo caminho? ” (v.33). Jesus sabia o que estavam falando. Assim, “eles guardaram silencio; porque pelo caminho haviam discutido entre si qual era o maior” (Mc 9.34). Pedro, Tiago e João, transbordando de autoconfiança, depois e sua experiência no alto do monte, certamente pensaram que haviam tomado a dianteira.

“Assentando-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos. Trazendo uma criança, colocou-a no meio deles e, tomando-a nos braços, disse-lhes: Qualquer que receber uma criança, tal como está, em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que a mim me recebe, não recebe a mim, mas ao que me enviou” (vs. 35-37). Ou seja, se desejavam ser os primeiros no reino, precisavam ser servos. Se desejavam ser verdadeiramente grandes, precisavam ser mais parecido com uma criança. Em vez de discutirem e brigarem entre si e exaltarem a si mesmos precisavam assumir o papel de servos. Era uma lição de amor. “O amor é paciente e bondoso... não é ciumento nem presunçoso” (1 co 13.4)

É nesse ponto que encontramos a única ocasião em que João fala nos evangelhos: “Disse-lhe João: Mestre, vimos um homem que, em teu nome, expelia demônios, o que não nos segue; e nós lho proibimos, porque não seguia conosco” (v.38). Reprender um homem por ministrar em nome de Jesus, só porque ele não pertencia ao grupo, isso era partidarismo e mostrava intolerância de João, um filho do trovão. Era a visão limitada, a ambição, o desejo de ter todos os privilégios para si e não dividi-los com mais ninguém.

Conclusão:

A história da igreja atesta que João tornou-se pastor da igreja de Efeso, fundada pelo apostolo Paulo. Em seguida, uma perseguição voraz do Imperador Domiciano, ele foi exilado na ilha de Patmos. De bom grado enfrentou o sofrimento, e em nenhuma de suas epistolas nem no livro de apocalipse há queixas sobre suas aflições. Se observamos que a palavra verdade aparece 45 vezes, por outro lado a palavra amor, aparece 80 vezes em seus escritos. Isso é uma síntese que o filho do trovão aprendeu com o seu mestre ponderar verdade com amor. Faleceu por volta de 98 d.C, na época do imperador Trajano. Uma frase que estava constamente em seus lábios era: “Filhinhos, amai-vos uns aos outros”. 

 

Bibliografia


Site: https://www.isaltino.com.br/
Doze Homens extraordinariamente comum 0 john Macarthur - Editora Thomas Nelson
O Treinamento dos doze - CPAD A.B. Bruce CPAD
Biblia de Estudo Swindoll - NVT
Biblia de Estudo King James
Encontro com Jesus Timothy Keller - Editora Vida Nova

domingo, 26 de julho de 2020

Como eu sei que Deus me chamou ao santo ministério?

 


Primeiro, deve haver uma compulsão interna naquele que foi chamado a pregar a Palavra. Isso é algo que acontece a você, e Deus age sobre você por meio do Espírito. É algo que você passa a ter consciência e não algo que você faz. Noutras palavras, o impulso por pregar torna-se um fardo sobre o coração que tem de ser cumprido.

 

Segundo, Há uma influência externa, que viria ao que foi chamado. A contribuição e o conselho de outros crentes se tornam influentes ao que está destinado ao ministério. Pode ser pelo comentário de um pastor ou a afirmativa de um presbítero. Pode ser pelo encorajamento de outro crente. Quando ouvem essa pessoa falar a Palavra, talvez em classe ou estudo bíblico, eles são muitas vezes os que melhor discernem aquele que foi chamado ao ministério. Noutras palavras, pessoas observadoras frequentemente reconhecem a mão de Deus sobre essa pessoa antes mesmo dela perceber.

 

 

Terceiro, o que foi chamado experimenta uma preocupação amorosa para com o próximo. Deus dá ao que foi escolhido para pregar uma imensa compaixão para com as pessoas. Como parte dessa escolha divina, o Espírito Santo concede um desejo consumidor pelo bem-estar espiritual das outras pessoas. O verdadeiro chamado sempre inclui uma preocupação pelo próximo, um interesse nele, um reconhecimento de sua condição de perdido e desejo de remediar essa situação e falar-lhe a mensagem, apontando o caminho da salvação.

 

Quarto, há um enorme constrangimento dentro da pessoa chamada para realizar essa obra. Não havia nada a fazer, senão seguir este ímpeto interior de pregar. A necessidade lhe é imposta, e ele tem de pregar não obstante o que os outros possam dizer. Tem de ministrar a Palavra, não importam os obstáculos que terá de vencer.

 

Quinto, tem uma humildade sóbria. A pessoa é de tal forma dominada por profundo senso de sua indignidade pessoal para tarefa tão altaneira e santa, e muitas vezes hesita em ir adiante para pregar, temendo sua própria inadequação. O homem chamado por Deus é uma pessoa que reconhece aquilo que foi chamado para fazer, e reconhece quão terrível é a tarefa, que ele se recolhe dela. Torna-se sóbrio pelo peso da tarefa de falar da parte de Deus. Treme diante dessa mordomia que lhe é confiada e pela responsabilidade que a acompanha.

 

Sexto, há uma confirmação por parte da igreja vinda àquele que é chamado para pregar. O homem escolhido por Deus para pregar tem de ser observado e provado por outros na igreja. Só então ele poderá ser enviado pela igreja. Os líderes da igreja têm de examinar as qualificações daquele que foi separado para pregar, e afirmar a validade desse chamado. As mãos devem ser impostas sobre ele em reconhecimento do que Deus está fazendo em sua vida. 


 

David Martin Loyd Jones


terça-feira, 21 de julho de 2020


Tiago, o fervoroso.  Atos 12.1-3



Introdução:  quem era Tiago?

Tiago (“aquele que vem do calcanhar”) era irmão mais velho de João; seu nome sempre aparece depois de Pedro na lista dos 12 apóstolos. A família de Tiago e João tinha uma condição financeira melhor que a família de Pedro e André. Isso fica implícito no fato de que Tiago e João são chamados com frequência de “filhos de Zebedeu” (Mt 20.20), o que significa que Zebedeu era um homem importante. 



O conceito, ou status, de Zebedeu pode ter vindo de seu sucesso financeiro (tinha uma empresa de pesca), ou de sua linhagem de sua família (talvez era da tribo de Levi), ou de ambas as coisas. Seu negócio de pesca era grande o suficiente para empregar vários servos (Mc 1.20). Além disso, a família toda de Zebedeu tinha prestigio suficiente para que João fosse “conhecido do sumo sacerdote e desse modo, conseguisse que Pedro entrasse no pátio na noite em que Jesus foi preso” (Jo 18.15-16).

Tiago ocupou uma posição de destaque no círculo mais íntimo de Jesus. Ele, Pedro e João foram os únicos que Jesus permitiu acompanha-lo quando ressuscitou a filha de Jairo (Mc 5.37). Esses mesmos três discípulos testemunharam a glória de Cristo no Monte da transfiguração (Mt 17.1). Tiago estava entre os quatro discípulos que fizeram perguntas a Jesus em particular no monte das oliveiras (Mc 13.3). Foi incluído mais uma vez juntamente com João e Pedro na ocasião em que o Senhor instou esses três homens a orarem com em particular no Getsêmani (Mc 14.33). Ele foi testemunha da ressurreição de Jesus.  Todos esses acontecimentos devem ter fortalecido sua fé imensamente e o capacitado para o sofrimento e o martírio.

1)    Tiago era intenso
Se há uma palavra que aplica à vida do apostolo Tiago, essa palavra é intensidade, ou seja, era um homem de intenso fervor e entusiasmo. Aliás, Jesus deu a Tiago e João um apelido: Boanerges – “filhos do trovão”. Ele era zeloso, impetuoso, intenso e fervoroso. Pela graça divina, seu temperamento no decorrer do seu discipulado, foi modelado por Deus e chegou a ocupar um lugar de liderança entre os apóstolos. 


Marcos, o evangelista, relata como Jesus chamou Tiago e João de “filhos do trovão” (Mc 3.17), inclui esse falto em sua relação dos doze, da mesma forma como observa que Simão era chamado de Pedro, a menção feita em Marcos é a única em todas as escrituras. O apelido “Boanerges” parece ter sido dado aos filhos de Zebedeu para repreendê-los quando seu temperamento naturalmente ardoroso fugia ao controle. Talvez o Senhor tivesse usado com humor ao mesmo tempo em que o empregava com uma bondosa admoestação.

Enquanto André, calmamente levava pessoas a Jesus, Tiago desejava ter poder de pedir fogo dos céus para destruir vilas inteiras cheias de pessoas. Elias era um homem desse tipo, aliás, ele foi o modelo que 

Tiago pensava estar seguindo quando pediu fogo do céu. Neemias possuía era semelhante (Ne 13.25). João Batista era de temperamento ardoroso. Ao que parece, Tiago era feito de matéria prima igual à deles. Era franco, intenso e impaciente com aqueles que praticavam o mal.

2)    Fogo do céu
Em Lucas 9.51-53, lemos: “Como se aproximava o tempo de ser elevado ao céu, Jesus partiu com determinação para Jerusalém. Enviou mensageiros adiante até um povoado samaritano, a fim de fazerem os prepativos para a sua chegada. Contudo, os habitantes do povoado (Samaria) não receberam Jesus, porque parecia evidente que ele estava a caminho de Jerusalém” (NVT).

A maioria dos judeus que viajava da Galileia para Jerusalém, fazia questão de tomar uma direção que os obrigava a percorrer vários quilômetros fora da rota, passando pelo deserto da Peréia – fazendo com que tivesse de cruzar o Rio Jordão duas vezes – só para evitar passar por Samaria.

Agora, quem eram os Samaritanos? Os samaritanos eram uma etnia de mestiços dos israelitas do reino norte. Em 722 a.c, Sargão II, invadiu o reino Norte, ou Samaria, capturando e matando muita gente. A maioria dos habitantes foram espalhados e a terra foi reassentada com pagãos e estrangeiros leais ao rei da Assiria “E o rei da Assiria trouxe gente de Babilonia, de Cuta, de Ava, de Hamate e Sefarvaim e a fez habitar mas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel” (2 Rs 17.24).

Os judeus mais pobres que permaneceram na terra casaram-se com esses povos. O resultado, portanto, foi uma religião que misturava elementos da verdade e do paganismo. “Temiam ao Senhor e, ao mesmo tempo, serviam aos seus próprios deuses, segundo o costume das nações dentre as quais tinham sido transportadas” (2 Rs 17.33). Em outras palavras, diziam ser adoradores de Jeová como Deus, mas fundaram seu próprio sacerdócio, construíram seu próprio templo e criaram seu próprio sistema de sacrifícios.

Outrossim, o primeiro templo dos samaritanos havia sido construído sobre o Monte Gerizim, em Samaria. Era considerado, portanto, um lugar sagrado, e estava convencido de que aquele era o único local em que Deus podia ser devidamente adorado. Por esse motivo, a mulher samaritana no relato de João 4.20 disse a Jesus: “Nossos pais adoravam neste monte; vós, no entanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar”. Obviamente, esse era um dos principais motivos de contendas entre judeus e samaritanos.

Jesus, portanto, estava determinado a ir para Jerusalém, escolhendo o caminho mais direto passando por Samaria. Ao longo da viagem, ele e seus discípulos precisariam de lugares em que pudessem comer e passar a noite. No entanto, os samaritanos deliberadamente recusaram hospedá-los.

Embora Jesus tenha curado um samaritano de sua lepra e elogiado esse homem por sua gratidão (Lc 17.16). Ele havia aceitado água de uma mulher samaritana e dado a ela a água viva (Jo 4.39-43). Ele havia transformado um samaritano em herói numa de suas parábolas mais conhecidas (Lc 10.30-37). E, mais tarde, iria ordenar aos discípulos que pregassem o evangelho em Samaria (Atos 1.8). Jesus sempre usou de bondade e de boa vontade para com os samaritanos. No entanto, os samaritanos estavam tratando-os com desprezo propositado.

Tiago e João, os filhos do trovão, encheram-se imediatamente da mais intensa ira. Não tardou ara que pensassem numa forma de retificar a situação e disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir” (Lc 9.54). Em outras palavras, “Senhor, queres que (nós) mandemos descer fogo do céu para os consumir”. Ou seja, estavam sugerindo que Jesus lhes desse poder de pedir fogo do céu”. Em várias ocasiões o próprio Cristo havia sido desafiado por seus adversários a realizar tais milagres cósmicos e sempre havia se recusado a faze-los (Mt 12.39). 



Cristo tinha vindo para salvar e não para destruir. Assim, sua resposta aos “irmãos Boanerges” foi uma firme repreensão: “O filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10). Ele estava numa missão de resgaste, e não de julgamento. Apesar de ter todo o direito de exigir adoração absoluta, “o filho do homem (...) não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgaste por muitos” (Mt 20.28). “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3.17). O próprio Jesus disse: “Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo” (Jo 12.46-47).

No entanto, um dia Jesus virá para julgar o mundo. As escrituras dizem que ele irá “do céu se manifestar (...) com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de Nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos  da face do Senhor e da glória do seu poder” (2 Ts 1.7-9).

Afinal, em vez de pedirem fogo do céu, “seguiram para outra aldeia” (Lc 9.56). Simplesmente acharam acomodação em outro lugar. Alguns anos depois, à medida que a igreja primitiva foi crescendo e a mensagem do evangelho espalhou-se para além da Judéia, Filipe, o diácono, “descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo” (Atos 8.5). “As multidões atendiam, unanimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saiam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. E houve grande alegria naquela cidade” (Atos 8.6-8).

3)    Quem é o maior?
“Então a mãe dos filhos de Zebedeu veio a Jesus com seus filhos. Ela se ajoelhou diante dele a fim de lhe pedir um favor. O que você quer? Perguntou ele. Ela respondeu: Por favor, permita que, no seu reino, meus dos filhos se sentem em lugares de honra ao seu lado, um à sua direita e outra à sua esquerda. Jesus respondeu: “Vocês não sabem o que estão pedindo! São capazes de beber do cálice que estou prestes a beber? Somos, disseram eles. Então Jesus disse: De fato, vocês beberão do meu cálice. Não cabe a mim, no entanto, dizer quem se sentará à minha direita ou à minha esquerda. Meu pai preparou esses lugares para aqueles que ele escolheu’ (Mt 20.20-24 NVT). 


Tiago não era apena fervoroso, zeloso, insensível; também era ambicioso e demasiadamente confiante. Ao invés da coroa de glória: Jesus deu-lhe um cálice e sofrimento. Desejava um lugar ao lado do Senhor; Jesus deu-lhe o tumulo de mártir. E lhe explicou a essência do reino de Deus: “Quem quiser ser o líder entre vocês, que seja servo, e quem quiser ser o primeiro entre vocês, que se torne escravo. Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mt 20.26-28).

Conclusão: o cálice do sofrimento
“Por aquele tempo, mandou o rei Herodes prender alguns da igreja para os maltratar, fazendo passar ao fio de espada a Tiago irmão de João...” (Atos 12.1-3). Eusébio, historiador, transmite a morte de Tiago, apresentado por Clemente de Alexandria: “Aquele que levou Tiago até o tribunal, ao ouvir seu testemunho foi tocado e confessou que ele também era um cristão. Assim, os dois foram levados juntos. E, no caminho, ele implorou que Tiago o perdoasse. Depois de refletir por um instante, Tiago disse: A paz seja contigo, e beijou-o. Os dois, então, foram decapitados ao mesmo tempo”.

Tiago, em algum ponto ao longo do caminho cristão, teve que aprender a controlar a raiva, refrear a língua, redirecionar o zelo, eliminar a sede de vingança e perder inteiramente a ambição egoísta. O Senhor usou-o para realizar uma obra magnifica na igreja primitiva. 


Bibliografia

Site: https://www.isaltino.com.br/
Doze Homens extraordinariamente comum 0 john Macarur - Editora Thomas Nelson
Biblia de Estudo Swindoll - NVT

terça-feira, 14 de julho de 2020


André, o evangelista. Jo 1.35-42


Introdução: etapas do discipulado

Primeira, é a fase da conversão. Todo discípulo é chamado à salvação. Devemos reconhecer Jesus como verdadeiro cordeiro de Deus e Senhor de tudo, e aceita-lo pela fé.

Segunda, é a fase da convocação para o ministério. Em lucas 5, temos o contexto da pesca maravilhosa. Logo depois desse milagre que Jesus disse: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19). As escrituras dizem que, nesse momento, “deixando tudo, o seguiram” (Lc 5.11). De acordo, com Mateus, André e Pedro “deixaram imediatamente as redes e o seguiram” (Mt 4.20).

Terceira, é o chamado ao apostolado. Nessa ocasião, Cristo selecionou e nomeou 12 homens em particular, e fez deles seus apóstolos. Eis o relato de Lucas sobre esse episódio: “... chamou a si os seus discípulos e escolheu 12 dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos: Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado de zelote; Judas, filho de Tiago e Judas Iscariotes, que se tornou traidor”.

1)    André
André é o grego de Andros, “homem”. Significa varonil, másculo, com a idéia de alguém valoroso. Era irmão de Simão Pedro (Mt 4.18); eram naturais de Betsaida (Jo 1.44). Depois, mudaram-se para a cidade de Cafarnaum, um pouco maior e mais perto de sua cidade natal e, uma vez que a cidade situava na margem Norte do Mar da Galilélia (onde a pesca era boa), pois eram pescadores. 



É provável que desde a infância, Pedro e Andre tivesse amizade com outros dois pescadores, também irmãos e nascidos em Cafarnaum, Tiago e João, filhos de Zebedeu. Dos quatro que faziam parte do circulo mais intimo, porém, André é o que menos aparece. As escrituras não relatam muita coisa a seu respeito. O seu nome aparece somente nove vezes no Novo Testamento, e a maioria dessas referencias apenas menciona-o de passagem.

Mas, de todos os discípulos do circulo mais intimo, André parece ser o menos contencioso e o mais meditativo. A tendência de Pedro, Simão, era ser impetuoso, de precipitar-se tolamente e dizer coisa errada na hora certa. Tiago e João tinham o apelido de “filhos de trovão”, por causa de suas tendências sanguinárias. Fica evidente que também foram eles que provocaram várias das discussões sobre quem era o maior. Mas não se vê nada disso em André. Sempre que ele fala, o que é raro nas escrituras, diz a coisa certa, e não a errada. Sempre que age separadamente dos outros discípulos, faz o que é certo. Ao citá-lo pelo nome, as escrituras nunca relacionam a ele qualquer desonra.

2)    Seu encontro com Jesus
Quando Jesus encontrou-se com ele pela primeira vez, era um homem devoto que havia se juntado aos discípulos de João Batista. João Batista era conhecido por sua aparência rude e estilo de vida de um habitante do deserto.  Usava “veste de pelo de camelo e um cinto de couro; a sua alimentação eram gafanhotos e mel silvestre”. (Mt 3.4). Ele vivia e pregava no deserto, isolado de todos os confortos da vida urbana. Uma pessoa que seguia João Batista como seu discípulo dificilmente era do tipo frágil, que desiste fácil.

O encontro de André com Jesus ocorreu no dia depois do batismo de Jesus (Jo 1.29-34). André e João estavam ao lado de João Batista quando Jesus passou por eles e João Batista gritou: “Eis o cordeiro de Deus” (Jo 1.36). Imediatamente, os dois deixaram João Batista e passaram a seguir Jesus (Jo 1.37). João Batista nunca chamou a atenção para si, mas era sempre realista: “Este foi o testemunho de João, quando os judeus de Jerusalém lhe enviaram sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu?” Ele respondeu: “Eu não sou o Cristo” (vs. 1.19-20). E, João se identifica: “Eu sou a voz do que clama no deserto. Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaias” (Jo 1.23).

“É necessário que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30). João Batista, portanto, já havia dito nos termos mais direto que era apenas um precursor do Messias. Tinha vindo para preparar o caminho e colocar o povo na direção certa. Assim, André e João estavam envolvidos pela emoção da expectativa messiânica, aguardando que a pessoa fosse identificada. Quando ouviram “eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, deixaram João para seguir Jesus. 



O relato bíblico prossegue: “Jesus olhou em volta e viu que o seguiam. O que vocês querem?”, perguntou. Eles responderam: Rabi (que significa mestre), onde o senhor está hospedado?” “Venham e vejam, disse ele. “Eram cerca de quatro horas da tarde quando o acompanharam até o lugar onde Jesus estava hospedado, e passaram o resto do dia com ele”. (Jo 1.38-39, Nova Versão transformadora).

Observe a primeira coisa que André fez: “Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias ( que quer dizer Cristo), e o levou a Jesus” (Jo 1.41,42). A noticia era boa demais para ele guarda-la para si, de modo que André foi procurar aquela pessoa que ele amava imensamente, e a levou até Cristo.

3)    Um evangelista
André apreciava plenamente o valor de uma única alma. Era conhecido por levar indivíduos e não multidões, a Jesus. Quase toda vez que vemos no relato bíblico, ele está levando alguém a Jesus. Lembre-se de que a primeira coisa que fez ao descobrir Cristo, foi buscar Pedro. Quando Jesus alimentou cinco mil pessoas, foi André quem levou o menino até o Senhor e disse: “Esta aí um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos” (Jo 6.9).

Em João 12.20-22 fala de alguns gregos que procuraram Felipe e pediram para ver Jesus. “Se dirigiram a Felipe, que era de Betsaida da Galiléia, e lhe rogaram: Senhor, queremos ver Jesus. Filipe foi dizê-lo a André, e André e Filipe comunicaram a Jesus” (Jo 12.21). André não ficava confuso quando alguém desejava ver Jesus. Ele simplesmente os levava ao mestre; entendia que Jesus iria querer encontrar-se com qualquer pessoa que desejasse conhece-lo (Jo 6.37). EM JOAO 1 ELE LEVOU PEDRO A CRISTO, TORNAND0-SE, ASSIM, O PRIMEIRO MISSIONARIO. DEPOIS LEVOU A CRISTO OS GREGOS, TRANSFORMANDO-SE NO PRIMEIRO MISSIONARIO INTERNACIONAL. 



Tanto André como seu irmão Pedro possuíam um coração evangelista, mas seus métodos eram completamente distintos. Pedro pregou em Pentecostes e três mil pessoas passaram a fazer parte da igreja. Não há nada nas escrituras indicando que André em algum momento tenha pregado para uma multidão ou um movimento grande de massas. Mas lembre-se de quem levou Pedro a Cristo. O ato de fidelidade de André ao conduzir seu irmão a Cristo foi individual que levou à conversão do homem que iria pregar o magnifico sermão em Pentecostes.

Poucos ouviram falar de Edward Kimball. Seu nome é uma nota de rodapé nos registros da história da igreja. Contudo, ele foi o professor de escola dominical que levou D. L. Mody a Cristo.

Conclusão:
André é o retrato perfeito daqueles que trabalham em silencio nos lugares humildes, “não servindo á vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus” (Ef 6.6). Ele não era uma coluna impressionante como Pedro, Tiago e João. Era uma pedra mais humilde. Era uma daquelas pessoas raras dispostas a ficar em segundo lugar e dar apoio.

As escrituras nos advertem sobre buscar posições de proeminência e alertam aqueles que desejam ser mestres, que serão julgados de acordo com padrões mais elevados: “meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo” (Tg 3.1).

Diz a tradição que André levou o evangelho para o Norte, chegando até o leste europeu. Acabou sendo crucificado na Grecia, próximo a Atenas. Um relato diz que levou a Cristo a esposa de um governante provincial romano, enfurecendo o marido. Ele exigiu que sua esposa renunciasse sua devoção a Jesus Cristo e ela se recusou. O romano ordenou, então, que André fosse crucificado.

Ele foi amarrado a cruz (em forma de X) em vez de pregado a fim de prolongar seu sofrimento. Ele ficou pendurado na cruz durante dois dias, exortando aqueles que passavam por ele a buscarem a salvação em Cristo. Então, ele foi desprezado? Não! Foi o primeiro a ouvir que Jesus era  o cordeiro de Deus. Foi o primeiro a seguir a Cristo. Foi parte do circulo mais intimo e que teve mais acesso a Cristo. Seu nome será gravado, juntamente como o nome dos outros apóstolos, nas fundações da cidade eterna, a nova Jerusalém. 


Bibliografia


Site: https://www.isaltino.com.br/
Doze Homens extraordinariamente comum 0 john Macarthur - Editora Thomas Nelson
O Treinamento dos doze - CPAD A.B. Bruce CPAD
Biblia de Estudo Swindoll - NVT
Biblia de Estudo King James
Encontro com Jesus Timothy Keller - Editora Vida Nova

terça-feira, 7 de julho de 2020


Simão Pedro - Lc 22.31-32

Introdução:

Temos quatro listas dos doze apóstolos no Novo Testamento: Mateus 10.2-4, Marcos 3.16-19, Lucas 6.13-16 e Atos 1.13. No evangelho de Lucas, a lista aparece da seguinte forma: “Escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos: Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado zelote; Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que se tornou traidor.

Pedro é o primeiro nome nas quatro listas. Assim, ele se destaca como líder e porta-voz de todo grupo dos doze. Além disso, os doze são organizados em três subdivisões de quatro elementos cada. Na primeira, encontram-se sempre Pedro, como primeiro da lista, seguido de André, Tiago e João. O segundo grupo é sempre formado por Filipe em primeiro lugar e inclui Bartolomeu (Natanael), Mateus e Tomé. E, no terceiro grupo, Tiago, filho de Alfeu, Simão o Zelote; Judas, filho de Tiago e, por fim, Judas Iscariotes. 


1)    Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro
O nome completo de Simão era Simão Barjonas (Mt 16.17), que significa “Simão, filho de Jonas” (João 21.15-17). No entanto, observe que o Senhor lhe deu um outro nome. Lucas apresenta-o da seguinte forma: “Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro” (Lc 6.14). Então, ficou conhecido ora como Simão, ora como Pedro, ora como Simão Pedro.
 


Pedro era uma espécie de apelido. Significa “rocha” (petros é a palavra grega para “um pedaço de rocha, uma pedra”). Já Simão era, por natureza, impetuoso, inconstante e inconfiável. Sua tendência era fazer grandes promessas que não poderia cumprir. Era uma daquelas pessoas que parecem atirar-se de cabeça em alguma coisa e, depois, desiste antes de ser concluído. Então, ele precisava tornar-se uma rocha e foi esse apelido que Jesus lhe deu.

Quando ele é chamado de Simão nos evangelhos tem referência a sua natureza humana, não regenerada. Em Lucas 5.5, por exemplo, Lucas escreve: “Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes”. Esse era o jovem pescador Simão falando, mostrando a sua incredulidade relutância. No entanto, ao obedecer, seus olhos se abrem e ele vê quem Jesus é de fato. O versículo 8 diz: “Vendo isto, Simão Pedro dobrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador”.

Em Lucas 22.31, Jesus predizendo a negação de Pedro, diz: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! ” Mais tarde, no jardim do Getsêmani, Pedro adormeceu quando deveria estar vigiando e orando com Cristo. Marcos escreve: “Voltando, achou-os dormindo, e disse a Pedro: Simão, tu dormes? Não pudestes vigiar nem por uma hora? Vigiai e orai para que não entres em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mc 14.37-38).

DEVE TER CHEGADO A UM PONTO EM QUE, QUANDO O SENHOR DIZIA “SIMÃO”, PEDRO JÁ ENCHIA TODO. TALVEZ PENSASSE: POR FAVOR, ME CHAME DE ROCHA!”,  E O SENHOR TALVEZ REPLICASSE: “EU O CHAMAREI E ROCHA QUANDO VOCÊ AGIR COMO UMA ROCHA”

João e Pedro eram amigos desde a infância. É interessante que no evangelho que escreveu, João, refere-se ao seu amigo 15 vezes como “Simão Pedro”. Ao que parece, João não conseguia decidir qual nome usar, pois a todo tempo, via os dois lados de Pedro. Assim, simplesmente juntou os dois nomes. Na verdade, o próprio Pedro chama-se de “Simão Pedro” em sua segunda epístola: “Simão Pedro, servo e Apostolo de Jesus Cristo” (2 Pe 1.1).

Depois da ressurreição, Jesus instruiu seus discípulos a voltarem para Galileia, onde ele planejava aparecer a eles  (Mt 28.7). Em sua impaciência, ao que parece, Simão cansou-se de esperar e assim anunciou que voltaria a pescar (Jo 21.3); os discípulos seguiram seu líder. Lá, no mar da Galiléia, jesus dirigiu-se a ele três vezes chamando-o de Simão e perguntou: “Simão, filho de Jonas, tu me amas? ” Pedro afirmou seu amor. Essa foi a ultima vez em que Jesus o chamou de Simão.

2)    Formação do caráter
Como nosso Senhor pegou um homem de caráter tão inconfiável e o transformou em uma rocha? Em primeiro lugar, para que Pedro passasse pela experiência da vida que fariam dele o tipo de líder que Cristo desejava que fosse.

Em Mateus 16 temos a confissão de Pedro: “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo” (v.16). Cristo lhe chamou de bem-aventurado e prometeu-lhe as chaves do reino dos céus (vs. 17-19).  No parágrafo seguinte, Cristo dirigiu-se a Pedro chamando-o de Satanás e dizendo “arreda! ”, o que significa “não fique no meu caminho”. “Mas, Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, por que não cogitas das coisas de Deus, e sim dos homens” (v.23). 



“Eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo” (Lc 22.31). Seria de esperar que Jesus assegurasse a Pedro: “Não vou permitir que Satanás te peneire”. Mas não foi o que ele fez. Em outras palavras, informou Pedro de que havia dado a Satanás a permissão que essa havia pedido. Na verdade, disse: Permitirei que Satanás faça, permitirei que sacuda as próprias fundações da tua vida. Então, deixarei que ele te lance ao vento – até que não reste nada além da realidade da tua fé”.

NO ENTANTO, JESUS GARANTIU A PEDRO QUE A FÉ DO APOSTOLO SOBREVIVERIA À PROVAÇÃO. DISSE-LHE: "EU, PORÉM, ROGUEI POR TI, PARA QUE A TUA FÉ NÃO DESFALEÇA; TU, POIS, QUANDO TE CONVERTERES, FORTALEÇA OS TEUS IRMÃOS” (v.32).

“Estejam atentos! Tomem cuidado com seu grande inimigo, o diabo, que anda como um leão rugindo à sua volta, à procura de alguém para devorar. Permaneçam firme contra ele e sejam fortes na fé. Lembrem-se de que seus irmãos em Cristo em todo o mundo estão passando pelos mesmos sofrimentos. Deus, em toda a sua graça, os chamou para participarem de sua glória eterna por meio de Cristo Jesus. Assim, depois que tiverem sofrido por um pouco de tempo, ele os restaurará, os sustentará e os fortalecerá, e os colocarás sobre um alicerce” (1 Pe 5.8-10).

Jesus disse: “Esta noite, todos vós vos escandalizareis comigo; porque está escrito: ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas” (Mt 26.31). No entanto, Pedro estava absolutamente seguro: “Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim” (v.33). Então, acrescentou: “Senhor, estou pronto para ir contigo, tanto para prisão quanto para morte” (Lc 22.33). Mas, todos nós conhecemos a história, sabemos que Pedro negou o Senhor Jesus três vezes, antes do galo cantar.

Conclusão
“Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias, quando, porém, fores velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres” (Jo 21.18).

Pedro se tornou um dos maiores apóstolos do Novo Testamento, foi ele que pregou o primeiro sermão no dia de pentecoste; foi ele que diante das autoridades disse: “Antes, importa obedecer a Cristo, do que os homens”. Tornou-se, destemido, aguerrido, corajoso. Eusébio de Cesareia cita o testemunho de Clemente, o qual diz que, antes de ser crucificado, Pedro foi forçado a assistir a crucificação de sua esposa. Quando chegou a vez de Pedro morrer, ele pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, pois não era digno de morrer como seu Senhor havia morrido. 

Bibliografia


Site: https://www.isaltino.com.br/
Doze Homens extraordinariamente comum 0 john Macarthur - Editora Thomas Nelson
O Treinamento dos doze - CPAD A.B. Bruce CPAD
Biblia de Estudo Swindoll - NVT
Biblia de Estudo King James
Encontro com Jesus Timothy Keller - Editora Vida Nova