terça-feira, 28 de abril de 2020


Quando a mão de Deus pesa – 1 Cronicas 21.1-8



Introdução:
Será que a velhice é sinônimo de maturidade? A Bíblia fala que não! Em Jó 32. 9, lemos: “Os de mais idade não é que são os sábios, nem os velhos que entendem o que é reto”. No livro de Salmos 119.100, também a mesma idéia aparece: “Tenho mais discernimento que os anciãos, pois obedeço aos teus preceitos”.

Seria esplendido se pudéssemos anunciar que, à medida que envelhecemos, crescemos automaticamente, ou que quanto mais caminhamos com o Senhor tanto mais garantia de imunidade temos contra o pecado.

No entanto, jamais seremos imunes ao pecado. Muitas vezes os que caem escandalosamente são os que andaram mais tempo com Deus. Só quando estivermos “com o Senhor” seremos o que deveríamos ser. Não é possível superar nossa tendência para pecar.

Davi, em seus últimos dias, cometeu um pecado que afetou milhares de vida. Este evento ocorreu depois de uma guerra entre Israel e seus velhos inimigos, os filisteus (1 Cro 20.4). Encontramos aqui um paralelo entre a última batalha de Davi e o seu primeiro combate. Ambos foram com filisteus e ambos envolveram gigantes (1 Cro 20.4). Davi matou Golias na primeira batalha e, nesta última, um irmão de Golias (1 Cro 20.5) foi morto. Assim, como vários outros que são chamados “descendentes dos gigantes de Gate” (1 Cro 20.8).

1)    Uma decisão errada
“Então, Satanás, o inimigo, levantou-se contra Israel e induziu Davi a fazer um recenseamento de todo o povo debaixo do governo do rei. Então, disse, pois, o rei a Joabe... percorre todas as tribos de Israel, de Dã até Berseba, e levanta o censo do povo, para que eu saiba o seu número” (1 Cro 21.1,2). 



Por quê um recenseamento dos soldados? Davi queria ver quão grande era realmente a sua terra, quão vasto o seu reino, quão impressionante o seu exército. Como vemos nos dias atuais nesses países comunistas, como China, Coréia do Norte, Rússia, etc. Mas, Joabe lhe aconselhou: “Ora, multipliques o Senhor teu Deus a este povo cem vezes, mais e o rei meu Senhor o veja; mas, porque tem prazer nisto, o rei meu Senhor? Mas, Davi não aceitou o conselho de Joabe.

Satân, Satanás, em hebraico, significa adversário, oponente ou inimigo. Quando o apostolo Paulo escreveu sobre a obra de Satanás, ele disse: ‘Não lhe ignoramos os desígnios” (2 Co 2.11). O termo grego traduzido como “desígnios” tem na sua raiz a palavra “mente”. Uma tradução seria: “não ignoramos sua capacidade de penetrar nossas mentes e dirigir nossos pensamentos”. “... Não queremos dar a Satanás uma abertura para causar mais dano. Estamos muito bem atentos para os seus caminhos dissimulados” A mensagem

Isso é o que está acontecendo com Davi. Satanás  soprou ou instigou os pensamentos de Davi e disse: “Por que você não conta o povo? Vejamos o tamanho do seu exército. Porque não faz um inventário para conhecer a vastidão da sua terra? MEXENDO COM O ORGULHO DO REI...

Joabe o advertiu a não fazer isso, mas “a palavra do rei prevaleceu” (1 Cro 21.4). A vida que não tem de dar contas de si mesma é uma vida perigosa, não importando a posição elevada que a pessoa ocupe. É um lugar precário para ficar. Davi, porém, se achava nessa posição.

Essa decisão aponta na verdade duas fraquezas neste momento da vida de Davi. A primeira fraqueza é que Davi não estava em comunhão com Deus. Não vemos Davi orando, buscando conselhos de Deus, ou examinando as escrituras, antes de tomar tal decisão. Ele simplesmente agiu desse modo. A segunda fraqueza é que Davi não precisava prestar contas a ninguém ao seu redor – um descuido perigoso.

2)    Coração aflito
“Deus se desagradou muito do censo e castigou Israel por isso”. Então, Davi confessou: “pequei gravemente com a minha atitude...”(1 Cro 21.8). Davi é conhecido como homem segundo o coração de Deus, justamente por causa de seu arrependimento. Ele não era perfeito, mas até o fim de seus dias seu coração fora sensível a voz de Deus. MAS MUITOS SÃO OS SANTOS OBSTINADOS QUE SE AFASTAM DELIBERADAMENTE DA VONTADE DE DEUS.

Quando Davi recebeu o censo das mãos de Joabe (v.5), enquanto lia o relatório, talvez o Senhor trouxe à sua mente o conselho de Joabe, e essa questão começou a persegui-lo. Por que fiz isto? Quanto mais pensava no assunto, mais alta a resposta vibrava em sua mente. A única razão foi o meu orgulho.

“Muito pequei no que fiz; porém, agora, ó Senhor, peço-te que perdoes o pecado do teu servo; porque procedi muito loucamente”. (1 Cro 21.10).  Quando agimos mal e começamos a ver a destruição resultante do nosso pecado, não temos descanso – se formos sensíveis aos tratos de Deus conosco.

3)    Uma escolha a fazer
Deus dá a Davi três opções, escolha um destes castigos, e eu o aplicarei a você: “três anos de fome, três meses de destruição pela espada de seus inimigos, ou três dias de praga intensa, durante os quais o anjo do Senhor trará devastação sobre toda terra de Israel” (v.12).

Qualquer das três escolhas é terrível. Mas, que lembrete tão claro para nós. Ninguém peca sem fazer ondas e deixar uma esteira. Qualquer decisão de Davi, será um evento para sempre inesquecível. Davi estava “grande angustia” ou, “Não tenho para onde correr nessa situação” (Versão transformadora). O termo angustia no hebraico é “estar atado, restrito, confinado”.

“...Caia eu, pois, nas mãos do Senhor, por que são muitíssimas as suas misericórdias, mas nas mãos dos homens não caia eu” (v.13). Se você quiser graça, caia nas mãos de Deus. Se quiser juízo, caia nas mãos de seus semelhantes. Davi sabia disso, ele fez a melhor escolha.

“Então enviou o Senhor a peste a Israel, desde a manhã até ao tempo que determinou, e de Dã até Berseba, morreram setenta mil homens do povo” (v.15). 



“Quando Davi viu o anjo varrendo a terra....viu o anjo do Senhor, que estava entre o céu e a terra, com a espada desembainhada na mão, estendida contra Jerusalém; então Davi e seus anciãos, cobertos de panos de saco, se dobraram com o rosto em terra. E Disse Davi a Deus: não sou eu o que disse que se contasse o povo? Eu é que pequei; eu é que fiz muito mal; porém estas ovelhas que fizeram? Ah! Senhor, meu Deus, seja, pois a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai, e não para castigo do teu povo” (vs. 16 e 17).

O pecado não é um bom jardineiro da alma. Ele poda a alma até que tudo o que era belo se torna feio; até que todos os seus altos ficam baixos; até que tudo que é promissor vem a ser desperdiçado. A vida se torna então um deserto – ressequido e árido. Fica vazia de proposito; vazia de felicidade. Não é uma porta, apenas uma sepultura.

Conclusão: Resposta de Deus

Edifica um altar “Então o anjo do Senhor disse ao profeta Gade que mandasse Davi subir para levantar um altar ao Senhor na eira de Ornã, o Jebuseu. Edificou ali um altar ao Senhor, e apresentou holocaustos e ofertas pacificas. 

E Deus cessou a epidemia. Assim o Senhor se tornou favorável para com a terra, e a praga cessou de sobre Israel. E o Senhor ordenou que o anjo guardasse sua espada”. (v.27). 





sexta-feira, 24 de abril de 2020


Você tem alguma história?



Uma história sempre nos amarra, nos arrebatando em espírito e nos transportando para cenários reais ou surreais.  Cada um de nós temos uma narrativa que iniciou em nossa infância e nos acompanha até o presente momento. Se parássemos para levantar um fato, ou uma narrativa de cada um de nós, não teríamos folhas suficientes para descrevê-las.

E que história lhe cativou em algum momento da sua infância? Tínhamos lembranças da nossa avó, uma italiana chamada Filomena, que sempre preparava as melhores comidas - tortéis-, aliás as mais gostosas. E, sempre com uma vivacidade impressionante, depois, sentávamos em círculo e ela descascava laranjas para todos os netos. Choramos intensamente quando ela morreu (...) o vazio daquela voz no chamando de “bambino” ainda ecoa como um eco. 

As brincadeiras de infância que ficávamos até tarde da noite divertindo, correndo e no final, cada um contava uma história de terror: lobisomem – uma mistura de lobo com homem -, bicho papão – um ser feioso, cheio de pelos e grandes olhos -, mula sem cabeça, saci Pererê. Alguns pais disseram que tinham visto saci nas roças. Quando íamos dormir, ficávamos com medo, com pavor e tínhamos dificuldades de fechar os olhos.

Me lembro da escola dominical, na Assembleia de Deus de Pirangi, onde se deu minha formação religiosa. Gostávamos muito do presbítero João Vitor – um homem da roça -, que nos contava histórias bíblicas e cantava canções e nós aprendíamos; ele tinha uma alma de criança. Mas, nos cultos à noite, nós dormíamos quase todos os cultos nos ombros dos irmãos e não entendíamos o que está sendo falado no púlpito. Mas, amávamos a escola dominical...

Agora, o que mais nos cativava nesse período, era ouvir histórias do Pastor Joá Caetano. Em disco de vinil, que sentávamos e ficávamos horas ouvindo várias histórias. E havia a história de Davi que nos arrebatava, nos deixava extasiados, quietos, como se estivéssemos na frente de uma televisão, olhando para as cenas. A melhor parte, era quando Davi corre para cima do gigante Golias e lança a pedra em sua fronte e o gigante cai aturdidamente no chão, morto. Quando ele levantava a espada de Golias, todos nos sentíamos  jubilosos, era como se nós tivéssemos com a espada.  E, depois víamos os filisteus fugirem desesperadamente ...  


Infelizmente, nesse período, não tivemos o privilégio de conhecer Jesus como Salvador e Senhor.   Fomos formados   dentro de uma religiosidade patológica, onde tudo era pecado, nada se podia fazer que era mundano, nem torcer para time algum, não podíamos participar de muitas brincadeiras. Quando queríamos jogar futebol entravamos escondidos no campo da cidade, e lá ficávamos todo o tempo. 

Mas, todas as vezes que íamos na casa do Senhor, sentíamos um chamado, uma voz suave, que sussurrava os nossos nomes e ouvíamos com muita clareza a seguinte mensagem: “Voce é meu, você me pertence”. Então, apesar de não termos tido um encontro pessoal e verdadeiro com Cristo, estávamos sendo seguido, olhados e guardados debaixo do seu amor, apesar de vivermos uma vida errante, pecaminosa.

Graças a Deus, que o Senhor nos alcançou, nos salvou, e nos deu uma vida verdadeiramente feliz, autentica. Naquele dia, quando fomos salvos, ouvíamos a mesma voz, a voz da infância, com a mesma ternura, candura, um amor intenso, insofismável. Não aguentamos tanto amor, nos jogamos aos seus pés e nos rendemos ao Nosso Senhor.

De todas as histórias, narrativas, é indelével quando o encontro aconteceu...nunca  esqueceremos.





terça-feira, 21 de abril de 2020


Tempo de conflito -  2 Reis 18


Introdução:

Vivemos tempos excruciantes, difíceis. Além de crises econômicas, sociais e políticas, estamos atravessando pela pandemia do corona vírus. Todos os dias estão contabilizando o numero de mortos, trazendo um cenário de histeria, medo e insegurança.

1)    Ameaças do inferno
Em Efésios 6.12, Paulo nos exorta: “Nossa luta não é contra seres humanos, e sim contra principados e potestades...” As ameaças de Satanás vem do inferno, mas são proferidas pela boca de pessoas.

Você já foi ameaçado? Quantas mentiras, acusações, difamações, calunias, recebemos constantemente! E, todas as ameaças tem uma meta: nos desvalorizar, nos colocar para baixo. Essa mensagem é na sua essência luciferiana. 



2)    Contexto histórico
Israel se dividiu na época de Roboão, filho de Salomão. Enquanto que Ezequias reinava no Sul, reino de Judá, Oséias, reinava no Norte. Em poucos anos, 722 a.C., o império Assírio tomou o reino do Norte. “Os israelitas do Norte foram levados e espalhados” (2 Rs 18.11). Tudo isso aconteceu “porque os israelitas não obedeceram à voz do Eterno e desprezaram a aliança de Deus” (18.12). 


Ezequias começou a reinar com 25 anos. Ele foi um bom rei aos olhos do Eterno, eliminou os altares dos ídolos de fertilidade, derrubou os postes sagrados e destruiu os altares da deusa da prostituição, Aserá. Além disso, queimou a serpente que Moisés havia construído no deserto, chamada Neustã, pois o povo estava se curvando diante dessa imagem.

No décimo quarto ano do seu reinado, o rei Senaqueribe, atacou algumas cidades de Judá e as conquistou (2 Rs 18.13). Em troca da liberdade, o rei Ezequias, ofereceu imposto em forma de ouro e prata. O imposto foi de dez toneladas e meia de prata e cinquenta quilos de ouro. Então, o rei de Judá tirou o ouro das portas do templo e dos batentes e entregou ao rei da Assíria (vs.14 -16).  ATÉ O DIA EM QUE O REI DE JUDÁ NÃO ACEITOU MAIS ESSA COBRANÇA DE IMPOSTOS E SE REBELOU...ENTÃO SENAQUERIBE ENVOU O SEU MENSAGEIRO.

3)    AMEAÇAS
Primeiro, o rei questionou a fé de Ezequias. “Dizei a Ezequias: Assim diz o grande rei da Assiria: Em que você confia, que lhe dá tanta segurança? Pensa que meras palavras podem substituir experiência e força militar? Com que você conta para se rebelar contra mim? Com o Egito? Se você se apoiar no Egito, ele será como um junco que se quebra sob seu peso e perfura sua mão. O faraó, rei do Egito, não é digno de nenhuma confiança!” (2 Rs 20-21) 


Segundo, o rei está sozinho. O Egito não vai ter ajudar: é um caniço quebrado, que espeta e fere a mão.

Terceiro, Deus não está preocupado com você, mas com o seu santuário. “Talvez vocês digam: Confiamos no Senhor, nosso Deus! Mas não foi a ele que Ezequias insultou? Ezequias não destruiu os santuários e altares dele e obrigou todos em Judá e Jerusalém adorarem somente no altar em Jerusalém? (v. 22)

Quarto, a presunção vai além dos limites. “Vou lhes dizer uma coisa: façam um acordo com meu senhor, o rei da Assiria. Eu lhes darei dois mil cavalos se forem capazes de encontrar homens em numero suficiente para montá-los” (v. 23).

Quinta, agia “em nome de Deus. “Porventura eu teria vindo atacar e pelejar contra este povo sem o consentimento de Deus? Ora, foi o Senhor que ordenou: ataca e destrói esta terra”. (vs. 31, 32).

Conclusão: Deus envia resposta
Ezequias se quebrou e orou: “Quando o rei Ezequias ouviu o relato, rasgou as roupas, vestiu-se com panos de saco e entrou no templo do Senhor” (2 Rs 19.1)

“O Senhor, o Deus de Israel, que estás entronizado entre os querubins! Só tu és Deus de todos os reinos da terra. Sim, tu criaste os céus e a terra. Inclina teus ouvidos, ó Senhor, e ouve! Abre os teus olhos, ó Senhor, e vê! Ouve as palavras com as quais Senaqueribe desafia o Deus vivo (...) Agora, Senhor, nosso Deus, salva-nos do poder desse rei; então todos os reinos da terra saberão que somente tu, Senhor, és Deus!”  (2 reis 19.15-19). 


A resposta de Deus: Estou contigo, vou comprar sua briga.
“’Mas eu o conheço bem: sei onde estás e seu de suas  idas e vinda; sei como se enfureceu contra mim. E, por causa de sua raiva contra mim e de sua arrogância, que eu mesmo ouvi, porei minha argola em seu nariz e meu freio em sua boca. Eu o darei voltar pelo mesmo caminho por onde você veio” (vs. 27 e 28).

“E assim diz o Senhor a respeito do rei da Assíria: “Seus exércitos não entrarão em Jerusalém, nem dispararão contra ela uma só flecha. Não marcharão com escudos fora de suas portas, nem construirão rampas de terra contra seus muros. O rei voltará à terra dele pelo mesmo caminho por onde veio. Não entrará na cidade, diz o Senhor. (vs. 32 2 33).