terça-feira, 27 de novembro de 2018


Prega a Palavra  2 Tm 4.1-5


Este capítulo quatro, contém as últimas palavras do apostolo Paulo, antes do seu martírio em Roma. Por trinta anos ininterruptos trabalhara como apostolo e evangelista itinerante. Fez, na verdade, o que ele mesmo escreve aqui “combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé” (v.7). Agora, ele aspira por seu prêmio “a coroa da justiça, que já lhe estava reservada no céu” (v.8).

“Conjuro-te, perante Deus”, que significa “testifica sob juramento”; “numa corte de justiça”, ou “adjurar” (jurar, confirmar por juramento) uma testemunha a assim proceder. A exortação de Paulo é endereçada, a Timóteo e, aplicada a cada homem chamado a um ministério evangelístico ou pastoral, ou mesmo a todo os cristãos.

1)    A  natureza da exortação (v.7)
“Prega a palavra insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina”.

“Prega a Palavra”. É a palavra de Deus, que Deus mesmo proferiu. É idêntica ao “depósito”, do capítulo 1, e neste quarto capitulo é equivalente a “sã doutrina” (v.3), “a verdade” (v.4) e “a fé” (v.7). São as escrituras do Antigo Testamento, inspiradas por Deus (THEOSPNEUTOS) e proveitosas que Timóteo sabe desde a sua infância, junto com o ensino dos apóstolos de Cristo, que Timóteo “tem seguido”, “aprendido” e de que tem sido “inteirado” (2 Tm 3.10-14).

COMO IGREJA, NÃO TEMOS NENHUMA LIBERDADE PARA INVENTAR NOSSA MENSAGEM, MAS SOMENTE PARA COMUNICAR “A PALAVRA” PROFERIDA POR DEUS E AGORA ENTREGUE À IGREJA, EM SAGRADA CUSTÓDIA.

a)     Uma pregação urgente
O verbo ephistemi “INSTAR” significa literalmente “assistir” e assim “estar de prontidão”. “Estar disponível”, “nunca perca o sentido de urgência”. O pregador sabe que está tratando de assunto de vida e morte. Anuncia a situação do pecador aos olhos de Deus, e a ação salvadora de Deus, através da morte e ressureição de Cristo, e o convida ao arrependimento e á fé.

“a tempo e fora de tempo”. “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não”. Não temos desculpas para negligenciar essa exortação de Paulo, porque, infelizmente, gostamos do nosso comodismo, dos nossos hobbies, etc., enquanto que as pessoas sem Cristo, se perdem (Rm 1.14). 



B) uma pregação contextual
O pregador que anuncia a Palavra deve corrigir, repreender e exortar. Ele deve usar “argumentos, repreensão e apelo”, o que vem a ser quase uma classificação de três abordagens: a intelectual, a moral, e a emocional. Porque muitas pessoas acham-se atormentadas por duvidas e precisam ser repreendidas; outras, ainda são perseguidas pela dúvida e precisam ser encorajadas.

c)     Uma pregação paciente
Mesmo devendo instar – esperando obter das pessoas rápidas decisões em resposta à Palavra – devemos ter “toda longanimidade” na espera por essa resposta. Nunca devemos nos valer do uso de técnicas humanas de pressão ou tentar forçar uma “decisão”. A nossa responsabilidade é ser fiel na pregação da palavra; os resultados da proclamação são de responsabilidade do Espírito Santo e quanto a nós, só nos compete esperar pacientemente por sua obra.

O pastor Francis Chan revelou que depois de 30 anos orando para que seu melhor amigo reconhecesse Jesus Cristo como seu Salvador, ele foi finalmente capaz de batizá-lo. Ele destaca que a oração persistente foi essencial. Ele declarou com base em 2 Corintios 4.3-6: “Todos nós andamos em completa escuridão espiritual a menos que Deus decida nos iluminar. De alguma maneira misteriosa, Deus brilha luz no coração de uma pessoa para que ela veja a beleza do Evangelho. Nenhum esforço humano pode produzir isso. A salvação é um milagre de Deus”. 



d)    Uma pregação inteligente
“Com toda doutrina”. Temos dois termos para pregação no original: Kerygma e didachê. Kerygma é a proclamação de Cristo aos descentes, com um apelo ao arrependimento; didachê é instrução ética aos convertidos. Nosso Kerygma deve conter muito de didachê. Existe uma necessidade crescente, especialmente em vista do continuo processo de urbanização e da elevação dos padrões de educação, dos cristãos desenvolverem um ministério de pregação com exposição bíblica sistemática, para “pregar a palavra... com toda doutrina”. Isso foi exatamente o que o próprio Paulo fez em Éfeso por cerca de três anos, ele ensinou “publicamente e pelas casas ... todo o conselho de Deus” (Atos 20.20-21).

2)    A base da exortação (vs. 3-5).

a)     O Cristo que vem (vs. 1 e 8)
Mesmo sabendo que morrerá antes da vinda de Jesus, ainda assim continua esperando pela volta de Jesus. Paulo vive à luz desse acontecimento e descreve os cristãos como aqueles que amam a vinda de Cristo (v.8). Ele está seguro de que Cristo voltará de forma visível (epiphaneia, v.1 e v.8), e que, quando aparecer “há de julgar os vivos e os mortos” e consumar o “seu reino” e poder. 



b)    O cenário prevalecente (vs. 3-5).
Como são esses tempos? As pessoas não podem suportar a verdade. “Não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças”. Ou, versão a Mensagem: “Você descobrirá que daqui a um tempo o povo não vai mais ter estomago para ensino sólido, no entanto, vão se encher de alimento espiritual estragado – mensagens cativantes que combinam com suas fantasias”. “E SE RECUSARÃO A DAR OUVIDOS À VERDADE, ENTREGANDO-SE ÀS FABULAS” (V.4).

Em outras palavras, tais pessoas não podem suportar a verdade e recusam-se a ouvi-la, buscando, então, mestres que adaptem suas fantasias especulativas, nas quais estão determinados a andar. Elas sofrem de uma condição PATOLÓGICA peculiar, conhecida como “COCEIRA NOS OUVIDOS” ou “FOME DE NOVIDADES”.

Notemos que o que rejeitam é a “sã doutrina” (v.3) ou “a verdade” (v.4) e o que preferem são “as suas próprias cobiças ou fabulas” (v.4). O critério pelo qual julgam os mestres não é a Palavra de Deus, MAS O SEU PROPRIO GOSTO SUBJETIVO. Ainda mais, não ouvem primeiro para depois decidir se o que ouviram é verdade; primeiro decidem  que querem ouvir e depois escolhem mestres que são obrigados a manter o padrão por eles exigido. 



Conclusão: E, agora, Timóteo?
Novamente, pela terceira vez Paulo usa aqueles dois pequenos monossílabos “Tu, porém” (cf 3.10,14), e lhe deixa quatro conselhos:

a)     Por serem pessoas instáveis de mente e conduta, Timóteo deverá acima de tudo ser sempre “sóbrio”. Literalmente “nepho” que significa estar sóbrio, e, figurativamente, “livre de qualquer forma de embriaguez mental e espiritual”. Sendo, pois, “bem equilibrado, autocontrolado”.

b)     Mesmo que o povo não queira dar ouvidos ao seu bom ensino, Timóteo deve persistir em ensinar, predispondo-se  suportar aflições, por causa da verdade que ele se recusa a comprometer.

c)     Timóteo deve fazer o “trabalho de um evangelista” porque o povo é ignorante a respeito do verdadeiro evangelho.

d)    “Cumpre teu ministério”. Mesmo que as pessoas abandonem a verdade em favor dos mestres que lhes cocem com idéias fantasiosas; Timóteo dever cumprir o seu ministério.



quarta-feira, 21 de novembro de 2018


Tu porém – 2 Timóteo 3.10-17



Introdução:

Paulo, dirige-se duas vezes a Timóteo com dois pequenos monossílabos “Tu porém”. Cada cristão é chamado a ser diferente do mundo “Que o mundo que nos rodeia não vos comprima nos seus próprios moldes” (Romanos 12). NÃO DEVEMOS SER COMO UM “CANIÇO AGITADO PELO VENTO” (Mt 11.7) QUE SE DOBRA SOBRE SI MESMO EM QUALQUER DIREÇÃO QUE O VENTO SOPRAR; PELO CONTRÁRIO, DEVEMOS SER COMO A ROCHA FIRME, QUE NÃO SE ABALA NEM MESMO COM UMA TORRENTE QUE DESCE PELA MONTANHA.

            A dupla exortação do apostolo Paulo a Timóteo, feitas nos versículos 10 e 14, pode ser parafraseada da seguinte forma: “Tu, porém, a despeito de toda doutrina falsa existente, tens seguido a minha doutrina e o meu modo de viver, e também o meu propósito, a minha fé, a minha paciência, o meu amor, a minha persistência e as minhas perseguições e os meus sofrimentos... os homens iníquos e charlatães (curandeiro que diz possuir remédios milagrosos), enganando a outros e a si próprios sendo enganados, ainda irão de mal a pior. Tu, porém, não deves ir além ou aquém, nem se desviar para qualquer outra direção diferente do meu ensino. Pelo contrário, fica firme, permaneça naquilo que aprendeste, naquilo em que creste, porque bem sabes de quem o aprendestes”.

1)   Passado (vs. 10-13).

Paulo está fazendo Timóteo lembrar-se não somente de que ele “conheceu plenamente”, ou “OBSERVOU” a doutrina  e a conduta do apóstolo, como se fosse um mero estudante imparcial, mas também de que ele se tornou um dedicado discípulo seu. Sem dúvida no inicio ele teve dificuldade para entender o sentido da instrução dada por Paulo, mas foi em frente. Ele se apossou do ensino, creu nele, absorveu e viveu de acordo com o mesmo. Do mesmo modo começou, sem dúvida, por observar o modo de vida do apostolo, mas depois passou a imitá-lo (1 Co 11.1; Fl 3.17). 



Os homens descritos nos versículos iniciais seguiam suas próprias inclinações (amavam a si mesmos, o dinheiro e os prazeres). Timóteo, por outro lado, seguia um modelo totalmente oposto, isto é, o ensino e o exemplo de Paulo, apostolo de Cristo: “Pois os homens serão egoístas ... Eles serão e farão isso e aquilo. Tu, porém, Timóteo, seguiste a mim, o meu ensino, a minha conduta, etc...

a)    A quem seguir?

Timóteo tinha observado e tentado imitar o “modo de viver” (conduta, tipo de vida) de Paulo, “a sua aspiração na vida” (ambições espirituais), a sua fé (fidelidade, “combati o bom combate e guardei a fé”), a sua paciência (longanimidade em relação às pessoas irritantes), o seu amor (para com Deus e o homem – eros ou ágape?) e a sua perseverança (a capacidade de suportar pacientemente situações penosas).

A referencia a “perseverança” ou “paciência” conduz naturalmente às “perseguições” e “aflições” que Paulo tivera que suportar. Ele menciona particularmente três cidades da Galácia: Antioquia, Icônio e Listra. Timóteo morava em Listra e presenciou  a ocasião em que o apostolo foi apedrejado pelo povo (Atos 14.19). Talvez a coragem de Paulo e a cura de um coxo, tenham contribuído para a conversão de Timóteo.

“Pois todos os cristãos que em Cristo Jesus, querem viver piedosamente, serão perseguidos”. Assim, também foi com o Nosso Senhor: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como todavia, não sois do mundo, pelo contrário dele vos escolhi; por isso o mundo vos odeia” (Jo 15.18-20).

 1) AQUELES QUE ESTÃO EM CRISTO, MAS NÃO NO MUNDO, NÃO SÃO PERSEGUIDOS, PORQUE NÃO ENTRAM EM CONTATO, EM CONFLITO COM OS SEUS PERSEGUIDORES, EM POTENCIAL. 2) AQUELES QUE ESTÃO NO MUNDO, MAS NÃO EM CRISTO, TAMBÉM NÃO SÃO PERSEGUIDOS, PORQUE O MUNDO NADA VÊ NELES PARA OS PERSEGUIR. OS PRIMEIROS (1) ESCAPAM DA PERSEGUIÇÃO RECUSANDO-SE O MUNDO; OS ULTIMOS PELA ASSIMILAÇÃO DAS COISAS DO MUNDO. A PERSEGUIÇÃO É INEVITÁVEL SOMENTE PARA AQUELES QUE ESTÃO SIMULTANEAMENTE NO MUNDO E EM CRISTO JESUS.

“Mas, os perversos e impostores andarão de mal a pior...”. A segunda palavra significa “feiticeiro” “impostor”. O apostolo não lhes atribui sinceridade; são “enganadores”. Tais homens “irão de mal a pior”.

2)   Futuro

Paulo inicia uma sentença com “Tu, porém”, distinguindo Timóteo dos homens perversos e impostores. Eles irão de mal a pior, ao passo que ele deve “permanecer” ou continuar, naquilo que aprendeu e creu.

Intimações desse tipo não são fora do comum nas paginas do Novo Testamento (cf. 2 joao 5). Diante de tantas “teologias” essa intimação é demasiadamente importante. Alguns homens radicais modernos estão anunciando conceitos de Deus e de Cristo, que Jesus e seus apóstolos nunca reconheceriam como sendo seus (1 Joao 4.2-3). Diante desse fato, ouçamos o conselho do Nosso Senhor Jesus Cristo: “Não há quem, após ter bebido vinho velho, queira do novo. Pois diz: o velho é que é bom” (Lc 5.39).

Os próprios apóstolos advertiam constantemente quanto às “novidades” e os chamavam sempre a retornar à mensagem apostólica original. João declara que “todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece, não tem Deus” e exorta o seu rebanho: “permanecer em vós o que ouviste desde o princípio” (2 Joao 9; 1 João 2.24).

Porquê? Timóteo deve permanecer naquilo que aprendeu, porque sabe de quem aprendeu. E quem era ele? O APOSTOLO PAULO! Paulo conduziu Timóteo a Cristo (2 Tm 1.2) e lhe impôs as mãos em sua ordenação (1.6), exortou sobre o dom que recebera do Espírito Santo e, que Deus não lhe havia dado o espírito de covardia, mas de amor, poder e moderação. Nos dois primeiros capítulos o apostolo pede a Timóteo que conserve “o padrão das sãs palavras que de mim ouviste” (1.13) e depois, que transmite a outros “o que de minha parte ouviste” (2.2).

Conclusão:

“Toda escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreende, para corrigir, para instruir em justiça. Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra”. 



1)    Toda escritura é inspirada por Deus. Ela é soprada por Deus (theopneustos).

2)    A escritura “é útil ao ensino”. V.15 “as sagras letras podem tornar-te sábio para a salvação”. Então, a Bíblia ensina fatos da salvação: a criação do homem à imagem e Deus; sua queda em pecado e o consequente juízo; o permanente amor de Deus para com o ser humano; o eterno plano de Deus para salvá-los através de seu filho, Jesus Cristo; a morte de Jesus e sua ressureição; a vida nova que recebemos de Cristo e a salvação eterna das nossas vidas.

3)    A escritura “é útil para ensinar a fé e corrigir o erro”, quando à conduta, ela é útil  para orientar a vida do homem e ensiná-lo a viver. 



terça-feira, 13 de novembro de 2018


 “O Espírito sopra onde quer...”  João 3.8


Introdução: Quem é o Espírito Santo?
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador, a fim de que esteja sempre convosco (Jo 14.16)”. A expressão “outro consolador”  (em grego ALLOS – outro da mesma espécie e tipo) indica que o Espírito Santo é alguém como Jesus, uma personalidade distinta do Pai e do Filho. A palavra “Advogado” vem do latim advocatus, que é o equivalente exato do adjetivo verbal passivo grego parakletos (1 Jo 2.1), formado pelas palavras gregas PARA (ao lado de) e KLETOS (chamado). Quando Jesus se refere ao outro,   quer dizer que o outro advogado é igual a ele em tudo, mas viverá dentro dos crentes para orientá-los e defende-los para sempre. O Espírito Santo é onisciente (1 Co 2.10,11), onipresente (Sl 139.7-8) e onipotente (Gn 1.1-2; Sl 104.30).  

O Espírito Santo tem inteligência:   1 Co 2.10,11:  “Mas Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus. Pois, quem dentre os homens conhece as coisas do homem, a não ser o espírio do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser o Espirito de Deus.

O Espírito Santo tem vontade:  1 Co 12.11: “Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer”.

Emoções ou sentimentos: “Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção”. Efésios 4:30;   “Ou vocês acham que é sem razão que a Escritura diz que o Espírito que ele fez habitar em nós tem fortes ciúmes”? Tiago 4:5

Ensina:   Mas quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade. Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e o tornará conhecido vocês. João 16:13,14

“O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai...” - NVI

Jesus está dizendo que “assim como você pode ouvir o vento, mas não pode dizer de onde ele vem ou para onde vai depois, assim é com o Espírito” - BV

Portanto, quero considerar este verso da Bíblia, João 3.8: “O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai...”. Esta é uma palavra de Jesus dita para Nicodemos. Esta palavra apresenta quatro verdades sobre o Espírito Santo.

1) Em primeiro lugar, Jesus associa o Espírito Santo a um vento que sopra. 

a) A primeira qualidade é que o Espírito Santo é livre
Jesus observou e disse: “o vento sopra aonde quer” – e assim é o Espírito Santo. Que Jesus estava falando? ...Ele falava da ação do Espírito Santo, do mover do Espírito de Deus. Jesus estava dizendo: “Nicodemos, a ação do Espírito Santo, a maneira do Espírito de Deus operar, é como o vento!

A lição então, é essa: ...que não há nada que você possa fazer a respeito do vento: não há como proibir... não há como decretar uma lei proibindo o vento de soprar... não há autoridade alguma que diga: “Aqui o vento não sopra”, pois o vento sopra aonde quer soprar.

O papa não pode impedir do vento soprar na Igreja Católica... a convenção religiosa não pode impedir do vento soprar dentro da igreja... os teólogos podem escrever livros negando o mover do Espírito Santo, mas o Espírito é livre... o Espírito sopra aonde quer (e, muito freqüentemente, o Espírito Santo sopra onde a gente não quer); ...por que? Ele é livre!

Se você ler o livro de Atos, verá que isto é muito claro: o Espírito Santo é livre. Ele fez (e continua fazendo) com que pessoas simples, pessoas desconhecidas, se tornem ilustres embaixadores do Rei Jesus sobre a terra.

É fantástico o que lemos, por exemplo, no capítulo 2 do livro de Atos!
Está escrito que pessoas simples, homens que viviam da pesca, gente simples de tudo, porém, foram tocadas pelo Espírito Santo e, diz o v.11, que elas, ao saírem para as ruas de Jerusalém, deixaram as elites religiosas de “boca aberta”, porque falavam das grandezas de Deus. O Espírito Santo soprou sobre gente simples... Ele é livre e por isso sopra onde quer! 



O Espírito é tão livre que Ele, freqüentemente, libera a bênção por meios estranhos, como a perseguição, por exemplo. Aqui mesmo em Atos, no capítulo 8, lemos que a igreja que havia sido enviada a pregar ao mundo inteiro (porque para ela Jesus havia dito: “ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”), contudo, essa igreja estava acomodada em seu lugar, estava esquecida de alcançar os perdidos, dando-lhes testemunho...

Então, sabe o que fez o Espírito Santo? ...nós lemos em At 8.1 e 2, que Ele mesmo, fez uma perseguição cair forte sobre a igreja e que, por causa dessa perseguição, a igreja se espalhou por todo lugar.

Agora, irmão, você poderia imaginar um plano mais estranho do que este? Eu penso que jamais iríamos pensar em perseguição como algo útil e bom para a pregação do Evangelho...Mas a perseguição, do ponto de vista divino, faz bem, aduba, irriga, fertiliza, prepara a igreja – e assim é, porque o Espírito Santo é diferente de mim e de você, Ele é livre pra soprar onde quer soprar.

“O sangue dos mártires é a semente da igreja”, Tertuliano. Justino, o mártir, era judeu e nasceu em Siquém, Samaria. A sua conversão ocorreu quando assentado em uma arena onde os cristãos morriam, por causa da sua fé em Cristo. Ele perguntou para si mesmo: como? De onde vem essa coragem de enfrentar gladiadores, leões, ursos, etc. Ali, se deu a conversão desse pai da igreja.

Veja outro exemplo, agora em At 9.
O v.1 diz que Saulo “não parava de respirar ameaças, não parava de ameaçar de morte os seguidores do Senhor Jesus”.

Pois bem, qual a junta missionária que teria imaginado transformar Saulo de Tarso em pregador do evangelho de Jesus Cristo? Nenhuma! ...a igreja não deixaria! Agora, o Espírito Santo é livre. Ele viu Saulo, assanhado, alvoroçado, respirando ameaças contra os cristãos...

O Espírito Santo olhou pra ele e disse: “Eu vou soprar na vida desse homem. Eu vou leva-lo a virar o mundo de cabeça pra baixo. Eu vou mostrar a ele o prazer de sofrer pelo meu Nome... eu vou mostrar a ele como é gostoso ficar cheio do Espírito Santo... eu vou transforma-lo!” E todos sabemos que obra o apóstolo Paulo fez para Deus! 


O Espírito Santo é livre e por isso, freqüentemente, Ele sopra aonde a igreja não dá permissão pra Ele soprar. Freqüentemente, o povo de Deus diz “não” e Deus diz “sim” ...muitas vezes a igreja diz pra Deus só agir desta forma, e Deus age de todas as formas. O Espírito de Deus é livre!

Vamos agora ao capítulo 10 de Atos. “A maior dificuldade não é o Espírito se revela ao homem sem Deus, mas convencer os cristãos”. Como aconteceu com o apostolo Pedro (Atos 10.11-16). Quando Pedro estava pregando o Evangelho na casa de Cornélio... e a certa altura, diz o v.44: “Quando Pedro ainda estava falando, o Espírito Santo desceu sobre todos os que estavam ouvindo a mensagem. Os judeus seguidores de Jesus que tinham vindo de Jope com Pedro ficaram admirados por Deus ter derramado o dom do Espírito Santo sobre os não-judeus. Pois eles ouviam os não-judeus falarem em línguas estranhas e louvarem a grandeza de Deus...”,

O Espírito de Deus sopra onde quer!
No capítulo 27 de Atos, lemos da viagem de Paulo para Roma, uma viagem de navio, diz o v.2. A partir do v.13 sabemos que esse navio naufragou... a situação de todos naquele navio era tão perigosa que, no final do v.20 se registrou o que alguém disse: “...perdemos toda a esperança de nos salvarmos”. O acidente era trágico!

Mas, irmãos, por causa desse naufrágio, dessa tragédia, o capítulo 8 vai mostrar que uma ilha inteira, a ilha de Malta, foi alcançada com a mensagem do Evangelho. Será que tem alguém hoje vivendo uma tragédia? ...alguém vivendo dentro de um navio naufragado? O Espírito Santo sopra onde quer e Ele tem poder para transformar sua vida, para transformar seu navio naufragado, num instrumento de bênção para muita gente.


b ) Em segundo lugar, Jesus disse que o Espírito Santo é misterioso. 

O vento sopra aonde quer. Ouves a sua voz, mas não sabes de onde veio e para onde vai.

Jesus disse: “Não sabes, porque o Espírito Santo é misterioso!”. Primeiro Jesus disse: “Tu não sabes de onde ele vem!”.

A gente pode dizer que o crescimento da igreja virá através dos jovens, e Deus começa esse crescimento com as irmãzinhas da terceira idade. A gente pode achar que do grupo de louvor, virá o despertamento espiritual, e o despertamento começa nos pequenos grupos...

Preste atenção, ninguém sabe de onde vem.

Vem do Espírito e, é só isso que podemos saber – de onde vem não sabemos, por isso, nosso coração precisa estar aberto para todas as possibilidades.

Freqüentemente, julgamos as pessoas... algumas chamamos de pessoas abençoadas... mas,  Deus pode estar abençoando, Deus pode estar ungindo aquele que não imaginamos ser ungido ou abençoado!

De vez em quando Deus levanta aqueles que nós jamais pensaríamos em levantar!

Considere os profetas do Velho Testamento; você acha que eles vieram da escola de teologia, da casa dos profetas?
Onde estava o profeta Eliseu? ...no campo, arando a terra.
Onde estava Amós? ...na fazenda, ele era boiadeiro.
Onde estava Isaías? ...dando aula em Jerusalém.
Onde estavam Jeremias, Ezequiel? ...no meio do povo.

Ah! Isso deve nos fazer dizer: “Espírito Santo, eu não sei de onde vens, não sei pra onde vais, por isso, me faça sensível pra nunca colocar minha vida como obstáculo do Teu mover, do Teu soprar, do Teu agir”.

3) O Espírito é para ser contido ou entendido, é pra ser obedecido.

O Espírito Santo fala aos nossos corações. Fala com o homem que está em frangalhos; fala com a mulher que está angustiada; fala com o pai de família desempregado, desesperado. O Espírito fala, sempre falará...

O livro de Atos 8, fala de Felipe.
Diz o v.5 que ele estava pregando o Evangelho em Samaria, estava numa campanha evangelística em que milhares de pessoas estavam sendo curadas. Mas de repente, lemos lá no v26, um anjo do Senhor apareceu e disse: “Felipe, largue esta multidão aqui e vá para um caminho que está deserto”.

Veja: isto é uma coisa absolutamente absurda

Ninguém com bom senso deixa uma multidão por um deserto, uma cruzada evangelística por um caminho empoeirado.

Mas Felipe foi. Ele não sabia de onde vinha e pra onde ia o vento do Espírito, por isso ouviu a voz do Senhor e foi.

Então, lemos o v.30, ele encontrou um etíope (um homem que era ministro do tesouro da Etiópia) e pregou a Palavra de Deus pra ele.

Sabe o que aconteceu? ...o evangelho viajou no coração daquele homem pra mais longe, num impacto que Felipe, sozinho, jamais poderia conseguir. 



Outrossim, Paulo e Silas estão na segunda viagem missionária. Passam algum tempo em Derbe e Listra (onde conhece Timóteo e os carregam consigo). Depois passam em Icônio e Antioquia da Psídia, estavam indo em direção a Colossos e depois, Efeso. Mas, o Espírito Santo os impediu de pregar a palavra (Atos 16.6). Quando vão para Trôade (terra de Lucas), Paulo tem uma visão de um homem macedônico que estava em pé e lhe rogava: “passa a macedônia e ajuda-nos”.

Conclusão: Enchei-vos do Espírito

MAS, ENCHEI-VOS DO ESPÍRITO! Em primeiro lugar, o verbo está no modo imperativo. “Enchei-vos”, ser cheio é obrigatório e não opcional. 

Em segundo lugar, está na forma do plural, é endereçado á totalidade da comunidade cristã . Em Atos 2.17-18: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E os vossos velhos sonharão sonhos; E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão” (Atos 2:39).

Em terceiro lugar, está na voz passiva. O sentido é “deixai o Espírito Santo encher-vos”. Temos que evitar com arrependimento tudo quanto entristeça o Espírito Santo e ser receptivo a sua voz.

Em quarto lugar, está no tempo presente. Quando Paulo nos diz: Enchei-vos do Espírito, o que subentende que devemos nos encher todos os dias da presença de Deus. 


terça-feira, 6 de novembro de 2018


Os últimos dias  -  2 Tm 3.1-9


Introdução: 
Paulo estava deitado em sua cela, prisioneiro do Senhor. Sua mente vagueia pensando ora na maldade dos tempos, ora na timidez de Timóteo. Timóteo é tão fraco, e a oposição tão forte! Assim o apostolo começa com um vivido esboço desse cenário, e, em oposição e a despeito da fraqueza de temperamento de Timóteo, exorta-o a continuar fiel ao que aprendera.

1)    Sabe, porém, isto...
PORQUE SERÁ QUE PAULO INICIA ESTE CAPITULO DANDO UMA ORDEM TÃO ENFÁTICA A TIMÓTEO? É que ele quer enfatizar que a oposição à verdade não é uma situação passageira, mas uma característica, permanente da presente era. Nós também devemos “SABER ISTO”, ficando bem cônscios dos perigos e dificuldades que nos assediarão, se permanecemos firmes na verdade do evangelho.

“Nos últimos dias”
Pelo Novo Testamento entendemos que “os últimos dias” chegou com Jesus Cristo, e que com a sua vinda, a era antiga já havia passado. Foi assim que Pedro, no dia de Pentecostes, se referiu à profecia de Joel, dizendo que: “Nos últimos dias” Deus derramaria o seu Espirito sobre toda a carne, e declarou que essa profecia então se cumpria. “OCORRE QUE FOI DITO PELO PROFETA JOEL”. Em outras palavras, “os últimos dias” a que se referia a profecia, chegaram (Atos 2.17). Assim também a carta aos hebreus começa com uma afirmação e que Deus antigamente falara aos pais através dos profetas, e a nós falou “nestes últimos dias” pelo filho (Hb 1.1-2). 



Sobrevirão tempos difíceis”
Quando o navio da igreja foi posto no mar, não lhe foi dito que esperasse uma travessia serena e calma; ele tem sido golpeado por tormentas e tempestades e até por furacões. Paulo chama este período de “TEMPOS DIFICEIS”. O Adjetivo grego CHALEPOS significa basicamente “duro” ou “difícil”, “negros”, podendo ser tanto no sentido de “difícil de suportar”, como também no sentido de “difícil de se lidar”; “tempos trabalhosos”, “perigosos” e “ameaçados” (Mt 8.28). 



2)    Os homens serão...

a)    Conduta moral
Nestes três versículos, o apóstolo emprega nada menos do que dezenove expressões. A primeira diz que são “egoísta”, ou “amigos de si próprios” ou “amantes de si mesmos”; e a ultima diz (v.4) que não “são amigos de Deus”, o que deveriam ser. De fato, em quatro das dezenove expressões entra o termo amor. Ao invés de serem, em primeiro lugar, “amigos de Deus” são “egoístas” (“amigos de si mesmos”), “avarentos” – amigos do dinheiro – “amigo dos prazeres”.

b)    Conduta social
Os homens egoístas tornam-se “jactanciosos”, “arrogantes” e ‘blasfemadores”  (v.2). A primeira “jactanciosos” significa gente arrogante que gosta de impressionar as pessoas em conversas, fanfarrões – bagunceiros, que gostam de dar festas onde estiverem. A segunda “arrogantes” é “altivo” ou “soberbo”, “suposta superioridade” ou seja, tem uma opinião exagerada de si mesmo. A terceira “blasfemadores”, os que tem uma opinião exagerada sobre si mesmo, inevitavelmente menosprezam os outros e deles falam mal. 


 c)     Vida familiar
No grego original, cada um desses termos inicia com a letra ALPHA. Portanto, as próximas cinco palavras descrevem o inverso daquilo que Deus deseja.

As duas primeiras palavras são: “desobediente aos pais e mães”, a quem os deve honrar (Mt 15.4); “Ingratos” que é a negligencia em perceber o valor do sacrifício de outro indivíduo. Refere-se a um esquecimento deliberado do passado por causa da ganancia cega ao presente.

“Irreverente”, refere-se aos que não tem um relacionamento com Deus. São aqueles indivíduos egoístas que vivem na secularidade, sem qualquer ligação com as coisas santas de Deus e mais que isso, sem qualquer desejo por essas coisas.

“Desafeiçoados”, “sem afeição”, “sem coração”, aplica-se a pessoas que não demonstram nem mesmo as afeições mais básicas por seus irmãos, pais ou filhos.

“Implacáveis”. É a pessoa que não está disposta a se reconciliar. Pergunta: Há alguém que você precisa perdoar? Se houver, é bem provável que seja alguém da sua família, ou da sua igreja. O que impede de tomar a iniciativa e buscar reconciliação? (Ef 4.32).

d)    Sem norma
“Caluniadores” (“diaboloi”, literalmente “diabo”). Caluniar é divulgar informações que não temos coragem de dizer na presença da pessoa em questão. 


“Sem domínio de si”. A pessoa não apenas é incapaz de controlar sua língua como, pior, é incapaz de conter a si mesmo, especialmente no que se refere à luxuria corporal.

“Cruéis”. É uma atitude selvagem, sem nenhum traço de compaixão, ou sensibilidade. É um termo para se referir a animais bravios que atavam sem piedade, traduzido como “violentos”, “feroz”, “brutal” e “desumano”.

“Inimigos do bem”, ou, alguém que “não ama” o bem. É aquela pessoa que perdeu o paladar para as coisas éticas e morais e se sente mal na presença de indivíduos verdadeiramente piedosos.
“Traidores” aparece ligado ao nome de Judas Iscariotes, considerado traiçoeiro (Lc 6.16). É uma palavra usada para se referir a quem se volta contra você. A exemplo de Judas, é aquela pessoa que o acompanha durante anos e aparenta ser seu amigo. Contudo, certo dia, sem nenhum aviso, o indivíduo o surpreende agindo com deslealdade, fingimento e traição.
“Atrevidos e enfatuados”. O primeiro se refere as pessoas cujo modo de agir é impulsivo e irresponsável. O segundo, se refere ao sujeito cuja arrogância chega às raias da insanidade.
Conclusão
“Forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder (v.5). Pessoas que frequentam a igreja, mas era forma sem poder, aparência externa, sem realidade interna, religião sem moral, fé sem obras. 


“Conquistam mulheres” o verbo “cativar” é fazer “prisioneiro de guerra”. Era um método furtivo, secreto e manhoso. Entrando pela porta  dos fundos e não pela principal. Escolhendo uma hora em que os homens estavam ausentes, eles concentravam a sua atenção em “mulherinhas”. Um termo de desprezo para mulheres OCIOSAS, TOLAS E SEM FIRMEZA. Dois aspectos: Primeiro, eram moralmente “carregadas de pecados, afetadas por várias paixões”; segundo: eram intelectualmente fracas, instáveis, crédulas e ingênuas. Elas “aprendem sempre” mas também “jamais pode chegar ao conhecimento da verdade”.