quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

 O homem da mão mirrada Mc 3.1-6 

Nosso maior erro como igreja é valorizar o sacrifício e esquecer da misericórdia. Ou, valorizar o culto, os louvores, a palavra ofertória, a guarda de um dia santo, etc. E não atentar para a misericórdia, a necessidade das pessoas. Alias, os fariseus estavam muito preocupados com o sábado, com suas ordenanças, o que podia ou não fazer. Em Oséias diz: “Eu quero misericórdia e não sacrifício” (Os 6.6).

1)     Um culto acontecendo

Jesus entrou numa sinagoga em um dia de sábado para cultuar. Aliás, ele tinha o habito de cultuar, de estar no templo, adorando, lendo as escrituras e aprendendo. Então, se Jesus frequentou as sinagogas, nós, como cristãos, temos o dever de frequentar nossas igrejas, participarmos dos cultos semanais. Em Lucas, capitulo 4, Jesus está em Nazaré, sua terra natal, então, ele vai numa sinagoga e faz a leitura do texto de Isaias.

Em seguida, vemos na sinagoga, um homem com uma das mãos mirradas. O evangelista Lucas afirma que era a mão direita (Lc 6.6). Pensa você, numa época como essa, ter a mão direita mirrada, ou ressequida, ou atrofiada? Não havia aposentadoria para invalidez. Ele enfrentava dificuldade para trabalhar, para produzir como chefe de família. Outrossim, diz o texto, que na sinagoga, ficava sempre no canto, como se tivesse uma maldição sobre ele.

Haviam também religiosos, fariseus. Homens da lei, homens endurecidos, homens sem misericórdia. E o texto nos diz que o objetivos dos fariseus naquele culto era “...procurando um motivo para acusar Jesus; por isso o observavam atentamente...” (Mc 3.2). Jesus estava sempre confrontando com os religiosos; no capitulo 2 Jesus foi questionado por que os seus discípulos estavam pegando espigas de milho no dia de sábado e a resposta dele foi: “O sábado foi feito por causa do homem...e o Filho do homem é o Senhor até mesmo do sábado” (Mc 2.27-28).

Aliás, Jesus curou sete vezes no sábado. Ele libertou um endemoninhado no sábado; ele curou a sogra de Pedro no sábado; curou um paralitico no tanque de Betesda no sábado; ele curou o cego de nascença no sábado; ele curou uma mulher que vivia 18 anos encurvada no sábado; ele curou um homem com barriga de água no sábado e, finalmente, curou esse homem cuja mão era ressequida no sábado.

Para Jesus o sábado não era um dia para não fazer nada, mas era um dia de produtividade, era um dia para fazer o bem. E, não ficar numa rede deitado sem fazer absolutamente nada! Ou ficar o dia todo na frente de uma televisão, ociosamente.

Interessante, na lei de Moisés afirma “...se uma ovelha cair numa cova, não lançara mão dela, e a levantará?” (Mt 12.11). o que é mais importante? Animais ou ser humano? Infelizmente, em nossa sociedade, as pessoas valorizam mais animais do que o ser humano. No entanto, para Jesus, o seu foco era sempre estender as mãos aos seres humanos.

Para Jesus, a vida humana, custaria sua própria vida. Jesus veio para morrer, para sofrer pelos seres humanos.

Conclusão – a cura

Jesus olha para os fariseus e pergunta: “O que é permitido fazer no sábado; o bem ou o mal, salvar a vida ou matar? Mas eles permaneceram em silencio” (Mc 3.4). Essa atitude dos fariseus deixou Jesus “irado” e “profundamente entristecido por causa dos corações entristecidos” (Mc 3.5).

Jesus olha para o homem de mão mirrada e lhe diz: “Levante-se...”. Jesus queria libertar as pessoas não somente do jugo religioso pesado, mas também de suas enfermidades. Como aquela mulher do fluxo de sangue que foi curada por Jesus; ou, como o servo do centurião de cafarnaum, que recebeu a cura pelo poder de Jesus.

Em seguida lhe diz: “Venha para o meio”. Saia do canto escuro da sala, saia desse espirito de vitimização, autopiedade. Está na hora de você romper com seus traumas, seus complexos, suas fobias, seus medos. Saia do canto da parede, saia do anonimato, venha para o meio.

Como Jacó que teve um encontro com Deus no vale de Jaboque, como Namã que foi curado pelo poder de Deus da sua lepra. Então, “venha para o meio”, venha se libertar, receber a cura de Deus em sua vida.

E, por fim, Jesus lhe diz: “Estenda a sua mão” (mão direita). É um ato de fé, você acredita, você confia, que Jesus Cristo pode te curar, te sarar, te regenera, mudar sua vida. Quando Deus dá uma ordem o impossível acontece.

Jesus disse para Pedro: “Lança sua rede em águas profundas”; Jesus no tanque Betesda curou um homem que vivia aleijado por 38 anos. Em Betânia, Jesus ressuscitou Lázaro que havia 4 dias enterrado.

  

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

 Seguir a Jesus e seus desdobramentos Mt 8.18... 

Introdução

O que significa seguir Jesus? Ao nosso redor vislumbramos muitas coisas esquisitas. Vemos igrejas anunciando que você não irá sofrer, caso faça parte daquela igreja e nenhuma enfermidade envolverá o teu corpo. Vemos igrejas vendendo objetos, feijão, chapéu, agua ungida, etc para conseguir as bênçãos do Senhor. Vemos pastores manipulando membros para conseguirem viagens, carros novos e importados, cirurgias estéticas, etc. Vemos igrejas de parede preta, com jogos de luzes, com fumaças saindo e espalhando pela igreja. E pastores incentivando os membros a fazerem tatuagens.

1)     O preço

Uma motivação errada. “Mestre, eu te seguirei por onde quer que fores” ou, “...estou pronto a seguir o Senhor para qualquer lugar aonde o Senhor for” (NTLH). Então Jesus respondeu: “...as raposas têm suas tocas e as aves do céu tem seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” (Mt 8.19-20). 

Aparentemente o mestre da lei pensou que a conexão com Jesus lhe asseguraria estabilidade, e talvez até certo ponto privilégio. Afinal de contas, se Jesus é o Messias (O Ungido), e se o Messias irá governar um reino rico e poderoso grandemente abençoado por Deus, então seria inteligente tornar-se um seguidor próximo de Jesus agora, para estar na estrada certa quando o dia da gloria surgir.

Ou, talvez gostasse muito do que viu em Jesus (seus milagres) e ouviu dele (seus ensinamentos éticos, o sermão do monte), e tenha decidido segui-lo mais de perto, mas sem pensar nas dificuldades e privações que essa obra implicaria. 

Voce também pode vir a sofrer privações; já pensou nisto?” mas também: “Sejam quais forem os seus motivos, tenha em mente que você está se oferecendo para seguir um líder rejeitado. Os animais sempre, no caso, as raposas e as aves tem algum lugar para descansar, mas o Filho do homem não tem nenhum.

Uma prioridade errada. “Outro discipulo lhe disse: Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai” (Mt 8.21). Aqui, ou o homem estava pedindo tempo necessário para enterrar e prantear por seu pai, recém- falecido; ou, então seu pai era idoso e o homem estava esperando que ele morresse e fosse enterrado antes de considerar seguir a Jesus mais de perto. 

“Deixa-me ir sepultar” significa: deixa-me ir e servir meu pai enquanto ele é vivo; depois que ele morrer, eu o sepultarei e virei”. Este discípulo está olhando para o futuro distante, pois adia a sua decisão de seguir a Jesus para um tempo posterior à morte do seu pai.

A resposta de Jesus é formidável: “Siga-me, e deixe que os mortos sepultem os próprios mortos” (Mt 8.22). Ou, “deixe que os (espiritualmente) mortos sepultem os próprios (fisicamente) mortos”. Mas para frente, Jesus afirma: “Quem ama pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim. Quem acha a sua vida a perderá; e quem perde a sua vida por minha causa a encontrará” (Mt 10.37-39).

A preocupação de Jesus em Mateus 8.22 é sobre expor o perigo de um discipulado condicional. Quando a preocupação com os pais se torna uma desculpa para não seguir a Jesus, ou uma forma de adiar isso, então a preocupação com os pais, estará sendo supervalorizada.

Algumas pessoas tomaram decisões difíceis e de alto custo em relação a suas famílias. Uma pessoa rica foi deserdada quando se tornou cristã. Uma muçulmana foi mandada embora da casa dos pais, depois que se tornou seguidora de Cristo. A decisão de seguir a Cristo pode se tornar mais aguda conforme os meses passam, e o novo convertido reconhece que seus objetivos e valores não estão mais alinhados com aqueles herdados de sua família.

2)     Tempestades

Depois “Entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram” (Mc 8.23). Ou seja, seus discípulos entraram junto com ele no barco. “De repente, uma violenta tempestade abate-se sobre o mar...” (Mt 8.21). Tempestades súbitas e violentas são comuns na Galiléia. Os discípulos estavam acostumados com essas tempestades. “Uma violenta tempestade...de forma que as ondas inundavam o barco” (Mt 8.24). o que você faria? O que os discípulos fizeram? Começaram a gritar: “Senhor, salva-nos! Vamos morrer! (Mt 8.25). 

“Por que vocês estão com tanto medo, homens de pequena fé?” (Mt 8.26). As palavras “pequena fé” podem se referir não tanto a quantidade de fé, mas à sua natureza empobrecida. A fé adequada espanta o medo; no caso dos discípulos, o medo tinha espantado a fé. Por que será Toda vez que o mar se levanta e as ondas se levantam, nos acovardamos? Nos desesperamos, como os discípulos de Jesus?

John Wesley, em 25 de janeiro de 1736, estava no barco indo da Inglaterra para os Estados Unidos. De repente, nas palavras de Wesley “o mar invadiu, quebrou a vela principal e cobriu o navio, enquanto a água derramava entre o tombadilho, como seu o grande abismo houvesse nos tragado. Gritos terríveis começaram entre os ingleses...desesperaram-se da própria vida de todos dentro daquele navio.

Não acreditamos que “...a mão do Senhor não está encolhida...nem agravado o seu ouvido para não poder ouvir” (Is 59.1). No Salmos, lemos: “O Senhor guardará você de todo perigo; ele protegerá a sua vida” (Sl 121.8). No entanto, a qualidade da nossa fé é tão pobre que, em várias ocasiões, quando Deus responde, muitas vezes de maneiras bem superiores ao que esperamos, ficamos extremamente surpreendidos.

“Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem” (Mt 8.27). A deficiência mais séria de fé demostrada pelos discípulos, porém, está na falta de capacidade de reconhecer quem Jesus realmente é. Será que se soubessem que Jesus era o Messias, uma tempestade poderia inundar o barco e tirar a vida do mesmo redentor enviado dos céus cuja missão era morrer em vergonha e ressuscitar em triunfo para a salvação do seu povo? Será que uma tempestade poderia apagar a vida daquele que é o agente de toda criação? 

3)     Espíritos malignos

Quando Jesus chegou do outro lado na região dos gadarenos: “foram ao seu encontro dois endemoninhados” (Mt 8.28). Ou, “...dois homens que estavam dominados por demônios” (NTLH). E o texto diz mais sobre eles: “Eles vinham do cemitério, onde estavam morando. Eram tão violentos e perigosos, que ninguém se arriscava a passar por aquele caminho” (Mt 8.28). 

Os demônios reconhecem Jesus: “Que queres conosco, filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do devido tempo” (NVI) ou, “Filho de Deus, o que o Senhor quer de nós? O Senhor veio aqui para nos castigar antes do tempo?” (Mt 8.29 NTLH). Interessante que os demônios conhecem Jesus melhor do que os seus discípulos! Sabem que Jesus é o Filho unigênito de Deus, mesmo assim, eles continuam sendo demônios.

Os endemoninhados disseram: “Se nos expulsas, manda-nos entrar naquela manada de porcos” (Mt 8.31). Aqui, mostra que Jesus tem autoridade irrefutável, inquestionável e inigualável sobre todos os poderes, sobre todos os principados e potestades. 

O contraditório de tudo isso é que pela autoridade de Jesus os dois homens são libertados pelos demônios, alojados dentro deles e são enviados aos porcos (2000 porcos). Os porcos “endemoninhados” se lançam no precipício e todos morrem. As noticias se espalham entre a população de Gadara. Está todo mundo comentando “tem um homem com poder de expulsar demônios”. 

No entanto, as pessoas não estavam preocupadas com a libertação daqueles homens, mas com a perca dos porcos. E, imploravam que Jesus saísse daquele território. A mesma situação aconteceu com o apostolo Paulo em Filipos, quando expulsou o demônio de uma menina escrava, menina que adivinhava as coisas. Paulo e Silas foram presos e apanharam e foram algemados.

Conclusão

Seguir Jesus, não está na condicional, significa abrir mão de qualquer luxo e conforto e seguir os passos do Mestre.

Seguir Jesus é tê-lo em primazia, acima de pai, de mãe, de irmãos e de qualquer parente.

Seguir Jesus é saber que virá tempos de tempestade, mas não é para se apavorar, mas saber que está em nosso barco.

Seguir Jesus é saber que tem “outros espíritos” por aí, espíritos demoníacos, malignos, tenebrosos. Mas, somente Jesus, tem todo poder e autoridade.

 


 

 

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

 Jesus em conflito familiar – Mt 13.54-56 

Introdução

A família é uma instituição estabelecida por Deus. Deus criou a família. Em Genesis afirma que Deus fez o mundo do nada em seis dias “e tudo era bom” (Gn 1.18).  No sexto dia o homem foi criado “Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou...” (Gn 1.27). No entanto, o homem estava sozinho e Deus afirmou: “Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda” (Gn 2.18).  Depois da criação da mulher, Adão exultou: “Esta é osso dos meus ossos, e carne da minha carne! Será chamada mulher (varoa)! Porque foi tirada do homem” (Gn 2.23). 

 1)     Jesus e Nazaré – Mt 13.54-56

Jesus iniciou seu ministério em Nazaré (Lc 4.16). Essa comunidade que não aparece nos escritos de Josefo, tinha uns 600 habitantes! Ali Jesus passou a sua infância e juventude. Ali foi aprendiz de carpinteiro, em seguida carpinteiro. De Nazaré ele saiu para iniciar o seu ministério. Portanto, durante trinta anos, Jesus andou pelas ruas de Nazaré, contudo, quando ele anunciou a mensagem do evangelho em sua comunidade não houve aceitação, mas rejeição. Aliás, por causa da incredulidade, Jesus não realizou nenhum milagre em Nazaré (Mt 13.58). 

O evangelista Mateus apresenta a família de Jesus. Diante dos seus ensinos em Nazaré todos ficaram admirados e perguntavam: “De onde lhe vem esta sabedoria e estes poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? O nome de sua mãe não é Maria, e não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Não estão conosco todas as suas irmãs? De onde, pois, ele obteve todas essas coisas?” (Mt 13.54-56).

Primeiro, Jesus é chamado “o filho do carpinteiro”, isto é, José, seu pai de criação (Jesus foi concebido pelo Espirito Santo), era carpinteiro e ensinou essa profissão ao filho. Aqui, vemos o principio de Provérbios: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6).  Carpinteiro era uma pessoa que trabalhava com madeira, metal e pedras. Depois da morte prematura do seu pai de criação, Jesus tornou-se carpinteiro. 

Segundo seus irmãos. “O nome de sua mãe não é Maria, e não sãos seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Não estão conosco todas as suas irmãs? (Mt 13.55-56). Por mais esforço que a igreja católica faça pra afirmar a virgindade de Maria, por outro lado, a Bíblia afirma explicitamente que Maria concebeu filhos naturalmente, depois do nascimento de Jesus. São quatro homens: “...Tiago, José, Simão e Judas...suas irmãs...”. Portanto, somente Jesus foi concebido por Deus, os demais irmãos, tiveram nascimento normal.

2)     Uma rusga familiar

O evangelho de Marcos é cheio de ação, o tempo todo Jesus está andando e curando as pessoas. Ele cura um homem de mão ressequida e curava pessoas de todos os cantos: Galiléia, Judéia, Idumeia, etc. todos eram curados e libertos pelo poder de Jesus. “Então Jesus foi para casa”(v.20), diz Marcos. E ajuntou muita gente dentro da casa. “E outra vez se ajuntou uma multidão, de tal modo que nem podiam comer” (Mc 3.20).

Os parentes de Jesus de Nazaré viajam cerca de 48 km para tentar leva-lo à força de volta para casa. Diz Marcos:“Quando os seus familiares ouviram falar disso, saíram para apoderar-se dele, pois diziam: Ele está fora de si” (Mc 3.21). Numa outra versão “Ele está louco” (NVT), ou, “Eles suspeitavam que Jesus estava perdendo o juízo” (A mensagem). Imagine você, sua própria família lhe acusando, lhe apontando o dedo.

Uma pergunta: Quem já não passou uma experiencia de ter sua família contra você? Quem não conheceu a dor de um ataque que vem de dentro? É terrível! Isso nos desestabiliza e desmoraliza. Que grande equívoco, engano da mãe de Jesus e dos irmãos de Jesus, afirmando: “Está fora de si, ou está louco, ou perdeu o juízo”

Enquanto a família de Jesus estava do lado de fora da casa, os mestres da lei acusavam Jesus de “...está possuído por Belzebu...é pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios” (Mc 3.22). Como assim? Então Jesus expõe o argumento que um reino dividido contra si mesmo, não poderá subsistir, ou uma casa dividida contra si mesma, não se mantém de pé (Mc 3.24-25). 

Então “...a mãe e os irmãos de Jesus ... tendo ficado do lado de fora, mandaram chama-lo” (Mc 3.31). ou, “Olhe, a sua mãe, os seus irmãos e as suas irmãs estão lá fora, procurando o Senhor” (Mc 3.31,32). Então, Jesus olhou para aquelas pessoas e perguntou: “Quem é minha mãe, ou meus irmãos?” (Mc 3.33). Essa pergunta tem como objetivo refletir a verdadeira natureza do reino de Deus, quem é a sua verdadeira família. Jesus corre o olhar para todos que estão sentados e diz: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos” (Mc 3.34). E no versículo 35, ele termina: “...aquele que fizer a vontade de Deus, esse é o meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3.35). 

Jesus está sendo radical, como foi no evangelho de Mateus: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mt 10.37-39). No entanto, Jesus não quis dizer que ele não se importava com sua família, aliás, cuidou de sua mãe até o final. Também, não estava querendo dizer pra colocar os irmãos da igreja acima da nossa família, como acontece com algumas seitas.

Jesus não está desfazendo os laços familiares, mas estabelecendo a prioridade. A família duradoura e final são os que estão em Cristo Jesus, os irmãos na fé. Os relacionamentos e laços espirituais transcendem os relacionamentos conjugais e de sangue. Os verdadeiros cristãos, portanto, são os que ouvem e praticam a palavra de Deus. No céu os laços espirituais são tão profundos que os laços carnais perdem a sua relevância.

3)     Irmãos incrédulos

E, por fim, no evangelho de João no capitulo 7 e versículo 1 diz: “Jesus começou a andar pela Galileia...”. A galileia é a região norte de Israel, terra dos gentios. Nesse tempo era comemorada a festa das cabanas, que acontecia no mês de Tishri, dia 15. Em vários sentidos, nenhuma das outras festas exigia tantos sacrifícios, enchia a estrada estreitas de Jerusalém com tantos peregrinos, que ao longo dos séculos, se tornou conhecida simplesmente como A festa. 

Cada família devia construir uma cabana que trouxesse á memoria a flora do deserto “para que os descendentes de vocês saibam que eu fiz os israelitas morarem em tendas quando os tirei da terra do Egito” (Lc 23.43). Era possível achar ramos de palmeiras e alguns galhos com folhas perto do Oásis. Ramos de choupo, salgueiro, murta, misturados com oliveiras tão comuns na região, eram confeccionados de modo a fornecer abrigo do sol intenso e do calor do Oriente Médio. 

 E os irmãos de Jesus lhe disseram: “Saia daqui e vá para a Judéia a fim de que os seus seguidores vejam o que você está fazendo”, ou “...os milagres que realiza” (Jo 7.3) (NVT). Nas entrelinhas do texto, eles estão falando jocosamente, ironicamente, com seu irmão mais velho. E continuam: “Voce não se tornará famoso escondendo-se dessa forma. Se você pode fazer coisas tão maravilhosas, mostre-se ao mundo”.

Parece um incentivo, uma mensagem motivadora, como se estivessem dizendo: “Para de se esconder, saia da Galileia, vá para Judéia, as luzes estão lá, o templo está lá, a história acontece lá e não aqui”. No entanto, o desalentador é o que está escrito no versículo 5 de João capitulo 7: “Pois nem mesmo seus irmãos criam nele”. 

Conclusão

Se o Nosso Senhor enfrentou conflitos com seus familiares, imagine nós que optamos em segui-lo. Seremos subestimados em nossa cidade natal; ou dirão que estamos fora de si, ou estamos loucos; e, seremos mal compreendidos em nossa missão de caminhar com Cristo, não debaixo das luzes ou dos holofotes, mas na vida piedosa que há em Cristo Jesus.  


  

domingo, 17 de dezembro de 2023

 Jesus e seus conflitos familiares

Família é uma instituição estabelecida por Deus. E, Jesus, também teve uma família. Não existe família perfeita e a família de Jesus era imperfeita como nossas famílias.

No evangelho que escreveu Mateus no capitulo 13  e nos versículos 54,55-56, nos apresenta a família de Jesus. Contextualmente Jesus estava em Nazaré, sua cidade, onde crescera. Diante dos seus ensinos, todos ficaram admirados e perguntavam: “De onde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro? O nome de sua mãe não é Maria, e não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Não estão conosco todas as suas irmãs? De onde, pois, ele obteve todas essas coisas?”. Então, pelo texto, ou pelas escrituras, ele é chamado filho do carpinteiro, isto é, José, seu pai de criação, pois Jesus foi gerado pelo Espirito Santo. Sua mãe Maria e, seus quatro irmãos “Tiago, José, Simão e Judas” e, possivelmente duas irmãs (utiliza “irmãs no plural).

No evangelho de Marcos no terceiro capitulo diz Jesus “entrou numa casa e novamente reuniu-se ali uma multidão” (Mc 3.20). E continua narrando o escritor: “Quando os seus familiares ouviram falar disso, saíram para apoderar-se dele, pois diziam: Ele está fora de si” (Mc 3.21). Numa outra versão, “Ele está louco” (Linguagem de hoje). Imagine você, sua própria família lhe acusando, lhe apontado o dedo. Uma pergunta: Quem já não passou uma experiencia de ter sua família contra você? Quem não conheceu a dor de um ataque que vem de dentro? É terrível! Isso nos desestabiliza e desmoraliza.

Que grande equívoco o da mãe de Jesus e dos irmãos de Jesus. Eles julgaram de forma impropria e tentaram intimidá-lo, dizendo: “Está fora de si” (v.21). O evangelista fala que “...a mãe e os irmãos de Jesus...ficaram do lado de fora” da casa e “mandaram chama-lo” (v.31). Jesus então respondeu: “Não. Não vou sair daqui. Eles estão errados. Vocês, que fazem a vontade de Deus são meus irmãos, irmãs e mãe. Admiro-me por Jesus não ter saído da casa, olhando nos olhos de sua mãe e de seus irmãos, e os ter repreendido. Ele simplesmente permanece ali dentro e reconhece que seus parentes não o compreendiam.

E, por fim, no evangelho de João no capitulo 7 no versículo 1 diz “Jesus começou a andar pela Galiléia...”, região norte de Israel, lugar de gentios. Era tempo da festa das cabanas, que se comemorava sete dias, era a festa mais popular das três principais festas judaicas. O povo que vivia nas áreas rurais armava barracas improvisadas de ramos leves e folhas para morar nelas durante sete dias. E os irmãos de Jesus lhe disseram: “Saia daqui e vá para a Judéia a fim de que os seus seguidores vejam o que você está fazendo”, ou “...os milagres que realiza” (Jo 7.3) (NVT). Nas entrelinhas do texto, eles estão falando jocosamente, ironicamente, com seu irmão mais velho. E continuam: “Voce não se tornará famoso escondendo-se dessa forma. Se você pode fazer coisas tão maravilhosas, mostre-se ao mundo”. Parece um incentivo, uma mensagem motivadora,  como se estivessem dizendo: “Para de se esconder, saia da Galileia, vá para Judéia, as luzes estão lá, o templo está lá, a história acontece lá e não aqui”.

No entanto, o desalentador é o que está escrito no versículo 5 de João capitulo 7: “Pois nem mesmo seus irmãos criam nele”.

Se o Nosso Senhor enfrentou conflitos com seus familiares, imagine nós que optamos em segui-lo. Seremos subestimados em nossa cidade natal; ou dirão que estamos fora de si, ou estamos loucos; e, seremos mal compreendidos em nossa missão de caminhar com Cristo, não debaixo das luzes ou dos holofotes, mas na vida piedosa que há em Cristo Jesus.

  

sábado, 16 de dezembro de 2023

 Casamento e graça  -  1 Coríntios 7 

Em todo capitulo de 1 Coríntios capitulo 7, o apostolo Paulo fala a respeito do casamento e das realidades da união entre homem e mulher.

A primeira realidade do casamento é a intimidade sexual no casamento (1 Co 7.3-5). Paulo diz assim: “O homem deve cumprir o seu dever como marido, e a mulher também deve cumprir o seu dever como esposa. A esposa não manda no seu próprio corpo; quem manda é o seu marido. Assim também o marido não manda no seu próprio corpo; quem manda é a sua esposa” (1 Co 7.3,4). Além do dever sexual que deve ter um pelo outro, isso também se aplica à intimidade de vida e conversação.

Paulo fala de direitos e deveres no casamento e veremos que tudo é reciproco. O casamento exige amor dos dois. Amor aqui não é sentimento, mas ação, atitude. O princípio vai além da realidade intima do casal, é preciso graça para aceitar, graça para perdoar, graça para apoiar e se conter; graça para doar e para receber com gratidão. Como afirma o profeta Zacarias: “Não por força e nem por violência, mas pelo meu Espirito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4.6). Como diz o Salmista: “...a tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam” (Sl 63.3).

UMA OBSERVAÇÃO: Se você ainda não é casado e sua tendência é ser egoísta – se você é do tipo que se agarra teimosamente aos seus próprios direitos – então faça um favor, não se case!

A segunda realidade de um casamento é: O casamento é um compromisso para toda vida. Se você não está pronto para fazer um compromisso desse tipo, não se case. Paulo diz: “Para os casados, tenho uma ordem que não vem de mim, mas do Senhor: a esposa não deve separar do marido... e o marido não deve se separar da esposa” (1 Co 7.10). E no livro de Genesis temos esse princípio: “Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois se tornam um só (Gn 2.24).

Em Rute temos uma cena que fala desse compromisso: “...Aonde fores irei eu, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus” (Rt 1.16).

O casamento muito se beneficia quando a palavra divórcio é removida do vocabulário e não é usada como ameaça no meio de discussões. O que é preciso para ficar? Graça, simplesmente graça!

A terceira realidade do casamento é que enfrentaremos tempos difíceis. Há doenças, há calamidades, acidentes. É a velha natureza pecaminosa, egoísmo, ou, a pornografia. Dificuldades com filhos, vizinhos, Coelba, embasa, parentes e até mesmo conflitos dentro da igreja. Portanto, haverás dias bons, haveria dias ruins, mas Deus estará em todos. Mas, é sempre melhor andar em dois, como diz o sábio Salomão:

“Melhor é serem dois do que um, porque maior é o pagamento pelo seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro. Mas aí do que estiver só, pois, caindo, não haverá quem o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquecerão; mas, se for um sozinho, como se aquecerá?” Isto é, no casamento o pagamento é dobrado, no casamento um levanta o outro, no casamento um aquece o outro. E no verso 12, ele complementa com mais um e fala da indissolubilidade do casamento: “O cordão de três dobras não se rompe com facilidade” (Ec 4.12).

Conclusão

Três realidades do casamento: a intimidade ocorrerá em todas as ambiências da vida de um casal. O casamento é um compromisso para a vida toda. No casamento, enfrentaremos dificuldades.

 

Voto do casamento:

Farei o voto do casamento em cima do que foi pregado nesta noite.

Primeiro, o noivo.  Eu, Weldon, diante de Deus e de todas as testemunhas aqui presente, prometo lhe amar, lhe corresponder, lhe fornecer toda minha intimidade, nenhuma senha será secreta, mas compartilhada por nós; e empenharei com ajuda de Deus que serás a minha única mulher; E que enfrentarei com você todos os momentos bons e ruins da vida, sabendo que Deus estará em todos eles.

Segundo a noiva. Eu, Andriele, diante de Deus e de todas as testemunhas aqui presente, prometo lhe amar, lhe corresponder, lhe fornecer toda minha intimidade, nenhuma senha será secreta, mas compartilhada por nós; e empenharei com ajuda de Deus que serás o meu único homem; E que enfrentarei com você todos os momentos bons e ruins da vida, sabendo que Deus estará em todos eles.

Alianças: a aliança é colocada no quarto dedo da mão esquerda. Pois os gregos acreditavam que esse dedo possuía uma veia que levava direto ao coração. 

Portanto, essa aliança é um símbolo do meu amor e do meu comprometimento com você.

 

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

 Quando vem a perseguição Atos 12.1-15 

Introdução

A igreja tem um chamado absoluto com Deus, desafiando as exigências totalitárias do Estado. Ela aponta para uma atividade mais elevada, e isso sempre atinge e ofende o orgulho dos dominadores e governantes atuais. Pedro foi coagido a não pregar o evangelho, mas ele respondeu as autoridades religiosas “julgais vós mesmos se é justo diante de Deus obedecer a vós mais do que a Deus” (At 4.19). 

Também, a igreja, por sua vida e ensino, condena tudo o que o mundo adora e valoriza mais do que a Deus. Em Romanos 8, o apostolo Paulo insere o modo de ser do mundo “Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja...a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à lei de Deus...” (Rm 8.5-7). Aliás, Nosso Senhor Jesus Cristo foi a pessoa que mais atraiu para si inimizade; quando a igreja é de fato igreja ela continua desafiando o império e o poder das trevas, por essa razão é perseguida por esses poderes.

A perseguição pode ser sutil e dissimulada (como aconteceu nos dias da igreja primitiva), ou pode expressar-se abertamente (como aconteceu nos dias de Herodes).

1)     O caráter da igreja

Em primeiro lugar, a igreja é uma unidade. Vemos que Pedro foi lançado na prisão, no entanto, ele não sofreu sozinho. A igreja toda sofreu com ele. No meio da noite os membros da igreja estavam empenhados em oração em favor dele. Em 1 Corintios 12, Paulo compara a igreja ao corpo humano, devido à natureza orgânica da união das várias partes do corpo, devido à intima conexão vital dos nervos e do suprimento sanguíneo. “Por que nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si” (Rm 14.7). 

Herodes entregou Pedro a quatro escoltas de quatro soldados cada um para cuidar dele. Isso significa que havia dezesseis soldados vigiando Pedro. Acorrentou Pedro a dois soldados, um a cada mão, e além disso postou guardas diante da porta.

Em segundo lugar, somos lembrados de quais são as armas da igreja. Herodes tem soldados e batalhões, possui armas e espadas. Por outro lado, a igreja não possui grande exercito de soldados e também não luta com espada , mas segundo o apostolo Paulo “as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas” (2 Co 10.4). A única arma que a igreja contava nessa ocasião quando encarava as ameaças e o poder do rei Herodes era a arma da oração. Lemos aqui que “havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele” (Atos 12.3). Em outra outra tradução diz assim: “A igreja fazia constante e fervorosa oração a Deus em favor dele” (Atos 12.5). 


2)     Deus responde oração

E, quando Herodes estava para apresenta-lo...”(Atos 12.6). ou, “Na noite anterior ao dia em que Herodes iria submetê-lo a julgamento...”(Atos 12.5 NVI). Quando foi isso? Obviamente foi ao final dos “dias dos pães asmos”, uma festa judaica que acontecia após a páscoa e que durava sete dias. Herodes estava ansioso para agradar o povo, mas não podia fazer isso durante a celebração da festa. O texto dos versículos um e dois diz que “Herodes...mandou matar à espada Tiago, irmão de João”.

Não há menor duvida de que Pedro, ao deitar-se para dormir, tenha pensado que essa seria sua ultima noite na terra, e que na próxima manhã ele sabia que tudo aconteceria bem cedo. Mas Pedro se encontra dormindo tranquilamente. É assim que Deus responde orações. Ele concede ao apostolo na prisão, que sabia que seria morto na manhã seguinte, a dádiva do sono.

Pense nos Salmos três e quatro. O salmo três fala de perseguição, de adversários, mas o salmista afirma: “Deito-me e pego no sono; acordo porque o Senhor me sustenta” (Sl 3.5). No Salmos quatro a honra do Salmista estava sendo vituperada, mesmo assim ele diz: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro” (Sl 4.8). Uma coisa é deitar na cama, mas outra coisa bem diferente é dormir! O Salmo 127 diz: “Assim dá ele aos seus amados o sono”, ou “aos seus amados ele o dá enquanto dormem” (Sl 127.2). 


Agora, você se lembra da ocasião em que Pedro estava bem acordado e, com muito medo de morrer, mentindo e blasfemando e negando seu Senhor? Mas agora aqui está ele face a face com sua própria morte, acorrentado com ambas as mãos a dois soldados. Mas Deus concedeu a seu amado o sono. Alguns anos depois, os cristãos enfrentarão nas arenas leões famintos com um sorriso no rosto, agradecendo a Deus por serem considerados dignos de sofrer pelo nome dEle.

3)     Uma luz brilhou na prisão - “De repente, uma luz intensa brilhou na cela...” (Atos 12.6). 

Lemos nos primeiros versículos de Genesis que Deus, olhando para as trevas em que se encontrava o mundo “a terra era sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo” (Gn 1.2), disse Deus “Haja Luz” (G 1.3). “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1 Jo 1.5). Ele é o “Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17). Deus se mostrou como luz na sarça ardente que Moises viu. É sempre assim. Paulo, no caminho de Damasco, subitamente viu uma luz que brilhou diante dele.

O que isso significa? Significa a luz em oposição às trevas do pecado, do mal e da iniquidade. As forças do mal, do maligno, sempre se opuseram à igreja quando dava seu testemunho. O inferno se levanta contra a igreja, isso é as trevas, à escuridão. Se de um lado temos as trevas, do outro lado, temos a santidade (kabode), a pureza de Deus, e a alvura da eternidade. Na hora da aflição, vemos a diferença entre as trevas e o mal, e a luz e a santidade de Deus. 

Vemos Pedro na cela de uma prisão e um punhado de gente orando em favor dele. Era a ultima noite de Pedro, tudo parecia sem esperança; a luta era desigual demais. Alguns até falavam “Não se pode fazer nada, terá o mesmo fim de Tiago”. Portanto, havia trevas, desesperança e desespero. De repente, nessa situação terrível, atordoante, brilhou uma luz, a luz de Deus, a luz de esperança, a luz que nas trevas traz segurança e nos encoraja, que abre os nossos olhos.

Não parecia haver saída para Pedro. Aí então brilha uma luz e lhe revela a saída. Subitamente ele lança seus raios sobre o trajeto escuro e vemos um caminho. A luz é aquilo que nos aponta a saída para o que parecia ser uma situação impossível. A luz indica o caminho que temos de seguir quando não sabemos o que fazer “uma luz resplandeceu na escuridão”.

Pedro está dormindo, acorrentado a dois soldados, com outros soldados parados do lado de fora da porta, que provavelmente estava trancada e fechada. O grande portão de ferro separa toda prisão do restante da cidade. Não se pode fazer nada. Mas, Deus interveio, nada é impossível para Deus.

Não importa qual seja nossa situação, quão espessa sejas as trevas, quão escuro esteja quão apertada sejam suas algemas, quão aprisionado e amarrado você esteja, se Deus quer você livre, isso pode ser feito, isso será feito. Não importa os obstáculos; suas cadeias, os soldados, as grades e as trancas de ferro, o peso do maciço portão de ferro, a espessura da parede. Mas “com Deus todas as coisas são possíveis”. 

Conclusão

“O anjo tocou em Pedro e lhe disse: Depressa! Depressa! Levante-se e as correntes caíram dos pulsos de Pedro. Então o anjo lhe disse: Vista-se e calce as sandálias” (Atos 12.8). De inicio o apostolo Pedro pensou que era uma visão, mas depois viu que era real.

Em seguida, vai em direção ao lugar onde os irmãos estavam orando. Quando Pedro bateu na porta, veio uma criada chamada Rode. Ela “reconhecendo a voz de Pedro, tão alegre ficou, que nem o fez entrar, mas voltou correndo para anunciar que Pedro estava junto ao portão. Eles lhe disseram: esta louca” (Atos 12.14-15).

Os irmãos tinham orado em favor de Pedro a noite inteira. E, quando Pedro é retirado da prisão, não conseguiram acreditar que fosse ele! Pensaram que fosse um anjo e não Pedro! Para eles parecia impossível aquela resposta. 



 

  

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

 O MACHADO PERDIDO 2 Rs 6.1-7  

  Introdução

Todo profissional tem uma ferramenta especifica. O medico anda com o Estetoscópio; o taxista precisa do carro; o moto taxi, de uma moto; o analista de sistema, de um computador; a costureira, de uma maquina para costurar; o professor de livro, para estudar, pesquisar, etc. Na história do texto, um homem precisou de cortar arvores e conseguiu um machado emprestado.

1)     A escola de profeta

O texto fala que o profeta Elizeu estava reunido com um grupo de profetas. Era uma escola de profetas, um local de aprendizado, um local de oração, de reunião. No entanto, o local tornou-se pequeno, já não suportava todo mundo.

Eles estavam reunidos, há relacionamentos entre eles, há comunhão entre o profeta Elizeu e os demais. A igreja é a união, é a reunião, é estar juntos, é congregar, é ajuntar, para adorar o rei dos reis e Senhor dos Senhores.

Há trabalho para fazer: “este lugar onde nos reunimos é pequeno demais”. Não está cabendo mais, o numero de pessoas aumentou, a obra cresceu, mais pessoas vieram para cá. Então, alguém sugere ao profeta: “Vamos até o jordão” para cortarmos arvores.

“Vamos” está no plural, todos estavam envolvidos na obra do Senhor, no mesmo Espirito. “Vamos construir um lugar maior para nos ajuntarmos”. Dá pra ouvir nesse “Vamos” o “ide” de Jesus “ide por todo mundo, e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).

Havia unidade entre eles. Unidade é o corpo de Cristo junto, trabalhando unido pelo reino de Deus. Todos foram, todos se uniram. Todos estavam empenhados. O profeta Elizeu fora com eles.

Havia disposição. “Quando chegaram ao jordão, começaram a derrubar arvores” (v.4).  que maravilha! Todos com um machado na mão trabalhando. Que, maravilha, todos no corpo de Cristo, trabalhando, exercendo seu dom espiritual.

2)     Um descuido

“Enquanto um deles cortava um tronco, a parte do ferro do machado caiu” (v.5).

O discipulo estava trabalhando com seu machado, mas aos poucos a cabeça de ferro do machado foi soltando, se desencaixando da madeira. Até que “o ferro do machado caiu no rio...” (v.5).

Esse processo é gradativo, é como a enxada que usamos em nossa casa, assim como toda declinação espiritual.

Perdeu o seu poder, perdeu a sua efetividade, já não conseguia cortar a lenha como antes.

Ele perdeu o poder enquanto trabalhava.

Ele perdeu algo que não era seu, o machado era emprestado.

Ele estava consciente da sua perda. Não era tão efetivo quanto antes, ele estava realmente aflito com a perda: “Ah! Meu senhor, este machado fora tomado de empréstimo” (v.5).

Tem gente na igreja, até parece que está trabalhando, no entanto, faz tempo que perdeu o ferro do corte do machado, somente ficou o cabo do machado!

O verdadeiro poder já se perdeu. Afundou em algum lugar. Qual tem sido o seu clamor a Deus? “Senhor, onde está a tua promessa sobre mim, que experimentei quanto te conheci...hoje minha vida perdeu todo sentido... perdi minha força, meu animo, estou desalentado, arrebentado...

  3) resgaste

Primeiro, temos que parar, “Aquietai-vos”. Tolice é continuar trabalhando sem o corte do machado...

Segundo, temos que ficar a sós com o nosso mestre e ser honesto com ele. “Ai, meu Senhor...o machado era emprestado”.

Terceiro, temos que mostrar a nosso Mestre o Lugar onde perdemos a efetividade e experiencia. O profeta pergunta: “Onde caiu”. Ele não repreendeu o jovem, mas quis saber o que tinha acontecido.

Onde foi que fracassou e perdeu o gosto pelas coisas do Senhor?

Quando foi que deixou de fazer seus devocionais diários?

Quando foi que passou a se ausentar da casa de Deus?

Quando foi que permitiu que aquela coisa duvidosa entrasse em sua vida?

Quando você admitiu aquele pecado secreto?

Onde caiu? Você nunca recuperará a cabeça do machado até que esteja disposto a mostrar a Deus onde ela caiu.

Conclusão

O versículo 6 descreve o milagre

Primeiro, Eliseu usou um “pedaço de madeira”. Ele cortou um pedaço de madeira, e lançou-o ali, e fez flutuar o ferro”. Estávamos todos perdidos, como aquele ferro no fundo do rio, e por meio da morte de Jesus na cruz de madeira, o Senhor nos achou por intermédio de Jesus.

Segundo, “pegue-o”, disse Eliseu. 

Temos que lançar a mão, pela fé, da provisão que o Senhor nos dá. Ele teve que ajoelhar e estender a mão para retomar o que tinha perdido.