terça-feira, 12 de dezembro de 2023

 Quando vem a perseguição Atos 12.1-15 

Introdução

A igreja tem um chamado absoluto com Deus, desafiando as exigências totalitárias do Estado. Ela aponta para uma atividade mais elevada, e isso sempre atinge e ofende o orgulho dos dominadores e governantes atuais. Pedro foi coagido a não pregar o evangelho, mas ele respondeu as autoridades religiosas “julgais vós mesmos se é justo diante de Deus obedecer a vós mais do que a Deus” (At 4.19). 

Também, a igreja, por sua vida e ensino, condena tudo o que o mundo adora e valoriza mais do que a Deus. Em Romanos 8, o apostolo Paulo insere o modo de ser do mundo “Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja...a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à lei de Deus...” (Rm 8.5-7). Aliás, Nosso Senhor Jesus Cristo foi a pessoa que mais atraiu para si inimizade; quando a igreja é de fato igreja ela continua desafiando o império e o poder das trevas, por essa razão é perseguida por esses poderes.

A perseguição pode ser sutil e dissimulada (como aconteceu nos dias da igreja primitiva), ou pode expressar-se abertamente (como aconteceu nos dias de Herodes).

1)     O caráter da igreja

Em primeiro lugar, a igreja é uma unidade. Vemos que Pedro foi lançado na prisão, no entanto, ele não sofreu sozinho. A igreja toda sofreu com ele. No meio da noite os membros da igreja estavam empenhados em oração em favor dele. Em 1 Corintios 12, Paulo compara a igreja ao corpo humano, devido à natureza orgânica da união das várias partes do corpo, devido à intima conexão vital dos nervos e do suprimento sanguíneo. “Por que nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si” (Rm 14.7). 

Herodes entregou Pedro a quatro escoltas de quatro soldados cada um para cuidar dele. Isso significa que havia dezesseis soldados vigiando Pedro. Acorrentou Pedro a dois soldados, um a cada mão, e além disso postou guardas diante da porta.

Em segundo lugar, somos lembrados de quais são as armas da igreja. Herodes tem soldados e batalhões, possui armas e espadas. Por outro lado, a igreja não possui grande exercito de soldados e também não luta com espada , mas segundo o apostolo Paulo “as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas” (2 Co 10.4). A única arma que a igreja contava nessa ocasião quando encarava as ameaças e o poder do rei Herodes era a arma da oração. Lemos aqui que “havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele” (Atos 12.3). Em outra outra tradução diz assim: “A igreja fazia constante e fervorosa oração a Deus em favor dele” (Atos 12.5). 


2)     Deus responde oração

E, quando Herodes estava para apresenta-lo...”(Atos 12.6). ou, “Na noite anterior ao dia em que Herodes iria submetê-lo a julgamento...”(Atos 12.5 NVI). Quando foi isso? Obviamente foi ao final dos “dias dos pães asmos”, uma festa judaica que acontecia após a páscoa e que durava sete dias. Herodes estava ansioso para agradar o povo, mas não podia fazer isso durante a celebração da festa. O texto dos versículos um e dois diz que “Herodes...mandou matar à espada Tiago, irmão de João”.

Não há menor duvida de que Pedro, ao deitar-se para dormir, tenha pensado que essa seria sua ultima noite na terra, e que na próxima manhã ele sabia que tudo aconteceria bem cedo. Mas Pedro se encontra dormindo tranquilamente. É assim que Deus responde orações. Ele concede ao apostolo na prisão, que sabia que seria morto na manhã seguinte, a dádiva do sono.

Pense nos Salmos três e quatro. O salmo três fala de perseguição, de adversários, mas o salmista afirma: “Deito-me e pego no sono; acordo porque o Senhor me sustenta” (Sl 3.5). No Salmos quatro a honra do Salmista estava sendo vituperada, mesmo assim ele diz: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro” (Sl 4.8). Uma coisa é deitar na cama, mas outra coisa bem diferente é dormir! O Salmo 127 diz: “Assim dá ele aos seus amados o sono”, ou “aos seus amados ele o dá enquanto dormem” (Sl 127.2). 


Agora, você se lembra da ocasião em que Pedro estava bem acordado e, com muito medo de morrer, mentindo e blasfemando e negando seu Senhor? Mas agora aqui está ele face a face com sua própria morte, acorrentado com ambas as mãos a dois soldados. Mas Deus concedeu a seu amado o sono. Alguns anos depois, os cristãos enfrentarão nas arenas leões famintos com um sorriso no rosto, agradecendo a Deus por serem considerados dignos de sofrer pelo nome dEle.

3)     Uma luz brilhou na prisão - “De repente, uma luz intensa brilhou na cela...” (Atos 12.6). 

Lemos nos primeiros versículos de Genesis que Deus, olhando para as trevas em que se encontrava o mundo “a terra era sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo” (Gn 1.2), disse Deus “Haja Luz” (G 1.3). “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1 Jo 1.5). Ele é o “Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17). Deus se mostrou como luz na sarça ardente que Moises viu. É sempre assim. Paulo, no caminho de Damasco, subitamente viu uma luz que brilhou diante dele.

O que isso significa? Significa a luz em oposição às trevas do pecado, do mal e da iniquidade. As forças do mal, do maligno, sempre se opuseram à igreja quando dava seu testemunho. O inferno se levanta contra a igreja, isso é as trevas, à escuridão. Se de um lado temos as trevas, do outro lado, temos a santidade (kabode), a pureza de Deus, e a alvura da eternidade. Na hora da aflição, vemos a diferença entre as trevas e o mal, e a luz e a santidade de Deus. 

Vemos Pedro na cela de uma prisão e um punhado de gente orando em favor dele. Era a ultima noite de Pedro, tudo parecia sem esperança; a luta era desigual demais. Alguns até falavam “Não se pode fazer nada, terá o mesmo fim de Tiago”. Portanto, havia trevas, desesperança e desespero. De repente, nessa situação terrível, atordoante, brilhou uma luz, a luz de Deus, a luz de esperança, a luz que nas trevas traz segurança e nos encoraja, que abre os nossos olhos.

Não parecia haver saída para Pedro. Aí então brilha uma luz e lhe revela a saída. Subitamente ele lança seus raios sobre o trajeto escuro e vemos um caminho. A luz é aquilo que nos aponta a saída para o que parecia ser uma situação impossível. A luz indica o caminho que temos de seguir quando não sabemos o que fazer “uma luz resplandeceu na escuridão”.

Pedro está dormindo, acorrentado a dois soldados, com outros soldados parados do lado de fora da porta, que provavelmente estava trancada e fechada. O grande portão de ferro separa toda prisão do restante da cidade. Não se pode fazer nada. Mas, Deus interveio, nada é impossível para Deus.

Não importa qual seja nossa situação, quão espessa sejas as trevas, quão escuro esteja quão apertada sejam suas algemas, quão aprisionado e amarrado você esteja, se Deus quer você livre, isso pode ser feito, isso será feito. Não importa os obstáculos; suas cadeias, os soldados, as grades e as trancas de ferro, o peso do maciço portão de ferro, a espessura da parede. Mas “com Deus todas as coisas são possíveis”. 

Conclusão

“O anjo tocou em Pedro e lhe disse: Depressa! Depressa! Levante-se e as correntes caíram dos pulsos de Pedro. Então o anjo lhe disse: Vista-se e calce as sandálias” (Atos 12.8). De inicio o apostolo Pedro pensou que era uma visão, mas depois viu que era real.

Em seguida, vai em direção ao lugar onde os irmãos estavam orando. Quando Pedro bateu na porta, veio uma criada chamada Rode. Ela “reconhecendo a voz de Pedro, tão alegre ficou, que nem o fez entrar, mas voltou correndo para anunciar que Pedro estava junto ao portão. Eles lhe disseram: esta louca” (Atos 12.14-15).

Os irmãos tinham orado em favor de Pedro a noite inteira. E, quando Pedro é retirado da prisão, não conseguiram acreditar que fosse ele! Pensaram que fosse um anjo e não Pedro! Para eles parecia impossível aquela resposta. 



 

  

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