terça-feira, 26 de julho de 2022

 A ira de Deus Rm 1.18-32 

Introdução

Como poderia aquele que é a soma de todas as excelências olhar com igual satisfação para a virtude e o vício, para a sabedoria e a tolice? Como poderia aquele que é infinitamente Santo ficar indiferente ao pecado e Se negar a manifestar a sua “severidade” (Rn 11.22) para com ele? Como poderia aquele que tem prazer no que é puro e nobre deixar de detestar e de odiar o que é impuro e vil?

1)     Um avivamento na América

A América estava passando nos idos de 1740 por um grande avivamento. Ninguém tinha visto um avivamento desta dimensão. Então, em 08 de julho de 1741, Jonathan Edwards pregou o seu mais famoso sermão já proferido na história da América. Esse sermão, “Pecadores nas mãos de um Deus irado”, apresenta a verdadeira condição da humanidade caída e sua necessidade de salvação.

Ele diz: “Vossas iniquidades vos fazem pesados com o chumbo, pendentes para baixo, pressionados em direção ao inferno pelo próprio peso, e se Deus permitisse que caíssem, vocês afundariam imediatamente, desceriam como maior rapidez e mergulhariam nesse abismo sem fundo... Eis a nuvens negras da ira de Deus pairando agora sobre vossas cabeças, carregadas por uma tempestade ameaçadora cheia de trovões. Não fosse a mão restringente do Senhor, elas arrebentariam imediatamente sobre vocês. A misericórdia soberana de Deus, por enquanto, refreia esse vento impetuoso, do contrário, ele sobreviria com fúria, vossa destruição ocorreria repentinamente, e vocês seriam como palhas dispersada pelo vento”.

“Ó pecador!”, ele apelou. “Considere o terrível perigo em que você está… você está pendurado em um fio muito tênue, e as chamas da ira divina ao redor dele, prontas a cada momento a queimá-lo, e queimá-lo totalmente; e nada você tem… em que segurar para salvar a si mesmo… nada que possa fazer para levar a Deus a poupá-lo por mais um momento.” Edwards nunca terminou o sermão em Enfield. O tumulto se tornou muito grande quando a audiência foi tomada por gritos, lamentos e clamores: “O que farei para ser salvo? Oh! estou indo para o inferno! Oh! o que farei por Cristo?”   Um dos ministros registrou que “os gritos agudos e clamores eram comoventes e admiráveis”. Várias “pessoas foram esperançosamente mudadas naquela noite. Oh! que prazer e alegria havia em seus semblantes!” 

2)     Manifestação da ira de Deus

Deus revelou sua ira no Jardim do Éden. Quando Adão e Eva pecaram, eles foram expulsos do paraíso, “...colocou a leste do Éden dois querubins e uma espada flamejante que se movia, guardando o caminho para a arvore da vida” (Gn 3.24). A terra foi amaldiçoada; e a morte se tornou uma realidade terrível. Essa foi uma enérgica lição para o mundo que Deus odeia o pecado.

Vemos também a ira de Deus manifesta no diluvio, do qual ele disse: “Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os repteis e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver criado” (Gn 6.7). Deus também demostrou sua ira na destruição de Sodoma e Gomorra “...as acusações e os gritos de Sodoma e Gomorra são tantos e tão expressivos; o seu pecado é por demais grave” (Gn 18.20). Por causa do pecado “Então o Senhor, o próprio Senhor, fez chover do céu fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra... destruiu aquelas cidades ...e todos os habitantes da cidade...”(Gn 19.24-25). 

A ira de Deus foi revelada do céu quando o Filho de Deus veio a este mundo para revelar o caráter divino, e quando essa ira foi evidenciada nos seus sofrimentos e morte “Meu Pai! Se possível for afasta de mim este cálice. Contudo, que seja feita a sua vontade, e não a minha” (Mt 26.39). De maneira mais terrível do que por todas as provas que Deus antes tinha dado da sua aversão ao pecado.

Em seu sermão, Pecadores nas mãos de Deus Irado, Jonathas Edwards, explicou porque Deus, aparentemente demora para julgar: “A ira de Deus é como grande águas represadas que crescem mais e mais, aumentam de volume, até que encontram uma saída. Quanto mais tempo a correnteza for reprimida, mais rápido e forte será o seu fluxo ao ser liberada...A enchente da vingança de Deus encontra-se represada. Mas, por outro lado, vossa culpa cresce cada vez mais, e, dia a dia, vocês acumulam mais e mais ira contra a si mesmos. As águas estão subindo continuamente, fazendo sua força aumentar mais e mais. 

Nada – a não ser a misericórdia de Deus – detém as aguas as quais não querem continuar represadas e forçam uma saída. Se Deus retirasse sua mão das comportas, elas se abririam imediatamente, e o mar impetuoso da fúria da ira de Deus se precipitar com furor inconcebível e caria sobre vocês com poder onipotente”.

Deus pode decidir reter sua ira por algum tempo, mas ele acabará por liberá-la com sua grande fúria. Paulo explicou que os pecadores estão acumulando ira contra eles mesmos “...por causa da sua teimosia e do teu coração insensível e que não se arrepende, acumulas ira sobre ti no dia da ira de Deus, quando se revelará plenamente o seu justo julgamento” (Rm 2.5). Davi, usou outra analogia para descrever essa ira acumulada: “Se o homem não se converter, afiará a Deus a sua espada; já armou o arco, tem-no pronto; para ele preparou instrumentos de morte, preparou suas setas inflamadas” (Sl 7.12-13). 

3)     O efeito da ira de Deus

Primeiro, a ira de Deus é judicial, isto é, é a ira do juiz aplicando a justiça. Ele é o criador, Senhor e Juiz de toda terra. No seu sermão, Edwards, afirma que “os tormentos aqueles que experimentarão a plenitude da ira de Deus, é que cada um recebe exatamente o que merece”. O “dia da ira”, diz Paulo, é também o dia da “revelação do justo juiz de Deus, que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento” (Rm 2.5-6).

O próprio Jesus que falou do juízo, inferno, condenação mais do todos os escritores do Novo Testamento, afirmou que a recompensa seria proporcional ao merecimento individual: "O servo que conhece a vontade do seu senhor e não se prepara nem segue as instruções dele será duramente castigado. Mas aquele que não a conhece e faz algo errado será castigado com menos severidade. A quem muito foi dado, muito será pedido; e a quem muito foi confiado, ainda mais será exigido”. (Lc 12.47-48).  E, mais, Jesus falando sobre as cidades impenitentes: “...no dia do juízo, Tiro e Sidom serão tratadas com menos rigor do que vocês” (Corazim e Betsaida). 

Pergunta-se: pode a desobediência ao criador merecer um castigo tão grande e doloroso? Quem quer que esteja convicto de seu pecado sabe sem sombra de dúvida, que a resposta é afirmativa, e sabe como o pecado é pesado. “...o peso do pecado cai sob os perversos” (Pv 11.5).

Segundo a ira de Deus, é uma decisão que os homens escolhem por si mesmos. O inferno é uma opção, afastando-se da luz que Deus faz brilhar em seu coração para leva-lo a si mesmo. Quando João escreve “O que não crê (em Jesus) já está julgado (condenado), porquanto não crê no Nome do Unigenito Filho de Deus”, e ele continua explicando: “E o julgamento é este, que a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3.18.19).

A escolha básica sempre foi e continua sendo ou atender o apelo: “Venham a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vós o meu jugo...” (Mt 11.28-29). Ou, não atendê-lo. Jesus novamente diz: “Quem quiser ser meu discipulo, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24). Voce pode “salvar” a sua vida evitando censura de Jesus e resistindo á sua ordem para assumir o controle da mesma, ou “perde-la” “negando-se” a si mesmo, carregando a sua cruz, tornando-se discipulo. “Se tentar se apegar à sua vida, a perderá. Mas, se abrir mão de sua vida por minha causa, a encontrará” (Mt 16.25). 

Mas, o que significa perder nossa alma? Para responder essa pergunta Jesus usa suas próprias figuras solenes: “Geena”, ou “Gehena” (inferno ou lago de fogo), é o vale de hinom fora de Jerusalém onde o lixo era queimado, onde o “verme nunca morre”. “Um lugar de tormento” “...no inferno estando em tormentos...” (Lc 16.23). Uma imagem para a dissolução sem fim da personalidade por uma consciência acusadora. “Onde o fogo nunca se apaga” (Mc 9.46).  A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não tem descanso algum, nem de dia e nem de noite” (Ap 14.9-11). “Lançado nas trevas” pelo conhecimento da perda, não apenas de Deus, mas de tudo o que é bom e tudo que torna a vida digna de se vivida. “Ranger dos dentes” pela autocondenação e autorrepulsa. 

Conclusão:

A ira de Deus é uma perfeição do seu caráter divino sobre a qual precisamos meditar com frequência.

Primeiro, para que os nossos corações fiquem devidamente impressionados com o ódio de Deus pelo pecado. Estamos sempre inclinados a uma consideração superficial do pecado, todavia, temos de compreender quão terrível é o pecado.

Segundo, para produzir em nossas almas um verdadeiro temor: “...retenhamos a graça, pelo qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverencia e santo temor; porque o Nosso Deus é fogo consumidor” (Hb 12.28-29).

Terceiro: para induzir nossas almas o fervoroso louvor a Deus por ter nos livrado da “Ira futura” (1 Ts 1.10).  


 

terça-feira, 19 de julho de 2022

 A majestade de Deus – Isaias 40.12-31. 

A palavra “majestade” vem do latim e significa “grandeza”. Na Bíblia a palavra “majestade” é usada para expressar a ideia da grandeza de Deus, nosso criador e Senhor. “O Senhor reina; está vestido de majestade...o teu trono está firme deste então; tu és desde a eternidade” (Sl 93.1-2). E o Salmista está deslumbrado com sua majestade: “Meditarei no glorioso esplendor da tua Majestade e nas tuas maravilhas” (Sl 145.5). O apostolo Pedro, em sua segunda carta, recordando sua visão da glória real de Cristo na transfiguração, afirma: “Nós...fomos testemunhas oculares da sua majestade” (2 Pe 1.16).

2) Nosso erro

Primeiro, remover de nosso conceito de Deus limites que o tornariam pequenos. Segundo, é compará-lo com poderes e forças que consideramos grandes. Olhem para o Salmo 139 onde o Salmista medita na infinita e ilimitada natureza da presença, conhecimento e poder de Deus em relação aos homens. O principio do salmo é: Deus está acima de todas as coisas (como quem preside), por baixo (para sustentar) está fora e dentro preenchendo tudo.

“Tu me cercas por trás e por diante... Para onde me ausentarei (“poderia escapar” NVI) do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subir ...se descer ao inferno (isto é, ao fundo da terra), ou se fugir para o fim do mundo, ainda assim não poderia escapar da presença de Deus – “lá estas também” -. Nem a escuridão, que me esconda da vida humana, me protegerá do olhar de Deus (Sl 139.11). 

Assim como nunca estou só, também nunca deixo de ser notado: “Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto” – todas as minhas ações e movimentos -; “de longe conheces os meus pensamentos” – tudo o que se passa em minha mente – “e conheces todos os meus caminhos – todos os meus hábitos, planos, ideias, desejos, assim como a minha vida -. “Ainda a palavra não me chegou a língua” – falada ou pensada – “e tu, Senhor, já conheces toda” (Sl 139.1-4).

Posso ocultar dos homens o meu coração, meu passado, e meus planos para o futuro, mas de Deus não posso esconder coisa alguma. Ele me conhece como eu sou realmente, melhor do que eu me conheço. Portanto, viver torna-se uma questão de grande importância quando você pensa que passa todos os momentos de sua vida sob as vistas e na companhia de um criador onisciente e onipresente.

2) Aspectos da majestade de Deus

“Quem mediu as águas na concha da mão, ou com o palmo definiu os limites dos céus? Quem jamais calculou o peso da terra, ou pesou os montes na balança e as colinas nos seus pratos”.  “Quem mediu as águas na concha da mão” – já imaginou a dimensão do Oceano Atlântico? Oceano Pacifico? Oceano Indico? Oceano Mediterrâneo? Esse é o nosso Deus!  “Com o plano definiu os limites dos céus”; “Pesou as montanhas nas balanças e as colinas” – Himalaia, Monte Everest, etc. “Eis o seu Deus”

“Na verdade, as nações são como gota que sobra do balde; para ele são como pó que resta na balança; para ele as ilhas não passam de um grão de areia”. As grandes forças do mundo, como: Estados Unidos, Rússia, França, Inglaterra, Índia, etc. Temos medo das nações porque o seu poder excede em destruição (Os Estados Unidos e a Rússia têm poder de destruir 16 vezes o planeta terra). Mas, como é muito difícil para um Joseph Stalin (governou a União Soviética 1924 -1953) assustar alguém que realmente crê em Deus. Ou, mesmo, um Adolf Hitler, com sua truculência de passar por cima de todos os seus inimigos! Onde está Stalin? Onde está Hitler? Mortos. 

“Diante dele todas as nações são como nada; para ele são sem valor e menos que nada” (v.17). No hebraico o termo traduzido por “menos que nada” significa “uma bolha de sabão” – algo que flutua pelo ar em uma película de espessura ínfima. Bata tocá-la para que desapareça; ninguém conseguirá encontra-la outra vez. Este é o sentido: todas as nações do mundo são para Deus como uma bolha de sabão.

“Ele se assenta no seu trono, acima da cúpula da terra, cujos habitantes são pequenos como gafanhotos. Ele estende os céus como um forro, e os arma como uma tenda para neles habitar” (Is 40.22). Considere o tamanho do mundo - segundo os cientistas o universo tem 93 bilhões de anos luz de diâmetro, ou seja, se você voasse a velocidade da luz trezentos mil km por segundo nessa velocidade, você demoraria mais de 93 bilhões de anos para ir de uma extremidade a outra -. Considere a sua variedade e complexidade (povos, culturas, línguas, comidas, etc).  

Pense nos 8 bilhões de pessoas que povoam a terra. Que figuras você e eu somos em comparação com o mundo que vivemos? Como dizia Sócrates, diante do tamanho do mundo: “O que sei é que nada sei”. O mundo nos faz pequenos, mas Deus torna o mundo pequeno. O mundo é o seu escabelo. Sobre o qual ele se senta com segurança. Ele é mais do que o mundo e tudo que nele há... 

“Ele aniquila os príncipes e reduz a nada os juízes deste mundo” (Is 40.23). o que aconteceu com Nabucodonosor quando imaginou que tudo a sua volta vinha dele? Deus o fez comer capim com os animais da terra (Dn 4).

 “Ergam os olhos e olhem para as alturas. Quem criou tudo isso? Aquele que põe em marcha cada estrela do seu exercito celestial, e a todas chama pelo nome. Tão grande é o seu poder e tão imensa a sua força, que nenhuma delas deixa de comparecer” (Is 40.26). Abrão duvidava que Deus ainda lhe daria um herdeiro (Gn 15.3). Deus, então, leva-o para fora da tenda e lhe diz: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode conta-las...assim será a sua descendência” (Gn 15.4). Uma das experiencias mais impressionantes que a humanidade conhece é permanecer sozinho em uma noite límpida e observar as estrelas do céu: com tal visão sentimos nossa pequenez.  Nada proporciona um maior sentido de distancia e isolamento! E o texto nos diz algumas coisas: Deus é o criador de todas elas e as conhece pelo nome.... 


Quem pode orientar o Espírito do Senhor? Quem sabe o suficiente para aconselhá-lo ou instruí-lo? Acaso o Senhor já precisou do conselho de alguém? Necessita que o instruam a respeito do que é bom? Alguém lhe ensinou o que é certo ou lhe mostrou o caminho da sabedoria? Isaías 40:13,14. Quem foi o professor de Deus? Que universidade Deus se formou? Onde encontrou sabedoria para criar as leis do universo? Ou seja, Deus é a fonte de todo conhecimento, é a luz de toda verdade.

3) Pode me comparar? “A quem vocês podem me comparar? Quem se assemelha a mim? Pergunta o Santo?”

Com um ídolo? “A quem vocês podem comparar Deus? Que imagem usarão para representa-lo? Acaso pode ser comparado a um ídolo feito num molde, coberto de ouro e enfeitado com correntes de prata? (Is 40.18-19) Ele responde: “Nem toda a madeira nos bosques do Líbano nem todos os seus animais seriam suficientes para um holocausto digno de nosso Deus. (Is 40.16). 

Numa de suas cartas a Erasmo, Lutero disse: “Suas idéias sobre Deus são muito humanas”. Aqui é que muito de nós nos desviamos. Nossos pensamentos a respeito de Deus não são suficientemente grandes; deixamos de reconhecer a realidade de seu poder e sabedoria sem limites. Paulo ora para que os efésios pudessem “compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda plenitude de Deus” (Ef 3.18-19).

“Por que você reclama, ó Jacó, e porque se queixa, ó Israel: O Senhor não se interessa pela minha situação; o meu Deus não considera a minha causa”. Depois de tudo isso que falamos sobre Deus, porque ainda não gozamos de grande sossego de coração e alma? Mas, insistimos em murmurar para Deus nossas angustias?  A verdade é que Deus se tornou um garçom, somente vamos a ele quando necessitamos, precisamos. Estamos em busca de coisas materiais, de coisas pequenas, mundanas, passageiras. Mas, quando tudo nossos ídolos se derretem, então, clamamos por Deus. De sorte que temos um Deus gracioso, que não obstante nossos pecados, ele nos escuta e nos socorre.

Conclusão:

Dá forças aos cansados e vigor aos fracos. Até os jovens perdem as forças e se cansam, e os rapazes tropeçam de tão exaustos. Mas os que confiam no Senhor renovam suas forças; voam alto, como águias. Correm e não se cansam, caminham e não desfalecem. (Is 40.29-31).  A força vem do Senhor; ele dá força ao cansado. Os que esperam no Senhor renovam suas forças. Deus renova nossa mocidade como a da águia que vive 100 anos; é um período para outro ela muda sua plumagem, suas penas são trocadas, o bico é reforçado. Assim, Deus faz conosco, nos renova. 


  

terça-feira, 12 de julho de 2022

 “Santo, Santo, Santo” e a desolação do profeta Is 6 

Introdução

“No ano em que morreu o rei Uzias” (Is 6.1). Uzias virou sinônimo de: “Cautela. Perigo adiante. Cuidado por onde anda”. Porque decidiu tomar conta de sua própria espiritualidade, administrar sua própria religião, fazer Deus atender os seus caprichos. Ele estava com o incensário nas mãos e estava pronto a fazer a oferta sagrada, mas os sacerdotes não deixaram. Perdeu a compostura e zangadamente mandou que Azarias e os sacerdotes se retirassem.

A profanação teve repercussões imediatas. Uzias ficou leproso. A horrenda enfermidade que no imaginário hebreu simboliza o pecado pôs a nu, diante de todos, sua profanidade interior. Uzias faz uma advertência muitíssimo necessária: vagar em torno do santo, do sagrado, é algo muito arriscado. O solo santo é solo perigoso: “...Tire as sandálias dos pés, pois o lugar em que você está é terra santa” (Ex. 3.5). Jamais, em hipótese alguma, o santo pode ser algo que possamos tomar de Deus como se o possuíssemos e pudéssemos usá-lo para nossos propósitos. 

1)    “...Eu vi o Senhor assentado num trono...”

Isaias foi ao templo orar, buscar a face do Senhor, eram tempos de angustia. Enquanto orava teve uma visão do santuário, do próprio céu, ou seja, o céu se abriu para o profeta e viu um trono e alguém assentado nele. “Adonai” está assentado no trono. Ele é o Senhor, toda soberania está em suas mãos e é o dono de tudo. Portanto, não há motivo para pânico, desespero, medo, não! Porque Adonai está assentado, está dominado, reinando, o seu reino é eterno, jamais terá fim.

O profeta viu além do trono, viu também serafins (seraph significa, literalmente, “incandescente”, ou seres flamejantes”), com seis asas: “Com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam” (Is 6.2). E cantavam em coro uns para os outros, afirmando: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória” (Ex 6.3). 

Moisés viu o Santo, a presença de Deus em uma sarça ardente que não se consumia: “Moisés, Moisés”. A palavra para santo é “qadosh”, no pentateuco aparece 104 vezes. João na ilha de Patmos, um lugar tão estéril, uma ilha prisional, inóspito, quanto Midiã. E, João, assim como Moisés em Midiã, estava lá no exilio. Jesus apareceu flamejante como o Santo:

“...Semelhante a um filho de homem, com um veste que chegava aos seus pés e um cinturão de ouro ao redor do seu peito. Sua cabeça e seus cabelos eram brancos como a lã...e seus olhos como chama de fogo. Seus pés eram como bronze numa fornalha ardente e sua voz como som de muitas aguas...e da sua boca saia uma espada afiada de dois gumes. Sua face era como o sol  quando brilha em todo o seu fulgor” (Ap 1.12-16). Diante dessa visão de santidade, diz o texto: “Quando o vi, cai aos seus pés como morto. Então, ele colocou sua mão direita sobre mim e disse: Não tenha medo. Eu sou o primeiro e o ultimo” (Ap. 1.17). 

Moisés em Midiã, de um lado, e João em Patmos, de outro, com Isaias no centro, no santuário de Jerusalém. Precisamos de toda escritura, de toda história, de toda a experiencia, para termos um horizonte grande o suficiente para acolher o Santo. O Santo não pode ser pressionado e enfiado numa caixa de sapato. O Santo não pode ser percebido por meio de um vigia, um guarda. “Santo, Santo, Santo é o Senhor, toda terra está cheia da tua glória”.

Não importa o que Uzias faça no santuário, não importa o que os assírios façam ao mundo (estavam saqueando o Oriente Médio nos dias de Isaias, era o terror daqueles dias), HÁ SANTIDADE no lugar do culto e glória na terra. Há SANTIDADE no deserto estéril de Midiã “...Tira a sandálias dos seus pés esta terra é santa...”; há SANTIDADE na ilha prisional de Patmos “...cai aos seus pés como morto...”. E, sim, há santidade em todas as igrejas -apesar do pecado do orgulho, da imoralidade sexual, do adultério, da mentira, etc – PORQUE DEUS AINDA ESTÁ PRESENTE na criação, ainda criando, ainda salvando, ainda curando, ainda batizando crentes com Espírito Santo...ainda há SANTIDADE.

2)    “...Tocou a minha boca”.

“Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros” (Is 6.5). 

Se tomarmos o cuidado de nos isolar do Santo e viver em harmonia com o nosso entorno, fica fácil supor que a nossa vida dá muito bem, obrigado. Preciso do Santo para perceber minha impiedade. Estamos perdidos desde que saímos do Éden, vagueando pelo mundo, procurando um novo lar e, enquanto a busca se desenrola, nos sujamos muito. Mas perceber o pecado em nós não é um fim em si mesmo; é uma abertura para a misericórdia e para o perdão.

O pecado e a impureza se manifestam assim que abrimos a boca, sempre que abrimos a boca, mesmo em nossas conversas mais polidas e decorosas. Deus responde purificando nossa linguagem, dando-nos condições de dizer “sim” ao seu “Sim”. O anjo, a testemunha incandescente, flamejante da santidade de Deus “...trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado” (Is 6.6-7). A OBRA PRIMORDIAL DE DEUS EM NÓS NÃO É A CONDENAÇÃO, MAS PERDÃO: “Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele” (Jo 3.17).

SE NÃO PERMANECERMOS PERTO DO SANTO TEMPO O BASTANTE PARA PRIMEIRO PERCEBER E DEPOIS EXPERIMENTAR AQUELA BRASA VIVA EM NOSSOS LÁBIOS, PASSAREMOS A VIDA EM TRÁGICA IGNORANCIA A RESPEITO DE DEUS E DE SEUS CAMINHOS.

3)     “QUEM ENVIAREI” (Is 6.8)

Santidade sempre envolve a Palavra de Deus: Deus fala a Moisés na sarça em chamas; Deus falou a João na visão de Patmos; Deus falou a Isaias no templo de Jerusalém. A experencia com Deus, o transbordar da vida presenta na santidade não é algo para ser guardado para si, mas algo para ser entregue, compartilhado, espalhado ao redor, comunicado e posto em funcionamento. 

“Ai de Mim” Estou perdido!” A consciência do pecado, diante da santidade de Deus; “a brasa viva”: sua culpa será removida, a experiencia do perdão misericordioso de Deus; “Quem enviarei?” e a resposta humana de se fazer presente diante de Deus em fé e obediência: “Eis-me aqui. Envia-me a mim” (Is 6.8). A chamada de Deus não é imposta, coagida, o chamado de Deus é forma de pergunta, convidando a uma resposta; temos a liberdade de dizer: “Sim” ou “Não”.

Entretanto, o capítulo 6 contém muito mais que o trono, a fumaça da presença de Deus, a glória, mais do que o hino seráfico, mais do que a impressionante purificação da linguagem do profeta pelas brasas do altar, mais do que Deus perguntando ao profeta “Quem enviarei?”. Existe também Deus instruindo, orientando Isaias sobre o que fará exatamente como profeta. Deus diz: “Estejam sempre ouvindo, mas nunca entendam; estejam sempre vendo, e jamais percebam” (Is 6.9).

 Como assim? Ouvindo mas não entendendo; vendo mas não discernindo! Isaias pregou por quarenta anos, ele fez pregações poderosas, corajosas, mas ninguém escutava. O povo não se arrependia dos seus pecados.

E Deus diz mais ao profeta: “Torne insensível o coração deste povo; torne surdos os seus ouvidos e feche os seus olhos. Que eles não vejam com os olhos, não ouçam com os ouvidos e não entendam com o coração para que não se convertam e sejam curados” (Is 6.9-10).

E Isaias pergunta, “Quanto tempo isso vai durar?” “Até que as cidades estejam em ruinas e sem habitantes, até que as casas fiquem abandonadas e os campos estejam totalmente devastados, até que o Senhor tenha enviado todos para longe e a terra esteja totalmente desolada. E ainda que um décimo fique no país, esses também serão destruídos. Mas, assim como o terebinto e o carvalho deixam o tronco quando são derrubados, assim a santa semente será o seu tronco” (Is 6..11-13).

Isaias é informado que passará a vida toda falando a pessoas que são consumidoras de Deus, que na maioria dos fins de semana cumprem “seu dever religioso”, apaziguando suas consciências. Se Isaias não pregar a eles como eles querem, tudo o que disser os confundirá – não verão, nem ouvirão, nem entenderão.

O fato verdadeiro é que os homens e as mulheres não amam nem apreciam o Santo – querem um Deus que lhes sirva do jeito deles, não um Deus a quem eles sirvam do jeito dele. Então Isaias será um pregador, mas um pregador que chamam a atenção somente pelo fracasso. Pregará com incrível poder e eloquência, e as pessoas dormirão no meio de seus sermões. Mas, o resultado final de uma vida inteira de pregação ordenada por Deus e abençoada por Deus é que o país será destruído – “totalmente devastado” (Is 6.11).

Conclusão: “...a santa semente será o seu tronco...” (Is 6.13)

O tronco por mais improvável que pareça e contra tudo o que representa, é a semente santa de onde a salvação crescerá. “ Um ramo surgirá do tronco de Jessé e das suas raízes brotará um renovo. O Espírito Santo brotará sobre ele, o espirito que dá sabedoria e entendimento, o espirito que traz conselho e poder, o espírito que dá conhecimento e temor do Senhor” (Is 11.1-2). 


terça-feira, 5 de julho de 2022

 Santo, Santo, Santo – Is 6.1-7

Introdução: O Brasil ficou debaixo de um regime militar de 1964 à 1985. Até que Tancredo Neves foi eleito pelo congresso para ser presidente da República. No entanto, em 21 de abril de 1985, antes de tomar posse como presidente, ele morreu, havendo uma comoção nacional.  Assim também aconteceu nos dias de Isaias, que profetizou por quase 60 anos, durante o reinado de quatro monarcas.

Seus dias, fora um período difícil, período de grande crise, caos e decadência moral. Durante o reinado de Uzias, que reinou no século 8, dos 16 anos, reinando por 50 anos. Houve um período reforma espiritual e transformou Jerusalém numa cidade fortificada; desenvolveu a agricultura e o comércio da nação. Enfim, a cidade nesse tempo tornou-se muito prospera e o povo gozava de grande paz e segurança.

No entanto, quando Uzias olhou para todas as suas realizações seu coração se encheu de orgulho “o seu orgulho provocou a sua queda” (2 Cr 26.16). Como “entrou no templo para queimar incenso ao Senhor”, por causa disso, o Senhor o afligiu com uma lepra mortal. Então, os moradores de Jerusalém, quando ficaram sabendo que o rei havia morrido, disseram: “Uzias nos deu repouso de todo o caos ao nosso redor. E o que acontecerá agora?” Eles ficaram com medo... 

1)    A presença de Deus

Algumas pessoas, no entanto, temiam a Deus e mantiveram uma verdadeira devoção a ele. Isaias estava entre eles. No ano em morreu o Rei Uzias aconteceu algo que mudaria Isaias para sempre. O profeta que profetizou o nascimento do nossa Salvador “...a virgem conceberá e dará luz a um filho e chamará o seu nome Emanuel” (Is 7.14). Também, profetizou a unção que o Messias receberia do Espírito Santo “O Espírito do Senhor está sobre mim...” (Is 61). E, profetizou o sofrimento do Messias na cruz pelos nossos pecados (Is 53).

O profeta Isaias, numa visão viu “O Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo” (Is 6.1). O profeta Isaias vê um vislumbre do santuário do próprio céu, um lugar vivido, cheio da glória de Deus. E o apostolo João, séculos depois, também teve um vislumbre do santuário de Deus. 

A palavra hebraica para “Senhor” é Adonai e se refere a soberania de Deus e denota que o Senhor é dono de tudo. Era como o profeta Isaias estivesse dizendo ao povo: “No ano em que perdemos o nosso rei humano, eu vi o Adonai, o Rei Supremo, assentado em um alto e sublime trono”. Isto é, não havia motivo para o pânico, porque Deus estava assentado no trono. Sua realeza é infinitamente superior a de Uzias, ou qualquer outra pessoa. Nem tudo estava perdido...

“Eu vi o Senhor assentado em um alto e sublime trono e a aba de sua veste enchiam o templo” (Is 6.1). A roupa do rei evidenciava o seu titulo, sua majestade, sua grandeza. O rei Luis XVI quando foi coroado, em 1774, suas vestes enchiam todo o trono. A rainha Elisabete II quando foi coroada, em 1953 na capela de Westminster, com suas abas imensas, como a cauda de uma noiva que se arrastava. Portanto, na visão do profeta Isaias o esplendor das abas de Deus saltava do seu trono e percorria todo o edifico.

O que mais Isaias viu em sua visão? Acima do Senhor, estavam anjos, chamados Serafins. Em Isaias 6.2, vemos que eles têm a capacidade de pairar ao redor do trono de Deus, pois possuem seis asas. “Com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés, e com duas voavam” (Is 6.2). os serafins somente aparecem aqui em Isaias. “Com duas cobriam o rosto”, imagine, seres angelicais ministrando diariamente diante do Senhor e necessitam de cobrir o rosto. 


Surge uma pergunta: “Por que os anjos cobrem seus rostos com duas asas?” Porque estão expostos à sua glória plena. Em Apocalipse 4, fala dos querubins no centro ao redor do trono de Deus, eles tem seis asas e com duas cobrem o rosto da face de Deus. Quando Moisés estava no deserto faz um pedido a Deus: “Quero ver a tua glória” (Ex 33.18). E o Senhor respondeu: “Voce não poderá ver a minha face, porque ninguém poderá ver-me e continuar vivo” (Ex 33.20). Mas, Deus permitiu que Moisés (numa fenda) visse sua costas. Ele viu um pequeno vislumbre da glória de Deus.

 “Com duas cobriam os pés”. Quando Moisés viu a sarça ardente no deserto do Monte Sinai, o Senhor o chamou do meio dela e disse: “Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa” (Ex 3.5). a terra era santa porque Deus estava ali. Sempre que a presença divina aparece tudo é imediatamente santificado. 

 2)    Santo, Santo, Santo

A santidade sem dúvida é, sem dúvida, o mais importante de todos os atributos de Deus. Quando os anjos adoram no céu, eles não dizem: “Eterno, Eterno, Eterno”; “Fiel, Fiel, Fiel”; “Sábio, sábio, sábio”; ou “Poderoso, Poderoso, Poderoso”. Eles dizem: “Santo, Santo, Santo, é o Senhor dos Exercitos, toda terra está cheia da tua glória” (Is 6.3). Em Apocalipse 4, nos diz: “Santo, Santo, Santo é o Senhor, o Deus Todo Poderoso, que era, que é e que há de vir” (v.8). Só há um atributo de Deus que é elevado ao terceiro grau de repetição na Bíblia. Somente há uma característica do Deus Todo Poderoso que é colocado de forma superlativa na boca dos anjos: “Santo, Santo, Santo”. 

A santidade do Senhor é impressionante, apavorante e majestosa. Davi escreveu: “Santo e tremendo é o seu nome” (Sl 111.9). Em seu cântico de gratidão, Ana orou: “Não há santo como o Senhor, porque não há outro além de ti” (1 Sm 2.2). Moisés e os filhos de Israel disseram a respeito de Deus: “Quem é como tu, glorificado em santidae” (Ex 15.11).

O que significa ser “santo”? significa que a santidade não é propriamente um atributo de Deus. Descreve antes a própria natureza de Deus. Assim, a santidade abrange, ou compreende, todos os atributos de Deus. É na santidade que Deus é transcendente, ficando, na sua divindade, por cima de tudo e independente de toda a sua criação. DEUS NÃO TEM PECADO, ELE NÃO SE CONFORMA COM ALGUMA PADRÃO DE SANTIDADE, ELE É O PADRÃO. NÃO HÁ GRAUS DE SANTIDADE NELE, POIS ELE É PERFEITAMENTE SANTO.

A medida que os serafins proclamavam a santidade de Deus um para o outro: “Santo, Santo, Santo” “Ao som das suas vozes os batentes das portas tremeram, e o templo ficou cheio de fumaça” (Is 6.4). Aqui, tem uma cena dramática, pois deve ter sido semelhante a um vulcão em erupção. Deus é um fogo consumidor; você não pode brincar com ele ou será consumido.

Conclusão: a desolação do profeta

Quando Isaias viu Deus como Ele realmente é, sua reação imediata foi: “Ai de mim”. A expressão “ai” era usada para referir ao julgamento de Deus sobre os outros. Cristo usou ao repreender os lideres religiosos: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas” (Mt 23.13). Ela é uma palavra de maldição.

“Estou perdido”, “Ai de mim não tenho salvação”, “Estou perdido é o meu fim”. O termo hebraico fala de estar perdido, aniquilado ou destruído. Ele passou a confessar: “Sou um homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de lábios impuros”. NINGUÉM PODE FICAR NA PRESENÇA DE DEUS SEM SE TORNAR PROFUNDA E DEVASTADORAMENTE CONSCIENTE DE SUA PROPRIA MISÉRIA. 

SE NÃO ENTENDERMOS O QUÃO TERRIVEL É O NOSSO PECADO, NÃO ENTENDEREMOS SUAS CONSEQUENCIAS. A SALVAÇÃO SERÁ UM CONCEITO SEM SENTIDO PARA NÓS.

Apesar de Isaias ter sido devastado pela santidade de Deus. Deus não o deixou dessa maneira. Isaias segue escrevendo: “Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado” (Is 6.6-7).