terça-feira, 5 de julho de 2022

 Santo, Santo, Santo – Is 6.1-7

Introdução: O Brasil ficou debaixo de um regime militar de 1964 à 1985. Até que Tancredo Neves foi eleito pelo congresso para ser presidente da República. No entanto, em 21 de abril de 1985, antes de tomar posse como presidente, ele morreu, havendo uma comoção nacional.  Assim também aconteceu nos dias de Isaias, que profetizou por quase 60 anos, durante o reinado de quatro monarcas.

Seus dias, fora um período difícil, período de grande crise, caos e decadência moral. Durante o reinado de Uzias, que reinou no século 8, dos 16 anos, reinando por 50 anos. Houve um período reforma espiritual e transformou Jerusalém numa cidade fortificada; desenvolveu a agricultura e o comércio da nação. Enfim, a cidade nesse tempo tornou-se muito prospera e o povo gozava de grande paz e segurança.

No entanto, quando Uzias olhou para todas as suas realizações seu coração se encheu de orgulho “o seu orgulho provocou a sua queda” (2 Cr 26.16). Como “entrou no templo para queimar incenso ao Senhor”, por causa disso, o Senhor o afligiu com uma lepra mortal. Então, os moradores de Jerusalém, quando ficaram sabendo que o rei havia morrido, disseram: “Uzias nos deu repouso de todo o caos ao nosso redor. E o que acontecerá agora?” Eles ficaram com medo... 

1)    A presença de Deus

Algumas pessoas, no entanto, temiam a Deus e mantiveram uma verdadeira devoção a ele. Isaias estava entre eles. No ano em morreu o Rei Uzias aconteceu algo que mudaria Isaias para sempre. O profeta que profetizou o nascimento do nossa Salvador “...a virgem conceberá e dará luz a um filho e chamará o seu nome Emanuel” (Is 7.14). Também, profetizou a unção que o Messias receberia do Espírito Santo “O Espírito do Senhor está sobre mim...” (Is 61). E, profetizou o sofrimento do Messias na cruz pelos nossos pecados (Is 53).

O profeta Isaias, numa visão viu “O Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo” (Is 6.1). O profeta Isaias vê um vislumbre do santuário do próprio céu, um lugar vivido, cheio da glória de Deus. E o apostolo João, séculos depois, também teve um vislumbre do santuário de Deus. 

A palavra hebraica para “Senhor” é Adonai e se refere a soberania de Deus e denota que o Senhor é dono de tudo. Era como o profeta Isaias estivesse dizendo ao povo: “No ano em que perdemos o nosso rei humano, eu vi o Adonai, o Rei Supremo, assentado em um alto e sublime trono”. Isto é, não havia motivo para o pânico, porque Deus estava assentado no trono. Sua realeza é infinitamente superior a de Uzias, ou qualquer outra pessoa. Nem tudo estava perdido...

“Eu vi o Senhor assentado em um alto e sublime trono e a aba de sua veste enchiam o templo” (Is 6.1). A roupa do rei evidenciava o seu titulo, sua majestade, sua grandeza. O rei Luis XVI quando foi coroado, em 1774, suas vestes enchiam todo o trono. A rainha Elisabete II quando foi coroada, em 1953 na capela de Westminster, com suas abas imensas, como a cauda de uma noiva que se arrastava. Portanto, na visão do profeta Isaias o esplendor das abas de Deus saltava do seu trono e percorria todo o edifico.

O que mais Isaias viu em sua visão? Acima do Senhor, estavam anjos, chamados Serafins. Em Isaias 6.2, vemos que eles têm a capacidade de pairar ao redor do trono de Deus, pois possuem seis asas. “Com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés, e com duas voavam” (Is 6.2). os serafins somente aparecem aqui em Isaias. “Com duas cobriam o rosto”, imagine, seres angelicais ministrando diariamente diante do Senhor e necessitam de cobrir o rosto. 


Surge uma pergunta: “Por que os anjos cobrem seus rostos com duas asas?” Porque estão expostos à sua glória plena. Em Apocalipse 4, fala dos querubins no centro ao redor do trono de Deus, eles tem seis asas e com duas cobrem o rosto da face de Deus. Quando Moisés estava no deserto faz um pedido a Deus: “Quero ver a tua glória” (Ex 33.18). E o Senhor respondeu: “Voce não poderá ver a minha face, porque ninguém poderá ver-me e continuar vivo” (Ex 33.20). Mas, Deus permitiu que Moisés (numa fenda) visse sua costas. Ele viu um pequeno vislumbre da glória de Deus.

 “Com duas cobriam os pés”. Quando Moisés viu a sarça ardente no deserto do Monte Sinai, o Senhor o chamou do meio dela e disse: “Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa” (Ex 3.5). a terra era santa porque Deus estava ali. Sempre que a presença divina aparece tudo é imediatamente santificado. 

 2)    Santo, Santo, Santo

A santidade sem dúvida é, sem dúvida, o mais importante de todos os atributos de Deus. Quando os anjos adoram no céu, eles não dizem: “Eterno, Eterno, Eterno”; “Fiel, Fiel, Fiel”; “Sábio, sábio, sábio”; ou “Poderoso, Poderoso, Poderoso”. Eles dizem: “Santo, Santo, Santo, é o Senhor dos Exercitos, toda terra está cheia da tua glória” (Is 6.3). Em Apocalipse 4, nos diz: “Santo, Santo, Santo é o Senhor, o Deus Todo Poderoso, que era, que é e que há de vir” (v.8). Só há um atributo de Deus que é elevado ao terceiro grau de repetição na Bíblia. Somente há uma característica do Deus Todo Poderoso que é colocado de forma superlativa na boca dos anjos: “Santo, Santo, Santo”. 

A santidade do Senhor é impressionante, apavorante e majestosa. Davi escreveu: “Santo e tremendo é o seu nome” (Sl 111.9). Em seu cântico de gratidão, Ana orou: “Não há santo como o Senhor, porque não há outro além de ti” (1 Sm 2.2). Moisés e os filhos de Israel disseram a respeito de Deus: “Quem é como tu, glorificado em santidae” (Ex 15.11).

O que significa ser “santo”? significa que a santidade não é propriamente um atributo de Deus. Descreve antes a própria natureza de Deus. Assim, a santidade abrange, ou compreende, todos os atributos de Deus. É na santidade que Deus é transcendente, ficando, na sua divindade, por cima de tudo e independente de toda a sua criação. DEUS NÃO TEM PECADO, ELE NÃO SE CONFORMA COM ALGUMA PADRÃO DE SANTIDADE, ELE É O PADRÃO. NÃO HÁ GRAUS DE SANTIDADE NELE, POIS ELE É PERFEITAMENTE SANTO.

A medida que os serafins proclamavam a santidade de Deus um para o outro: “Santo, Santo, Santo” “Ao som das suas vozes os batentes das portas tremeram, e o templo ficou cheio de fumaça” (Is 6.4). Aqui, tem uma cena dramática, pois deve ter sido semelhante a um vulcão em erupção. Deus é um fogo consumidor; você não pode brincar com ele ou será consumido.

Conclusão: a desolação do profeta

Quando Isaias viu Deus como Ele realmente é, sua reação imediata foi: “Ai de mim”. A expressão “ai” era usada para referir ao julgamento de Deus sobre os outros. Cristo usou ao repreender os lideres religiosos: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas” (Mt 23.13). Ela é uma palavra de maldição.

“Estou perdido”, “Ai de mim não tenho salvação”, “Estou perdido é o meu fim”. O termo hebraico fala de estar perdido, aniquilado ou destruído. Ele passou a confessar: “Sou um homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de lábios impuros”. NINGUÉM PODE FICAR NA PRESENÇA DE DEUS SEM SE TORNAR PROFUNDA E DEVASTADORAMENTE CONSCIENTE DE SUA PROPRIA MISÉRIA. 

SE NÃO ENTENDERMOS O QUÃO TERRIVEL É O NOSSO PECADO, NÃO ENTENDEREMOS SUAS CONSEQUENCIAS. A SALVAÇÃO SERÁ UM CONCEITO SEM SENTIDO PARA NÓS.

Apesar de Isaias ter sido devastado pela santidade de Deus. Deus não o deixou dessa maneira. Isaias segue escrevendo: “Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado” (Is 6.6-7). 


 

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