terça-feira, 29 de março de 2022

 A couraça da justiça – Ef 6.10-14

Introdução

Temos uma ordem: “Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo”. Duas coisas: se fortalecer no Senhor e na força do seu poder e se revestir da armadura de Deus. Para quê? Poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo.

A primeira armadura é o “cingir os lombos com a verdade”, ou o “cinto da verdade”. É uma figura da nossa aceitação e o entendimento de toda salvação de Deus para nós. No entanto, o “cinto”, a “couraça”, o “capacete”, a “espada”, o “escudo”, as “sandálias”, são figuras, imagens para representar aspectos espirituais da vida cristã. Por exemplo, quando Paulo fala dos “lombos da verdade ou cinto da verdade” remetem para a vida cristã. Como diz o apostolo Pedro: “Assim sendo, estai com a mente preparada, prontos para agir...”(1 Pe 1.13). 

Em 1 Tessalonicenses 5.8 o apostolo diz: “Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor”. Aqui se trata da “couraça da justiça”. Portanto, a preocupação do apostolo é no sentido de que compreendamos a importâncias destes diferentes aspectos da nossa guerra espiritual, e que compreendamos que Deus tem uma provisão especial para cada parte em particular.

1)     a importância da couraça

A couraça que Paulo tem em mente é aquela que nos tempos antigos era utilizada pelo soldado romano. Pode ser que ele estivesse acorrentado a soldados à direita e à esquerda quando estava ditando a sua epistola. Essa “couraça” geralmente ia da base do pescoço à parte superior das coxas, cobrindo o que agora costumamos denominar tórax e abdome.

Primeiramente e acima de tudo, ali há o coração. Depois os pulmões. Tanto um como os outros são vitais para a existência, para não mencionar a própria vida. Nessa região estão o tórax e o abdômen. No tórax temos: os dois pulmões e o coração, esôfago, 12 pares costelas, os músculos e os grandes vasos saindo e entrando no coração. Agora, o abdome: fígado, estomago, fígado, os rins, vesícula biliar e intestino delgado e grosso. 

Os escritores bíblicos com muita frequência se referem aos diversos órgãos da cavidade abdominal. O salmista diz: “Examina-me o Eterno, e prova-me; esquadrinha os meus rins e o meu coração” (Sl 26.2). O profeta Jeremias exclama: “Ah! Meu coração! Meu coração! Eu contorço em dores. Oh! As paredes do meu coração! Meu coração se agita...”(Jr 4.19). Habacuque sente toda tensão dentro de si: “Ouvi-o, e o meu intimo se comoveu...”(Hc 3.16). O apostolo Paulo em Filipenses diz: “Se, portanto, há alguma consolação em Cristo, se há conforto de amor, se há alguma comunhão do Espírito, se algumas entranhas e misericórdias” (Fl 2.1).

Os antigos acreditavam que estes diversos órgãos eram a sede dos “afetos” e eles atribuíam significação praticamente a todos eles. Eles tinham consciência quando tinham vários sentimentos e sensações, de que havia algum tipo de referência local, e assim deduziam que a causa de uma perturbação particular estava num órgão local particular.

Portanto, o apostolo Paulo aqui, quando nos diz que coloquemos a couraça da justiça, está preocupado em que, neste conflito, neste combate no qual estamos engajados contra o mundo, a carne e o diabo, não deve haver parte com o qual sejamos mais cautelosos quanto a proteção do que os afetos e sentimentos. E não somente os sentimentos e os afetos, mas também a consciência, os desejos e a vontade. 

2)     A couraça da justiça

No terceiro capitulo de Filipenses o apostolo Paulo expõe o assunto com muita clareza. Começa fazendo referência à sua própria justiça natural, e diz: “Se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu”. Ele tem uma base boa e firme: “Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus...segundo a justiça que há na lei, irrepreensível”. Ele era um paradigma de todas as virtudes! Ele podia levantar-se e desafiar todos os candidatos ...

Ouçam, porém: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por causa de Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas as coisas; e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé”.  

Portanto, a “couraça da justiça” refere-se à “justiça que vem de Deus”. É oriunda de Deus, feita e preparada por Deus, dada a nós. É isso que quero dizer, diz o apostolo. É nisso que estou interessado; tudo mais é “escória” e perda, é inútil, não é digno de menção. Eu pensava que a minha justiça pessoal era maravilhosa, diz ele, mas os meus olhos foram abertos e passei a ver que ela não vale absolutamente nada. Quando Paulo vestia a couraça da sua própria integridade e justiça, estava totalmente derrotado. Agora, diz ele, quero “a justiça que vem de Deus pela fé”.

3)     A justiça que vem de Deus pela fé

“A justiça que vem de Deus” é entendida erradamente em nossos dias. Martinho Lutero, afirmou: “Se a justificação pela fé, está de pé, a igreja está de pé. Senão, a igreja está caída”. Está é a justiça da qual temos nos revestir, diz o apostolo Paulo. Por melhor que seja a sua vida, seja o que for que você é, seja o que for que tenha feito, quando comparecer à presença de Deus verá que você é um pecador sem esperança, completamente condenado. Nada que você faça, por si mesmo, seria em vão...

Por quê não? Porque “Deus sonda o coração” e porque o padrão de Deus é absoluto. Deus não exige apenas um pouco de bondade. A exigência de Deus vem exposta nestas palavras: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este: amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.37-39). ESSE É O PADRÃO DE DEUS...

Foi por isso que Deus enviou o seu Filho Unigênito a este mundo, para que ele pudesse dar-nos a sua justiça. Ele veio, o filho de Deus, sem mácula, sem pecado e prestou perfeita obediência à lei de Deus, obedeceu-lhe em cada jota e til da lei. Viveu uma vida perfeitamente justa. Ele se fez responsável pelos nossos pecados, levou-os sobre o seu próprio corpo e foi crucificado por causa deles. “O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Is 53). 

Em 2 Corintios 5.21, lemos: “Aquele que não conheceu o pecado (Deus) o fez pecado por nós”. Noutras palavras, Deus tomou os nossos pecados e os “imputou” a seu Filho, colocou-os sobre ele, colocou-os na conta dEle. Agora, quando compareço à presença de Deus, Deus não me vê, Ele vê a justiça de Cristo me cobrindo, vestindo-me completamente.

 Como disse o Apostolo Paulo: “...tenho por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas essas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a quem vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé” (Fp 3.8-9).

Conclusão: E, agora?

Deus não para por aí. Ele começa a operar em mim a justiça de seu Filho. Ele “infunde” em minha alma. Isso acontece como resultado do Novo Nascimento, da nova vida. A justiça não é somente colocada em mim como um casaco, uma coberta, mas também é infundida em mim. É comparável a uma transfusão na qual o sangue de uma pessoa é posto em circulação no sangue da outra. Os verbos podem ser “transfudir” ou”infundir”, “injetar”, “transferir”.

Portanto, doravante, justificados e com uma nova natureza, o diabo nos ataca na esfera do desejo, da vontade e na esfera do sentimento. E o único modo de enfrenta-lo nestes pontos é: “vestir-se a couraça da justiça”. Esta justiça nos protegerá dos ataques, dos ardis, das setas, do adversário. Por que sabemos que “maior é aquele que está em nós, do que aquele que está no mundo”. 


 

terça-feira, 22 de março de 2022

 Cingindo os vossos lombos com a verdade – Ef 6.10-14

Introdução

O cinto da verdade é a Palavra de Deus, a verdade objetiva de Deus. Portanto, o cinto é vital por causa de sua função. Primeiro, é vital para juntar e atar as roupas do soldado romano. Quando colocava o cinto liberava-o para a ação, e podia manejar o escudo com uma das mãos e a espada com a outra. De tal modo, que o cinto dava ao soldado uma sensação de segurança.  Ele estava pronto, livre, alerta e preparação para a ação. Jesus exorta seus discípulos: “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias” (Lc 12.35). 


1)    Por quê?

Comparemos a igreja atual com a igreja primitiva, ou com a igreja sobre a qual se pode ler, de certos períodos e épocas da sua longa história: a igreja dos morávios, a igreja de John Wesley, etc. Hoje, a igreja está em condições verdadeiramente perigosas, às vezes, inútil. Por quê? Não aceitamos os ensinamentos do Novo Testamento como verdade absoluta. A igreja atual, não quer se submeter a “verdade”, em torno dos seus lombos, para firmar seus pés e “fortalecer no Senhor e na força do seu poder” e “vestir toda armadura de Deus”.

Hoje, vivemos em uma sociedade pós-moderna, ou sociedade liquida. E a afirmação é essa: não importa o que o homem diga sobre o que crê, desde que ele viva uma boa vida. Contudo, é-nos dito “cingi os vossos lombos com a verdade”. Porém, o que é a verdade? Com que devo me cingir? A crença tem algum valor? Afinal, a verdade vale alguma coisa? “Que é a verdade?” (Jo 18.38). 


Hoje, há um ensinamento que não se pode definir a verdade, é muito presunção em dizer que conhece a verdade. Se você se aventurar ou criticar ou a dizer que certo ensino é errado, você é despachado como pessoa contenciosa. Dirão que seu espírito deixou de ser cristão, que você se tornou estreito; de que tem a pretensão de que só você tem a verdade. Então, a sociedade liquida lhe diz: “Voce não pode fazer isso, afinal quem pode definir a verdade? Uma pessoa a vê de um modo, outra pessoa a vê de outro modo”. 

 Ou seja, a verdade é posta adiante da doutrina. Há somente uma coisa, parece-me, em que a maioria acredita na “unidade”. Devemos unir-nos a todo custo, crendo no que quisermos. É a isso que se chega de fato, e está crescentemente se tornando a ideia primitiva. Um exemplo: foi feita uma pergunta ao Pastor André Valadão, da Batista Lagoinha, no Instagram: “A pessoa pode tomar santa ceia sem ser batizada?” Ele respondeu que sim! E, assim, os lideres do movimento pela unidade – estão interessados em reconciliar todos para uma única igreja.

Eles afirmam que a Bíblia é de Grande valor, mas, seria tolice esperar que ela realmente nos ajudasse nos tempos atuais. E, argumentam, a Bíblia foi escrita numa época em que a sociedade era primitiva, patriarcal e simples. Contudo, por causa das complexidades dos tempos modernos, seria ridículo esperar que a Bíblia fosse adequada. O Pastor Ed Rene Kivitz, pastor da igreja Batista Água Blanca, afirmou que “A Bíblia precisa ser atualizada para que LGBTs não sejam mais condenados ao inferno”. Enquanto que o Pastor Billy Graham, afirmou: “A Bíblia é mais atual do que o jornal de amanhã” 


2)    Cingindo os lombos

A pergunta que faço, à luz disso tudo, é: como devo colocar o cinto da verdade. É a primeira coisa que devo fazer, revestir-me de toda armadura de Deus, e que, sem a armadura de Deus, já estou derrotado. Diz o apostolo que a verdade é algo que eu posso tomar, que eu posso vestir. “Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade...” (Ef 6.14). 

Há uma perfeita ilustração disso no capitulo dois da segunda epistola de Paulo à Timóteo, onde o apostolo diz que devemos apegar-nos à verdade. Havia alguns que a estavam negando “estes se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição já aconteceu” (2 Tm 2.18). O Apostolo chama esse ensino de “gangrena” (câncer, NVI). Mas se eu lhe chamar gangrena hoje, serei caluniado como uma pessoa arrogante, como uma pessoa contenciosa, cujo espirito é mau.

No começo do capitulo 2 de segunda Timóteo, ele afirma: “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (vs. 1 e 2). Aqui, Paulo toma um assunto particular – a ressurreição -. Hoje nos dizem que é completamente insignificante se a pessoa crê ou não na ressurreição literal, física de Cristo. “Não!” diz o apostolo “o firme fundamento de Deus permanece inabalável” (2 Tm 2.19). 

Paulo instrui: “E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor, instruindo com mansidão os que resistem” (2 Tm 2.24-25). Olha o que o apostolo diz: você tem que instrui-los, e você não poderá ensiná-los a menos que acredite que eles estão errados e que você está certo. E lhe cabe a instrui-los “na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-os ao conhecimento de Deus” (2 Tm 2.25).

E, finaliza em sua exortação: “Para que assim voltem à sobriedade e escapem da armadilha do diabo, que os aprisionou para fazerem sua vontade” (2 Tm 2.26). O diabo, como um caçador de animais, arma as suas armadilhas por toda parte para apanhar os ignorantes, os que não creem em doutrina e dizem que não importa no que você creia. O diabo monta suas armadilhas e eles caem nelas...

O Novo Testamento arrazoa. O Novo Testamento argumenta, o Novo Testamento é polêmico. O apostolo Paulo emprega linguagem muito forte. Diz ele que algumas pessoas “creem na mentira”, que há “falsos mestres”, e adverte as pessoas no sentido de que fujam deles. E afirma: “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que vos tenho anunciado, seja anátema” (Gl 1.8).

Como devo colocar o cinto da verdade? Que é a verdade? A grande questão atual é a questão da autoridade. Que devo dizer no meio desta babel de vozes? A primeira resposta é que a minha autoridade não deve ser a razão humana. Vivemos numa era cientifica, portanto não devo confiar num conhecimento que vem do passado. Se eu puser a minha confiança na razão humana, serei derrotado. Voce não pode confiar em sua razão; ela é pequena demais, é deveras inadequada.

Que dizer dos meus sentimentos? Os sentimentos são colocados na posição de autoridade por muitos. O lema é: “Não tente entender demais, não tente raciocinar. É o que você sente, é o que você experimenta que importa”.  Mas, os sentimentos não podem ser a nossa autoridade final, porque, como bem sabemos, eles são instáveis e não são confiáveis. Eles vem e vão, e você nunca sabe o que virá depois. Se eu estiver sendo governado por meus sentimentos, ficarei oscilando: às vezes feliz, às vezes infeliz; às vezes parece que tudo está bem, ora achando que tudo está mal; às vezes sentindo-me forte, às vezes sentindo-me fraco. 

Se a autoridade não é a razão humana, não é o sentimento, será possível que é a igreja católica? “Oh, sim”, diz ela, “a Bíblia é muito boa, contudo não é suficiente. Nós temos acrescentado algo a ela, tivemos revelação adicional. Voce deve crer na igreja tanto como na Bíblia”.  A igreja de Roma não tem autoridade por causa das adições feita por homens, acréscimos para os quais não há autoridade nenhuma.

A igreja católica inseriu o dogma da MARIOLATRIA – a adoração da virgem Maria na igreja. Maria é rainha do céu e da terra porque ela é a mãe de Jesus, o rei do Universo, tornando-se desse modo a co-redentora da raça humana. Maria é virgem, sem pecado, sem culpa. Onde eles acham isso nas Escrituras?

Conclusão:

Portanto, Paulo nos exorta, que não temos que lutar contra carne e nem contra sangue, mas contra os principados e potestades nas regiões celestiais. Como lutar? Nos fortalecer do Senhor e da força do seu poder e nos revestir de toda armadura de Deus, para ficarmos firmes. 

  

terça-feira, 15 de março de 2022

 Ficar firmes – Ef. 6-10-14 

Introdução:
 Estamos em combate, é necessário que sejamos valentes. Então, o apostolo exorta: “Fortalecei-vos do Senhor e da força do seu poder”. Precisamos da força e do poder do Senhor, tanto interiormente quanto exteriormente. POR QUÊ? “A nossa luta não é contra seres humanos, mas contra poderes e autoridades...dominadores deste mundo de trevas... forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef 6.10-13). Na primeira mensagem, vimos porque que temos que nos fortalecer no Senhor; na segunda, vimos o que temos que evitar, no meio do combate. E, hoje, a palavra de Paulo é: “Ficar firmes”.

1)     “Estais por firmes”

“Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” e “revesti-vos de toda armadura de Deus”, para que possamos, “estar firmes contra as astutas ciladas do diabo”. Depois no versículo 13, Lemos: “Portanto, tomai toda armadura de Deus, para que possais resistir”. Esta palavra comunica a mesma idéia, com algo mais. “Estar firmes contra”, “resistir”, enfrentando todas as coisas que lhes sobrevenham, particularmente “no dia mau”. “E, havendo feito tudo, ficar firmes”. O apostolo prossegue: “Estais pois firmes”. Ou seja, a expressão “estar firmes” se repete quatro vezes dos versículos 10 ao 14.

2)     Razões para estarmos firmes

PRECISAMOS “FICAR FIRMES” PORQUE ESTAMOS EM COMBATE. Infelizmente, muitos cristãos parecem ficar decepcionados quando veem que a vida cristã é uma LUTA. Parecem estar com a idéia de que, desde o momento em que alguém se torna cristão, jamais achará qualquer dificuldade ou adversidade. Dizem: “Aceita a Jesus e a sua vida será somente de alegria”. Então, para muitos, ser cristão, não requer nenhum esforço, nenhuma luta, nenhum conflito.

E, quando, a luta vem, e quando há dificuldade chega como em um tremendo combate, ficam completamente desanimados, sem força para continuar. A palavra do Apostolo vem a tais pessoas e as convoca a “ficarem firmes”, a se animarem, a se encherem de coragem para o conflito. O Apostolo Pedro, exorta a igreja do seu tempo: “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse” (1 Pe 4.12). 


O Apostolo João, foi exilado na ilha de Patmos, escreve: “Eu, João, irmão e companheiro de vocês no sofrimento, no reio e na perseverança em Jesus” (Ap 1.9). Portanto, nada é mais importante do que o fato de que devemos reconhecer a inevitabilidade das provações, dos problemas e dos conflitos deste mundo por causa do diabo e por causa do pecado. 

Então, sempre que nos virmos inclinados ao desanimo, e a reclamar e a murmurar, como se o Senhor não estivesse cumprindo suas promessas em nós, precisamos escutar essa exortação: “ficar firmes”, “junte forças”, “encha-se de coragem”. JAMAIS ENCHER NOSSAS MENTES COM PENSAMENTOS DE AUTOPIEDADE, NOS TORNAMOS SEMPRE VITIMAS DAS CIRCUNSTANCIAS DA VIDA. Provérbios, adverte: “Se te mostrares fraco no dia da angustia, quão pequena será a tua força” (Pv 24.10).

PRECISAMOS “FICAR FIRMES” PARA NÃO NOS APAVORAR DIANTE DA VIDA. “Ficar firmes”, diz o apostolo. O homem apavorado não é visto como sendo firme, em pé; já está meio correndo, a fugir, está aterrorizado, alarmado. Somos capacitados a resistir ao diabo: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8-9). Mas, ele continua: “resistam-lhe, permanecendo firmes na fé”. Tiago fez uma exortação igual: “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).

Toda vez que ficamos apavorados, já estamos derrotados. No momento em que começamos a tremer, a estremecer, cedendo aos pensamentos de derrota, nossa força simplesmente escorre de dentro de nós e desfalecemos. Portanto, em dias de guerra, como os nossos, precisamos desta exortação “ficar firmes”, “possais resistir”. 

Somos fortes no Senhor e nos revistamos de sua força, ou do seu poder (dínamo), fazemos parte do corpo de Cristo, cujo cabeça é Jesus Cristo, que morreu, mas ao terceiro ressuscitou e está assentando à direita de Deus Pai, e proclamou: “Eu tenho a chave da morte e do inferno”. Ele nos prometeu o “Consolador”, o Espírito Santo. Ele veio no dia de Pentecostes, e habitou em cada cristão; esse poder está disponível em nós. 

 PRECISAMOS “FICAR FIRMES” PARA NÃO SERMOS INDIFERENTES E INDECISOS QUANTO A OBRA DO SENHOR. A Igreja de Deus em grande parte é o que é hoje porque nela estão muitos que não sabem porque pertencem as suas fileiras. Passam boa parte do tempo pensando que prefeririam não ser cristãos e nunca terem ouvido falar da fé. Certamente, todos quantos se acham nestas condições já estão derrotados, porque são indecisos.

Se o cristianismo é uma tarefa, se o culto a Deus é algo que temos que força-nos a fazer (ou a vir), já estamos derrotados. Estamos atordoados, oscilando. Todo aquele que se diz cristão e que acha o ensino do Novo Testamento é estreito, está afirmando que ele ou ela realmente nada sabe a respeito. A Bíblia condena essa situação, essa oscilação, esse coxear entre dois pensamentos. 

O Salmista diz: “Vós, que amais ao Senhor, odiai o mal” (Sl 97.10). “Odiai o mal”! Não somente o pratiquem, mas odeiem-no! A diferença entre Deus e o mal, entre Deus e o diabo, é a diferença que existe entre a luz e as trevas. “Tu és tão puro de olhos, que não pode ver o mal” (Hb 1.13). Somos realmente filhos de Deus? Se você é filho de Deus, o mundo, a carne e o diabo estará contra você.

Lemos na epístola de Tiago: “Não sabeis vós que amizade do mundo é inimizade contra Deus” (Tg 4.4). O mundo está contra Deus. “O mundo” significa a vida, a perspectiva, tudo o que é organizado pelo diabo e seus poderes. E Tiago afirma que se você é amigo do mundo, você é inimigo de Deus. Ou, você é uma pessoa de mente dupla, você é inútil no reino de Deus, você será vomitado da boca de Deus. É como uma onda do mar, jogada para cá e para lá “Não podeis servir a Deus e a Mamom, dinheiro” (Mt 6.24).

O Apostolo João é mais incisivo: “Aquele que diz: eu conheço-o (Ao Senhor), e não guarda os seus mandamentos é mentiroso” (1 Jo 2.4). “VOCE É MENTIROSO”. Isso choca você? É preciso que não tenhamos mente dividida, mente dupla: “A amizade do mundo é inimizade contra Deus”. Por isso, João continua: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele”. Então, ele explica: “Porque tudo que há no mundo, os desejos da carne, os desejos dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” ( Jo 2.15-16).

Precisamos “ficar firmes” e sempre alertas.  A exposição  que o apostolo Pedro faz dessa expressão é: “sede sóbrios” (1 Pe 5.8). Ele quer dizer: “Livre-se de todas as formas de embriaguez mental e espiritual”. Embriaguez mental é você abrigar tantos pensamentos derrotistas e tantas idéias desalentadoras que se torna incapaz de fazer coisa alguma. Há quem diga: “Não sei onde estou, não sei o que fazer”. Pessoas confusas, com muitos pensamentos, possibilidades e idéias...

A mesma coisa acontece na esfera espiritual. Ser sóbrio significa ser equilibrado, não ficar desnorteado, mental ou espiritualmente. Não ser “levado em roda por todo o vento de doutrina” (Ef 4.14). É saber controlar-se, é ter domínio próprio em todas as circunstancias. A pessoa embriagada, não consegue controlar-se, faz coisas que não devia, não pensa bem, age impulsivamente. Por isso a ordem dada aos soldados cristãos é: “Sede sóbrios”.

Conclusão: “vigiai”

“Vigiai” significa “ficar bem acordado”. O soldado que dorme em seu posto é um perigo, não somente para si, mas para todo o exercito. Portanto, estejamos alerta, sejamos vigilantes! O Antigo e o Novo Testamento enfatizam constantemente: Sansão enquanto dormia, teve o cabelo cortado; a lança de Saul foi tomada por Davi, enquanto ele dormia; Noé, em seu sono ébrio, foi humilhado por seu filho; Eutico, caiu da janela, enquanto dormia....

“Vigia!”, “Sede vigilantes!”, estejam alerta, fiquem bem acordados, fiquem firmes. Olha a exortação de Amós: “Levantai-vos e andai, porque não será aqui o vosso descanso...” (Am 2.10). Voces não podem dar-se o luxo de relaxar, senão, vão acabar dormindo. A única maneira de manterem-se acordados é resistir. Vocês tem um inimigo muito astuto, vigiem e orem. Sejam vigilantes, sejam sóbrios, por causa do caráter e da natureza do seu inimigo. Estejam sempre prontos, sempre vivos, sempre alerta, sempre despertos, e vigiando em todas as direções. 


terça-feira, 8 de março de 2022

 No combate cristão, o que evitar – Ef 6.10-12

Introdução

Paulo nos exorta: “Fortaleçam no Senhor e na força do seu poder”. Por quê? Estamos em combate e não é contra seres humanos, mas “...contra os poderes e autoridades...os dominadores deste mundo...as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef 6.12). Portanto, o inimigo não pode ser subestimado, apequenado; ele é “como leão que ruge procurando alguém para devorar” ( Pe 5.18). Ele é a “antiga serpente chamada diabo ou satanás que engana o mundo todo” (Ap 12.9).

1)     O que evitar

Em meio ao combate ferrenha, renhida, difícil, temos que evitar o DESPERDICIO DE ENERGIA. Por mais energia que tenhamos, se a usarmos mal, se a desperdiçamos, se a jogarmos fora, o resultado é que teremos menos energia, e nos tornaremos menos eficazes, menos eficientes. Muitos soldados, antes fortes, tornaram-se no decorrer da caminhada fracos, porque se empenharam demasiadamente, pressionaram-se muito, e, inevitavelmente, cansaram-se, enfraqueceram-se.

O Apostolo Paulo escreveu que os judeus “eles tem zelo por Deus, mas o seu zelo não se baseia no conhecimento” (Rm 10.2). “Zelo sem entendimento”, ou seja, atividade sem reflexão, ou o que pode ser descrito como “ativismo”. Há uma diferença enorme entre ATIVIDADE E ATIVISMO, ou atividade saudável e a dissipação de energia. Então, nossa atividade tem que ser razoável, disciplinada, governada e dirigida. 

Porque todo soldado que exagera no que faz – e não importa o que faço – logo descobrirá que, antes de mais nada, a qualidade do seu trabalho começa a sofrer as consequências. O soldado que prega muito, que dá duro demais no ministério da Palavra, que é superativo. Ou o soldado que exerce o ministério do louvor, que canta em todos os dias da semana, aos poucos, a primeira coisa que se perde é a qualidade. O que fica é a reputação do passado, mas no presente algo se perdeu, perdeu-se a qualidade. Porque sobrecarregou-se, está cansado, esgotado...

Todo soldado deve se auto examinar, tem que ponderar. Deve ser resoluto e não se deixar levar pelo ativismo, religiosidade. É ele que está na melhor posição para saber o quanto ele pode fazer, quando fazê-lo e onde fazê-lo.

Por exemplo, Robert Murray, foi intitulado “O homem que não era como os demais”. Nasceu na Escócia, em 1813, e com oito anos de idade já meditava nas Escrituras. Em 1831, ele começou seus estudos teológicos – com 18 anos -. Estudou as línguas originais, seu maior desejo era pregar o evangelho de Jesus. Contudo, em 1846, com 33 anos, depois de pregar o evangelho para pessoas com febre infecciosa, adoeceu e depois de alguns dias morreu.

Em meio ao combate ferrenha, renhida, difícil, temos que evitar as muitas palavras.  Muitas advertências são feitas nas escrituras concernente a isso. Vejam 1 Timóteo 1.4: “Não se deem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé”. E no versículo 6: “Alguns se desviarão dessas coisas, voltando para discussões inúteis, querendo ser mestres da lei” (1 Tm 1.4-6). Isto, é, passam a vida discutindo e brigando. E, Paulo ainda exorta: “Traze estas coisas à memória, ordenando-lhes diante do Senhor  que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes” (2 Tm 2.14).

E, mais, exorta o apostolo: “Evite as conversas inúteis e profanas, pois os que se dão a isso prosseguem cada vez mais para a impiedade” (2 Tm 2.16). Ainda o apostolo arrazoa: “Mas não entre em questões loucas, genealogias, contendas e nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs”. A prova de tudo sempre deve ser é proveitoso – proveitoso para as nossas almas, proveito para almas que estão ouvindo. Há muita dissipação de energia, puro desperdício de energia em disputas e contendas que não tem utilidade.

Fomos chamados a “batalhar pela fé”. É a exortação de Judas: “Tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (v.3). O apostolo Pedro fala dessa esperança: “...Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1 Pe 3.15). E o apostolo Paulo agradece aos filipenses que permaneceram com ele na “defesa e consumação do evangelho” (Fp 1.7).  Então, temos que “batalhar pela fé”, “responder a qualquer que lhe pedir”, “defesa” e evitando todo tipo de contenda. “Contender” significa que o seu espírito está errado. 

 Em meio ao combate ferrenha, renhida, difícil, temos que evitar ás más companhias, ou companhia imprópria.   Uma companhia que não é positivamente útil, no sentido espiritual. Quer dizer, não é pra ter companhia somente com os cristãos, não é isso! A questão é: passar muito tempo com pessoas mundanas. SE VOCE PASSAR MUITO TEMPO DE QUE VOCE DISPÕE NUMA ATMOSFERA MUNDANA, VERÁ QUE O FIO DA SUA VIDA ESPIRITUAL FICARÁ EMBOTADO. Não há nada de errado, inerentemente, em ver televisão, ou mexer na internet, mas se passar muito tempo fazendo isso, é certo que não será capaz de orar muito bem, e que perderá o gosta pelas Escrituras, livros cristãos, etc

Um teste de AUTOEXAME: examinando-se a si mesmo, sempre poderá dizer se a sua força está aumentando ou diminuindo. Você perdeu seu ânimo espiritual? Não aprecia as coisas cristãs como antes? Quanto tempo toma com as outras coisas, e por quê? 

Existe uma coisa pior. O apostolo adverte: “Nem torpeza, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convém; mas antes, ações de graça” (Ef 5.4). A tradução da NVI, diz: “Não haja obscenidade nem conversas tolas nem gracejos imorais, que são inconvenientes, mas, ao invés disso, ação de graças” . “Chocarrice” é fala jocosa, gracejo, zombaria e desrespeito. Parvoíces” é imbecialidade. Muitas vezes ficamos surpresos por ouvir cristãos com essa espécie de conversa, pertencente ao mundo.

Em meio ao combate ferrenha, renhida, difícil, temos que evitar o jugo desigual.    “Não se ponham em jugo desigual com descrentes. Pois o que tem em comum a justiça e a maldade? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas? (2 Co 6.14). Isso se aplica primeiramente ao casamento. A razão pela qual o cristão não deve casar-se com alguém incrédulo é que, fazendo isso, ele se põe numa atmosfera nociva, que tende a minar a sua energia e vitalidade espiritual. Por conseguinte, somos exortados a não nos sujeitarmos a um jugo desigual com os infiéis. 

Também, temos como soldados de Cristo evitar contágio ou infecções com incrédulos. O Salmo 1 trata desse assunto: “Bem-aventurado é o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”. Primeiro, ele é “bem-aventurado”, ou seja, feliz, um homem reto e que conhece as bênçãos do Senhor e evita toda atmosfera enervante. Ele não “anda segundo os conselhos dos ímpios”, não mantém amizades com pessoas más e perversas, pessoas que não tem o temor de Deus. Ele não se “detém no caminho dos pecadores”, ou seja, não se põem onde estão. E, “não se assenta na roda dos escarnecedores”, não está na mesma mesa, na mesma iguaria.

Paulo Exorta: “Foge”: Corra disso, fique longe quanto puder. É a única coisa a fazer com as más companhias. Em 1 Corintios 5, ele exorta: “Já por carta vos tenha escrito, que não vos associes com os que se prostituem” . POR QUÊ?  Por que noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5.8).  

“Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade” (Ef 4.22-24).

“Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas. Pois vocês morreram, e agora a sua vida está escondida com Cristo em Deus”. Colossenses 3:1-3

Conclusão

“Portanto, tomai toda armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e, havendo feito tudo, ficar firmes” (Ef 6.12). CONTINUEM FIRMES. Não relaxem. “Defendam o seu acampamento” (Martinho Lutero). Cuidado com a excessiva confiança. Em 1 Coríntios 10.12 Paulo diz: “Aquele pois que cuida estar em pé, olhe, não caia”. Continue defendendo a sua posição espiritual. Não seja como Elias, Deus lhe deu uma retumbante vitória contra os profetas de Baal, e depois mandou chuvas do céu, depois de três anos e meio sem chover. Mas, quando Jezabel o ameaçou, ele correu desesperadamente com medo da profeta de Baal. 


terça-feira, 1 de março de 2022

 Estamos em combate– Ef. 6.10-11 

Introdução

“No demais, fortalecem-se no Senhor e na força do seu poder. Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo”.   Estas palavras é um chamado para lutar e são endereçadas aos cristãos; não contém, portanto, mensagem nenhuma para os que não são cristãos. Na verdade, ninguém mais pode entende-las. Aliás, o mundo a nossa volta ridiculariza esse tipo de declaração. Não crê de modo nenhum num reino espiritual. Dúvida até da existência de Deus; não tem fé no Senhor Jesus Cristo.

1)     O mundo

Diante do espírito de nossa época, e a toda dificuldade que há em viver, especialmente em viver a vida cristã, nestes tempos confusos e que nos encontramos. E hoje, nalguns aspectos, a dificuldade é talvez mais aguda e mais urgente do que nunca antes. Houve um tempo, não muito longe da gente, em que a vida era mais segura, o lar era mais seguro. 

Mas, agora, o mundo entra sorrateiramente nas casas pelo rádio, pela televisão, pela internet e outros meios. Por exemplo, tem um aplicativo chamado TikTok de vídeos curtos, recheados de imagens de prostituição, homossexualismo, sexo, etc. O combate não é somente a guerra que assistimos, mas o combate que ocorre nas mentes dos nossos filhos que estão à mercê de um celular... 

Quando o crente não entende a natureza do conflito com o que se defronta está condenado ao fracasso. Então, temos de DISCENIR que somos chamados para um combate, não para uma vida cômoda; somos chamados para um combate, para uma guerra, para pelejar “...não contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef 6.12).

2)     Razões para lutarmos nessa peleja

“Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder”. Eis uma grande ordem dada por este valoroso capitão, o apostolo Paulo – ORDEM DO DIA. Agarrem-se a isso, não o esqueçam. No calor e no grosso da batalha mais tarde no dia, aconteça o que acontecer, jamais esqueçam, jamais percam de vista este grande principio norteador e determinante.

“Na Batalha contra o mal, sê valente. Segue em marcha triunfal, sê valente”

“Se o maligno te enfrentar, sê valente. Lutarás sem recuar, sê valente”. (215) 

“Eu quero estar com Cristo Onde a luta se Travar No lance imprevisto Na frente me encontrar” 212  

O que esses hinos da harpa cristão significam para nós na prática? Estamos numa guerra, verdadeiramente, ou vivendo comodamente numa religião psicológica. Voce não vai simplesmente pelo caminho dizendo: “Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder”. Usando frases como se fossem amuletos, encantamentos, terços católicos, ou oração do Pai Nosso.

Por que temos que nos revestir do Senhor e da força do seu poder? Temos que compreender a necessidade de sermos fortes por causa do poder do inimigo. Jamais subestimemos esse poder. A Bíblia sempre nos conclama a enfrentar o inimigo e dar-nos conta de que ele é, no dizer de Pedro, “como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1 Pe 5.18).  O livro de Apocalipse identifica como “antiga serpente chamada diabo ou satanás, que engana o mundo todo” (Ap 12.9). Por fim, é nos dito que o Arcanjo Miguel não se atreveu a falar com ele levianamente ou com liberdade, e quando discutia com a ele a questão do corpo de Moisés, “não ousou pronunciar juízo de maldição” contra ele.  

Por que temos que nos revestir do Senhor e da força do seu poder? Nós precisamos deste poder para o “dia mau”. Embora a vida seja, em certo sentido, sempre o mesmo tipo de vida, há variações; há dias maus, uns dias são piores do que outros, são excepcionalmente maus. No presente momento estamos vivendo “dias maus”. E mau em todos os sentidos: vemos o esfriamento da igreja, indiferença dos crentes; uma pandemia que dizimou mais de 5 milhões de pessoas no mundo e, agora, uma guerra, que pode desembocar a terceira guerra mundial. Parece que os demônios preso no abismo estão soltos.... 

POR ISSO PRECISAMOS DESTE PODER, E DE TODA ARMADURA DE DEUS; E ENTÃO SEREMOS CAPAZES DE RESISITIR. PORTANTO, NÃO DESANIME, NÃO SE DEIXE EXTRAVIAR, NÃO SE PONHA DE FORA, APESAR DOS DIAS SEREM MAUS...

Por que temos que revestir do Senhor e na força do seu poder? Porque no que se refere a salvação, somos indivíduos, porém não somos unidades isoladas. Somos membros do corpo de Cristo; pertencemos a Ele, a família de Deus. Lembrem-se sempre de que o Senhor Jesus Cristo “não se envergonha de nos chamar irmãos” (Hb 2.11). Lembrem-se também de que “Deus não se envergonha de se chamar seu Deus” (Hb 11.16). O nome de Deus está sobre nós, o nome de Cristo está sobre nós “...Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos” (Atos 11.26). 

Portanto, a reputação de Deus Todo-Poderoso, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, está em nossas mãos, e qualquer fracasso que nos aconteça da má fama ao GRANDE E SANTO NOME. Agora, VAMOS UM POUCO MAIS LONGE, vivemos em uma guerra, Russia e Ucrania, homens estão sendo chamados para defender seu país, seu território, sua bandeira, etc. O presidente da Ucrania espera que cada homem cumpra seu dever de soldado.

Agora, multipliquem isso pelo infinito e vejam que eu e você não temos direito de mostrar-nos fracos, porque o nosso fracasso não envolve somente a nós mesmos. Toda família, no céu e na terra, está envolvida conosco. Somos representantes.

Porque temos que revestir do Senhor e da força do seu poder? Por conta das nossas fraquezas e da nossa necessidade de força. Vá ao livro de Genesis, ali vemos um homem chamado Adão, que era sem pecado e sem defeito. Mas, é confrontando pelo diabo e pela manifestação “das astúcias do diabo”. Embora fosse perfeito e tivesse tido uma vida de amizade e comunhão com Deus, ele caiu; e caiu tão facilmente! Vejam os santos do Antigo Testamento: Abrãão, Isaque, Jacó, Judá, Rubens, Gideão, Sansão, Jefté, Saul, Davi, Uzias, Manassés, Ezequeis e os profetas. Todos eles caíram, nenhum deles pode resistir ao diabo.  Todos “pecaram e destituídos estão da gloria de Deus”. 

Um dos sinais característicos do verdadeiro santo é que ele nunca dá a impressão de que a vida cristã é fácil – nunca! Os maiores santos sempre deram testemunho da ferocidade da batalha, da sua fraqueza pessoal, da sua incapacidade. Como disse o apostolo Paulo, em sua primeira viagem missionária: “É necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no reino de Deus” (Atos 14.22).

 Conclusão: “Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder”

O que o apostolo quer dizer com a frase “na força do seu poder”. O fato básico, aqui, é o “poder”. A diferença entre força e poder é que “poder” significa força revestida de energia; “poder” é força inerente, algo que é dado ao homem. O poder é o exterior, como se fosse o físico, enquanto que a força é o interior, é o coração, a alma, o ser interior.

Para “fortalecer-se no Senhor” nós temos que lembrar da “força do seu poder”. Olhe para Jesus, veja sua força, veja seu poder, veja sua glória. O Apostolo Paulo,  afirma: “Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” e, diz mais: “Nele estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Cl 1).

Onde vejo sua força? Na sua encarnação, na sua humilhação, na sua determinação de fazer a vontade do Pai “Pai se possível for, passa de mim este cálice, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres” (Mt 26.39).

Onde vejo sua força? Vejo em seus milagres: um endemoninhado com uma legião de demônios é libertado pelo poder de Jesus. Um jovem epilético e endemoninhado, os discípulos não conseguiram expulsar o demônio, mas Jesus expulsou. Veja seu poder, somente uma palavra de Jesus e o demônio é expulso. Veja o poder de Jesus na ressurreição de Lazáro, depois de quatro dias morto.

Onde está sua força? Ele morreu, mas no terceiro dia, ressuscitou. “Sou aquele que vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo o sempre! Eu tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.18). Depois da sua ressureição, ele fala aos discípulos: “É me dado todo o poder, no céu e na terra” (Mt 28.18).

“E vocês receberão poder quando o Espirito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judéia, Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1.8).