quarta-feira, 29 de janeiro de 2020


Quando nos esquecemos de Deus – Jz 3-1-11.


Introdução: Introdução: OS OLHOS DE QUEM?

O capítulo 13.1, inicia: “os israelitas fizeram o que era mau aos olhos do Senhor”. Portanto, Deus os entregou nas mãos dos inimigos, neste caso, os filisteus. A frase “fizeram o que era mau aos olhos do Senhor” é frequente no livro de Juízes (2.11; 3.7,12; 4.1; 6.1; 10.6). OUTRA FRASE frequente no livro de Juízes, que diz a mesma coisa, é: “cada um fazia o que parecia direito aos seus próprios olhos” (17.6; 21.25).

O que o autor está enfatizando? Que muitas coisas que os israelitas faziam não eram más “AOS SEUS OLHOS”. Ou seja, na percepção deles, quase todas ou todas as suas atitudes eram perfeitamente aceitáveis. Mas “AOS OLHOS DE DEUS” o comportamento deles era mau. 

1)    Quando nos “esquecemos”
“Os israelitas fizeram o que era mau aos olhos do Senhor” (v.7). O que Deus chama de mau é uma decisão com dois aspectos: afastar-se dele, ou “esquecê-lo”; e servir a deus pífios, falsos deuses.

Na Bíblia “lembrar-se” e “esquecer” tem significado espiritual. As pessoas no Antigo Testamento pediam a Deus: “...lembra-te da tua compaixão e do teu amor”. (Sl 25.6). Aqui, eles estavam pedindo para Ele agir de acordo com o seu caráter. Quando alguém pede a Deus: “Não te lembres de (meus) pecados”, está pedindo para ele não agir de acordo com o que sabes. Ou seja, em compaixão de mim, ó Deus.

Portanto, dizer que os israelitas se “esqueceram de Deus” é dizer que eles não eram mais controlados pelo que sabiam. Embora o povo soubesse quem Deus era e que ele desejava, isso não era real para eles. “PODEMOS RECONHECER INTELECTUALMENTE QUE ALGO É VERDADE, MAS, BEM NO INTIMO, ESSA VERDADE NÃO SE APODERA DE NÓS, NÃO NOS SENSIBILIZA, NÃO NOS CONTROLA”.

O Motivo de os israelitas estarem sempre precisando de avivamento era o fato de que as verdades sobre Deus, antes vibrantes e reais para eles, acabaram se tornando irreais. Nosso coração é como um balde de água em um dia muito frio  - acaba congelando se não quebrarmos continuamente o gelo que está se formando nele.

Conhecemos essas verdades, mas não as “provamos”, nem as “vemos”, nem “as sentimos”. Diferente do apostolo João “... o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1 Joao 1.1). Quando não provamos, outras coisas – ídolos – se tornam mais reais para o nosso coração e passamos adorá-los.

2)    E, agora?
Qual é a solução? Lembrar-se! Em 2 Pedro 1.5-7 os cristãos são exortados a crescer: Caráter, ou virtude, ou seja, que sua fé seja viva, ativa, máscula. Conhecimento: tenha conhecimento, discernimento. Temperança: tenho que vigiar a mim mesmo. Paciência: resistência, lutar, não fraquejar. Temor a Deus: reverencia. Bondade fraterna. PEDRO NÃO DIZ: a causa é que vocês não estão se empenhando o bastante. Ele afirma: “Pois aqueles em que essas coisas não existem está cego (...) tendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados” (v.9). E continua: “Por essa causa estarei sempre pronto para vos lembrar essas coisas, mesmo que já tenhais conhecimento delas...” (v.12). Pedro está dizendo que , se o perdão e a salvação de Cristo são reais para você, sua vida e seu caráter testemunharão deles.

Como garantir que iremos nos lembrar? Há muitas maneiras de fazer isso:
Quando Jesus diz: “...fazei isto em memória de mim”. Ou, quando lemos a Bíblia, devemos não só estudar seu conteúdo, mas aprender a meditar e a refletir nele. E, ultimo, temos de lembrar, estudar e aplicar as verdades de Deus em grupo, na igreja. Em 1998 John Stott pregou num congresso no Brasil e alguns pastores lhe perguntaram a razão do seu longo ministério tão frutífero. Ele respondeu:  “Leio a Bíblia e oro todos os dias, vou à igreja  e nunca falto à celebração da ceia do Senhor”.  A resposta foi surpreendente por sua simplicidade.

3)    Quando vem o avivamento
A passagem de Juízes 3.7 enfatiza o que os israelitas estão fazendo – esquecendo do Senhor e adorando ídolos: “Os israelitas fizeram o que era mau aos olhos do Senhor. Esqueceram-se do Senhor, seu Deus, e serviram às imagens de Baal e aos postes de Aserá”. Logo, no versículo 8, Deus toma conta da situação, “então a ira do Senhor se inflamou contra Israel”. Consequência: “ele os entregou nas mãos de Cucha-Risataim”, exatamente como o povo já havia se entregado aos baalins e aserins.

Se Deus não tivesse causado sofrimento e dificuldade, os israelitas não teriam notado a situação em que se encontravam. Não teriam percebido como estavam escravizados espiritualmente. Deus manda sofrimento aos israelitas, não para lhes dar o troco, mas para redimi-los – Ele continua fazendo isso por seu povo (1 Co 11.32).

Debaixo da opressão, sofrimento, dificuldade... o povo finalmente (depois de oito anos) “clamou ao Senhor” e “Este levantou-lhe um libertador” (v.9). Deduzimos, então, que eles abandonaram a lealdade anterior – baalins e aserins – afastando-se dos ídolos e retornando ao Senhor, como seu Deus. Então se arrependeram.

Diante do sofrimento suscitamos algumas perguntas: qual é a razão desse sofrimento? Que pecado Deus está revelando em nós? Em que áreas necessitamos de renovação espiritual? Eis a maneira certa de reagirmos a opressão: ver como a mão de Deus está trabalhando por trás e por meio dela, fazer uma crítica honesta de nós mesmo e clamar a Deus por avivamento.

4)    Libertador
Deus levantou um líder espiritual. Seu nome é Otoniel, o discípulo comprometido que conquistou Hebrom e se casou com Acsa, filha de Calebe (Jz 1.12-13). No original, 3.9 termina dizendo: “Ele os livrou”. Deus liberta o seu povo por intermédio do líder que escolhe. Além disso, Deus envia o seu Espírito (v.10). Ele capacita Otoniel para o cargo e a tarefa. O Espírito foi enviando “a fim de que ele se tornasse juiz de Israel e fosse para a guerra”.

“...e o Senhor lhe entregou cuchã-risataim, rei da mesopotâmia, contra quem prevaleceu” (Jz 3.10). O resultado é o avivamento espiritual – “a terra teve sossego durante quarenta anos” (v.11).

Conclusão:
No versículo 7, os israelitas adoram ídolos. No versículo 8, Deus “os entregou nas mãos de um inimigo e os oprimiu”. No versículo 9, Deus “levantou-lhes” um libertador. Isso ecoa no versículo 10: “...ele se tornou juiz de Israel. Deus entregou o rei inimigo nas mãos de Otoniel que o derrotou. Finalmente, “teve sossego a terra”