Quando nos esquecemos de Deus – Jz 3-1-11 .
Introdução: Introdução: OS OLHOS DE QUEM?
O capítulo 13.1, inicia: “os israelitas fizeram o que era mau
aos olhos do Senhor”. Portanto, Deus os entregou nas mãos dos inimigos, neste
caso, os filisteus. A frase “fizeram o que era mau aos olhos do Senhor” é
frequente no livro de Juízes (2.11; 3.7,12; 4.1; 6.1; 10.6). OUTRA FRASE
frequente no livro de Juízes, que diz a mesma coisa, é: “cada um fazia o que
parecia direito aos seus próprios olhos” (17.6; 21.25).
O que o autor está enfatizando? Que muitas coisas que os
israelitas faziam não eram más “AOS SEUS OLHOS”. Ou seja, na percepção deles,
quase todas ou todas as suas atitudes eram perfeitamente aceitáveis. Mas “AOS
OLHOS DE DEUS” o comportamento deles era mau.
1)
Quando
nos “esquecemos”
“Os israelitas fizeram o que era mau aos olhos do Senhor”
(v.7). O que Deus chama de mau é uma decisão com dois aspectos: afastar-se
dele, ou “esquecê-lo”; e servir a deus pífios, falsos deuses.
Na Bíblia “lembrar-se” e “esquecer” tem significado
espiritual. As pessoas no Antigo Testamento pediam a Deus: “...lembra-te da tua
compaixão e do teu amor”. (Sl 25.6). Aqui, eles estavam pedindo para Ele agir
de acordo com o seu caráter. Quando alguém pede a Deus: “Não te lembres de
(meus) pecados”, está pedindo para ele não agir de acordo com o que sabes. Ou
seja, em compaixão de mim, ó Deus.
Portanto, dizer que os israelitas se “esqueceram de Deus” é
dizer que eles não eram mais controlados pelo que sabiam. Embora o povo
soubesse quem Deus era e que ele desejava, isso não era real para eles.
“PODEMOS RECONHECER INTELECTUALMENTE QUE ALGO É VERDADE, MAS, BEM NO INTIMO,
ESSA VERDADE NÃO SE APODERA DE NÓS, NÃO NOS SENSIBILIZA, NÃO NOS CONTROLA”.
O Motivo de os israelitas estarem sempre precisando de
avivamento era o fato de que as verdades sobre Deus, antes vibrantes e reais
para eles, acabaram se tornando irreais. Nosso coração é como um balde de
água em um dia muito frio - acaba
congelando se não quebrarmos continuamente o gelo que está se formando nele.
Conhecemos essas verdades, mas não as “provamos”, nem as
“vemos”, nem “as sentimos”. Diferente do apostolo João “... o que ouvimos, o
que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos
tocaram da Palavra da vida” (1 Joao 1.1). Quando não provamos, outras coisas –
ídolos – se tornam mais reais para o nosso coração e passamos adorá-los.
2)
E,
agora?
Qual é a solução? Lembrar-se! Em 2 Pedro 1.5-7 os cristãos
são exortados a crescer: Caráter, ou virtude, ou seja, que sua fé seja viva,
ativa, máscula. Conhecimento: tenha conhecimento, discernimento. Temperança:
tenho que vigiar a mim mesmo. Paciência: resistência, lutar, não fraquejar.
Temor a Deus: reverencia. Bondade fraterna. PEDRO NÃO DIZ: a causa é que vocês
não estão se empenhando o bastante. Ele afirma: “Pois aqueles em que essas
coisas não existem está cego (...) tendo-se esquecido da purificação dos seus
antigos pecados” (v.9). E continua: “Por essa causa estarei sempre pronto para
vos lembrar essas coisas, mesmo que já tenhais conhecimento delas...” (v.12).
Pedro está dizendo que , se o perdão e a salvação de Cristo são reais para
você, sua vida e seu caráter testemunharão deles.
Como garantir que iremos nos lembrar? Há muitas maneiras de
fazer isso:
Quando Jesus diz: “...fazei isto em memória de mim”. Ou,
quando lemos a Bíblia, devemos não só estudar seu conteúdo, mas aprender a
meditar e a refletir nele. E, ultimo, temos de lembrar, estudar e aplicar as
verdades de Deus em grupo, na igreja. Em 1998 John Stott pregou num congresso
no Brasil e alguns pastores lhe perguntaram a razão do seu longo ministério tão
frutífero. Ele respondeu: “Leio a Bíblia e
oro todos os dias, vou à igreja e nunca
falto à celebração da ceia do Senhor”. A
resposta foi surpreendente por sua simplicidade.
3)
Quando
vem o avivamento
A passagem de Juízes 3.7 enfatiza o que os israelitas estão
fazendo – esquecendo do Senhor e adorando ídolos: “Os israelitas fizeram o que
era mau aos olhos do Senhor. Esqueceram-se do Senhor, seu Deus, e serviram às
imagens de Baal e aos postes de Aserá”. Logo, no versículo 8, Deus toma conta
da situação, “então a ira do Senhor se inflamou contra Israel”. Consequência:
“ele os entregou nas mãos de Cucha-Risataim”, exatamente como o povo já havia
se entregado aos baalins e aserins.
Se Deus não tivesse causado sofrimento e dificuldade, os
israelitas não teriam notado a situação em que se encontravam. Não teriam
percebido como estavam escravizados espiritualmente. Deus manda sofrimento aos
israelitas, não para lhes dar o troco, mas para redimi-los – Ele continua
fazendo isso por seu povo (1 Co 11.32).
Debaixo da opressão, sofrimento, dificuldade... o povo
finalmente (depois de oito anos) “clamou ao Senhor” e “Este levantou-lhe um
libertador” (v.9). Deduzimos, então, que eles abandonaram a lealdade anterior –
baalins e aserins – afastando-se dos ídolos e retornando ao Senhor, como seu
Deus. Então se arrependeram.
Diante do sofrimento suscitamos algumas perguntas: qual é a
razão desse sofrimento? Que pecado Deus está revelando em nós? Em que áreas
necessitamos de renovação espiritual? Eis a maneira certa de reagirmos a
opressão: ver como a mão de Deus está trabalhando por trás e por meio dela,
fazer uma crítica honesta de nós mesmo e clamar a Deus por avivamento.
4)
Libertador
Deus levantou um líder espiritual. Seu nome é Otoniel, o
discípulo comprometido que conquistou Hebrom e se casou com Acsa, filha de
Calebe (Jz 1.12-13). No original, 3.9 termina dizendo: “Ele os livrou”. Deus
liberta o seu povo por intermédio do líder que escolhe. Além disso, Deus envia
o seu Espírito (v.10). Ele capacita Otoniel para o cargo e a tarefa. O Espírito
foi enviando “a fim de que ele se tornasse juiz de Israel e fosse para a
guerra”.
“...e o Senhor lhe entregou cuchã-risataim, rei da
mesopotâmia, contra quem prevaleceu” (Jz 3.10). O resultado é o avivamento
espiritual – “a terra teve sossego durante quarenta anos” (v.11).
Conclusão:
No versículo 7, os israelitas adoram ídolos. No versículo 8,
Deus “os entregou nas mãos de um inimigo e os oprimiu”. No versículo 9, Deus
“levantou-lhes” um libertador. Isso ecoa no versículo 10: “...ele se tornou
juiz de Israel. Deus entregou o rei inimigo nas mãos de Otoniel que o derrotou.
Finalmente, “teve sossego a terra”
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