sábado, 27 de fevereiro de 2021

 

O que vem acontecendo com nossa sociedade?

 


O que dizer da civilização atual? Imagino que precisaria de uma coleção imensurável de livros para ponderar sobre tudo que tem acontecido nesses milênios de histórias. Mas, sabemos que nossa civilização ocidental tem um pressuposto que é a crença judaico cristã. Desde quando Constantino normatizou o Cristianismo no século IV, sua filosofia cristã tem eclodido nos países europeus, africanos, asiáticos, as américas, etc. Todo nosso imaginário foi moldado por esse modo de viver, aliás, a maioria das constituições dos países ocidentais tem a Bíblia, como paradigma de normas e condutas.

Mas, entendemos que a história não é estática e surgem ideias divergentes. Por exemplo, o islamismo, na pessoa de Maomé, no século VII, em Meca, Arábia Saudita. Nos países orientais, surgem vários ensinamentos como de Zoroastro, Gautama (Buda), Confúcio, etc. E, o islamismo, contudo,  é uma religião que cresceu na base da “gihad”, guerra santa; uma conversão impositiva e, a maioria dos países islâmicos não compartilham de outra religiosidade.

Bem, essas religiões asiáticas, islâmicas vão penetrando nos tecidos sociais do Ocidente. Por viajantes que passam e levam seus ensinamentos, ou mesmo, pelo êxodo por uma nova terra e cimentando sua religião. Hoje, os estudiosos acreditam que em 2050, os muçulmanos serão maioria no continente europeu, principalmente, pelo fato de terem mais filhos do que os europeus.

“Terem mais filhos que os europeus”. Essa frase sintetiza uma nova mentalidade surgente na Europa, ao mesmo tempo, sua decadência, doravante, a partir da década de 1990. Que foi uma maneira de sucumbir à família, tão defendida pelos judeus, cristãos, como sendo céllula mater da sociedade, cuja socialização das crianças ocorriam em casa, tendo como modelos, pai e mãe, avos, tios, tias, etc.

A partir das idéias de Kal Marx e de Lenin, há um ataque contra a família, que chamavam família burguesa. E, com a eclosão da Revolução de Outubro, em 1917, quando os bolcheviques tomam o poder do Czar Nicolau Romanov, toda essa formula marxista-leninista começa a se manifestar na sociedade russa. O Deus dos cristãos foi escarnecido, e os comunistas estabeleceram um estado ateu, como dizia Kal Marx: “a religião é o ópio do povo”. Bem, no começo o que mais importava aos comunistas era a infraestrutura e não a superestrutura. Dentro do conceito marxista, infraestrutura são meios de produção de um povo, ou seja, o que o caracteriza. Já, a superestrutura, tão subestimada pelos primeiros comunistas, era a cultura de um povo, sua religião, suas crenças, seus constumes, etc. Mas, com o tempo os comunistas, entenderam que o processo de expansão de suas convicções, de sua maneira de interpretar a vida, teria que chegar às universidades, às escolas, etc

Então, nas grandes universidades federais, todo conceito tradicional de família era questionado, dando vazão a novas ideias subversivas. Doravante, os números de divórcios são assustadores, e, para agravar a homossexualidade tem sido normatizada nos países ocidentais, através de livros, séries de teve, novelas e face book, etc. Hoje, temos diante de nós a bizarra ideologia de gênero, sendo implantada em muitas sociedades impositivamente.

É, justamente aqui, que nos perguntamos: O que temos feitos com nossas crianças? Bem, antigamente, as crianças começavam a descobrir sua sexualidade na puberdade-adolescência, algo que vinha por si só. Hoje, existe uma erotização precoce nas crianças com esses psicopatas sociais de esquerda. E, trazendo confusão de identidades. Tem um corpo de homem, mas sente-se mulher; tem corpo de mulher, mas sente-se homem. E, indefinidamente, as opções são avolumadas, sexualmente falando.

Nos tempos do Antigo Testamento, havia uma divindade chamada Moloque, cujas crianças eram sacrificadas, queimadas. Hoje, nossas crianças têm sido sacrificadas, ao consumismo desenfreado, as séries da Netflix, prime Amazon, Skay, filmes, novelas ...todos moloques. E, nós? Estamos assistindo passivamente, com nossas vidas atarefadas, nossas crianças serem engolidas por esses deuses, e dizemos “Não tem nada de mais”



 

 PASTOR JOAO VICENTE PEREIRA

 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

 Sexualidade atual e a cristã. 1 Co 6.15-20.

Introdução

O sexo foi criado por Deus, em si, ele é bom. No entanto, depois do pecado, tudo foi desviado do seu proposito, e o sexo, também. Antes, a terra era boa, fértil, e homem não precisava demandar muito para tirar o seu sustento, mas, depois do pecado, tudo ficou mais dispendioso. Assim, também em relação a sexualidade, usufruída de forma pura e deleitosa pelo primeiro casal. No entanto, depois do pecado, o sexo foi banalizado em todos os aspectos. Hoje, quando olhamos o mundo o que vemos: adultério, imoralidade sexual, homossexualismo, pedofilia, lesbianismo, pornografia, etc.

1)    Sexualidade

Quando Deus criou o ser humano, “...Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou” (Gn 1.27). Aqui, não havia ainda entrado o pecado. Portanto, não havia ligação entre sexo e pecado “Sejam férteis e multipliquem-se. Encham e governam a terra” (v.28). Depois de ordenar que fossem fecundos, vejam qual foi à avaliação de Deus sobre sua criação: “Então Deus olhou para tudo o que havia feito e viu que era muito bom” (Gn 1.31). 



Pelo texto de Genesis 1.28: “Sejam férteis e multipliquem”, fica nítido que uma das razões para Deus ter criado o sexo foi para a procriação, a manutenção das espécies. Mas, não somente isso! Também para possibilidade de sentir prazer na relação sexual: “Seja fiel à sua mulher e dê o seu amor somente a ela. Portanto, alegre-se com a sua mulher, seja feliz com a moça com que você casou. Amorosa como uma corça, graciosa como uma cabra selvagem. Que ela cerque você com o seu amor, e que os seus encantos sempre o façam feliz” (Pv 5.15,19).

“Que belo é o teu amor, ó minha irmã, noiva minha! Quanto melhor é o teu amor do que o vinho, e o aroma dos teus ungüentos do que toda sorte de especiarias! Os teus lábios, noiva minha, destilam mel. Mel e leite se acham debaixo da tua língua, e a fragrância dos teus vestidos é como a do Líbano” (Ct 4.10-11). 

No entanto, muitas pessoas acreditam que o único proposito do sexo é o prazer, e não se importam com que pratica sexo nem se há respeito e compromisso.

 2)    Desvios da sexualidade

Pornografia

O termo “pornografia” deriva-se do termo grego porneia, que aparece 26 vezes no Novo Testamento, significando “prostituição”, “imoralidade”, “adultério”, “incesto”, “sodomia”, em geral “qualquer tipo de relação sexual ilícita”. Os dicionários dizem: “degradação moral dos hábitos e costumes, em que há devassidão e libertinagem”; “libertinagem” e “prostíbulo”, etc. Paulo exorta em 1 Corintios 6: “Fujam da imoralidade sexual”. Mas, por quê? Ele responde: “a imoralidade sexual é um pecado contra o próprio corpo” (1 Co 6.18,19). 



A pornografia banaliza o sexo. É do nosso conhecimento, portanto que o sexo foi criado por Deus com dois objetivos: a procriação e o prazer sexual entre marido e mulher. No entanto, a pornografia despreza essa finalidade. Enquanto a relação sexual entre marido e mulher é voluntária e afetiva, a pornografia se detém no físico e no dinheiro, uma relação objetal, egoísta.

A pornografia escraviza as pessoas. O mundo da pornografia é a luxuria, desejo desenfreado pelo sexo. E, quanto mais as pessoas se envolvem, mais se chafurdam no atoleiro do pecado “um abismo chama outro abismo” (Sl 42.7). Jesus afirmou que “Eu lhes digo a verdade: todo o que peca é escravo do pecado” (Jo 8.34). Paulo, afirma a mesma verdade: “Voces não sabem que se tornam escravos daquilo a que escolhem obedecer? Podem ser escravos do pecado, que conduz à morte, ou poderm escolher obedecer a Deus, que conduz à vida de justiça” (Rm 6.16).

A pornografia acaba com a família. Tanto o marido quanto mulher envolvidos com pornografia não conseguirão, por muito tempo, manter o ato sexual sadio entre eles. Não vão proporcionar um ambiente favorável em casa por se acostumar ao mundo falso, fantasioso, mentiroso da pornografia. Imagine a dificuldade quando um dos cônjuges descobre que o seu parceiro está enredado na pornografia, porque pela Bíblia é o adultério do coração: “Voces ouviram o que foi dito: Não cometa adultério. Eu, porém, lhes digo que QUEM OLHAR PARA UMA MULHER COM COBIÇA JÁ COMETEU ADULTÉRIO COM ELA EM SEU CORAÇÃO” (Mt 5.27-28).

A pornografia corrompe a mente. Ela está embasada em imagens visuais, uma pessoa envolvida com pornografia não conseguirá se relacionar com o sexo oposto de forma sadia. O apostolo Pedro ilustra vivamente: “tendo os olhos cheios de adultério” (2 Pe 2.14). Mas, em Jó temos uma diferença: “Fiz uma aliança com meus olhos de não olhar com cobiça para nenhuma jovem” (Jó 31.1, Fl 4.8). A mente, na pornografia, “só pensa naquilo”, é escravizada, totalmente ao pecado.

Homossexualidade

A Palavra de Deus afirma em Romanos que a homossexualidade é pecado, senão vejamos: “...Deus os entregou aos desejos pecaminosos de seu coração... praticando entre si coisas desprezíveis e degradantes com o próprio corpo. Trocaram a verdade de Deus pela mentira ...Deus os entregou a desejos vergonhosos. Até as mulheres trocaram sua forma natural de ter relações sexuais por práticas não naturais. E os homens, em vez de ter relações sexuais normais com mulheres, arderam de desejo uns pelos outros. Homens praticaram atos indecentes com outros homens...” (Rm 1.24-27).

Algumas coisas do texto: O homossexualismo é antinatural (v.24). “trocaram sua forma natural de ter relações sexuais”. O homossexualismo é inflamação, ou seja, sentimento consumido pelo fogo, paixão, mal dirigido. O homossexualismo é uma  atitude indecente, torpeza, vergonhoso “atos indecentes”, “vergonhoso”, “torpeza”, etc 



 Possíveis causas do homossexualismo:

É educado pelos pais sem definição de sexo, nem homem e nem mulher. Ele terá que descobrir por si mesmo.

Sofreu abuso sexual na infância. Uma menina que tem fobia de homem, porque na sua infância foi abusada pelo pai, ou por alguém de dentro de casa.

Lares disfuncionais. A formação do caráter de qualquer criança é do nascimento até aos 5 anos. Então, quando a criança não tem espelho de pai, ou quando a menina, não tem espelho de mãe, cresce de forma disfuncional. Faltou modelo em casa de pais, homem e mulher.

Corrupção do coração. As vezes, por si mesmo, a pessoa trilha o caminho da homossexualidade. “O coração humano é mais enganoso que qualquer coisa e é extremamente perverso; quem sabe de fato o quanto é mau?” Jr 17.9. Jesus consubstancia: “Pois do coração vem maus pensamentos, homicídio, adultério, imoralidade sexual, roubo, mentiras e calunias” (mt 15.19).

Sentimento homossexual e pratica homossexual

A pessoa que tem a pratica homossexual optou por viver e se relacionar com outro do mesmo sexo. Já quem tem o sentimento homossexual, é inclinação, o desejo, ou atração pelo mesmo sexo. O que pratica o homossexualismo está em pecado, no entanto, o que tem desejo homossexual, é como qualquer outro desejo pecaminoso, como: adultério, mentira, inveja. Todos podem ser tentados por desejos  de coisas que Deus proibiu “Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por esse iludido e arrastado. Em seguida, esse desejo, tendo concebido, faz nascer o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte” (Tg 1.14-15).

 Conclusão: Vivendo para Deus

“Voces não sabem que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não se enganem: aqueles que se envolvem em imoralidade sexual, adoram ídolos, comentem adultério, se entregam a praticas homossexuais, são ladrões avarentos, bêbados, insultam as pessoas ou exploram os outros não herdarão o reino de Deus. Alguns de vocês eram assim, mas foram purificados e santificados, justificados diante de Deus no nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de Nosso Deus” (1 Co 6.9-11).

Fomos lavados ou pulicados, fomos santificados e fomos justificados. Os três verbos assinalados tem em comum o fato de estarem na voz passiva. O agente da ação não somos nós, mas Deus. Nós somos apenas objetos da ação: é Deus quem nos lavou, é Ele quem nos santifica e é Ele também quem nos justificou.  



terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

 O processo do discipulado cristão 2 Pe 3.18

 Introdução: Um dia alguém chegou à igreja, depois de ter passado algum tempo em uma seita. Ele era incisivo, perguntava tudo, queria se envolver em tudo que estava sendo feito no corpo de Cristo, tinha uma avidez pelo conhecimento; quando ia iniciar o processo de discipulado, aprendizado... Resolveu ir para outra igreja, ele achava que seria mais útil lá. Lá foi batizado, lá virou obreiro, lá começou a pregar, etc. Depois de algum tempo, saiu desta igreja e foi para outra. E, assim foi pulando de galho em galho. Mas, com o tempo tudo ao seu redor foi se desmoronando... emprego, famílias, etc. Hoje, não está em lugar nenhum, aliás, está em casa...

 1)    Crescer...

O verbo “crescer” traz a idéia de crescimento e nos sugere imediatamente que ser cristão significa receber nova vida. Não pode haver crescimento se não houver nascimento, e nascimento significa TRAZER OU VIR À VIDA. O evangelho preocupa-se com o comportamento de todos os cristãos, e não dos incrédulos. É como chegar para um incrédulo e exortá-lo a viver uma vida moralmente melhor. ISSO É MORALISMO, NÃO CRISTIANISMO. Portanto, vemos no Novo Testamento sempre esta admoestação à santidade, somente aos que receberam uma NOVA VIDA, em Cristo.



 "O homem que tinha bios [vida natural] e passa a ter zoé [vida espiritual] sofre uma mudança tão grande quanto a de uma estátua que deixasse de ser pedra entalhada e se transformasse num homem real. E é exatamente disso que trata o cristianismo. Este mundo é como o ateliê de um grande escultor. Nós somos as estátuas, e corre por aí o boato de que alguns de nós, um dia, ganharão vida." C.S. Lewis

 Sem esta vida o crescimento é totalmente impossível. A primeira pergunta que devemos fazer a nós mesmos, ao nos confrontarmos com esta exortação a que cresçamos na graça e no conhecimento, é: estamos vivos? Temos vida? Já nascemos de novo?

 De tal modo, que o cristão é essencialmente diferente dos incrédulos. Ele é diferente quanto à espécie. O cristão nasceu do alto, nasceu do Espírito – é uma pessoa que recebeu uma nova vida (Zoé) (2 Co 5.17). Há um novo ser, uma nova existência, uma nova qualidade encarnada em sua vida. 

 2)    Crescendo...

Esta vida, como todas as outras formas de vida, necessariamente leva ao crescimento. Pensemos na menor semente (Mc 4.26-29). Há dentro da semente a possibilidade de crescimento e desenvolvimento. Pensem no menor animal, e verão a mesma coisa. Pensem na menor planta ou flor – onde quer que haja vida, sempre há esta possibilidade inerente de crescimento. Portanto, todo cristão tem a obrigação de crescer; se não temos crescido, na fé cristã, temos que rever nossa identidade cristã.  



 Vejamos Martinho Lutero. Era muito religioso, era monge, e jejuava e orava o tempo todo. Ele tentava de tudo para  crescer na vida cristã. Que fazia ele? Jejuava, orava, dá esmolas, pratica boas obras; e, todavia, tendo feito tudo isso, ele sabia perfeitamente bem que não tinha crescido nem um pouco, não tinha mais vida no fim do que no começo. Esse homem estava acrescentando coisas à sua vida, mas não estava crescendo. Então, ele foi convertido, recebeu esta nova vida, e doravante teve consciência de um processo de crescimento, de desenvolvimento, de um real crescimento.  



Vejamos João Wesley. Um excelente jovem, de alta moral, membro de um bom lar cristão. Seu único interesse na vida era a religião, seu único desejo era ser melhor. Ele forma seu Clube Santo em Oxford, vai pregar nas prisões; depois renuncia tudo e cruza o Atlântico para pregar aos pagãos na Geórgia. E, contudo, ele sabe que não tem vida real. Não sente que tenha crescido, nem que tenha desenvolvido ou que tenha avançado. Ali está um homem que esteve adicionando mais e mais (coisas), sem, porém, nenhum desenvolvimento ou crescimento. Então, ele recebeu vida, e desde o momento em que recebeu vida tornou-se cônscio de crescimento. 



 Pergunto: será que percebo crescimento em minha vida cristã? Posso dizer que estou crescendo na graça e no conhecimento  de nosso Senhor Jesus Cristo? Quando fazemos um analise do ano em que estamos vivendo, ou examinamos os dez, vinte ou trinta anos passados, percebo algum crescimento e aumento orgânico? HAVERIA UM REAL CRESCIMENTO EM MINHA VIDA CRISTÃ?

 3)    O processo do crescimento.

O processo de crescimento é algo vital, e não mecânico. É algo que, num sentido, não se pode observar diretamente – VOCE SENTE QUE ESTÁ OCORRENDO, MAS NÃO PODE VÊ-LO ACONTECER. É como a parábola de Marcos, no capitulo 4, um homem semeou a semente em seu terreno e que, enquanto dormia, a semente brotou – o mistério do crescimento. 

E dizia: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra. E dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como. Mc. 4.26-27 



O processo de crescimento é necessariamente um processo progressivo e gradual – O CRESCIMENTO JAMAIS É SÚBITO. Mas, tem muitos que defendem que a santificação ocorre repentinamente. Eles comparam o processo de santificação com o fato da nossa justificação num ato de recebimento, dizendo que você pode ser santificado do mesmo modo. Mas, o Novo Testamento, fala de homens como “crianças em Cristo” (1 Co 3.1)- uma criança não pode saltar repentinamente da infância para a idade adulta. Não se pode assinalar estes estágios. Isso acontece gradualmente – você vê uma criança, você vê um menino, depois vê um moço e depois o homem. Ele foi indo de um passo para o outro, de um estágio a outro. E a santidade não é algo que se pode receber de uma vez por todas num só ato. 

 Quando eu era criança, falava, pensava e raciocinava como criança. Mas, quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de criança. 1 Co 13.11

4)    Como devo crescer?

Devo crescer na graça de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Que significa isso? Em primeiro lugar, não significa que eu cresço em amabilidade; tampouco significa, em si e por si, que eu devo crescer em minha posse das graças da vida cristã. ENTÃO, O QUE É CRESCER NA GRAÇA? Significa que, como cristãos, fomos introduzidos na esfera da graça. Todos nós estamos ou sob a lei ou sob a graça – ou estamos sob a ira de Deus ou estamos sob a graça de Deus. Então, Se estou na graça de Deus,  sou objeto do seu favor e da sua bondade. Quanto mais eu viver na vida cristã, quanto mais obediente eu for, mais experimentarei o favor de Deus.

 Devo crescer no conhecimento do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Que significa isso? Como cristão não devo me deter meramente no conhecimento do perdão (dos meus pecados) e no conhecimento da salvação; DEVO CRESCER EM MEU ENTENDIMENTO E EM MEU CONHECIMENTO DE TODO O ESQUEMA, PLANO E PROPOSITO DA SALVAÇÃO; devo aprender tudo o que Pedro diz nesta Epístola. Devo crescer no conhecimento da Escatologia, da Cristologia, da batalha espiritual, da trindade, da doutrina do Espírito Santo, etc.

 Devo crescer em meu conhecimento do Senhor Jesus Cristo, no que concerne minha comunhão com Ele; minha relação pessoal com Ele deve aumentar. Olha o que Paulo diz sobre isso em Filipenses 3.10: “para conhecer Cristo, e o poder da sua ressurreição, e a participação nos seus sofrimentos, identificando-me com Ele na sua morte”. 


 Conclusão: por que temos que crescer?

 É a única maneira de enfrentar as contradições desta vida e deste mundo. Quanto mais eu conhecer o favor de Cristo, mais serei capaz de sorrir em face da adversidade. Poderei dizer como Paulo: “Estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 8.38-39).

 

 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

 Disciplina e restauração no corpo de Cristo. 2 Corintios 2.4-11 

Introdução: 

 Na primeira epístola de Corinto, no capitulo 5, temos um pecado acontecendo aos olhos da comunidade, todos estavam apáticos. Então, Paulo exorta a igreja a tomar uma atitude em relação ao individuo. Já, na segunda epístola, no capitulo 2, Paulo está exortando a igreja a recebe-lo em comunhão.  

1)    O pecado em Corinto e a disciplina.

“...De toda parte se ouvem comentários de que há impureza entre vós, e uma espécie de imoralidade que não se observa nem mesmo entre pagãos...a ponto de alguém manter relações sexuais com a mulher do seu pai” (1 Co 5.1). 



Imoralidade é porneia, que significa literalmente “procurar prostituta”. A palavra veio a designar, qualquer comportamento sexual que trangride a norma cristã, isto é, todo relacionamento sexual antes do casamento ou depois do casamento, com uma pessoa que não seu marido, ou esposa. Ou, todas as violações do sétimo mandamento.

“Não podem dizer que nosso corpo foi feito para a imoralidade sexual. Ele foi feito para o Senhor, e o relacionamento que o Senhor tem conosco inclui nosso corpo... Voces não sabem que seu corpo é, na realidade, membro de Cristo? Acaso um homem deve tomar seu corpo, que faz parte de Cristo, e uni-lo a uma prostituta? De maneira nenhuma! E vocês não sabem que um homem se une a uma prostituta ele se torna um corpo com ela? ...Os dois se tornam uma só carne...Fujam da imoralidade sexual... pois a imoralidade sexual é um pecado contra o próprio corpo” (Co 6.13-19). 



 “...expulsar da comunhão aquele que assim procede?” (v.2). O homem deve ser retirado do meio da comunidade de fé e adoração. Isso é excomunhão; proibição de participar da ceia do Senhor e, portanto, exclusão completa da comunhão. Por que era necessário tal disciplina tão absoluta? Para o bem tanto do individuo, quanto da comunidade cristã.

Portanto, a necessidade da disciplina resume-se melhor na frase: “a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus” (v.5). Esta é a perspectiva certa em relação à nossa atitude para com todos os homens em qualquer lugar – a sua salvação.

 Paulo coloca o procedimento disciplinar em três contextos: A autoridade total de Jesus Cristo como Senhor (“Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo”), a presença corporativa de toda comunidade em Corinto (“junto vós e o meu espírito”) e o controle do Senhor sobre tudo o que Satanás tem permissão para fazer, mesmo a um cristão rebelde (“entregue a Satanás para destruição da carne”). 



“Entreguem esse homem a Satanás, para que a carne dessa pessoa seja destruída, mas seu espírito salvo no dia do Senhor” (v.5). Lembrem-se de Davi, durante um ano não compôs nenhum salmo, ou do Sumo Sacerdote Josué, quieto diante da acusação de Satanás. Ou seja, a pessoa fica vulnerável ao inimigo, antes era protegida e privilegiada por Deus.

Dentro da comunidade do povo de Deus, quando ela é excluída de tal segurança, é o mesmo que ser largado, indefeso e desamparado, no território ocupado pelo inimigo. O choque profundo de tal experiência pode produzir algo semelhante a um ataque cardíaco.

2)    A restauração

Neste texto de 2 Corintios no capitulo 2, três fatos são destacados por Paulo: 



Primeiro, “o pecado não tratado produz tristeza nos obreiros de Deus” (2 Co 2.5). “Não exagero quando digo que o homem que causou tantos problemas magoou não somente a mim, mas, até certo ponto, a todos vocês”.  A igreja deveria chorar pelos pecados como nós choramos no funeral de um ente querido. “Porquanto, vos escrevi em meio a grande aflição e angustia de coração e com muitas lagrimas...” (2 Co 2.4).

Segundo, o pecado não tratado produz tristeza na igreja de Deus (v.5). No começo, a igreja de Corinto, reagiu com soberba “E ainda estais cheios de arrogância! Não devíeis, pelo contrario, repugnar tal atitude...” (1 Co 5.2). Mas, a tristeza de Paulo atingiu todos os crentes. O pecado deprime a igreja. O pecado tira a alegria e a força da igreja “Devolve-me a alegria e a felicidade...” (Sl 51.8).

 O pecado afasta a presença de Deus da igreja e a torna frágil e vulnerável diante do inimigo “...O sumo sacerdote Josué em pé diante do anjo do Senhor. Satanás, o acusador, também estava ali, ao lado direito do anjo, e fazia acusações contra Josué... Josué continuava em pé diante do anjo, e suas roupas estavam imundas” (Zc 3.1-3).

 Terceiro, o pecado precisa ser confrontado. “Então disse Natã a Davi: tu és este homem” (2 Sm 12.7). O pecado precisa ser confrontado e o faltoso  precisa ser disciplinado (2 Co 2.6). “A punição que foi imposta pela maioria a essa tal pessoa é suficiente”. O sacerdote Eli foi acusado de amar mais a seus filhos do que a Deus; porque deixou de disciplina-los, eles pereceram. O rei Davi foi acusado de nunca contrariar seu filho Adonias. E sabemos, o final desse filho, foi morto por Salomão. Quem ama disciplina.

O poder do perdão

O perdão traz conforto e libertação da tristeza (2 Co 2.7).  “...Deveis perdoar e encorajá-lo, para que não seja dominado por amargura excessiva”. A palavra no grego dominado, era empregada quando animais “devoravam” sua presa, e quando ondas e correntes de “engoliam” pessoas e objetos. Nada existe de mais perigoso do que dar a Satanás uma chance de reduzir um pecador a extremo desespero. 



A palavra conforto, ou encorajar vem do grego paraklesis e significa encorajar, exortar e consolar. É a palavra usada para os discursos dos lideres e dos soldados que se animam mutuamente. Era usada para o envio de soldados na batalha. Winston Churchiil, diante do perigo nazista, falou na radio BBC: “Nunca desista, nunca, nunca, nunca. Em nada. Grande ou Pequeno, importante ou não. Nunca se renda à força, nunca se renda ao poder aparentemente esmagador do inimigo”.

O perdão é uma necessidade essencial: 1) para o bem daqueles que fazem o mal (vs. 5-7); 2) para o bem estar espiritual daqueles cujo papel é perdoar (vs. 8-10); e 3, para a integridade da comunhão da igreja (2 Co 2.11).

 O perdão traz cura e conforto. O perdão é o cancelamento da divida. O perdão é a faxina da mente, a assepsia da alma, a alforria das grossas correntes emocionais que nos prendem na masmorra das lembranças amargas. Perdoar é lembrar sem sentir dor.

O amor deve ser ministrado aos que arrependidos se voltam para Deus (2 Cor 2.8-10). “Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor” (v.10). O amor deve ser verbalizado e demonstrado. O amor apaga multidão de pecados. O amor sara as feridas. O amor restaura. O amor não joga no rosto daqueles que caíram em suas fraquezas. O amor vira as paginas do passado e escreve um novo capitulo cheio de doçura. O amor corre ao encontro daquele que volta arrependido e lhe coloca uma túnica, sandálias nos pés e anel no dedo.

Conclusão: “A fim de que Satanás não tivesse qualquer vantagem sobre nós”. Como Satanás alcança vantagem sobre a igreja?

Primeiro, quando a igreja deixa de ser uma comunidade terapêutica. Sempre que deixamos de consolar aqueles que são motivados a uma sincera confissão de seu pecado, nós favorecemos o próprio Satanás. Pois, o diabo odeia o perdão. Ele quer ver sempre desalento, desespero e escuridão.

Segundo, Satanás alcança vantagem sobre a igreja quando induz os faltosos a pensar que não há chance de restauração. Satanas tem duas estratégias: a primeira delas é induzir o homem a pensar que o pecado é inofensivo. A segunda, é induzi-lo a crer que não há restauração para os que caíram em suas amarras.