quinta-feira, 31 de maio de 2018


ENOQUE: O que significa andar com Deus?

18Jarede viveu cento e sessenta e dois anos e gerou a Enoque.19Depois que gerou a Enoque, viveu Jarede oitocentos anos; e teve filhos e filhas.20Todos os dias de Jarede foram novecentos e sessenta e dois anos; e morreu. 21Enoque viveu sessenta e cinco anos e gerou a Metusalém.22Andou Enoque com Deus; e, depois que gerou a Metusalém, viveu trezentos anos; e teve filhos e filhas.23Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos.24Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si.
Gn 5.18–24
Quem foi Enoque? 
Enoque foi o sétimo depois de Adão. Ele vem da geração que começou após a morte de seu irmão Abel. Podemos encontrar todos os detalhes das sete gerações no início do capítulo 5 de Gênesis. A versão resumida, encontramos em 1Crônicas 1.1-4: “Adão, Sete, Enos, Cainã, Maalalel, Jarede, Enoque, Metusalém, Lameque, Noé, Sem, Cam e Jafé.”
É assim que o autor das Crônicas começa a história de Israel, pelas gerações que começam em Adão e terminam nos filhos de Noé.
Sabemos muito pouco sobre Enoque. O pouco que sabemos, contudo, nos permite compreender o porque de Deus tê-lo colocado na lista de heróis da fé, na lista daqueles cujo testemunho devemos imitar, enquanto perseveramos nós também em nossas próprias histórias de vida.
Enoque foi filho de Jarede e pai de Metusalém. Ele foi um descendente de Sete, e essa geração era famosa por sua longevidade. A ciência já recorreceu a possibilidade disso acontecer em situações extraordinária quando o quadro genético da pessoa é favorável a isso.
Numa geração onde as pessoas viviam séculos e séculos, Enoque viveu pouco; foram somente 365 anos de vida. Isso era considerado pouco em sua geração e, especialmente, dentro de sua descendência. Ao contrário de Enoque, se filho Metusalém foi o homem que mais tempo viveu sobre a face da terra, morrendo o filho de Enoque com 969 anos de idade. Ninguém na longínqua geração de Sete, filho de Adão, viveu tanto tempo.
Mas, o tempo mais curto de vida de Enoque não se deu por qualquer acidente. Ao contrário. Foi o próprio Deus que decidiu interromper sua história de vida, chamando-o para si de uma forma que era desconhecida naquele tempo. Enoque não morreu. Deus o levou vivo para o céu. Deus o trasladou sem que Enoque tivesse que encarar o último inimigo do homem, a morte. Além dele, outros poucos viveram isso na história. E a razão pela qual Deus o levou dessa maneira é o que torna a vida de Enoque especial para todos nós.
O que havia de especial em sua vida?
O verso 19 nos diz que Enoque teve muitos irmãos. No entanto, ninguém temia ao Senhor como ele. Nós nem mesmo sabemos do nome de seus irmãos. Seus irmãos não são chamados de heróis da fé. Isso não significa que eles não tenham temido ao Senhor, mas que eles não chegaram ao ponto onde Deus espera que todos cheguemos um dia. E Enoque chegou lá, e chegou o mais perto que qualquer outro homem tenha chegado.
Isso já nos mostra o quanto Enoque era especial e diferente dos de sua geração. Diferente, mas nem tanto. O verso 21 diz que Enoque teve um filho, Metusalém. Isso significa que Enoque se casou, e teve com sua esposa filhos e filhas, diz o final do verso 22. Ou seja, nesse quesito, Enoque foi bastante parecido com as pessoas de sua época. Ele não era um super-homem, mas um homem comum que nasceu, teve irmãos e irmãs, conheceu uma garota, casou-se com ela e teve filhos e filhas com ela.
Mas, o diferencial na vida de Enoque é o que está no início do verso 22: “Andou Enoque com Deus”. O que significa andar com Deus? Andar com Deus significa andar com pensamentos em Deus. Significa também andar com atos de amor pelo Senhor, dizendo não ao pecado e a tudo que sua geração lhe oferecia. Significa que o coração de Enoque estava o tempo todo em Deus.
O mundo na época de Enoque não era muito diferente do nosso. A maldade e o pecado já enchiam a Terra que, após somente 4 gerações, seria totalmente destruída. É possível que muitos contemporâneos de Enoque tenham morrido no dilúvio, no qual se destacou um bisneto de Enoque, um homem chamado Noé.  


Então, imagine o mundo já em sua época crescendo em maldade e pecado. Lembre-se do que disse Jesus, de que o mundo estaria como nos dias de Nós, nos dias que antecedessem sua segunda vinda. Muitos já cremos que estamos muito próximos desse dia, talvez vivendo aquilo que Enoque viveu — os dias que antecederam o dilúvio.
E foi nesse tempo de pecado que um homem se destacou pelo simples fato de ter decidido andar com Deus.
Ele foi o primeiro a temer ao Senhor?
É interessante notar que outros em sua geração haviam sido fiéis e tementes a Deus. Enoque vem da geração de Sete e Enos, no tempo de quem “se começou a invocar o nome do Senhor”, Gn 4.26b.
No entanto, Enoque amou mais a Deus do que, provavelmente, todos os seus antepassados. Ele viveu uma vida de serviço ao Senhor e de adoração. É bem provável que ele tenha se destacado diante de seus antepassados, razão pela qual ele nem mesmo conheceu a morte. A Bíblia apenas diz que “Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si”, Gn 5.24.
Quando a genealogia de Jesus é contada em Lucas 3.37, ele é colocado na geração de Enoque e de seu filho Metusalém. A forma como ele deixou este mundo é contada pelo autor de Hebreus, no capítulo 11.5: “Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus. De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam”, Hb 11.5–6).
O texto que normalmente é lido sobre a morte de Enoque é apenas Hb 11.5. O verso 6 é lido muitas vezes isolado, mas não penso que deve continuar a ser lido assim. Para mim, o verso 6 tem muito a ver com o 5, ou seja, com Enoque. O texto grego inicia com uma conjunção δὲ, a qual liga o que está sendo dito com o que foi dito anteriormente.1
Assim, completa-se a ideia de que Enoque agradou a Deus, creu na existência de Deus, e viveu com essa certeza todos os dias de sua vida, agindo de um modo diferente dos de sua geração. Ele temeu a Deus, como muitos outros, mas sua fé era de tal modo prática, que o texto bíblico diz que ele agradou ao Senhor, e não outros.
Como Enoque aponta para Cristo?
Enoque aponta para Cristo no sentido de ele mesmo ter andado como Cristo andou. A vida de Cristo foi, como a de Enoque, um andar com Deus. Suas ações, suas palavras, suas orações, refletem um homem que também andou com Deus.
E é interessante que nossas vidas devem ser marcadas por um seguir dos passos de Jesus, um andar como ele andou.
Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios. Ef 5.15
Devemos andar na luz, disse Jesus:
Respondeu-lhes Jesus: Ainda por um pouco a luz está convosco. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; e quem anda nas trevas não sabe para onde vai. João 12.35
Por fim, temos a recomendação de que andemos como ele e nele!
Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele,
Cl 2.6
Conclusão e Aplicação
Hoje, podemos viver em meio a muitas pessoas que também expressam uma espécie de temor ao Senhor. No entanto, isso não muda nada visível na vida dessas pessoas. E creio que o Senhor espera que você seja alguém como Enoque em sua geração, alguém que cause mudanças, que seja diferente, que caminhe com Ele, pensando nEle, falando com Ele, sempre diante da face dEle.
Andar com Deus não é simplesmente afirmar-se como um cristão. Andar com Deus hoje significa ser alguém que honra a Deus em cada palavra que fala, em cada atitude que toma, em cada passo que dá. Assim, você também pode andar com Deus em nosso tempo. É bem possível que você não seja trasladado como Enoque foi… isso, provavelmente não acontecerá com você. Mas, é bem possível que sua vida seja um exemplo para a de muitos, como Enoque foi para os de sua geração e futuras gerações. Os efeitos da santidade na vida de alguém perduram por gerações e gerações. Os frutos ainda são colhidos mesmo depois da morte da pessoa que andou com Deus. 


Isso significa que, mesmo depois de sua morte, seu testemunho e história ainda podem continuar a abençoar e influenciar a vida de muitas e muitas pessoas. Que você e eu possamos olhar para a vida de Enoque e concluirmos que não há nada melhor do que escolhermos por esse caminho para viver: andando com Deus.

  Louw, J. P., & Nida, E. A. (1996). Greek-English lexicon of the New Testament: based on semantic domains(electronic ed. of the 2nd edition., Vol. 1, p. 789). New York: United Bible Societies.


terça-feira, 29 de maio de 2018


Salmo na velhice - 71


Introdução: A velhice e Eclesiastes 12


FASES DA VIDA HUMANA - O ser humano passa por três etapas significativas na sua vida: a infância, a adolescência e a idade adulta. Esta última divide-se em três fases: o adulto jovem, a meia-idade e a terceira idade. Adulto jovem: 20-40 anos – idade reprodutiva, fase criativa, estabilização. MEIA-IDADE: 40 AOS 60 ANOS: FASE da maturidade. Terceira Idade: 60 aos 65 anos. “...e agora eis que já hoje sou da idade de oitenta e cinco anos. E ainda hoje estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual a minha força então era, tal é agora a minha força, para a guerra, e para sair e para entrar”(Js 14:10-11). A velhice chega quando sepultamos nossos sonhos.

Na velhice nossa visão começa a falhar. Nossa audição irá diminuir. Nós sentiremos falta da força muitas das coisas que fazemos agora. Muitos de nós perderemos grande parte do nosso sentido do paladar. Também virão dores, com uma crescente vulnerabilidade a doenças sérias e sofrimentos. A Bíblia Viva, traduz Eclesiastes 12: “NÃO DEIXE O entusiasmo da mocidade fazer com que você esqueça o seu Criador. Honre a Deus enquanto você é jovem, antes que os dias maus cheguem, quando você não vai mais ter alegria de viver. 2. Quando seus olhos estiverem tão fracos que não poderão perceber a luz do sol, da lua e das estrelas, vai ser tarde demais para uma vida ativa de serviço e se lembrar de Deus. 3. Vai chegar um dia em que os seus braços tremerão de velhice e as suas pernas que hoje são firmes e fortes ficarão fracas. Os dentes vão cair e você não poderá mastigar direito. Os seus olhos ficarão cansados e fracos. 4. Os seus lábios, murchos, ficarão bem fechados enquanto você tenta mastigar sua comida! Você vai acordar com o barulho dos pássaros mas não ouvirá direito e mal conseguirá falar, com voz tremida. 5. Você vai ter medo de lugares altos, medo de cair. Vai ser um velho de cabelos brancos, de rosto murcho, que anda se arrastando; já não vai ter o vigor físico, e verá a morte de perto, aproximando-se cada vez mais de sua casa eterna. Depois atrás do seu caixão, muita gente vai seguir, chorando. 6. Sim, lembre-se do seu Criador agora, enquanto você é jovem, antes que o fio de prata da vida seja cortado; antes que o copo de ouro se quebre; antes que o vaso se quebre junto à fonte e a roda se parta junto ao poço; 7. antes que o pó volte à terra de onde veio e o espírito volte a Deus que o deu”.

1)    A confiança no Senhor
““Em ti, SENHOR, me refúgio; não seja eu jamais envergonhado” (Salmo 71:1). Com essas palavras inicia um Salmo de louvor apresentado sem identificação do autor. Possivelmente o autor é Davi, pois no Salmo 31, o verso 1 é quase idêntico: “Em ti, Senhor, confio; nunca me deixes confundido. Livra-me pela tua justiça”. O autor pede a proteção divina e o livramento dos seus perseguidores, MAS O FOCO ESTÁ NO LOUVOR DEVIDO  a Deus por ser sempre fiel em cuidar dos seus. Em seguida, ele mostra seu desejo de ensinar os outros as grandezas do Senhor durante toda a sua vida. 


O salmista mostra sua confiança em Deus:  Ele chama Deus de Senhor, que é Yahweh, que significa que é auto existente por si mesmo. Deus é: Ele é a sua rocha (v.2), uma casa fortíssima (v.2), és a minha força (v.4), és o nosso redentor (v.5), “Tú és o meu Deus” (v.14).

Em seguida, o Salmista expressa o que Deus representa em sua vida: “...tu és motivo para os meus louvores constantemente” (verso 6). “Os meus lábios estão cheios do teu louvor e da tua glória continuamente” (verso 8).  “Quanto a mim, esperarei sempre e te louvarei mais e mais. A minha boca relatará a tua justiça e de contínuo os feitos da tua salvação, ainda que eu não saiba o seu número” (versos 14 e 15). “Eu também te louvo com a lira, celebro a tua verdade, ó meu Deus; cantar-te-ei salmos na harpa, ó Santo de Israel. Os meus lábios exultarão quando eu te salmodiar; também exultará a minha alma, que remiste. Igualmente a minha língua celebrará a tua justiça todo o dia...” (versos 22 a 24).

E, continua, exaltando o seu Deus: “Tu me tens ensinado, ó Deus, desde a minha mocidade; e até agora tenho anunciado as tuas maravilhas” (verso 17). “Não me desampares, pois, ó Deus, até a minha velhice e às cãs; até que tenha eu declarado à presente geração a tua força e às vindouras o teu poder” (verso 18).

Por fim, o salmista, preocupa em ensinar sua geração e às vindouras até que tenha anunciado a tua força a esta geração, e o teu poder a todos os vindouros”. Então, a essência do Salmo 71 é: sua confiança SOMENTE EM DEUS; o que Deus é em sua vida, apesar das perseguições; a preocupação em passar todo seu conhecimento à sua geração e à vindoura.

2)    As tribulações
Em primeiro lugar, No versículo 7, ele expressa: “Eu sou, para muitos, como um portento”, Na NVI é: “Tornei-me como exemplo para muitos”; Na BA: “Sou como um prodígio para muitos”. A palavra no original “portento” quer dizer um “sinal”. A julgar pela segunda parte do versículo “Mas tu és o meu abrigo forte”, percebe-se QUE O SALMISTA TEM ALGO EM MENTE RELACIONADO AOS ATAQUES DOS SEUS INIMIGOS, ATAQUES DOS QUAIS DEUS ERA SEU “REFUGIO SEGURO”.  Era um tipo de chacota proverbial que soa assim: “Vejam o que o tempo fez até com aquela pessoa!”. O salmista temia esse desprezo e muitos idosos temem: ser tratados como pessoas incapazes e risíveis (2 Sm 21.15-17). 



Em segundo, é a preocupação é sofrer com as limitações do corpo. O salmista prevê que sua força do passado será apenas uma recordação e não uma realidade presente, visto que se refere à velhice (v.9) como dias “quando se esgotarem as minhas forças”. Isso para o Salmista causa muito sofrimento, motivo pelo qual pede a Deus: “Não me abandone”. Ele se preocupa em ter Deus ao seu lado, principalmente em sua idade avançada: “Não me lances fora no tempo da velhice”.  Perder Deus na velhice, seria o seu fim! 

Em terceiro lugar, é ser incapaz de cuidar de si. Esse temor está expresso nos dizeres dos seus inimigos. Eles, tramavam para destruí-lo (v.10), julgavam que o Senhor não mais o protegia (v.11): “Deus o abandonou”. Eles zombavam da debilidade física do salmista. Afinal, não era o mesmo Davi que lutara com Golias, com o leão e com o urso! Agora, tratava-se de um homem limitado: “Não me rejeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se for acabando a minha força” (v.9). Tal incapacidade assustava-o demasiadamente a ponto de ele temer ser capturado: “persigam-no e capturem-no, pois não há quem o salve”
Conclusão: três atitudes para vencer suas angustias
Primeira, recorrer a Deus em oração. O v.2 contém quatro clamores seguidos e paralelos: “Defenda-me pela tua justiça e me livra. Inclina os teus ouvidos e me salva. “E não me abandones nem quando chegar a velhice e os cabelos grisalhos, ó Deus” (v. 18).
Segundo, é recordar o cuidado de Deus no passado. Deus é a sua esperança, sua confiança (v.5) e seu professor (v.17) “desde a minha juventude”. Deus É O SEU apoio (v.6) “desde o ventre, desde a barriga da minha mãe”. Por isso, sua atitude é recordar e anunciar, em primeiro lugar, quem é Deus. Depois, ele recorda o conforto que recebeu no passado esperando que isso se repita: “Consola-me novamente” (v.21). ESQUECER-SE DO SOCORRO DE DEUS NO PASSADO É UM CAMINHO CERTO PARA O DESESPERO QUANTO AO FUTURO. 

Terceiro, é regozijar-se na glória de Deus. “Eu também celebrarei com harpa a tua fidelidade, é meu Deus. Cantarei louvores a ti com cítara, ó Santo de Israel”. Não era mecânico: “Meus lábios exultarão e também a minha alma” (v.23). ENCHA-SE A MINHA BOCA DO TEU LOUVOR E DA TUA GLÓRIA TODO O DIA. 





terça-feira, 22 de maio de 2018


Jesus é a ressurreição e a vida – Jo 11



Introdução: o que é o Evangelicalismo

Para o EVANGELICALISMO ser “filho do rei”, significa ter tudo, do bom e do melhor, na hora que ser quer, sem preocupação de espécie alguma.  Se alguém recebe qualquer benefício material na vida, logo grita: “Sou filho do rei”.  Mas se algo dá errado a frase é logo esquecida, porque “filho do rei” só recebe coisa boa e na hora que deseja. Toda instrução que essas pessoas recebem pretende fazê-las crer que ser “filho do rei” significa prosperar sempre, não ficar doente e conseguir tudo o que pede e deseja.

1)    Lázaro, amigo de Jesus
Jesus estava no “lugar onde João Batista batizava no princípio” (Jo 10.40-41). E isso o levaria ao Capitulo 1, a um lugar que a nossa tradução chama de Betânia. Esta cidade ficava no distrito da Galiléia. Lázaro jazia doente em Betãnia da Judéia, que ficava a uns três quilômetros de Jerusalém. As duas localidades de mesmo nome estava separadas por cerca de 160 Km!

“Aquele a quem amas”. Essa expressão é uma das características comuns daqueles que se tornam íntimos de Jesus e que eles pensam de si mesmos não como pessoas que amam particularmente bem a Jesus, e sim como pessoas que ele ama particularmente bem. João, autor deste evangelho, refere-se a si mesmo como “aquele a quem ele amava” (Jo 13.23; 21.7,20). E Paulo “que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20). Paulo orou para que compreendessem, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecessem o amor de Cristo, que excede todo o entendimento” (Ef 3.18-19). 



“Quando, pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava”. Contudo, “PORTANTO”, é a palavra correta; de fato, o original grego poderia ser entendido com força ainda maior: “Jesus amava Marta, e sua irmã, e Lázaro. Portanto, quando, soube que Lázaro estava doente, permaneceu mais dois dias no lugar onde estavas” (vv. 5-6).

Em seguida, Jesus disse aos discípulos: “Vamos outra vez para a Judéia”. Os discípulos não gostaram de saber que ele desejava retornar à Judéia, porque Jesus enfrentara oposição e violência. Mas Jesus responde com uma pequena parábola: “Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz” (vv. 9-10). Jesus estava dizendo que, por retornar ao sul, estaria fazendo a vontade de Deus; estaria andando na luz. Então, se andamos na luz, não podemos tropeçar. Não podemos estar errados se seguimos a vontade de Deus. NÃO FAZER A VONTADE DE DEUS É EQUIVALENTE a andar à noite, nas trevas, quando a pessoa está mais suscetível a tropeçar.

“Aquele que amas, está doente”. Porque sofremos? “Sofremos porque algumas vezes, uma lágrima em nossos olhos é uma lente de aumento melhor do que muitos telescópios”. “O caráter mais sólido é o que se apresenta cheio de cicatrizes” (v.6). 


Em Romanos 8.28: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto”. VEJA, todas as coisas servem para o bem. DE QUEM? “Daqueles que amam a Deus”. Depois que sou filho de Deus, nada mais acontece para o meu mal. Até os momentos mais terríveis, tristes e doloridos, contribuem dalguma forma para o meu bem. Deus sempre tornará em ensino, ou seja, fará com que me sirva de lição aquilo que parece me destruir. 

2)    Uma fé teórica
No versículo 21, Marta faz uma afirmação, a principio, demonstra uma fé consistente e firme: “Se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”. Em seguida, ela acrescenta: “Também sei que mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus to concederá” (v.22). Ou seja, ele vai ressuscitar sim, eu sei, mas só quando Deus trouxer o fim dos tempos. Então, todos ressuscitaremos”.  No versículo 39, vemos, novamente Marta: “Senhor, ele já está em decomposição, não podemos fazer nada. São quatro dias, Senhor, o cheiro é insuportável. Não posso crer que defuntos num estado tão avançado de putrefação possam voltar à vida.

Em Atos 12, o apostolo Pedro estava preso e a igreja “fazia continua oração por ele a Deus” (v.5). Quando ouviram que Pedro estava na porta do pátio simplesmente não puderam acreditar. “E, conhecendo a voz de Pedro, de alegria não abriu a porta, mas, correndo para dentro anunciou que Pedro estava à porta. E disseram-lhe: “Estás fora de ti. Mas ela afirmava que assim era. Então diziam: é o seu anjo” (Atos 12.14-15). Primeiros, os irmãos, tentaram uma explicação teológica, quando apelaram para a angeologia; depois, chamara a jovem de “louca”.

Mas, Jesus faz duas afirmação: “Eu sou a ressureição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá”. 


‘EU SOU A RESSUREIÇÃO”. Onde há morte, Jesus ressuscita as pessoas. “Quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá”.

“EU SOU A VIDA”. Tudo o que vive e crê em mim, não morrerá, eternamente. A pessoa ganha a vida eterna agora, e o crente que recebe essa vida eterna nunca morrerá, nunca perderá essa vida eterna”.

3)    “Maria o mestre está cá, e te chama...”
Marta voltou para casa e contou a Maria que o mestre estava ali e desejava falar com ela (v.28). Mas, além dela, muitas pessoas foram ao encontro de Jesus. Chegando perto de Jesus, Maria disse as mesmas palavras de Marta, na forma de lamento: “se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido...” 



“Jesus, vendo a chorar, e bem assim os judeus que acompanhavam agitou-se no espírito e comoveu-se”. O texto original significa “ele ficou indignado” Por que? Ele não ficou indignado porque perdera um amigo, e sim por causa da própria morte. A morte é um inimigo horrível. Produz angustia incessante e incalculável. A morte destrói relacionamentos. Deve ser temida. É repulsiva.

Conclusão:
“Jesus, agitando-se novamente em si mesmo, encaminhou-se para o tumulo; era esta uma gruta a cuja entrada tinham posto uma pedra” (v.38). “Agitado em si mesmo” – traduzido indiginado – quando ele se aproximou do tumulo, ficou mais uma vez francamente indignado”. “Então, ordenou: Tirai a pedra” (v.39) E orou:

“Pai, graças te dou porque me ouviste. Alias, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que me enviaste. E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro vem para fora!”.





terça-feira, 15 de maio de 2018


Ainda que a figueira não floresça Hb 3.1-19


Introdução: O capitulo 3 e uma “oração e um cântico de adoração” que pode ter sido usado na adoração no templo de Jerusalém. E interessante observar que diante da resposta de Deus no capitulo 2, o profeta Habacuque começou a orar ao Senhor ao invés de discutir, e sua oração logo se transformou em louvor e adoração a Deus.

1)    Uma oração
O profeta começa a sua oração de louvor com a expressão: “Eu ouvi, Senhor, a tua fama”.  Literalmente, o que o texto hebraico nos diz é: “Eu ouvi falar o que tu fazes ouvir”. E, a BLH traz: “Eu ouvir falar do que tens feito”.  A Habacuque inicia seu livro com uma queixa, ou seja, a indiferença de Deus diante de tanta coisa errada. A sua segunda queixa brotara do motivo de ser Babilônia o instrumento de juízo para punir Judá. Agora, ele sabe que a Babilônia receberia seu quinhão de juízo. Ouvi a Palavra divina. Sente-se confortado!

“Temi”. Junto com sua profunda confiança vem um sentimento de temor. É que ouvir falar dos atos de Deus, do seu poder, produz reverente temor. Quem conhece a Deus e ouve a sua Palavra jamais será leviano ou inconsequente.

“Aviva, ó Senhor, a tua obra”. A palavra AVIVAR tem o significado primário de “preservar” ou “manter vivo” (2 Tm 1.6). Todavia, AVIVAR não significa somente manter vivo ou preservar, mas também purificar e corrigir, livrar do mal. E, terceiro, manter as obras de Deus atuais diante do seu povo:  “Deus cadê suas intervenções na História”? Veja o Salmo 44.1 T: “Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, nossos pais nos tem contado os feitos  que realizastes em seus dias nos tempos da antiguidade”. Também o salmista Asafe enfatiza esse aspecto do avivamento em Salmos 77.12-13. 


“Na ira, lembra-te da misericórdia”. Na BLH traz: “Mesmo que esteja irado lembra-te da misericórdia”. É uma súplica para que a ira seja temperada com a misericórdia. O profeta sabe que a conduta de Judá não está agradando a Deus. O Senhor está tão desgostoso que suscitará um terrível inimigo para efetuar juízo. “Prefiro cair nas mãos de Deus, pois é grande a sua misericórdia, e não nas mãos dos homens” ( 1 Cro 21.13 e Lm 3.22).

2)    Deus se levanta..

Habacuque descreve Deus se pondo em marcha. “Deus veio de Temã, e do Monte Parã o santo”. O termo hebraico para Deus agora não é Iahweh mas ELOAH. Este nome está associado com o poder criador e redentor de Deus. Eloah veio de Temã e do Monte Parã. Qual o significado das duas indicações geográficas? Temã ficava ao norte de Edom e Parã era uma montanha na região de Edom. São localizações vizinhas ao Sinai, onde Deus apareceu com sua palavra. O PROFETA DESEJA CARACTERIZAR bem a Eloah como o libertador do seu povo. Deus é também caracterizado como “O Santo”. 



O versículo 4 traz uma declaração do seu resplendor, anunciando como igual à luz, declara que da sua mão saem raios brilhantes. “Os raios brilhantes” são uma alusão a relâmpagos. Que se assemelha ao texto de Exodo 19.16. Também no Salmo 29, visualiza a glória de Deus em meio a uma tempestade que atravessa o deserto. Em Naum diz que Deus “tem o seu caminho no turbilhão e na tempestade, e as nuvens são o pó de seus pés” (Naum 1.3).

O quadro que o profeta descreve no versículo 5 é terrificante. “Adiante dele vai a peste, e por detrás a praga ardente”. Isto significa que o seu andar traz um juízo inescapável. Não há como fugir dele. Como se fosse um rolo compressor: peste à frente e praga atrás. A BLH expressou muito bem ao trazer: “Na frente dele vão as pragas terríveis, e atrás vem doenças mortais. Quem escapar do primeiro sucumbirá diante do segundo. É uma figura de um julgamento rigoroso e eficiente.

No versículo 6 “Deus para e mede a terra”. Ele “sacode as nações”. No versículo 7 e a vez de Midiã e Cusã ficarem agitadas. Essas regiões é Midiã, foi lá que Iavé encontrou Moisés (Ex 3.1-2) e lá teve inicio, a história do Exodo. Desde aquele tempo e desde aquele lugar começou a agitação.

3)    O Deus da história...
O texto começa com uma pergunta: “Acaso é contra os rios que o Senhor está irado?” Ou seja, Quando Iavé dividiu o mar vermelho (Ex 14.21) ou quando dividiu o Rio Jordão (Js 3.15-16) era por estar zangado com as águas? Por que agiu daquela maneira? Para nos livrar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam” (Lc 1.71). “Andas montado nos teus cavalos”; Habacuque olha para Deus como o condutor de uma carruagem que sai pelas nações de forma vitoriosa.  O versículo 9 nos mostra o guerreiro em posição de combate, como se fosse um arqueiro. A expressão “a tua aljava está cheia de flechas”. Deus é um guerreiro bem armado para desempenhar adequadamente a sua tarefa.

O versículo 10 descreve a vitória de Débora e Baraque sobre Sísera ( Jz 4 -5), quando uma súbita tempestade transformou o campo de batalha num pântano e inutilizou completamente os carros do inimigo. No versículo 11, temos o famoso milagre de Josué, quando o dia foi prolongado para que Josué tivesse mais tempo de conquistar uma vitória absoluta (Js 10.12-13). 


O versículo 12 mostra Deus como um conquistador em marcha. Foi assim com o Egito, com a Assiria, com Edom. E agora, com a Babilonia. O cruel império caldeu será trilhado (Dn 5). Quando Deus entra na batalha, não o faz para brincar. É para impor o seu juízo. “Olhei,  e eis um cavalo branco; e o que está montado nele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vencendo, e para vencer” (Ap 6.2). Ele sai para defender o seu povo. Israel era o seu povo “reino sacerdotal” e “nação santa” (Ex 19.6). Hoje, Deus defende a sua igreja; em 1 Pe 2.9, temos quatro títulos para a igreja: geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido.

4)    O triunfo da fé
“Ouvindo-o eu”. Ou, “eu ouvi”. Ele ouviu falar das intervenções de Deus no passado. Como é bom recordar as bênçãos do passado! Um olhar por sobre os ombros, para trás, como nos ajudaria!

“O meu ventre se comove”, “tremem os meus lábios”, “entra a podridão nos meus ossos” e “vacilam os meus ossos”. O que significam? “O meu ventre se comove” é a conhecida sensação de frio na barriga; os judeus punham a sede de emoções nas entranhas. Habacuque está profundamente emocionado. “Tremem os meus lábios” A BLH traduziu como “os meus lábios tremeram de medo”. “Entra a podridão nos meus ossos, vacilam os meus passos”, ou “perdi todas as minhas forças e não pude ficar de pé”.

Faltariam figos, uvas, azeitonas e os campos não produziriam. O rebanho seria exterminado, então não haveria carne. Os currais sem gado significava que não haveria leite. Tudo isso resume em quatro letras: FOME! 


Conclusão: “Ainda que a figueira não floresça...”. Habacuque nos ensina que a resposta à crise é a fé. “Aqules que confiam no Senhor, são como os montes de Sião, que não pode ser abalado, mas permanece para sempre” (Sl 125)

“Eu me alegrarei”. No meio da crise, alegria. A alegria do Senhor é a nossa força.
Por que? “O Senhor Deus é a minha força”. Iahweh adhonay – é o Deus pessoal, o Deus do pacto, o Deus em sua majestade. Ele é a força do seu profeta. “ELE FARÁ OS MEUS PÉS COMO OS DA CORÇA, E ME FARÁ ANDAR SOBRE OS MEUS LUGARES ALTOS”. No versículo 16 diz: “Perdi todas as minhas forças e não pude ficar de pé”. Aqui, o seu andar é firme porque a sua força está em Deus. “ELE DÁ FORÇA AO CANSADO, E AUMENTA AS FORÇAS AO QUE NÃO TEM NENHUM VIGOR” (Is 40.29). 




terça-feira, 8 de maio de 2018


Os cinco “Ais” de Habacuque – Hc 2.6-20


Introdução:
O profeta Habacuque profetizou um pouco antes  do profeta Jeremias. Ele profetiza sobre o nascimento de uma grande potência militar, a Babilônia.

Ele inicia o seu livro levando alguns questionamentos para Deus. Não começa com a expressão “Assim diz o Senhor”.  Por que me fazes ver o mau? (Hc 1:1-4)

Deus responde afirmando que suscitaria os caldeus. Uma nação impiedosa, sanguinária para disciplinar o seu povo (Hc 1:5-11). Os caldeus são como: os leopardos em sua agilidade de capturar uma presa; sedentos como os lobos do deserto e mais destruidores do que o vento oriental, que tudo que tem pela frente é destruído.

Atônito com a resposta de Deus, Habacuque sobe a torre de vigia e ora ao Senhor, exaltando seus atributos: Deus é eterno; Deus é o SENHOR; Deus é Santo; e tu és a Rocha (v. 12).

No capitulo 2:1-4, Deus discorre sobre o julgamento que cairia sobre a Babilonia. Os caldeus são chamados de soberbos, arrogantes mas seriam derrubados por Deus. Conforme aconteceu em Daniel, capitulo 5, no governo de Belsazar.

E, termina no versículo 5, acentuando a arrogância da Babilônia: “E assim como o vinho engana quem o bebe com excesso, assim será o homem soberbo que ficará sem honra; o qual dilatou como o inferno a sua alma, e é insaciável como a morte, e quererá reunir sob o seu domínio todas as nações e amontoar junto de si todos os povos”. MAS, O JUSTO VIVERÁ PELA FÉ (Hc 2.4).

1)    “Ai de vocês que ficam ricos pegando coisas que não lhes pertencem! Até quando vão enriquecer obrigando os seus devedores a pagarem as dívidas?” (Vs. 6-8) Ou, “Ai daquele que acumula o que não é seu. Daquele que se carrega a si mesmo de penhores”

Os caldeus estavam abarrotados de ouro. Ouro tirado de outros povos. No meio da frase temos um “até quando?”. Até quando foi a primeira expressão que Habacuque dirigiu a Deus (Hc 1.2). Na boca do profeta era uma reclamação. Ou seja, “até quando não aprenderão?”. Sim, porque os homens não aprendem que o mal sempre é punido? “Os ensinamentos da história podem servir, quando muito, para que pratiquemos os mesmos erros”.

O caldeu toma bens alheios. Pois bem, tomarão os dele. “Então lhes servirão tu de despojo”. A saqueadora Babilônia será saqueada: “Visto como despojaste muitas nações, os demais povos te despojarão a ti”. Existe na Bíblia a lei da ceifa e da colheita. “POIS TUDO O QUE O HOMEM SEMEAR, ISSO TAMBÉM CEIFARÁ” (Gl 6.7).

Tozer nos fala de um viajante que descobriu no deserto uma estátua que o tempo destruíra. Perto das duas pernas, semienterrado na areia, um rosto de pedra esfacelado. No pedestal onde antes se erguera a estatua estavam gravadas as seguintes palavras: “MEU NOME É OSYMANDIAS, REI DOS REIS: OLHAI PARA MINHAS OBRAS, VÓS PODEROSOS, E DESESPERAI”. Ao redor, onde deveria estar as monumentais obras de Osyamandias (Ramsés II), há apenas areia, areia e mais areia, até perder de vista. Nada resta das obras do “rei dos reis”. Até sua estatua está esfacelada. QUÃO ILUSÓRIO, QUÃO FUGAZ, É A NOÇÃO DE QUE SE PODE EXERCER DOMINIO SEM TOMBAR UM DIA! Em Lucas 1:51-53, lemos: “Com o seu braço manifestou poder, dissipou os que eram soberbos nos pensamentos de seus corações ; depôs dos tronos os poderosos, e vazios despediu os ricos”. ELE É O DEUS QUE DERRUBA OS PODEROSOS! 



2)    Ai daquele que, para a sua casa, ajunta cobiçosamente bens mal adquiridos, para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar do poder do mal!

Os versículos 9 a 11 trazem o segundo ai. A ameaça do juízo agora é por causa dos lucros crimonosos. A riqueza da Babilonia foi ganha ilicitamente. Em Jeremias 22.13-17 há uma sentença muito semelhante “Ai daquele que edifica a sua casa com iniquidade”. Babilonia ajuntara bens “para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar das garras da calamidade”. Pôs –se no alto como águia a quem o homem não pode alcançar Em Obadias 1.4, lemos: “Ainda que suba muito alto como águia e estabeleça o teu ninho entre as estrelas, te derrubarei das alturas”. 



O profeta Isaias cantou a ruina da Babilônia. Ele descreve o ato conceito que os caldeus faziam a seu próprio respeito: “E tu dizes no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altissimo” (Is 14.13-14). “Contudo, levado serás ao Seol, ao mais profundo do abismo” (v.15). E, no final, “Varrê-la-ei como a vassoura da destruição” (v.23). Quando vimos a invasão do Estado Islâmico na Babilônia o que restou são artefatos históricos, somente, mais nada!

“Pois a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento” (v.11) ou na Liguagem de Hoje: “Até as pedras das paredes e a madeira das vigas gritam contra você!A própria construção levantada à custa dos outros testemunhará contra Babilônia.  As paredes de Babilônia falaram contra o Rei Belsazar, o ultimo imperador caldeu. Foi Deus quem escreveu, conforme Daniel 5.5 e 24, mas o testemunho contra Belsazar foi proclamado na parede: CONTOU DEUS O TEU REINO E ACABOU. O que dizem nossas paredes?

3)    Ai daquele que edifica a cidade com sangue, e que funda a cidade com iniquidade!
“Ai daquele que edifica a cidade com sangue”. Babilônia destruíra muitos povos (v.10) e fizera da violência um estilo de vida. Até mesmo sua religião fora estruturada em função da guerra. Seus deuses eram deuses de guerra. “Ó Marduque! Confiando na sua palavra fiel que não muda queira fazer minhas armas avançar, seja terrível e esmaga os braços dos inimigos”. Nabucodosor pelo sangue edificou uma bela cidade para si. Os muros da cidade alcançava até vinte e dois metros de altura (um edifício se sete andares) e eram duplos. Além disso, possuía um formidável poderio militar.

Assim também, tudo se edifica em cima da violência. Os filmes que dão bilheteria são de violência, as séries da netflix são de violencia, os jogos que crianças brincam todos os dias é de matar.  Olha as favelas do Rio de Janeiro, crianças com suas armas. Assiste os telejornais e somente vemos violência e sangue, somente! 



O versículo 13 declara que todos os esforços humanos por poder e glória terminam em nada. A glória é passageira:  “Toda a carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor” (1 Pe 1.24). Vejam o caso de Daniel 2, quantos reinos? Reino da Babilonia (cabeça de ouro), Reino Medo-Persa (peito e braços de prata), Reino grego (os ventres e as coxas de bronze) e o Romano (as pernas de ferro e os pés de barro e ferro).  E uma pedra pequena atingiu a estatua e todos os reinos caíram em terra. Quanto a pedra, foi crescendo, crescendo e se tornou grandiosa. O versículo 14, termina: “E a terra ficará cheia do conhecimento da glória do Senhor, assim como ás aguas enchem o mar”.      

4) Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro! Ai de ti, que adicionas à bebida o teu furor, e o embebedas para ver a sua nudez! (v.15).
Quando o exército caldeu entrava numa cidade, trazendo os cativos acorrentados,  embebedavam os cativos para humilhá-los, desprezá-los. A idéia era induzir a um estado de humilhação como se a pessoa estivesse embriagada, fora de si. “Ai de você, pois dá ao seu companheiro vinho mistrurado com drogas! Ele fica bêbado, tira a roupa, e todos o veem nu. É voce que vai perder a sua honra e ficar coberto de vergonha. Pois o Deus Eterno vai fazer você beber do copo da ira  e você também ficará bêbado. Em vez de receber homenagem, você será humilhado (v. 15,16).

Conclusão:  Ai daquele que diz ao pau: Acorda! e à pedra muda: Desperta! Pode isso ensinar? Eis que está coberta de ouro e de prata, mas dentro dela não há espírito algum (v.19).
Paulo diz sobre idolatria: “sabemos que ídolo nada é no mundo” (1 Co 8.4). BLH: “Que valor tem um ídolo? Um ídolo não é mais do que uma imagem feita por um homem e que só serve para enganar. Os ídolos não podem falar; como é que alguém pode confiar num ídolo que ele mesmo fez? (v.18). Em Isaias 44.9-20, é o tema mais contundente contra a idolatria: como pode um homem cortar para si uma arvore, usar uma parte da madeira para fazer uma fogueira e, da outra parte, fazer uma imagem, ajoelhar-se diante dela e pedir-lhe livramento?
O ídolo ensina mentira. Jesus disse “errais porque não conheceis as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22.29). Eram ignorantes, quer das Escrituras, quer do poder de Deus. É a ignorância espiritual responsável pelos erros religiosos. As verdades divinas se discernem espiritualmente. O espírito demoníaco que rege o mundo (1 Jo 5.19), leva os homens à pratica da mentira.

V.19: “Ai daquele que diz ao pau: Acorda! E a pedra muda: Desperta!”. Em 1 Reis 18, vemos Elias enfrentando os profetas de Baal. Elias os ironizou: “Clamai em altas vozes, porque ele é um deus, pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa para fazer, ou que intente alguma viagem, talvez esteja dormindo, e necessite de que o acordem” (v.27). 


O Brasil é o maior país católico e espirita do mundo. A padroeira do Brasil, ou protetora do Brasil, é uma imagem de gesso, pescada no rio Paraiba do Sul, em 1717. Como alguém pode se ajoelhar diante dessa imagem? O papa vem ao Brasil e canoniza o frei Galvão e agora o povo brasileiro compra estatueta do frei Galvão e se prostra diante dessa imagem. Como se essa estatueta pode escutar as orações.

Os ídolos são desprovidos de poder “Ai daquele que diz a madeira: Acorda! E a pedra muda: desperta! Pode o ídolo ensinar. Ele está coberto de ouro e de prata, mas dentro dele não há espirito algum. Exemplificando: quando uma pessoa ora assim: “Ave Maria cheia de graça, bendito é o fruto do vosso ventre... Santa Maria mãe de Deus rogai por nós pecador...”. Pra Maria poder atender ao pedido, ela teria que ser onipresente, teria que ser onisciente e onipotente!