terça-feira, 25 de julho de 2017

Crescendo na graça e no conhecimento. 2 Pe 1.5-7



Introdução: As cartas do apóstolo Pedro estão classificadas entre as “epístolas gerais” por não se dirigirem a uma igreja ou a uma pessoa específica, mas ao povo de Deus em geral. A primeira carta teve o objetivo de consolar os irmãos que sofriam com as perseguições. A segunda carta foi escrita para exortá-los no sentido de crescerem espiritualmente (2Pe 1.12; 3.18). Gostamos de ser consolados, mas não exortados. Entretanto, não podemos recusar este precioso aspecto da Palavra do Senhor para nós. Exortação é admoestação e incentivo.

1)    Por isso
O que vem a seguir é consequência direta do que foi dito antes. O apóstolo não nos pede que façamos nada antes de primeiramente salientar e repetir o que Deus fez por nós em Cristo. O evangelho não é apenas a manifestação de uma fé geral acrescida da prática de algumas virtudes. O evangelho genuíno, em primeira instância não é uma exortação para que façamos algo; primeiramente ele é proclamação daquilo que Deus já fez por nós em Cristo.
                  
 O evangelho mostra que o homem não pode fazer nada para salvar-se, pois sem Cristo está morto em ofensas e pecados (Ef 2.1; Is 64.6). “Não há um justo sequer”; “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Qualquer homem, em suas melhores e mais altas condições, é uma criatura perdida; ele é um pecador condenado aos olhos de Deus. 
 

  
 Antes de o homem ser chamado para fazer algo, é preciso que tenha recebido algo de Deus: Cristo. Sem vida não é possível haver atividade, logo, a vida cristã começa com o novo nascimento em Cristo. Tudo o que nos conduz à vida e à piedade nos foi dado em Cristo (v.3; Ef 2.8,9). Por exemplo, não adianta fazer apelo a um morto. A única pessoa a quem você pode, com alguma lógica, dirigir um apelo é a pessoa que está viva. Quando alguém se torna um cristão, nasceu de novo. Enquanto antes estava morto, agora está vivo. Portanto, é preciso haver músculos, é preciso haver faculdades e propensões; todos os cristãos tem músculos espirituais. Portanto, diz Paulo “acrescentai à vossa fé a virtude...”.

Dois erros que ocorrem no seio da igreja. O primeiro, existem aqueles cristãos que acham que podem fazer-se cristãos por seus próprios esforços, que acham que, acrescentando estas virtudes à sua vida natural, podem habilitar-se para estar na presença de Deus. O segundo, alguns dizem: “é claro que ninguém pode fazer nada; a salvação é de Cristo; portanto, qualquer esforço ou qualquer tentativa que a pessoa faça no cultivo espiritual, ou qualquer esforço para disciplinar a vida cristã, é errado, e significa voltar às obras e tentar justificar-se pelos obras”.

2)    “Acrescentai”.
A melhor tradução é “suprir, fornecer, proporcionar”. Era usada para demonstrar a habilitação do coro em conexão com as peças gregas. Referia-se a alguém que custeava tudo o que era necessário ao bom funcionamento do coro para que as peças pudessem ser mais bem apreciadas. Fala do suprimento que proporciona e revela harmonia entre as partesÉ como a perfeição e o equilíbrio de um grande coro – o soprano, o contralto, o tenor e o baixo. Todas estas vozes são necessárias ao coro, e é preciso que não haja demasiado de um nem muito pouco de outro, ou se perderá o equilíbrio. 




3)    O caráter da nossa fé.

VIRTUDE. Que significa essa palavra? Virtude é a disposição de um indivíduo de praticar o bem; e não é apenas uma característica, trata-se de uma verdadeira inclinação, virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o caminho do bem.  (significados.com.br).  Para Pedro, no entanto, “VIRTUDE” aqui significa “poder moral”, ou, se lhes parece bem, energia moral – significa atividade ou vigor da alma.  Vejam lá, diz Pedro, que a sua fé seja uma fé viva, que seja uma fé ativa, que seja uma fé vigorosa, que seja uma fé máscula, que seja uma fé repleta de energia (Ef 5.18). 



CONHECIMENTO. O que será que significa essa palavra? Só pode significar “discernimento”, “entendimento”, “esclarecimento”. Primeiro, Pedro exorta a termos vida enérgica, vigorosa, alerta. “Não se acomodem a uma letargia e lassidão espiritual”, diz Pedro, “esperando que aconteça alguma coisa maravilhosa; ponham-se de pé e ajam, sejam vigorosos, agarrem a oportunidade, ponham “virtude” em prática”. Mas, é PRECISO QUE ESTE VIGOR, ESTA ENERGIA, ESTA ATIVIDADE SEJA GORVERNADA, CONTROLADA E QUALIFICADA POR INTELIGÊNCIA, ENTENDIMENTO E ESCLARECIMENTO. 


Pedro era por natureza um homem impulsivo, um retrato perfeito de energia descontrolada. Ele não era controlado, inteligente e esclarecido, às vezes fazia coisa que lamentava amargamente.

4)    Nossas disposições interiores.

 TEMPERANÇA. Quais seriam as duas coisas nas quais, como cristão, eu tenho que vigiar, e vigiar incessantemente? TENHO QUE VIGIAR A MIM MESMO. Embora, renascido, embora tenha a natureza divina, há um outro homem aqui. Há impulsos e desejos, há luxúria e paixões (Gl 5.16-17). Sempre há também o inimigo e o adversário de nossas almas que procura arrastar-nos para o pecado (1 Pe 5.8). Portanto, diz Pedro, lembremo-nos sempre da autodisciplina, vigiemos estas coisas que há em nosso íntimo, e tenhamos temperança (Cl 3.5-11; Gl 5.24). 



PACIÊNCIA. A paciência, a resistência na peleja cristã diz respeito à nossa postura frente ao mundo externo e pecaminoso. Deve haver firmeza na fé, perseverança. Pedro mesmo afirmara que não abandonaria a Cristo e depois o negou três vezes (Lc 22). Pedro aprendeu que não tem grande valor em se fazer grandes declarações de fé e grandes promessas, se não as cumprirmos. Devemos cultivar um caráter que seja resistente e que suporte com paciência perseverante todas as provas.


5)    Nossa relação com os outros.
PIEDADE. Antes de eu pensar em minhas relações com qualquer outra pessoa, sempre devo me certificar de que o meu principal motivo e a minha maior ambição na vida é honrar Deus, glorificar Deus e proclamar o Seu louvor. Depois, tendo posto isso em primeiro lugar, devemos considerar os irmãos na fé. 



BONDADE FRATERNAL. Ele está exortando estes cristãos primitivos a se amarem uns aos outros, e a serem pacientes uns para com os outros. COMO ISSO É DIFICIL, ÀS VEZES! Com que facilidade ficamos impacientes. Quanto dano tem causado ao corpo de Cristo pela falta de bondade fraternal. Em 1 Corintios 13, diz “o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. TUDO SOFRE, TUDO CRÊ, TUDO ESPERA, TUDO SUPORTA (vs. 4-7). 



Conclusão: “porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em que não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus pecados” (2 Pe 1.8-90.




terça-feira, 18 de julho de 2017

Crescendo na graça e no conhecimento - 2 Pe 3.18


Introdução: “antes”. Crescer na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ou seja, a única maneira de evitar a queda na vida cristã é IR AVANTE. Ficar estático na vida cristã é anormal. Os católicos celebram a quaresma, depois da quarta feira de cinza. As igrejas lotam de católicos, todos estão em silêncio; auto exame, auto sondagem. Vai até a páscoa, mas o resto do ano, essa prática não é observada.

1)    Crescer.
O verbo “crescer” traz a idéia de crescimento e nos sugere imediatamente que ser cristão significa receber nova vida. Não pode haver crescimento se não houver nascimento, e nascimento significa TRAZER OU VIR À VIDA. O evangelho preocupa-se com o comportamento de todos os cristãos, e não dos incrédulos. É como chegar para um incrédulo e exortá-lo a viver uma vida moralmente melhor. ISSO É MORALISMO, NÃO CRISTIANISMO. Portanto, vemos no Novo Testamento sempre esta admoestação à santidade, somente aos que receberam uma NOVA VIDA, em Cristo.


De tal modo, que o cristão é essencialmente diferente dos incrédulos. Ele é diferente quanto à espécie. O cristão nasceu do alto, nasceu do Espírito – é uma pessoa que recebeu uma nova vida (2 Co 5.17). Há um novo ser, uma nova existência, uma nova qualidade encarnada em sua vida. 

2)    Crescendo...
Esta vida, como todas as outras formas de vida, necessariamente leva ao crescimento. Pensemos na menor semente (Mc 4.26-29). Há dentro da semente a possibilidade de crescimento e desenvolvimento. Pensem no menor animal, e verão a mesma coisa. Pensem na menor planta ou flor – onde quer que haja vida, sempre há esta possibilidade inerente de crescimento. Portanto, todo cristão tem a obrigação de crescer; se não temos crescido, na fé cristã, temos que rever nossa identidade cristã.


Vejamos Martinho Lutero. Era muito religioso, era monge, e jejuava e orava o tempo todo. Ele tentava de tudo para  crescer na vida cristã. Que fazia ele? Jejuava, orava, dá esmolas, pratica boas obras; e, todavia, tendo feito tudo isso, ele sabia perfeitamente bem que não tinha crescido nem um pouco, não tinha mais vida no fim do que no começo. Esse homem estava acrescentando coisas à sua vida, mas não estava crescendo. Então, ele foi convertido, recebeu esta nova vida, e doravante teve consciência de um processo de crescimento, de desenvolvimento, de um real crescimento. 



Vejamos João Wesley. Um excelente jovem, de alta moral, membro de um bom lar cristão. Seu único interesse na vida era a religião, seu único desejo era ser melhor. Ele forma seu Clube Santo em Oxford, vai pregar nas prisões; depois renuncia tudo e cruza o Atlântico para pregar aos pagãos na Geórgia. E, contudo, ele sabe que não tem vida real. Não sente que tenha crescido, nem que tenha desenvolvido ou que tenha avançado. Ali está um homem que esteve adicionando mais e mais (coisas), sem, porém, nenhum desenvolvimento ou crescimento. Então, ele recebeu vida, e desde o momento em que recebeu vida tornou-se cônscio de crescimento.


Pergunto: será que percebo crescimento em minha vida cristã? Posso dizer que estou crescendo na graça e no conhecimento  de nosso Senhor Jesus Cristo? Quando fazemos um analise do ano em que estamos vivendo, ou examinamos os dez, vinte ou trinta anos passados, percebo algum crescimento e aumento orgânico? HAVERIA UM REAL CRESCIMENTO EM MINHA VIDA CRISTÃ?

3)    O processo do crescimento.
O processo de crescimento é algo vital, e não mecânico. É algo que, num sentido, não se pode observar diretamente – VOCE SENTE QUE ESTÁ OCORRENDO, MAS NÃO PODE VÊ-LO ACONTECER. É como a parábola de Marcos, no capitulo 4, um homem semeou a semente em seu terreno e que, enquanto dormia, a semente brotou – o mistério do crescimento. 



O processo de crescimento é necessariamente um processo progressivo e gradual – O CRESCIMENTO JAMAIS É SÚBITO. Mas, tem muitos que defendem que a santificação ocorre repentinamente. Eles comparam o processo de santificação com o fato da nossa justificação num ato de recebimento, dizendo que você pode ser santificado do mesmo modo. Mas, o Novo Testamento, fala de homens como “crianças em Cristo” (1 Co 3.1)- uma criança não pode saltar repentinamente da infância para a idade adulta. Não se pode assinalar estes estágios. Isso acontece gradualmente – você vê uma criança, você vê um menino, depois vê um moço e depois o homem. Ele foi indo de um passo para o outro, de um estágio a outro. E a santidade não é algo que se pode receber de uma vez por todas num só ato. 


4)    Como devo crescer?
Devo crescer na graça de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Que significa isso? Em primeiro lugar, não significa que eu cresço em amabilidade; tampouco significa, em si e por si, que eu devo crescer em minha posse das graças da vida cristã. ENTÃO, O QUE É CRESCER NA GRAÇA? Significa que, como cristãos, fomos introduzidos na esfera da graça. Todos nós estamos ou sob a lei ou sob a graça – ou estamos sob a ira de Deus ou estamos sob a graça de Deus. Então, Se estou na graça de Deus,  sou objeto do seu favor e da sua bondade. Quanto mais eu viver na vida cristã, quanto mais obediente eu for, mais experimentarei o favor de Deus.

Devo crescer no conhecimento do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Que significa isso? Como cristão não devo me deter meramente no conhecimento do perdão (dos meus pecados) e no conhecimento da salvação; DEVO CRESCER EM MEU ENTENDIMENTO E EM MEU CONHECIMENTO DE TODO O ESQUEMA, PLANO E PROPOSITO DA SALVAÇÃO; devo aprender tudo o que Pedro diz nesta Epístola. Devo crescer no conhecimento da Escatologia, da Cristologia, da batalha espiritual, da trindade, da doutrina do Espírito Santo, etc.

Devo crescer em meu conhecimento do Senhor Jesus Cristo, no que concerne minha comunhão com Ele; minha relação pessoal com Ele deve aumentar. Olha o que Paulo diz sobre isso em Filipenses 3.10: “para conhecer Cristo, e o poder da sua ressurreição, e a participação nos seus sofrimentos, identificando-me com Ele na sua morte”.

Conclusão: por que temos que crescer?

É a única maneira de enfrentar as contradições desta vida e deste mundo. Quanto mais eu conhecer o favor de Cristo, mais serei capaz de sorrir em face da adversidade. Poderei dizer como Paulo: “Estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 8.38-39).



terça-feira, 11 de julho de 2017

Reavivamento nos dias de Neemias. Ne 8.1-11



Introdução: o que é Reavivamento?

É o sopro de Deus para tirar a poeira que foi acumulada no decurso dos anos, no período de tempo compreendido entre o último avivamento e o momento atual.  Para John Stott, Reavivamento é: uma visitação INTEIRAMENTO SOBRENATURAL do Espírito soberano de Deus, pela qual uma comunidade inteira toma consciência de sua santa presença e é surpreendida por ela. O AVIVAMENTO OCORRE depois de um período de decadência moral e espiritual, depois da perda gradual e total do primeiro amor (Ap. 2.4), depois de concessões ao pecado, depois de um vasto vazio que se torna insuportável, depois de um culto frio e repetitivo, depois de um púlpito seco e não cristocêntrico e também depois de certas tragédias pessoais.

O Reavivamento recoloca a igreja em seu primeiro amor, produz convicção e confissão de pecado, santifica e movimenta a igreja. Desperta o gosto e a disciplina de práticas devocionais particulares, como a leitura e a meditação da Palavra de Deus, oração, desabafo, autosondagem (1 Tm 1.16), confissão espontânea de fraquezas e fracassos, sentimento de carência de Deus e vigilância pessoal.

1)    Quando o Espírito sopra... 


Um amante de literatura antiga descobriu num antigo salmo da Boêmia uma descrição de Wyclyffe acendendo uma centelha, John Huss colocando o fogo no carvão e Lutero ostentando uma chama. John Huss foi aluno de Wyclyffe e morreu queimado no ano de 1415, por defender somente a Bíblia como norma de fé e prática. Mas, suas últimas palavras foram: “Hoje vocês assarão um ganso magro, mas em cem anos ouvirão um cisne cantar. Não serão capazes de assa-lo e nenhuma armadilha ou rede poderá segurá-lo”. Cem anos depois, Martinho Lutero, em 1515, lendo as epístolas aos romanos descobriu a doutrina da Justificação pela fé, que acabou desencadeando a Reforma Protestante.

Alguns anos depois, na Escócia, viveu um pregador e escritor apaixonado pela Bíblia, John Knox. Uma vez ele disse a respeito de Mary, a rainha dos escoceses: “Ela é uma velha Jezabel”. Quando ouviu os seus comentários, Mary respondeu: “Temo a sua língua e a sua caneta mais do que ao exército da Inglaterra”. Duzentos anos depois, temos a figura emblemática de Jonh Wesley, que nos seus 50 anos como pregador, pregou 40.000 sermões. Falou a uma multidão enorme de 20.000 pessoas sem a ajuda da mídia. Viajou 360.000 Km, a maior parte à cavalo, proclamando a Palavra de Deus.


2)    O primeiro Reavivamento...
O Reavivamento aconteceu na Porta das águas (Ne 8.1): “E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel”.  O projeto de reconstrução do muro terminara. Agora todos estavam protegidos residindo em suas casas, trabalhando; Mas ainda alguma coisa estava faltando. Disso depreendemos que ter uma superestrutura bem organizada não é o bastante se não houver, ou se houver pouca vida no seu interior. Porquanto, a reconstrução do lado de dentro deles iniciou através do escriba Esdras.

3)    A fonte do Reavivamento (1-3).
Primeiro, houve a leitura da Palavra de Deus.E leu no livro diante da praça, que está diante da porta das águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens e mulheres, e os que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei” (v.3). 


A Bíblia é a revelação de Deus para a humanidade. Revelação vem do grego “apocalipsis” significa o ato de tirar o véu que encobre o desconhecido. Ela é inspirada por Deus, no grego é “Theopneustos”. Então, Deus é o autor da Bíblia.

Importância da Palavra de Deus: “A palavra de Deus é comprovadamente pura; ela é um escudo para quem nele se refugia”. Pv 30.5

“A tua palavra, Senhor, para sempre está firmada nos céus” Sl 119. 89

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça”.  2 Timóteo 3:16

“Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e as intenções do coração”. Hebreus 4:12

Segundo, houve um respeito obvio para com a verdade. O povo ouviu atentamente. E Esdras abriu o livro perante à vista de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. E Esdras louvou ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém, Amém! levantando as suas mãos; e inclinaram suas cabeças, e adoraram ao Senhor, com os rostos em terra (v.6). 



Terceiro, a verdade foi explicada e assim todo aquele que ouviu, compreendeu (v.8). Depois, da leitura do livro em voz alta, aqueles dotados na verdade traduziram-na a fim de dar um sentido ou significado. A palavra traduzir em hebraico significa “tornar algo distinto, separado de outra coisa, a fim de que esta coisa flua e adquira um estilo”. Por que precisam traduzir as escrituras?  A Bíblia estava em hebraico e o povo falava a língua aramaica; língua babilônica. Ouviram a Bíblia hebraica mas com os ouvidos babilônicos. Assim, esses escribas treinados pegaram o texto em hebraico e o tornaram significativo aos ouvidos dos que escutavam. Depois do texto traduzido, o verso diz que “interpretando-o e explicando-o a fim de que entendesse”. Eles destrancaram a porta levando-os ao entendimento – a habilidade de ver algo além da superfície. PRIMEIRO LERAM O TEXTO, DEPOIS EXPLICARAM. EXEGESE, PREGAR O QUE ESTÁ NA BÍBLIA. EISEGE, É QUANDO VOCE IMPÕE ALGO QUE NÃO ESTÁ NO TEXTO. 


Quarto, a verdade foi aplicada. Aqueles que a ouviram, responderam. Então Neemias, que era o governador, e Esdras, o ministro e escriba, e os levitas que estavam instruindo o povo disseram a todos: “Este dia é consagrado ao Senhor, o nosso Deus. Nada de tristeza e choro! Pois todo o povo estava chorando enquanto ouvia as palavras da lei” (v.9). “O que é uma pregação? A pregação é uma ponte entre dois mundos, entre o texto antigo e o ouvinte dos dias atuais. De tal maneira que você não prega diante da congregação,  você prega à congregação”.  Martin Loyd Jones.

Conclusão: Passos para o Reavivamento.
O povo entendeu as palavras dos escribas:” E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse”

O povo chorou. POR QUE CHORAVAM? Porque sabiam que eram culpados. Também recordavam os pecados dos seus antepassados que os tinham levado ao cativeiro. Sentiram uma culpa tão profunda que ela provocou um pranto intenso.


O povo se alegrou: Neemias levantou-se e disse: “Agora, parem com isso. Deus é perdoador. Vamos mudar. Este é um dia santo. Este não é um dia de choro, mas de celebração”. A ALEGRIA DO SENHOR É A NOSSA FORÇA.
  


                                                        

terça-feira, 4 de julho de 2017

Neemias e o poder de um boato – Ne 6


Introdução: As três peneiras de Sócrates.


1)    Um ataque repentino.

Neemias, como vimos no capítulo 5, não gozava de fama diante dos seus oponentes. Embora fosse um líder consistente, estável e fiel, havia um plano contra ele em andamento. O ataque ocorreu quando estavam terminando a reconstrução do muro (v.1). Em 1 Corintios 10.12, temos a exortação de Paulo: “cuide-se para que não caia”. Frequentemente não é a pessoa que quase caiu que é vulnerável. MAS, AQUELA QUE PENSA QUE NUNCA CAIRÁ. 



Exemplos: Quando Betseba esteve sob o olhar de Davi? Quando ela ainda não sabia o que era ser derrotado numa batalha, isto é, nem politicamente, nem militarmente ou pessoalmente. Quando Jonas sentiu AUTOCOMISERAÇÃO? Depois do grande avivamento que varreu a cidade de Nínive. Quando José foi tentado pela esposa de Potifar? Logo depois que havia sido promovido, sob a liderança de Potifar, e ganhado o direito de ter livre acesso a casa. Quando Jesus foi tentado pelo diabo? Depois de ser batizado por João Batista no rio Jordão e ouvir a voz do Pai, lhe dizendo, “este é o meu filho amado, em que eu me comprazo” e jejuar quarenta dias no deserto da Judéia.

2)    Uma estratégia sutil.

O verso 2 até o final do capítulo 6, nos conta a história desses ataques sutis. Foram três tipos de ataque; um em cada um deles o inimigo foi movido pelo mesmo objetivo: INTERROMPER O PROJETO DETENDO NEEMIAS E SEUS HOMENS ATRAVÉS DO DESÂNIMO. Mas, Deus permitiu essas provas para fortificar o seu servo. “O CRISTIANISMO VAI MAL, QUANDO TUDO VAI BEM; QUANDO TUDO VAI MAL, VAI BEM”.

Então, aconteceu o ataque. Antes de tudo, era um pedido pessoal, que aparentemente parecia ser inocente e inofensivo. O verso 2 diz: “Sambalate e Gesem mandaram-me a seguinte mensagem: Venha vamos nos encontrar num dos povoados de Planície de Ono”. O pronome “NÓS” sugere a idéia de uma visita conciliável. Noutras palavras, estavam afirmando: “Voce precisa sair um pouco. Há tanto tempo você está assentando esses tijolos, Neemias. Tivemos nossas diferenças, um pouco de desentendimento, mas vamos nos reunir”.

Neemias RESPONDEU: “Ah, não.” Para Ono, não. Não subirei até lá. “Não nessa vida”. POR QUE NEEMIAS RECUSOU? “Estavam tramando fazer-me o mal” (v.2). E, Deus lhe deu DISCERNIMENTO QUE É UMA QUALIDADE DADA POR DEUS QUE LHE PERMITE LER NAS ENTRELINHAS” (Mt 10.16). Então, Neemias disse a si mesmo: “Se eu for atá aquele lugar,  poderia ser sequestrado. Poderia ser assassinado. E, tenho certeza que logo que eu sair daqui o trabalho sofrerá” (vss. 2 e 3). E, completa afirmando: “Eu estou fazendo um trabalho importante e não posso descer até aí. Eu não vou deixar este trabalho só para ir falar com vocês”.  Reconstruir os muros de Jerusalém naquele momento certamente era algo muito maior do que uma construção civil, tijolos, concreto. Neemias estava reconstruindo a fé daquele povo, demonstrando o amor e cuidado de Deus para com eles. Essa é uma grande obra!



Depois de enviar a mesma mensagem por quatro vezes, “Então”, no versículo 5, “na quinta vez, Sambalate mandou-me um dos seus homens... ele tinha na mão uma carta aberta”. Recapitulando, primeiro foram enviados convites pessoais (quatro vezes). Agora, era uma carta aberta. O QUE SIGNIFICA ISSO? Não era mais uma carta particular num envelope pessoal; desta vez o mensageiro veio e abriu-a para todas as pessoas lerem (vs. 6 e 7). Parafraseando: “Voce não veio quando enviamos os convites, então vamos deixar vazar a verdade. Planejamos lhe expor. Queremos que todo mundo saiba duas coisas. Primeira, quando veio para Jerusalém, tinha um motivo muito mau. Não só veio para reconstruir os muros. Veio com um proposito inequívoco de formar um grupo de pessoas a sua volta para que pudesse liderar uma revolução. Além disso, seu método é mau. Voce quer ser o rei e está nomeando os profetas pela terra para proclamar que Neemias será o rei, não Artaxerxes”.

3)    O boato

Uma das características de um boato é que a fonte nunca é citada. Realmente, raramente a fonte é conhecida. O verso 6 afirma: “DIZEM ENTRE AS NAÇÕES..” Reconhecemos um boato, antes de tudo, por causa da sua fonte NÃO DECLARADA. Segundo, um boato é notado pelo EXAGERO E IMPRECISÃO. O rumor se espalha de um modo exagerado, e os ouvintes ingênuos, fofoqueiros se alimentam desse tipo de lixo. Outra coisa que falta ao boato é a informação precisa. Isso é verdade? A fonte original pode ser citada?  



O boato produz magoa pessoal e falta de entendimento. Qual foi o resultado desta informação em relação a Neemias? Isso o magoou – de fato foi planejado com esse objetivo. O inimigo numero um da unidade do cristianismo é a LÍNGUA. Não é a bebida, drogas, pobreza, inflação, TV – é a língua. A Bíblia admoesta: Não abra a sua boca, pois Deus odeia aqueles que semeiam discórdias entre a sua família” (dentre as sete coisas que odeia, três são relacionadas com a língua – Pv. 6.16-19).


Veja o que Tiago fala sobre a Língua: Tiago 3: A língua é um fogo. Ela é um mundo de maldade, ocupa o seu lugar no nosso corpo e espalha o mal em todo o nosso ser. Com o fogo que vem do próprio inferno, ela põe toda a nossa vida em chamas. 7O ser humano é capaz de dominar todas as criaturas e tem dominado os animais selvagens, os pássaros, os animais que se arrastam pelo chão e os peixes. 8Mas ninguém ainda foi capaz de dominar a língua. Ela é má, cheia de veneno mortal, e ninguém a pode controlar. 9Usamos a língua tanto para agradecer ao Senhor e Pai como para amaldiçoar as pessoas, que foram criadas parecidas com Deus. 10Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento como de maldição. Meus irmãos, isso não deve ser assim. 11Por acaso pode a mesma fonte jorrar água doce e água amarga? 12Meus irmãos, por acaso pode uma figueira dar azeitonas ou um pé de uva dar figos? Assim, também, uma fonte de água salgada não pode dar água doce”. 







Neemias responde, no verso 8, os boatos contra ele. Para começar, Neemias, calmamente, negou a acusação: “Nada disso que você diz está acontecendo”. “Não é verdade”, disse Neemias. Então, responsabilizou a pessoa certa: “É pura invenção sua”. “Estas coisas estão na sua cabeça, e está errado, disse Neemias. O verso 9 nos conta que ele levou a sua mágoa a Deus: “Estavam todos tentando intimidar-nos, pensando: Eles serão enfraquecidos e não concluirão a obra. Eu, porém, orei pedindo: Fortalece agora as minhas mãos”.

Veja o que Paulo nos exorta em Efésios 4.29: “Não digam palavras que fazem mal aos outros, mas usem apenas palavras boas, que ajudam os outros a crescer na fé e a conseguir o que necessitam, para que as coisas que vocês dizem façam bem aos que ouvem”. Esse versos indica que cada critica deve ser dirigida à pessoa certa. Nossas palavras devam edificar e construir (Ef 4.15).


Os inimigos de Neemias tentaram várias vezes desanima-lo. Primeiro, eles tentaram deter o projeto através de um convite pessoal. Segundo, usaram abordagem da carta aberta para forçar uma parada. Finalmente, adotaram um aviso religioso audível: “Um dia fui à casa de Semaías, filho de Delaías, neto de Meetabel, que estava trancada portas adentro. Ele disse: Vamos encontrar-nos na casa de Deus, no templo, a portas fechadas, pois estão querendo mata-lo; eles virão esta noite” (v.10). Ou seja, “você sabe, Neemias, esses caras virão no meio da noite, e estão vindo para agarrá-lo. Vou lhe dizer uma coisa, vamos nos encontrar no tempo para orarmos juntos”. Cara super-piedoso!

Neemias, respondeu (vs. 11 e 12): “Eu não sou do tipo de homem que foge e se esconde. Você pensa que eu tentaria salvar a minha vida me escondendo no Templo? Eu não vou fazer isso, de jeito nenhum”.  O verso 12, vemos novamente o discernimento: “Quando comecei a pensar nesse assunto, compreendi que Deus não havia falado com Semaías e sim que Tobias e Sambalate haviam pago a ele para me dar aquele conselho”.

Semaias fora pago para intimidar Neemias. Intimidar é: “forçar ou deter através de uma ameaça”.  O verso 13 diz: “Eles lhe deram dinheiro para me fazer ficar com medo e assim pecar”. Qual seria o pecado caso Neemias cedesse? O pecado era render-se à intimidação. Neemias, disse: “Diante de Deus, não posso ir”. Mas, por que os inimigos queriam que Neemias pecasse? O verso 13 continua: “então eles poderiam me difamar e desacreditar”.

Conclusão: V.15: “o muro ficou pronto”. Quando todos os nossos inimigos souberam disso, todas as nações ficaram atemorizadas e com o orgulho ferido.