terça-feira, 26 de fevereiro de 2019


Esmirna: Um Novo Horizonte – Ap. 2.8-11


Introdução:
Hoje no mundo oriental muitos cristãos estão sofrendo por causa da sua fé em Cristo Jesus. Paises muçulmanos, hinduístas, budistas estão fechando as portas para o evangelho. Uma pergunta:  Se lhe colocasse na parede para decidir de que lado você está, qual seria o seu posicionamento. Sabendo que, se você confessar Jesus como teu Senhor, com toda certeza, perderá sua vida.

1)    A cidade de Esmirna
A palavra Esmirna significa fragrância usada para fabricar perfume. Quando esmagada, a casca exala doce aroma. Esmirna era a mais bela cidade da Ásia. Próspero centro portuário (Mar Egeu, 40 km de Éfeso). Sendo ladeada por uma montanha chamada Pagos. Em cima dessa montanha tinha a Rua do Ouro; nela haviam templos pagãos e edifícios que lhe davam aparência de uma coroa.

Séculos atrás, Alexandre, o grande, determinara fazer de Esmirna a cidade modelo da Grécia. Sua vida cultural florescia: artes, educação, filosofia e ciência. Ostentava uma magnifica BIBLIOTECA e um monumento ao seu mais ilustre filho – HOMERO.

Por volta de 25 d.C. muitas cidades estavam competindo entre si para obter o cobiçado privilégio de erigir um TEMPLO ao Imperador Tibério, e esse privilégio foi concedido somente a Esmirna. CESAR ERA COMO UM DEUS para o povo. A sua imagem, esculpida em mármore, eram queimadas incensos. Os cristãos recusaram a borrificar incenso sobre o fogo que ardia diante do BUSTO DO IMPERADOR. Porque não podiam chamar César de Senhor, quando Jesus era o seu Senhor.

2)    Sofrimento
“Eu sei as tuas obras, e tribulação...”. Sei ou conheço (OIDA, no grego). É o conhecimento adquirido pela própria experiência. Ele está dizendo: “Sei exatamente o que está se passando. Já passei por isto. Sei como é ser falsamente acusado, molestado e cuspido. Sei o que é ser açoitado, escarnecido e morrer de maneira injusta.

a)     Tribulação
A palavra tribulação é muito radical.  Literalmente, significa esmagar um objeto, comprimindo-o. Descreve a vítima sendo esmagada e seu sangue extraído. Descreve pessoas esmagadas até a morte por uma enorme pedra. Também descreve a dor duma mulher ao dar filhos à luz. 



Então, tornar-se cristão significa grande renúncia. Aquele que seguir a Cristo tem de contabilizar o custo, e estar preparado para pagá-lo com a própria vida. O nome de Cristo era sinônimo de tortura e ser lançado às feras. No caso das mulheres, a infâmia era pior que a morte.

b)    “...conheço a sua pobreza (v.9)”.
A pobreza dos irmãos de Esmirna não advinha somente da sua situação econômica normal, mas do confisco de propriedade. Conta-se a história de um certo Nicodemos, cuja família possuía uma décima parte de estanho em Roma. Mas, tendo a família abraçado o cristianismo, foi reduzida a uma pobreza extrema e as filhas podiam ser vistas a revirar os lixos, para matar a fome (Hb 10.34).

“Mas, tu és rico...” Em quê? Nas riquezas espirituais! Portanto, é verdadeira aquela declaração que diz: “AOS OLHOS DE DEUS EXISTEM HOMENS RICOS QUE SÃO POBRES E HOMENS POBRES QUE SÃO RICOS”. O mundo está em busca do “sucesso” e “bem estar”, “cifras bancárias”, “bens materiais”. Em confronto com isso, os cristãos possuem uma “consciência celeste”:

Oh, dá-me as flores que não murcham e nem morrem!
Um tesouro, no além! Um lar no céu
Onde as coisas belas permanecem em sua beleza,
E onde as riquezas nunca fogem da benção para longe!

c)     Difamação
“Conheço a blasfêmia dos que se dizem judeus mas não são” (v.9). Os judeus estavam caluniando seu povo, “blasfemando” contra eles. Cristo chama-os de “SINAGOGA NÃO DO SENHOR MAS DE SATANÁS” (V.9, conferir apocalipse 3.9). Pois eles tinham aprendido as táticas e seu mestre que é mais tarde chamado o diabo (v.10), que significa “o acusador”; “o caluniador”. Jesus o tinha chamado de “mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44). 

 Eis as acusações: 1)Canibais: por celebrarem a ceia com pão e o vinho, símbolos do corpo de Cristo; 2) Imorais: por celebrarem o festa do amor, antes da ceia; 3) divididores de família: uma vez que as pessoas se convertam a Cristo deixavam suas crenças vãs para servirem a Cristo; 4) acusam os crentes de Ateísmo: por não se dobrarem diante de imagens dos deuses gregos e de Cesar.

d)    Prisão
“Não tenhas medo do que você está prestes  sofrer... o diabo lançara alguns de vós na prisão para prova-los, e vocês sofrerão perseguição durante dez dias” (v.10).

Os primeiros apóstolos e o apostolo Paulo tinham conhecido o interior de muitas prisões. As celas de Jerusalém, de Filipos e Roma. As prisões eram luares horríveis. Os presos eram mortos pelas autoridades penintenciária ou torturados e arremessados às ruas. Dez dias pareciam dez anos, numa cela romana.

e)     morte
“Sê fiel até a morte...” Pela exortação de Cristo a estes crentes perseguidos, eles deveriam ser fieis “a ponto de estarem dispostos a morrer por amor de mim”. Policarpo já era com toda certeza membro da igreja de Esmirna. Na época em que o apocalipse foi escrito (96 d.C), ele fora consagrado ao ministério pelo apostolo João e, mais tarde, tornou-se pastor de Esmirna. Então, Policarpo teria lido essa carta e refletido em sua mensagem, mormente para a igreja de Esmirna.

Foi no dia 02 de fevereiro, no ano de 156 desta era. O idoso pastor, que tinha fugido para uma propriedade rural, ante os apelos de sua congregação; acabou sendo localizado em seu esconderijo. No caminho para cidade, o oficial encarregado instou-o a retratar-se: “Que mal pode fazer o sacrifício ao imperador”? perguntou ele, mas Policarpo recusou. O governador, já no anfiteatro, dirigiu-se a ele e disse: “Considere sua idade! Jure pela grandeza de César...” E novamente: “Jure e eu o libertarei; amaldiçoei a Cristo! A que Policarpo retorquiu: “Por 86 anos eu o tenho servido e Ele nunca me faltou; como, pois, posso blasfemar contra meu rei que me salvou? ” O governador insistiu: “Jure pela majestade de César... tenho feras bravias; se não mudar sua mente, eu o lançarei a elas...” Mas, Policarpo não cedeu...

Judeus e gentios raivosos então recolheram lenha para a fogueira. Então, Policarpo orou: “O Senhor, Deus todo-poderoso, Pai de teu amado Filho Jesus Cristo, por meio de quem viemos a conhecer-te... graças por considerar-me digno neste dia e hora de compartilhar a taça de Cristo entre os muitos de teus mártires”. O fogo foi aceso, mas como o vento soprava as chamas para outro lado e prolongava sua agonia, um soldado pôs fim ao seu sofrimento com uma espada. 


Destinados a sofrer.
“Bem aventurados serão vocês, quando por minha causa os insultarem, perseguirem e falarem falsamente todo mal contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês (Mt 5:10-12)

“AI DE VOCES QUANDO TODO OS HOMENS FALAREM BEM DE VOCES, POIS ASSIM OS ANTEPASSADOS DELES FALARAM” (LC 6.26)

“Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes odiou a mim...Lembrem-se das palavras que eu lhes disse: “Nenhum escravo é maior do que o seu Senhor” (Jo 15.18). “Neste mundo terão aflições” (Jo 16.33).

Dietrich Bonhoeffer, pastor luterano que foi enforcado por direta do nazista Himmler, em 09 de abril de 1945, escreveu: “O sofrimento é, pois, o sinal do verdadeiro cristão. O discípulo não está acima do seu mestre. Discipulado significa sujeição ao sofrimento de Cristo, não sendo de forma alguma surpreendente que os cristãos devam ser chamados para sofrer” (O custo do discipulado)

Por que somos perseguidos?
Nada provoca tanta oposição do mundo como o evangelho de Jesus Cristo. Enfatizar a gravidade do pecado humano, a realidade da ira e do juízo de Deus, a impossibilidade de autossalvação, a necessidade da cruz, a dádiva da vida eterna e os perigos da morte eterna.

Os padrões morais de Cristo são também impopulares. Como disse Dostoiévski, em seu livro Os irmãos Karamazov: “Se Deus não existe e a alma é mortal, tudo é permitido”. Honestidade nos negócios, castidade antes do casamento e fidelidade no relacionamento sexual, contentamento em lugar da cobiça e temperança. Isso tudo espanta o mundo.

Conclusão: “Ele é o primeiro e o ultimo, que foi morto e reviveu” (v.8). Quem vencer não receberá o dano da segunda morte. 



terça-feira, 19 de fevereiro de 2019


Éfeso: Quando se perde o primeiro amor (Ap 2.1-7)


Introdução: O casamento do século
Era 29 de julho de 1981, mais de 750 milhões de pessoas, via satélite, pelo mundo todo querendo assistir o casamento do Príncipe CHARLES, filho da rainha da Inglaterra e a bela Lady Diana Spencer. TUDO COMO NUM CONTO DE FADAS! O Príncipe Charles, todo pomposo, em pé, aguardando ansiosamente pela noiva. Diana entrou pela CATEDRAL DE SÃO PAULO, num refinado, gracioso e longo vestido, em seu pescoço uma joia raríssima, usada pela realeza em séculos passados. Mas, o relógio marcou meia-noite na história desta cinderela. EM ALGUM LUGAR, suas vidas começaram a se separar. Seu amor esfriou; agora era mecânico, aparente e rotineiro. Até que em 9 de dezembro de 1992, o conto de fadas havia chegado ao fim.

1)    A cidade de Efésios
Era uma magnifica cidade, a mais importante da Ásia Menor. Localizada no rio Caster, a 5 Km do Mar Egeu. Aí, embarcavam-se as mercadorias através do Mediterrâneo, subindo o caster onde eram distribuídos ao mundo todo. Éfeso era também o centro do paganismo. Uma das sete maravilhas do mundo antigo estava ali – o templo de Diana. Nele, floresciam a prostituição, as bebedeiras e as orgias. Não admira que os negociantes preferiam se hospedar nesta cidade! 


2)    O remetente
“Escreve ao anjo...”. A palavra anjo significa mensageiro. Refere-se ao que tem como MINISTÉRIO primordial, levar à mensagem à congregação.

“...tem na sua destra as sete estrelas”. Em Apocalipse 1.20, vimos a identidade das sete estrelas. São os anjos das sete igrejas. A função do anjo, ou pastor, é cuidar da vida espiritual da congregação; estão encarregados do ensino bíblico, lides pastorais e liderança espiritual.

“...que anda no meio dos sete castiçais de ouro...”Jesus anda pelos corredores, examina os bancos de cada igreja, anda pelas salas da igreja, pelos corredores. Não há segredos para ele. Jesus inspeciona, mede, avalia e observa a condição espiritual de cada rebanho.
  
3)    Estímulos...
Ele conhece cada igreja em sua totalidade, “Eu sei as tuas obras”. Para a igreja de Esmirna expressa elogios, mas para a igreja de Laodicéia expressa condenação implacável. A igreja de Filadélfia é mais louvada do que censurada, a carta de Sardes é mais censura do que louvor, enquanto que nas cartas endereçadas a Éfeso, Pérgamo e Tiatira, a aprovação e a desaprovação se equivalem.

“Conheço as tuas obras, o teu trabalho árduo, e a tua paciência...”. Trabalho, no grego Kopas, significa que serviam a Cristo até a exaustão. “Paciência” ou perseverança (Hupomone), significa que ministravam sob grande pressão. Havia ferrenha oposição na cidade de Efesios. Alguns, praticavam artes mágicas, outros adoravam a deusa Diana, ou Artémis, a deusa-mãe da Ásia, ou “padroeira”. 



Alguns encontravam dificuldades em seus negócios, uma vez que estavam perdendo compradores, outros não conseguiam comprar, pois muitos comerciantes não lhe vendiam seus produtos. Mais tarde, no apocalipse, João escreveria que pela influência “do falso profeta”, “ninguém podia comprar ou vender a menos que tivesse a marca da besta” (Ap 13.17).

Puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são. E tu os achastes mentirosos”. Os Efésios tinham conhecimentos sólidos da doutrina; eram teologicamente entendidos, notáveis. A igreja fora fundada pelos Apostolo Paulo (quarenta anos, Atos 18.19-21), os crentes foram disciplinados por Áquila (Atos 18.26), doutrinados por Apolo (Atos 18.24-25), pastoreados por Timóteo (1 Tm 1.3), e instruídos pelo apostolo João. Direta ou indiretamente, tinham sido beneficiários de oito livros do Novo Testamento: evangelho de João, Efésios, 1 e 2 Timóteo e 1, 2 e 3 João, apocalipse e mais, quando Paulo estava em Éfeso escreveu 1 Coríntios.

“As pessoas hoje buscam a experiência e não a verdade. Elas não querem pensar, querem sentir. Elas não querem doutrina, querem as novidades, as revelações, os sonhos e as visões. Elas não querem estudar a Palavra, querem escutar testemunhos eletrizantes. Elas não querem o evangelho da cruz, buscam o evangelho dos milagres. Elas não querem Deus, querem as bênçãos de Deus”.  Hernandes Dias Lopes

“...odeia as práticas dos nicolaítas, as quais eu também odeio” (v.6). QUEM ERAM ELES? Alguns Pais da Igreja – os sucessores dos apóstolos – acreditavam que eles eram discípulos de Nicolau, “um convertido ao judaísmo”, sua consagração ao diaconato é mencionada em Atos 6.5; um diácono que não deu certo. O QUE SÃO AS OBRAS DOS NICOLAÍTAS? Ensinavam a antinomia – uma perigosa heresia que encorajava à libertinagem. Ensinavam que o cristão podia viver de maneira que bem entendesse, pois a graça cobre todas as coisas, não há consequência para o pecado.

Que igreja! Imagine você visitando uma igreja assim! Parecia ser um modelo de igreja em todos os aspectos. Seus membros eram ocupados no serviço (“conheço as tuas obras...), pacientes em seus sofrimentos (“e sua perseverança...), e firmes quanto a doutrina (“puseste à prova os que dizem ser apóstolos, mas não são e descobriram que eram impostores”) e vocês odeiam as práticas dos nicolaítas...

4)    O pecado...
“Tenho, porém, contra ti que deixaste o primeiro amor” (v.4).  O que é o primeiro amor? Faz parte do começo da nossa fé em Cristo. É fervoroso, passional e apaixonado. Mas, com o tempo, o relacionamento com Cristo, tornou-se rotineiro. A DOXOLOGIA (louvor) tornou-se em ortodoxia (doutrina). Eles ainda vinham a igreja, ainda serviam. Sua fé ainda era verdadeira. Mas seus corações não iam além disto. TINHAM MUITAS ATIVIDADES POR CRISTO, MAS POUCO INTIMIDADE COM ELE. SUAS CABEÇAS ESTAVAM CHEIAS, OS PÉS OCUPADOS; MAS SEUS CORAÇÕES ESTAVAM VAZIOS. Fico imaginando uma oração: “Jesus não tem amo mais, como antes. Mas continuarei indo a sua casa, servindo, mas não te amo mais”

a)     Solução..
Em primeiro lugar, Jesus exorta: “Lembre-se de onde caíste” (2.5). O passado precisa tornar-se um presente vivo. PARA ONDE PRECISAMOS RETORNAR? Para o ponto do qual nos desviamos. Não está sendo dito, lembra-te em que situação caíste, mas de onde caíste. 


Em segundo lugar, “arrepende-te” (2.5). Arrependimento não é emoção, é decisão. É atitude. Arrependimento [e mudar a direção, é voltar-se para Deus. É DEIXAR O PECADO.

Em terceiro lugar, “volta à pratica das primeiras obras” (2.5). O ensino, a comunhão, o louvor, a oração, o evangelismo, o renovo com Espírito Santo, etc. A igreja primitiva vivia em comunhão, partiam o pão, adoração, oração (Atos 2.42).

SENÃO, “A TI VIREI, E TIRAREI DO SEU LUGAR O TEU CASTIÇAL, SE NÃO TE ARREPENDERES”.  Ou seja, ficariam sem a presença de Jesus Cristo. Nenhuma igreja tem um lugar seguro e permanente neste mundo.

 Paulo nos estimula a prática do amor: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. 1 Coríntios 13:1-3

Conclusão: “Ao vencedor darei o direito de comer da árvore da vida que está no paraíso com Deus”. 



terça-feira, 12 de fevereiro de 2019


O temor-do-Senhor – Ap. 1.17-20


Introdução:
Quando Jesus chegou céus, após sua ressureição e morte, perguntaram-lhe os anjos: Cumpriste tua missão?

_Sim está consumado, respondeu o Senhor.
Temos uma segunda pergunta, disseram os anojos. O mundo inteiro já ouviu falar de ti, Senhor?
_Não, disse Jesus.
Os anjos então, indagaram: Quais os teus planos, Senhor?
Deixei 12 homes para levarem a mensagem por todo o mundo.
Os anjos olharam para Ele e novamente perguntaram-lhe: _Qual é o teu plano B?
Não há plano B. O plano A está em ação. Temos de falar a todo o mundo sobre Cristo.

1)    O temor-do-Senhor
O que é? Por meio da revelação, abriu-se para nós um mundo no qual nos encontramos caminhando em terra sagrada e vivendo num tempo sagrado. No momento em que NOS DAMOS CONTA DISSO, ficamos tímidos, cautelosos. Desaceleramos o passo, olhamos ao redor, com ouvidos e olhos atentos.

Quando isso acontece, nossa primeira reação é parar em silencio. Não fizemos nada. Não dizemos nada. Tememos nos intrometer acidentalmente, tememos dizer algo inapropriado. Mergulhados em mistério, no aquietamos, nos calamos com todos os sentidos alertas. ISSO É TEMOR DO SENHOR.

O TEMOR-DO-SENHOR, em nossa língua são três palavras, no hebraico, duas. São ligadas de modo a formar uma só palavra. Portanto, o temor-do-Senhor não é uma combinação de temor + do + Senhor, É UMA COISA SÓ. O TERMO OCORRE  138 vezes em vários livros do Antigo Testamento.

2)    Reações...
O apostolo João estava na Ilha de Patmos por causa da pregação do evangelho. No dia do Senhor, (domingo: Jesus ressuscitou no domingo, a igreja celebrava no domingo...), Jesus aparece vestido com roupas brancas; sua cabeça de um branco brilhante; seus pés resplandecentes como latão reluzente, sua voz, ensurdecedora; ele segura sete estrelas; uma espada aguda procede de sua boca; sua face brilha como o sol. Ninguém podia vê-lo...

Pergunta: Qual seria sua reação? Minha reação? O que você faria? O que eu faria? A única e imediata reação seria cair de joelhos com o rosto em terra perante Ele. Ficaríamos ofuscados pela sua glória. Cobrindo nossos rostos, cairíamos de joelhos em adoração. Com temor e tremor, reconheceríamos sua divina presença (Ap 1.17-20).

a)     Um coração contrito
“E eu quando o vi, cai a seus pés...” (v.17). JOÃO SE AJOELHA. Cada nervo, trêmulo. Ele procura um lugar para se esconder da presença santa de Cristo. Por que João estava tremulo? Porque nenhum mortal pode olhar para Deus e viver; seria consumido pelo calor de sua presença! A palavra santo ocorre 26 vezes no apocalipse de João. 


Deus já advertira a Moisés: “Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face  viverá” (Ex 33.20). Ninguém poder ver Deus e viver; seria mais fácil caminhar pela superfície do sol que entrar na presença de Deus em toda a sua glória. “Moisés, Moisés”. Ele responde: “Eis-me aqui”. E Deus, então lhe diz: “Tire as sandálias dos pés, pois o lugar em que você está é terra santa” (Ex 3.5).  

“Certamente morreremos; porquanto temos visto a Deus” (Jz 13.22)., constrange-se Manoá! O pai de Sansão sabia que merecia a morte, porquanto houvera visto a Deus.

A Experiência de Ezequiel não foi diferente. O profeta viu o trono acima do firmamento, exaltado. E, sobre o trono, a figura de um homem (v.26) – o Cristo glorificado e majestoso! As pernas e os pés como latão reluzente. Ao vê-lo Ezequiel dobra-se com o rosto no pó (Ez 1.22-28).  Novamente o profeta Ezequiel vê sobre o seu rosto (Ez 3.22-23) vê a face de Cristo brilhando mais que o sol. E, no capitulo 43.2.3, o profeta ouve a voz de Cristo como som e muitas águas, e cai sobre o seu rosto (Ez 43.2,3).

Saulo de Tarso age de igual modo. Ao viajar para Damasco, uma luz resplandecente, vindo do céu, cerca-o. Era a visão ofuscante da glória de Cristo.  Instantaneamente, Saulo cai, ficando prostrado: “Quem és Senhor? ” Cristo responde: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (Atos 9.3-5).

O apostolo João caiu quando viu a face de Jesus. Nesse mesmo segundo, vê o apostolo A PROPRIA CORRUPÇÃO, PECADO. No olhar daquele que é santo, o apostolo vê a autoestima quebrada. Ele entende QUEM CRISTO É E CONSCIENTIZA-SE DA PECAMINOSIDADE DO SEU CORAÇÃO.

Isaias reagiu à santa presença de Deus devido à convicção do pecado: “No ano em que morreu o Rei Uzias, eu vi o Senhor sentado num trono alto e elevado. O seu manto se estendia pelo Templo inteiro, e em volta dele estavam serafins. Cada um deles tinha seis asas, com duas eles cobriam o rosto e com duas cobriam o corpo e com duas voavam. Eles diziam em voz alta uns para os outros: Santo, Santo, Santo é o Senhor Todo-Poderoso, a sua presença gloriosa enche o mundo inteiro”.  Ou seja, o profeta dizia: “Sou um mísero pecador! Maldito e sentenciado a morrer”.

O apostolo Pedro depois de uma noite longa tentando pescar peixes, Jesus mandou que Simão voltasse para o alto mar, e lançasse as redes. Ele respondeu: “Sobre a tua palavra lançarei a rede”. E para sua surpresa, a pesca foi tão extraordinária que as redes se rompiam, de tanto peixe. Ao ver isto, Pedro entendeu que estava na presença de Deus Santo. Na mesmo hora caiu aos pés de Jesus, confessando: “Senhor, afasta-te de mim que sou um homem pecador” (Lc 5.8).

b)    Temor
O apostolo foi assolado por tamanho temor que desmaiou. Estava sem fala, aterrorizado, trêmulo, chocado, imóvel, atordoado. Em Mateus 17, os discípulos viram Jesus transfigurado. A face de Jesus brilhava como o sol, e suas vestes tornaram-se tão brancas como a luz. COMO OS DISCIPULOS REAGIRAM? “CAIRAM SOBRE SEUS ROSTOS, E TIVERAM GRANDE MEDO” (Mt 17.6).

O QUE É TEMER A DEUS? E VER A SANTIDADE E O PODER DE CRISTO. É O SENSO DE REVERENCIA AO PERCEBER SUA MAJESTADE. DEPOIS QUE JESUS ACALMOU A TEMPESTADE, OS DISCIPULOS FICARAM ATERRORIZADOS AO DAREM-SE CONTA DE QUE O DEUS SANTO ESTAVA NO BARCO (MC 4.4).A MULHER QUE LHE TOCOU A ORLA DOS VESTIDOS FICOU MUI PERTUBADA AO TOCAR-LHE A GLÓRIA (MC 5.33).

“O Temor do Senhor é o principio da sabedoria” (Pv 1.7). “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e a ciência do santo, a prudência” (Pv 9.10). O TEMOR DO SENHOR É O CONHECIMENTO DAQUELE QUE É SANTO. CONHECÊ-LO é TEMÊ-LO. 


3)    Sua mão e seu poder
“...Ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas, eu sou o primeiro e o ultimo. E o que vivo e fui morto, mas eis que estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno. Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer..”

“...Pôs sobre mim sua destra...” (mão). JESUS SEMPRE TOCOU OS NECESSITADOS. TOCOU O CEGO, E FOI CURADO; TOCOU O SURDO, E OUVIU; TOCOU O ALEIJADO, E ANDOU; TOCOU A SOGRA DE PEDRO, ELA SE RESTABELECEU. O TOQUE DE JESUS TRAZ GRAÇA E SEGURANÇA.

Conclusão:
“...Eu sou o primeiro e o ultimo”. Eu sou, “ego eimi”, no grego. “Eu sou o primeiro e o ultimo”; “Eu sou o pão da vida” (João 6.35); “Eu sou a luz do mundo” (João 8.12); “Eu sou a porta das ovelhas” (Joao 10.7); “Eu sou o bom pastor” (Joao 10.11); “Eu sou a ressurreição e a vida” (João 11.25); “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Joao 14.60 e “Eu sou a videira verdadeira” (Joao 15.1).

“...Eu sou o Deus vivo”. Estava morto, e eis que estou vivo para sempre”. Tornou-se homem, morreu na cruz e no terceiro dia, ressuscitou dos mortos.

“Aquele que tem as chaves da morte e do inferno..” Morte, significa o cessamento da vida; Hades o inferno. Jesus tem autoridade sobre a morte e sobre o inferno. 



terça-feira, 5 de fevereiro de 2019


Uma visão sublime Ap. 1:7-16


Introdução: 
“Eis que vem com as nuvens e todo o olho o verá, até os mesmos que o transpassaram e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim, Amém” (v.7).

“O tempo está próximo” (v.3). A vinda de Cristo está diante de nossos olhos. Ele aparecerá para estabelecer seu reino. Virá acompanhado por seus santos, que estão vestidos de linho fino e puro (Ap. 19.8,14). Estes são a “nuvem de testemunhas” (Hb 12.1), todos os crentes em Cristo! “E todo olho o verá”, “ele virá com PODER E GRANDE GLÓRIA” (Mt 24.30).

Um casal deitou-se para dormir. Ao reclinar a cabeça nos travesseiros, o relógio do avô começou a tocar no andar de baixo. Dez horas! Onze horas! Doze horas! Quartoze horas! Quinze horas! Ouvindo todas as batidas, o marido levantou sua cabeça assustado. Sua esposa voltou-se para ele, e perguntou: “Querido, que horas são?” Ele respondeu: “Eu não sei, mas, é tão tarde como nunca” (Rm 13.11-12).

1)    Eu fui arrebatado (v.10)
O apostolo João está em Patmos, separado dos irmãos em Cristo, não tendo comida suficiente, precariamente vestido, dormindo numa caverna fria, escura e solitária. Estava sob o domínio de severos feitores. Então, no dia do Senhor, ouviu “uma voz, como de trombeta (v.10)”. A trombeta sempre foi um instrumento de poder.

Primeiro, a trombeta era usada para sinalizar a presença de Deus. Avisava o povo de que Ele estava presente, fazendo-os estremecer (Ex 20.18). Segundo, a trombeta era usada para convocar o povo de Deus para a guerra, ou usada para cessar a guerra (2 Sm 2.28). Terceiro, a trombeta era usada para chamar o povo a adoração (Ap 1.17-20). Em apocalipse 4.1, João é levado ao céu com a voz de trombeta e adorar a majestade divina. 

2)    A Visão (1.12-16)
a)     Sua presença suprema: “E virei para ver quem falava comigo. E virando-me, vi sete castiçais de ouro, e no meio dos sete castiçais um semelhante ao filho do homem” (vs. 12,13). 

Ao ouvir a voz como trombeta, João virou-se e viu sete castiçais de ouro. Os castiçais eram colocados no canto do aposento com uma pequena lamparina sobre si. O objetivo era manter a lamparina suspensa no lugar mais alto do aposento. Os sete castiçais são as sete igrejas (Ap 1.20). Somos o suporte da luz de Cristo nesse mundo que jaz em escuridão. Eles são feitos de ouro, o metal mais precioso e caro. O ouro representa o grande valor da igreja. Jesus derramou seu preciosíssimo sangue para resgatar a igreja. Um preço superior ao de ouro e prata (1 Pe 1.18,19).


No meio dos sete castiçais, João vê a figura de um homem. Não um homem qualquer, mas o filho do homem. O profeta Daniel viu o Filho do homem vindo para governar o mundo com soberana autoridade: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o Filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; e o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído’ (Dn 7.13-14).

b)    Suas vestes soberanas
“...vestido até os pés de um vestido comprido, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro” (v.13).

 Na visão de Isaias que teve de Jesus glorificado, as orlas de seu vestido enchiam o templo (Is 6.1). No Antigo Testamento, o vestido longo era usado por líderes de alto posto, como o Sumo Sacerdote (Ex 25.28), o rei (1 Sm 24.5), ou juiz (Ez 9.1-11). Jesus é profeta, sacerdote e juiz e rei para suas igrejas. Como profeta, fala por Deus; como sumo sacerdote, intercede por nós diante de Deus; como rei, governa por Deus; como juiz, preside todas as coisas.

c)     Seu caráter puro
“e a sua cabeça  eram brancos como lã branca, como a neve...” (v.14).
Este branco é o símbolo da absoluta pureza e santidade de Cristo. Santidade significa separação. Vem de uma raiz semítica que significa cortar. Algo era cortado pela metade, e as partes, apartadas entrei si. Significa que Cristo é separado de todos os homens, ele está sobre nós. É o mais elevado dos seres, majestoso, grandioso e transcendente. É, santidade que Cristo requer da sua igreja. Precisamos estar separado do mundo, não podermos ser como o mundo (1 Pe 1.15-16).


d)    Seu olhar é profundo
“...e os seus olhos como chama de fogo” (v.14).
Ele enxerga tudo. Vê os lugares mais profundos e secretos de cada igreja. Nada lhe está oculto. E não há criatura alguma encoberta diante dele. Todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar (Hb 4.13).



“Porque Deus conhece todas as coisas perfeitamente. Não conhece uma coisa melhor que a outra. Todas as coisas lhe são bem conhecidas. Nunca descobre alguma coisa, nem fica surpreso ou maravilhado. Nunca o surpreende” A.W. Tozer
Não há esconderijos. Mesmo as trevas não lhe são escuras (Sl 139.12). Todos os fios de nossa cabeça estão contados (Lc 12.7). Jesus conhece nossos pensamentos (Lc 6.8) e corações (Jo 2.25). Ele Lê a nossa correspondência sem ter de abrir o envelope. Ele diz à igreja em Éfeso: “eu sei as tuas obras” (Ap 2.2); a igreja de Esmirna, ele observa: “Eu sei tuas tribulações” (Ap 2.9); a Pérgamo: “Eu sei onde habitas” (Ap 2.13); Da mesma forma às igrejas em Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia: “Eu sei as tuas obras” (Ap 2.19, 3.1,8, 15).

E) Seu juízo final
“E os seus pés, semelhante a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha” (v.15) 


Na Biblia o bronze simboliza julgamento. No tabernáculo , a mobília associada ao pecado era de bronze. Moisés levantou a serpente de bronze no deserto. Os pés de latão de Jesus mostram que Ele está de pé, julgado nossos pecados. A Éfeso Jesus diz: “Tenho, porém,  contra ti que deixaste o primeiro amor” (Ap 2.4). A Pérgamo assevera: “Mas mas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, e dos Nicolaítas” (Ap 2.14-15). A Tiatira, deixa bem claro: “Mas tenho contra ti que toleras Jezabel” (Ap 2.20). A Sardes  declara: “...estas morto” (Ap 3.1). E a Laodicéia, alerta: “Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente....és morno” (Ap 3.15,16). Pedro nos diz que o julgamento começara pela casa de Deus (1 Pe 4.17).

Conclusão:
“E a sua voz de muitas águas”.  Quando ele fala abafa t toda voz humana. Jesus ordena a Éfeso: “Lembra-te, pois donde caíste, e arrepende-te” (Ap 2.5). A Tiatira: “E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição e não se arrependeu” (Ap 2.21). A Sardes: “Lembre-se pois do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te”(Ap 3.3). A Laodiceia: “Aconselho-te que de mim compre ouro, e vestido branco...e que unjas teus olhos com colírio...sê pois zeloso, e arrepende-te” (Ap 3.18-19).