terça-feira, 26 de fevereiro de 2019


Esmirna: Um Novo Horizonte – Ap. 2.8-11


Introdução:
Hoje no mundo oriental muitos cristãos estão sofrendo por causa da sua fé em Cristo Jesus. Paises muçulmanos, hinduístas, budistas estão fechando as portas para o evangelho. Uma pergunta:  Se lhe colocasse na parede para decidir de que lado você está, qual seria o seu posicionamento. Sabendo que, se você confessar Jesus como teu Senhor, com toda certeza, perderá sua vida.

1)    A cidade de Esmirna
A palavra Esmirna significa fragrância usada para fabricar perfume. Quando esmagada, a casca exala doce aroma. Esmirna era a mais bela cidade da Ásia. Próspero centro portuário (Mar Egeu, 40 km de Éfeso). Sendo ladeada por uma montanha chamada Pagos. Em cima dessa montanha tinha a Rua do Ouro; nela haviam templos pagãos e edifícios que lhe davam aparência de uma coroa.

Séculos atrás, Alexandre, o grande, determinara fazer de Esmirna a cidade modelo da Grécia. Sua vida cultural florescia: artes, educação, filosofia e ciência. Ostentava uma magnifica BIBLIOTECA e um monumento ao seu mais ilustre filho – HOMERO.

Por volta de 25 d.C. muitas cidades estavam competindo entre si para obter o cobiçado privilégio de erigir um TEMPLO ao Imperador Tibério, e esse privilégio foi concedido somente a Esmirna. CESAR ERA COMO UM DEUS para o povo. A sua imagem, esculpida em mármore, eram queimadas incensos. Os cristãos recusaram a borrificar incenso sobre o fogo que ardia diante do BUSTO DO IMPERADOR. Porque não podiam chamar César de Senhor, quando Jesus era o seu Senhor.

2)    Sofrimento
“Eu sei as tuas obras, e tribulação...”. Sei ou conheço (OIDA, no grego). É o conhecimento adquirido pela própria experiência. Ele está dizendo: “Sei exatamente o que está se passando. Já passei por isto. Sei como é ser falsamente acusado, molestado e cuspido. Sei o que é ser açoitado, escarnecido e morrer de maneira injusta.

a)     Tribulação
A palavra tribulação é muito radical.  Literalmente, significa esmagar um objeto, comprimindo-o. Descreve a vítima sendo esmagada e seu sangue extraído. Descreve pessoas esmagadas até a morte por uma enorme pedra. Também descreve a dor duma mulher ao dar filhos à luz. 



Então, tornar-se cristão significa grande renúncia. Aquele que seguir a Cristo tem de contabilizar o custo, e estar preparado para pagá-lo com a própria vida. O nome de Cristo era sinônimo de tortura e ser lançado às feras. No caso das mulheres, a infâmia era pior que a morte.

b)    “...conheço a sua pobreza (v.9)”.
A pobreza dos irmãos de Esmirna não advinha somente da sua situação econômica normal, mas do confisco de propriedade. Conta-se a história de um certo Nicodemos, cuja família possuía uma décima parte de estanho em Roma. Mas, tendo a família abraçado o cristianismo, foi reduzida a uma pobreza extrema e as filhas podiam ser vistas a revirar os lixos, para matar a fome (Hb 10.34).

“Mas, tu és rico...” Em quê? Nas riquezas espirituais! Portanto, é verdadeira aquela declaração que diz: “AOS OLHOS DE DEUS EXISTEM HOMENS RICOS QUE SÃO POBRES E HOMENS POBRES QUE SÃO RICOS”. O mundo está em busca do “sucesso” e “bem estar”, “cifras bancárias”, “bens materiais”. Em confronto com isso, os cristãos possuem uma “consciência celeste”:

Oh, dá-me as flores que não murcham e nem morrem!
Um tesouro, no além! Um lar no céu
Onde as coisas belas permanecem em sua beleza,
E onde as riquezas nunca fogem da benção para longe!

c)     Difamação
“Conheço a blasfêmia dos que se dizem judeus mas não são” (v.9). Os judeus estavam caluniando seu povo, “blasfemando” contra eles. Cristo chama-os de “SINAGOGA NÃO DO SENHOR MAS DE SATANÁS” (V.9, conferir apocalipse 3.9). Pois eles tinham aprendido as táticas e seu mestre que é mais tarde chamado o diabo (v.10), que significa “o acusador”; “o caluniador”. Jesus o tinha chamado de “mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44). 

 Eis as acusações: 1)Canibais: por celebrarem a ceia com pão e o vinho, símbolos do corpo de Cristo; 2) Imorais: por celebrarem o festa do amor, antes da ceia; 3) divididores de família: uma vez que as pessoas se convertam a Cristo deixavam suas crenças vãs para servirem a Cristo; 4) acusam os crentes de Ateísmo: por não se dobrarem diante de imagens dos deuses gregos e de Cesar.

d)    Prisão
“Não tenhas medo do que você está prestes  sofrer... o diabo lançara alguns de vós na prisão para prova-los, e vocês sofrerão perseguição durante dez dias” (v.10).

Os primeiros apóstolos e o apostolo Paulo tinham conhecido o interior de muitas prisões. As celas de Jerusalém, de Filipos e Roma. As prisões eram luares horríveis. Os presos eram mortos pelas autoridades penintenciária ou torturados e arremessados às ruas. Dez dias pareciam dez anos, numa cela romana.

e)     morte
“Sê fiel até a morte...” Pela exortação de Cristo a estes crentes perseguidos, eles deveriam ser fieis “a ponto de estarem dispostos a morrer por amor de mim”. Policarpo já era com toda certeza membro da igreja de Esmirna. Na época em que o apocalipse foi escrito (96 d.C), ele fora consagrado ao ministério pelo apostolo João e, mais tarde, tornou-se pastor de Esmirna. Então, Policarpo teria lido essa carta e refletido em sua mensagem, mormente para a igreja de Esmirna.

Foi no dia 02 de fevereiro, no ano de 156 desta era. O idoso pastor, que tinha fugido para uma propriedade rural, ante os apelos de sua congregação; acabou sendo localizado em seu esconderijo. No caminho para cidade, o oficial encarregado instou-o a retratar-se: “Que mal pode fazer o sacrifício ao imperador”? perguntou ele, mas Policarpo recusou. O governador, já no anfiteatro, dirigiu-se a ele e disse: “Considere sua idade! Jure pela grandeza de César...” E novamente: “Jure e eu o libertarei; amaldiçoei a Cristo! A que Policarpo retorquiu: “Por 86 anos eu o tenho servido e Ele nunca me faltou; como, pois, posso blasfemar contra meu rei que me salvou? ” O governador insistiu: “Jure pela majestade de César... tenho feras bravias; se não mudar sua mente, eu o lançarei a elas...” Mas, Policarpo não cedeu...

Judeus e gentios raivosos então recolheram lenha para a fogueira. Então, Policarpo orou: “O Senhor, Deus todo-poderoso, Pai de teu amado Filho Jesus Cristo, por meio de quem viemos a conhecer-te... graças por considerar-me digno neste dia e hora de compartilhar a taça de Cristo entre os muitos de teus mártires”. O fogo foi aceso, mas como o vento soprava as chamas para outro lado e prolongava sua agonia, um soldado pôs fim ao seu sofrimento com uma espada. 


Destinados a sofrer.
“Bem aventurados serão vocês, quando por minha causa os insultarem, perseguirem e falarem falsamente todo mal contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês (Mt 5:10-12)

“AI DE VOCES QUANDO TODO OS HOMENS FALAREM BEM DE VOCES, POIS ASSIM OS ANTEPASSADOS DELES FALARAM” (LC 6.26)

“Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes odiou a mim...Lembrem-se das palavras que eu lhes disse: “Nenhum escravo é maior do que o seu Senhor” (Jo 15.18). “Neste mundo terão aflições” (Jo 16.33).

Dietrich Bonhoeffer, pastor luterano que foi enforcado por direta do nazista Himmler, em 09 de abril de 1945, escreveu: “O sofrimento é, pois, o sinal do verdadeiro cristão. O discípulo não está acima do seu mestre. Discipulado significa sujeição ao sofrimento de Cristo, não sendo de forma alguma surpreendente que os cristãos devam ser chamados para sofrer” (O custo do discipulado)

Por que somos perseguidos?
Nada provoca tanta oposição do mundo como o evangelho de Jesus Cristo. Enfatizar a gravidade do pecado humano, a realidade da ira e do juízo de Deus, a impossibilidade de autossalvação, a necessidade da cruz, a dádiva da vida eterna e os perigos da morte eterna.

Os padrões morais de Cristo são também impopulares. Como disse Dostoiévski, em seu livro Os irmãos Karamazov: “Se Deus não existe e a alma é mortal, tudo é permitido”. Honestidade nos negócios, castidade antes do casamento e fidelidade no relacionamento sexual, contentamento em lugar da cobiça e temperança. Isso tudo espanta o mundo.

Conclusão: “Ele é o primeiro e o ultimo, que foi morto e reviveu” (v.8). Quem vencer não receberá o dano da segunda morte. 



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