Esmirna: Um
Novo Horizonte – Ap. 2.8-11
Introdução:
Hoje no
mundo oriental muitos cristãos estão sofrendo por causa da sua fé em Cristo
Jesus. Paises muçulmanos, hinduístas, budistas estão fechando as portas para o
evangelho. Uma pergunta: Se lhe
colocasse na parede para decidir de que lado você está, qual seria o seu
posicionamento. Sabendo que, se você confessar Jesus como teu Senhor, com toda
certeza, perderá sua vida.
1) A cidade de Esmirna
A palavra Esmirna significa fragrância
usada para fabricar perfume. Quando esmagada, a casca exala doce aroma. Esmirna
era a mais bela cidade da Ásia. Próspero centro portuário (Mar Egeu, 40 km de
Éfeso). Sendo ladeada por uma montanha chamada Pagos. Em cima dessa montanha
tinha a Rua do Ouro; nela haviam templos pagãos e edifícios que lhe davam aparência
de uma coroa.
Séculos atrás, Alexandre, o grande,
determinara fazer de Esmirna a cidade modelo da Grécia. Sua vida cultural
florescia: artes, educação, filosofia e ciência. Ostentava uma magnifica
BIBLIOTECA e um monumento ao seu mais ilustre filho – HOMERO.
Por volta de 25 d.C. muitas cidades estavam
competindo entre si para obter o cobiçado privilégio de erigir um TEMPLO ao
Imperador Tibério, e esse privilégio foi concedido somente a Esmirna. CESAR ERA
COMO UM DEUS para o povo. A sua imagem, esculpida em mármore, eram queimadas
incensos. Os cristãos recusaram a borrificar incenso sobre o fogo que ardia
diante do BUSTO DO IMPERADOR. Porque não podiam chamar César de Senhor, quando
Jesus era o seu Senhor.
2)
Sofrimento
“Eu sei as tuas obras, e tribulação...”. Sei ou conheço
(OIDA, no grego). É o conhecimento adquirido pela própria experiência. Ele está
dizendo: “Sei exatamente o que está se passando. Já passei por isto. Sei como é
ser falsamente acusado, molestado e cuspido. Sei o que é ser açoitado,
escarnecido e morrer de maneira injusta.
a)
Tribulação
A palavra tribulação é muito radical. Literalmente, significa esmagar um objeto,
comprimindo-o. Descreve a vítima sendo esmagada e seu sangue extraído. Descreve
pessoas esmagadas até a morte por uma enorme pedra. Também descreve a dor duma
mulher ao dar filhos à luz.
Então, tornar-se cristão significa grande renúncia. Aquele
que seguir a Cristo tem de contabilizar o custo, e estar preparado para pagá-lo
com a própria vida. O nome de Cristo era sinônimo de tortura e ser lançado às
feras. No caso das mulheres, a infâmia era pior que a morte.
b)
“...conheço
a sua pobreza (v.9)”.
A pobreza dos irmãos de Esmirna não advinha somente da sua
situação econômica normal, mas do confisco de propriedade. Conta-se a história de
um certo Nicodemos, cuja família possuía uma décima parte de estanho em Roma.
Mas, tendo a família abraçado o cristianismo, foi reduzida a uma pobreza
extrema e as filhas podiam ser vistas a revirar os lixos, para matar a fome (Hb
10.34).
“Mas, tu és rico...” Em quê? Nas riquezas espirituais!
Portanto, é verdadeira aquela declaração que diz: “AOS OLHOS DE DEUS EXISTEM
HOMENS RICOS QUE SÃO POBRES E HOMENS POBRES QUE SÃO RICOS”. O mundo está em
busca do “sucesso” e “bem estar”, “cifras bancárias”, “bens materiais”. Em
confronto com isso, os cristãos possuem uma “consciência celeste”:
Oh, dá-me as flores que não murcham e nem morrem!
Um tesouro, no além! Um lar no céu
Onde as coisas belas permanecem em sua beleza,
E onde as riquezas nunca fogem da benção para longe!
c)
Difamação
“Conheço a blasfêmia dos que se dizem judeus mas não são”
(v.9). Os judeus estavam caluniando seu povo, “blasfemando” contra eles. Cristo
chama-os de “SINAGOGA NÃO DO SENHOR MAS DE SATANÁS” (V.9, conferir apocalipse
3.9). Pois eles tinham aprendido as táticas e seu mestre que é mais tarde
chamado o diabo (v.10), que significa “o acusador”; “o caluniador”. Jesus o
tinha chamado de “mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).
Eis as acusações: 1)Canibais:
por celebrarem a ceia com pão e o vinho, símbolos do corpo de Cristo; 2)
Imorais: por celebrarem o festa do amor, antes da ceia; 3) divididores de família:
uma vez que as pessoas se convertam a Cristo deixavam suas crenças vãs para
servirem a Cristo; 4) acusam os crentes de Ateísmo: por não se dobrarem diante
de imagens dos deuses gregos e de Cesar.
d)
Prisão
“Não tenhas medo do que você está prestes sofrer... o diabo lançara alguns de vós na
prisão para prova-los, e vocês sofrerão perseguição durante dez dias” (v.10).
Os primeiros apóstolos e o apostolo Paulo tinham conhecido o
interior de muitas prisões. As celas de Jerusalém, de Filipos e Roma. As prisões
eram luares horríveis. Os presos eram mortos pelas autoridades penintenciária
ou torturados e arremessados às ruas. Dez dias pareciam dez anos, numa cela
romana.
e)
morte
“Sê fiel até a morte...” Pela exortação de Cristo a estes
crentes perseguidos, eles deveriam ser fieis “a ponto de estarem dispostos a
morrer por amor de mim”. Policarpo já era com toda certeza membro da igreja de
Esmirna. Na época em que o apocalipse foi escrito (96 d.C), ele fora consagrado
ao ministério pelo apostolo João e, mais tarde, tornou-se pastor de Esmirna.
Então, Policarpo teria lido essa carta e refletido em sua mensagem, mormente
para a igreja de Esmirna.
Foi no dia 02 de fevereiro, no ano de 156 desta era. O idoso
pastor, que tinha fugido para uma propriedade rural, ante os apelos de sua
congregação; acabou sendo localizado em seu esconderijo. No caminho para
cidade, o oficial encarregado instou-o a retratar-se: “Que mal pode fazer o sacrifício
ao imperador”? perguntou ele, mas Policarpo recusou. O governador, já no
anfiteatro, dirigiu-se a ele e disse: “Considere sua idade! Jure pela grandeza
de César...” E novamente: “Jure e eu o libertarei; amaldiçoei a Cristo! A que
Policarpo retorquiu: “Por 86 anos eu o tenho servido e Ele nunca me faltou;
como, pois, posso blasfemar contra meu rei que me salvou? ” O governador
insistiu: “Jure pela majestade de César... tenho feras bravias; se não mudar
sua mente, eu o lançarei a elas...” Mas, Policarpo não cedeu...
Judeus e gentios raivosos então recolheram lenha para a
fogueira. Então, Policarpo orou: “O Senhor, Deus todo-poderoso, Pai de teu
amado Filho Jesus Cristo, por meio de quem viemos a conhecer-te... graças por
considerar-me digno neste dia e hora de compartilhar a taça de Cristo entre os
muitos de teus mártires”. O fogo foi aceso, mas como o vento soprava as chamas
para outro lado e prolongava sua agonia, um soldado pôs fim ao seu sofrimento
com uma espada.
Destinados a sofrer.
“Bem aventurados serão vocês, quando por minha causa os
insultarem, perseguirem e falarem falsamente todo mal contra vocês. Alegrem-se
e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma
forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês (Mt 5:10-12)
“AI DE VOCES QUANDO TODO OS HOMENS FALAREM BEM DE VOCES, POIS
ASSIM OS ANTEPASSADOS DELES FALARAM” (LC 6.26)
“Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes odiou a
mim...Lembrem-se das palavras que eu lhes disse: “Nenhum escravo é maior do que
o seu Senhor” (Jo 15.18). “Neste mundo terão aflições” (Jo 16.33).
Dietrich Bonhoeffer, pastor luterano que foi enforcado por
direta do nazista Himmler, em 09 de abril de 1945, escreveu: “O sofrimento é,
pois, o sinal do verdadeiro cristão. O discípulo não está acima do seu mestre.
Discipulado significa sujeição ao sofrimento de Cristo, não sendo de forma
alguma surpreendente que os cristãos devam ser chamados para sofrer” (O custo
do discipulado)
Por que somos perseguidos?
Nada provoca tanta oposição do mundo como o evangelho de
Jesus Cristo. Enfatizar a gravidade do pecado humano, a realidade da ira e do juízo
de Deus, a impossibilidade de autossalvação, a necessidade da cruz, a dádiva da
vida eterna e os perigos da morte eterna.
Os padrões morais de Cristo são também impopulares. Como
disse Dostoiévski, em seu livro Os irmãos Karamazov: “Se Deus não existe e a
alma é mortal, tudo é permitido”. Honestidade nos negócios, castidade antes do
casamento e fidelidade no relacionamento sexual, contentamento em lugar da
cobiça e temperança. Isso tudo espanta o mundo.
Conclusão: “Ele é o primeiro e o ultimo, que foi morto e
reviveu” (v.8). Quem vencer não receberá o dano da segunda morte.
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