terça-feira, 27 de outubro de 2020

Quem és tú? Jonas 1.1-11



Introdução:

William Carey é conhecido é como pai das missões modernas. Antes de ir para Índia, ele foi confrontado pelos homens do seu tempo. Eles diziam “a conversão dos pagãos caso o Senhor quisesse, sem o auxílio de quem quer que fosse. Mas, inquieto, escreveu um tratado “Uma investigação dos cristãos empregarem meios para a conversão dos pagãos”. Num sermão, em 1792, baseado em Isaias 54.2-3: “Alarga o espaço da tua tenda; estenda-se o toldo da tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas. Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; a tua posteridade possuirá as nações e fará que se povoem as cidades assoladas”. Sua frase favorita era: “Realizar grandes coisas para Deus; esperar grandes coisas de Deus”.

1)    Jonas e os marinheiros

Jonas rejeitou o chamado para pregar em Ninive. Ele não queria proclamar a um povo que lhe era hostil. Então, Jonas fugiu, para Társis “longe da presença do Senhor”. Então, Deus enviou uma tempestade, “os marinheiros ficaram aterrorizados” (v.5). Estamos falando de homens experientes, acostumados a enfrentar o mau tempo, mas essa tempestade era excepcionalmente aterrorizante.

Enquanto os marinheiros se esforçavam para o navio não afundar “...parecia que o navio estava a ponto de se despedaçar” (v.4). Jonas, encontrava-se no porão dormindo profundamente. A Septuaginta, que é o Antigo Testamento traduzido para o grego, acrescenta que Jonas roncava. Ele estava dormindo “o sono da aflição”; ou seja, o desejo de escapar da realidade por meio do sono, ainda que por pouco tempo. 



Enquanto Jonas está totalmente alheio ao perigo, os marinheiros estão totalmente alertas. Enquanto que Jonas dorme profundamente, os marinheiros estão buscando o bem de todos que estão no barco. Eles oram “...então os marinheiros ficaram com medo e clamavam cada um ao seu deus”(v.5). Mas, Jonas não ora ao seu Deus.

Mais, os marinheiros estão espiritualmente conscientes o bastante para perceber que não era apenas uma tempestade qualquer, mas uma tempestade diferente. Talvez, pela forma súbita com que surgiu; eles são astutos para discernir que a tempestade é de origem divina, possivelmente em resposta ao grave pecado de alguém.

Quando o próprio capitão encontra o profeta adormecido, ele diz: “Levante-se, clame...”, São as mesmas palavras no original que Deus usou para chamar Jonas para se levantar e ir a Ninive, a fim de chama-los ao arrependimento. Mas, enquanto Jonas se espreguiça e esfrega os olhos, há um marinheiro gentio em cuja boca estão as próprias palavras de Deus. Que ironia!

 “O capitão do navio se aproximou de Jonas e lhe disse: O que está acontecendo com você? Agarrado no sono? Levante-se, invoque o seu deus! Talvez assim esse deus se lembra de nós, para que não pereçamos” (v.6).

Os marinheiros, discerniram, que havia pecado humano e uma mão divina por trás da tempestade, eles lançam sortes. É possível que o nome de cada homem tenha sido colocado em um pedaço de madeira, e o sorteado foi o de Jonas. Deus usou o lançar sortes, nesse caso, para apontar o dedo para Jonas. No entanto, os marinheiros, mesmo sabendo a causa da tempestade, fizeram todo possível para evitar jogá-lo no Mar. Em cada atitude, eles superaram Jonas. 



Por que o capitão está repreendendo Jonas? Porque Jonas não está interessado em seu bem comum. O capitão está lhe dizendo: “Você não consegue ver que estamos prestes a morrer? Como pode ficar tão alheio a nossa necessidade? Eu sei que você é um homem de fé. Por que não está usando sua fé para o bem público?

Jonas fugiu porque não queria trabalhar pelo bem dos pagãos. Queria servir exclusivamente aos interesses dos crentes. Mas o Senhor lhe mostra que é o Deus de todas as pessoas, e Jonas precisa ver a si mesmo como parte da comunidade inteira, e não apenas como membro de uma comunidade de fé.

2)    Jonas fala

Quando a sorte aponta para Jonas, os marinheiros começaram a bombardeá-lo com perguntas: “...Agora nos diga: quem é o culpado por este mal que nos aconteceu? Qual é a sua ocupação (sua missão)? De onde você vem (tua cidade)? Qual é a tua terra? E de que povo você é? (v.8).

Estas são questões relacionadas à identidade. A identidade de cada pessoa envolve múltiplos aspectos. A pergunta “a que povo pertence” sonda o aspecto social. Nós nos definimos não apenas como indivíduos, mas também por meio da comunidade (família, grupo racial, partido politico) com a qual nos identificamos mais de perto. A pergunta “de onde vens?” aponta para o lugar e o espaço físico onde nos sentimos mais em casa. “Qual é a tua missão?” Explora tudo o que pensamos sobre o sentido da vida.

“Levante-se e invoca o teu deus”. Para os marinheiros, os fatores que compunham a identidade humana estavam indissociavelmente ligados àquilo que alguém adorava. Quem você era e o que adora eram apenas os dois lados da mesma moeda.  Essa era a camada mais fundamental da identidade de alguém.

Fomos feitos à “imagem de Deus” (Gn 1.26,27). “Ser à imagem” significa que os seres humanos não foram criados para subsistirem de forma autônoma. Ser criado à imagem de Deus significa que devemos viver para o verdadeiro Deus ou iremos colocar algo no lugar de Deus e fazer nossa vida girar em torno disso.

“Quem és tu?, é perguntar: “De quem és”? Saber quem você é significa saber a que você se entregou, o que o controla, no que você conta acima de tudo.

3)    Somente na superfície.

Embora a questão da raça apareça em último lugar “E de que povo você é” na lista das perguntas, Jonas a responde primeiro “eu sou hebreu”, diz ele antes de qualquer coisa. Então, sua origem étnica consistia no fator mais importante da sua personalidade. 



Se sua raça era mais fundamental para sua autoimagem do que sua fé, isso começa a explicar porque Jonas se opunha a chamar Nínive ao arrependimento. Logo, o relacionamento de Jonas com Deus não era tão fundamental quanto o que significa para ele sua raça.

Identidade cristãs superficiais explicam por que cristãos professos podem ser racistas e materialistas e cheios de ganancia, escravos da beleza e do prazer, ou cheio de ansiedade e propensos a trabalhar em excesso. Tudo isso acontece porque a verdadeira raiz de nossa identidade não é o amor de Cristo, mas, sim, o poder, a aprovação, o conforto e o controle do mundo.

Conclusão:

Jonas, um profeta de Deus, com uma posição privilegiada na comunidade da aliança, mas que em toda oportunidade se mostra obtuso, egocêntrico, preconceituoso e tolo.

No entanto, não parece estar ciente disso, algo inconsciente. Ele parece mais cego as próprias falhas do que qualquer um ao seu redor. Como pode ser?

Jonas nos lembra outra figura bíblica: Pedro. Apostolo, fazia parte do circulo intimo de Cristo, e tinha muito orgulho disso. Antes da prisão de Jesus jurou lealdade “Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim” (Mt 26.33). E, vai mais longe: “Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo” (Mt 26.35). Em outras palavras, o que ele disse foi:  “Meu amor e minha devoção por você são mais fortes do que o amor e a devoção de qualquer outro discípulo”. Contudo, como sabemos, acabou sendo um covarde, mais do que todos os demais. 



Como Pedro ou Jonas eram tão cegos de si mesmos? A resposta é que a essência da identidade de Pedro estava MENOS ARRAIGADA no amor gracioso de Jesus e MAIS EM SEU COMPROMISSO com Jesus e em seu amor por ele. Ele “achava”, “seu compromisso” que não negaria a Jesus. E, se decepcionou consigo mesmo. Como nós, quando confiamos em nós mesmos, ao invés de confiar no amor gracioso de Jesus.


Biblografia

Timothy Keller - O profeta pródigo - Vida Nova

Isaltino Gomes Coelho Filho - Jonas Nosso Contemporâneo - Juerp

Eugene Peterson - A vocação espiritual do pastor - Textus

Biblia King James Atualizada  - Abba Press e BV filmes

 

domingo, 25 de outubro de 2020

 

O artista e a jovem cigana e a conversão zinzerdorf



Há muitos anos, na antiga cidade de Dusseldorf, no noroeste da Alemanha, vivia um artista chamado Stenburg. Ele era católico romano e havia aprendido a doutrina e o cerimonial, mas não sabia nada sobre Jesus como seu Salvador pessoal que pudesse livrá-lo do poder e da culpa do pecado.

Ele havia sido contratado para pintar um grande quadro com a cena da crucificação, e estava fazendo isso não por causa de um amor real por Cristo ou de uma fé n’Ele, mas só por dinheiro e fama.

 Numa bela manhã de primavera, quando passeava por uma floresta perto de Dusseldorf, ele se deparou com uma jovem cigana chamada Pepita, que fazia cestos de palha trançada. Ela era de rara beleza, e Stenburg empenhou-se em convencê-la a ser sua modelo. Ele queria pintar um quadro de uma dançarina espanhola. Depois de alguma negociação, ela concordou em ir ao seu estúdio três vezes por semana.

 No horário combinado, Pepita apareceu. Seus olhos grandes percorreram o estúdio cheios de admiração até que pararam diante do grande quadro da crucificação. Olhando fixamente para ele e apontando para a figura sobre a cruz, ela perguntou num tom estupefato: “Quem é ele?”.

“Cristo”, respondeu Stenburg desatentamente.

“O que estão fazendo com ele?”

“Eles o estão crucificando.”

“Quem são aqueles com cara de maus perto dele?”

“Olha aqui”, disse o artista, “eu não posso falar. E você só tem de ficar parada como eu mandar.” A menina não ousou dizer mais nada, mas continuou fitando o quadro.

Cada vez que ela ia ao estúdio, crescia sua fascinação pelo quadro. Finalmente, ela se aventurou a fazer outra pergunta.

“Por que eles o crucificaram? Ele era mau – muito mau?

“Não, muito bom.”

 Isso foi tudo o que ela aprendeu naquela ocasião, mas acrescentou um pouco ao seu conhecimento a respeito daquela cena maravilhosa.

 Por fim, vendo que a jovem estava ansiosa para saber o significado daquela pintura, Stenburg disse um dia: “Olhe, eu vou lhe contar tudo de uma vez e depois não me faça mais perguntas!”.

Assim, ele lhe contou a história da crucificação – nova para Pepita, mas tão antiga para o artista que já não o tocava mais.

 Ele podia pintar a agonia daquela morte sem o estremecimento de um nervo sequer – mas a menção de tudo aquilo mexeu profundamente com o coração dela. Seus olhos se encheram de lágrimas.

 Chegou o dia da última visita de Pepita ao estúdio. Ela parou diante da grande tela, chateada por ter de deixá-la. “Venha”, disse o artista, “aqui está o seu dinheiro, e mais uma moeda de ouro.”

 “Obrigada, mestre”, ela murmurou. E então, olhando para a tela novamente, comentou: “Você deve amá-lo muito por tudo o que ele fez por você, não é mesmo?”.

Stenburg não pôde responder.

 Pepita voltou para o seu povo, mas o Espírito de Deus fez as palavras da jovem cigana tocarem o coração do artista. Ele não conseguia esquecê-las.

“Tudo o que ele fez por você” permaneceu ecoando nos seus ouvidos. Ele ficou inquieto e triste. Sabia que não amava o Crucificado.

 Algum tempo depois, Stenburg foi movido a seguir uns pobres que se reuniam para ouvir alguém ler a Bíblia. Foi então que, pela primeira vez, ele encontrou pessoas que tinham uma fé viva. Ouvindo a simples mensagem do evangelho, ele entendeu por que Cristo foi pendurado na cruz pelos pecadores. Ele compreendeu que ele era um pecador, e, portanto, Cristo esteve lá por ele, levando sobre Si os seus pecados.

 Ele começou a conhecer o amor de Cristo e logo pôde dizer: “Ele me amou e se entregou por mim”. Imediatamente, ele queria fazer alguma coisa para que outros conhecessem esse amor maravilhoso, mas o que poderia fazer?

 Subitamente lhe veio uma ideia: ele poderia pintar. Seu pincel poderia descrever o amor de Cristo!

 Pedindo a ajuda de Deus, ele retomou sua tela sobre a crucificação e pintou como nunca. Depois de pronta, ela foi colocada entre outras na famosa galeria de arte de Dusseldorf. Abaixo dela, o artista escreveu: “Tudo isso Eu fiz por ti, o que fazes tu por Mim?”.

Só a eternidade poderá dizer quantas pessoas foram levadas a Cristo por meio daquela pintura e daquelas palavras.

 Um dia, Stenburg viu uma menina malvestida chorando amargamente, parada diante da pintura. Era Pepita.

 “Ah, mestre, se pelo menos Ele tivesse me amado dessa maneira”, ela disse chorando. Então o artista pôde dizer que Ele havia morrido por ela, mesmo sendo uma pobre cigana, assim como por ricos e grandes.

Dessa vez, ele não ficou cansado de responder às suas perguntas ansiosas, pois estava tão desejoso de contar-lhe quanto ela estava de ouvi-lo sobre o amor de Cristo.

 À medida que Pepita ouvia, ela recebia, e o velho milagre do novo nascimento espiritual aconteceu. Ela saiu daquela sala uma “nova criatura” no maravilhoso amor de Deus.

 Assim, o Senhor usou as palavras de Pepita para trazer o artista a Ele, depois usou as palavras do artista para revelar-Se a ela.

 Meses depois, Stenburg foi procurado por um estranho de tez escura, que lhe pediu que fosse visitar uma pessoa que estava morrendo. Seguindo o seu guia pelas ruas até a zona rural, e depois pela floresta, eles chegaram a um acampamento. Numa das tendas pobres, ele encontrou Pepita. Ela estava morrendo na miséria, mas estava feliz no precioso amor de Cristo.

Ele a viu morrer, enquanto ela louvava ao seu Salvador por Seu amor, conhecendo Seu amor, sabendo que Ele tinha tirado todos os seus pecados e que ela iria à Sua bendita presença para estar para sempre com Ele.

 Tempos depois, quando o artista também já havia partido para estar com o Senhor, um fidalgo jovem e rico entrou naquela galeria de Dusseldorf. Ao olhar atentamente para a pintura e para as palavras escritas nela, Deus falou naquele momento e naquele lugar ao seu coração. Horas depois, quando o guarda veio avisá-lo que ia fechar a galeria, ele ainda estava de joelhos, chorando diante daquela cena.

 Aquele jovem era o famoso conde Zinzendorf, que, daquele dia em diante, tornou-se um zeloso cristão e, mais tarde, o pai das renomadas missões moravianas, por meio das quais Deus atraiu para Si milhares de homens e mulheres de muitos países.

– Anônimo

[1]


[1] Extraído do livro “O Que Eles Disseram a Um Passo da Eternidade”, de John Myers, publicado pela Editora dos Clássicos em coedição com Publicações Pão Diário. 1ª edição. 2019.

 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

 

Jonas, fugindo de Deus Jn 1.1-4


Introdução: A comissão da igreja

“Erguei os olhos e vede os campos, pois já branqueiam para a ceifa” (Jo 4.33).  “Rogai ao Senhor da seara que mande trabalhadores” (Mt 9.35-38). “Vão pelo mundo todo e pregam o evangelho a todas as pessoas” (Mc 16.15).

1)    Missão transcultural

“A Palavra do Senhor veio” a Jonas. Deus usava seus profetas para transmitir a palavra do Senhor. Existem duas convicções interligadas que caracterizam um profeta. A primeira é a de que Deus vive, que é pessoal e ativo. A segunda é a de que o mundo está atravessando um momento extremamente critico na história. Um profeta é obcecado por Deus e vive intensamente para o agora.

No entanto, deve-se perceber que essa narrativa profética é diferente de qualquer livro dos profetas do Antigo Testamento. Deus chama Jonas e lhe comissiona: “Vai a Nínive, aquela grande cidade, e proclama...”. Isso era algo impressionante sob vários aspectos. Vejamos:

Primeiro, era chocante por ser um chamado para um profeta deixar Israel e sair em busca de uma cidade gentia. Até então, os profetas haviam sido enviados apenas para o povo de Deus. 


Segundo, ainda mais chocante era o fato de que o Deus de Israel quisesse avisar Nínive, capital do Império Assirio, da desgraça iminente. A Assíria foi um dos impérios mais cruéis e violentos dos tempos antigos. Por exemplo, os reis assírios frequentemente registravam os resultados de suas vitórias militares, regozijando-se com satisfação maligna diante de planícies inteiras forradas de cadáveres, e de cidades totalmente incendiadas até o chão.

Salmaneser III é notório por retratar nos mais horrendo detalhes, atos de tortura, desmembramento e decapitações de inimigos em grandes painéis de pedra esculpida em ato relevo. 


  E, mais, depois de capturar inimigos, os assírios normalmente cotavam-lhes as pernas e um braço, e deixavam o outro braço para poderem cumprimentar a vitima apertando-lhe a mão com escarnio, enquanto ela morria.

Forçavam os familiares das vitimas a desfilar carregando a cabeça de seus entes queridos espetadas no alto de estacas de madeira. Arrancavam a língua dos prisioneiros e esticavam seus corpos com cordas para poderem ser esfolados vivos e ter a pele exposta nas muralhas da cidade. Os Assírios foram chamados de “estado terrorista”.

2)    Quem era Jonas 


“Jonas, filho de Amitai”. O texto de 2 Reis 14.25 nos diz que Jonas profetizou durante o reinado de Jeroboão (786 – 746 a.C), rei de Israel. Nesse mesmo texto aprendemos que ao contrário dos profetas Amós e Oséias, os quais criticavam a administração real por sua injustiça e infidelidade, Jonas havia apoiado a politica expansionista militar agressiva de Jeroboão para ampliar o poder e a influencia das nação.

“No décimo quinto ano do reinado de Amazias...Jeroboão ... tornou-se rei em Samaria e reinou quarenta e um anos. Ele fez o que o Senhor reprova e não se desviou de nenhum dos pecados que Jeroboão, filho de Nebate, levara Israel e cometer... foi ele quem restabeleceu as fronteiras de Israel ...conforme a palavra do Senhor...anunciada pelo seu servo Jonas, filho de Amitai...” (2 Rs 14-23-25).

  Então, Jonas era intensamente nacionalista, um combativo patriota. E, Deus envia um homem assim para pregar às pessoas a quem ele mais temia e odiava.

3)    Rejeitando o chamado de Deus

“Levante-se, vai a Ninive”, no entanto, ele “levantou-se” e partiu na direção oposta. Társis é Espanha – algum lugar nessas redondezas ou em direção a ela. O FIM DO MUNDO. Os portões da aventura, chamado para ir para o leste, orientando a viajar por terra, ele foi para o mar. Enviado para uma cidade grande, ele comprou uma passagem só de ida para o fim do mundo. 



 Por que Jonas fugiu?

Deus descreve Nínive como aquela “grande cidade”, o que de fato era. A cidade era uma potencia militar e cultural. Surge outra pergunta: Por que a população ouviria alguém como Jonas? Imagina um rabino judeu, em 1941, saindo pelas ruas de Berlim e conclamando os alemães nazista que se arrependessem.  

Jonas não teria sido capaz de enxergar qualquer justificativa de caráter teológico para essa missão. Anos antes, Naum havia profetizado que Deus destruiria Nínive por maldade. Jonas e o povo de Israel teriam aceitado essa profecia de Naum como algo que fazia todo sentido. Israel era o seu povo escolhido; enquanto à Assíria, por sua vez, era uma nação extremamente violenta e opressora. Então, faz sentido que Deus destruiria essa cidade – isso era sabido e já estava decidido.

Como fugimos de Deus?

Paulo descreve duas maneiras em Romanos 1 a 3. A primeira, Paulo fala daqueles que, de modo deliberado rejeitaram abertamente a Deus e “se encheram de todo tipo de maldade, ganancia e depravação” (Rm 1.29). Agora, no capítulo 2, no entanto, ele fala daqueles que procuram seguir a Bíblia “Voce confia na lei e se vangloria (...) em Deus (...). Voce conhece a sua vontade aprova o que é superior, porque é instruído pela lei” (Rm 2.17,18).

Então, depois de ter olhado para gentios e pagãos e imorais, bem como para judeus virtuosos que acreditam na Bíblia, Paulo chega à notável conclusão de que “não há nenhum justo, nem um sequer... todos se desviaram” (Rm 3.10-12). AMBOS ESTÃO, DE MANEIRAS DIFERENTES, FUGINDO DE DEUS. TODOS SABEMOS DA NOSSA CAPACIDADE DE FUGIR DE DEUS. Ou nos tornando pessoas imorais e irreligiosas. Ou, é possível evitar a Deus tornando-se uma pessoa muito religiosa e virtuosa.

 Conclusão:

Jonas foge de Deus, este porém, não o deixa escapar. O Senhor “lançou sobre o mar um grande vento” (v.4). O verbo “lançou” é frequentemente usado para descrever a ação de atirar uma arma com uma lança (1 Sm 18.11). Portanto, há uma grande tempestade dirigida a Jonas; a maneira súbita como ela surge e sua fúria são aspectos que até mesmo os marinheiros pagãos conseguem discernir como algo de origem sobrenatural. 



O pecado é ato suicida que a vontade comete sobre si mesma. É como tomar uma droga viciante. No começo, pode parecer maravilhoso, todavia, a cada vez que se toma, fica mais difícil de não tomar novamente. O PECADO SEMPRE ENDURECE A CONSCIENCIA, APRISIONA A PESSOA EM SUA PROPRIA MASMORRA DE DEFENSIVAS E RACIONALIZAÇÕES E A CONSOME LENTAMENTE POR DENTRO.


 Biblografia

Timothy Keller - O profeta pródigo - Vida Nova

Isaltino Gomes Coelho Filho - Jonas Nosso Contemporâneo - Juerp

Eugene Peterson - A vocação espiritual do pastor - Textus

Biblia King James Atualizada  - Abba Press e BV filmes

 

terça-feira, 6 de outubro de 2020

 Sexualidade cristã – 1 Ts 4.1-7



Introdução:

Numa pesquisa recente, foi solicitado aos homens cristãos que relacionassem os pecados com os quais se debatiam com maior frequência. Quando os resultados saíram, a imoralidade sexual aparecia em 62% das respostas. Nos dias, hodiernos, os sexos estão fragilizados e expostos, mormente diante do que assistimos na televisão ou internet.

Pesquisas têm revelado que os sites mais visitados hoje na internet não são de negócios ou de informação, mas de pornografia. Vimos, na semana passada, o texto de Romanos 12, quando o apostolo suplicou: “...rogo-vos, pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo... e não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.1-2).

1)    Imoralidade sexual

Uma jovem, com cinco anos de conversão, participava de um congresso. Ela, no intervalo, conversando com o pastor, afirmou que estava no hotel com o namorado, no entanto, ele não era cristão. E, continuou afirmando que não via dificuldade alguma em viver com ele. Então, o pastor lhe perguntou: “Se Deus lhe dissesse que não devia ter envolvimento sexual com seu namorado, nem morar com ele antes do casamento, o que você faria”? Ela respondeu; “Bem, teria de pedir a meu namorado que mudasse de casa. Seria difícil, mas eu amo a Deus e obedeceria a ele. Por que a pergunta”?

Nos minutos que se seguiram o pastor provou para a jovem, citando passagens da Bíblia, que Deus condenava o sexo antes do casamento. Então, a jovem foi persuadida pela Palavra de Deus. Agora, veja sua confissão: “Não cresci num lar cristão. Não conhecia  nenhum cristão. Todas as minhas amigas dormiam com os namorados, por isso nunca me preocupei com isso. Mas já sou cristã há cinco anos, vou à igreja quase toda semana. Porque ninguém me falou que dormir com o namorado sem estar casada era pecado”?

 2)     O que é imoralidade sexual?

No grego a palavra imoralidade sexual é porneia. Além disso, essa palavra nunca vem sozinha. Sua abrangência é enorme: adultério, concubinato, devassidão, fornicação, homossexualismo, indecência, impureza, imundícia, incontinência, infidelidade, lascívia, libertinagem, luxuria, prostituição e relações sexuais ilícitas. Na primeira carta aos Tessalonicenses, Paulo escreve: “Porque essa é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da fornicação. Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; não na paixão da concupiscência, como gentios, que não conhecem a Deus” (1 Ts 4.3-5). 


Imoralidade sexual é ter relações sexuais antes do casamento, com qualquer pessoa. Ou seja, o sexo entre pessoas solteiras é chamado de fornicação; entre pessoas casadas é chamado de adultério e entre pessoas do mesmo sexo é chamado de homossexualismo.

Imoralidade sexual é ter relações sexuais após o casamento com outra pessoa além do cônjuge. Depois do casamento, a relação sexual mantida com qualquer outra além daquela com quem o individuo está casado é sempre chamado de imoralidade. Isso inclui qualquer coisa que uma pessoa faça com a outra (exceto com o cônjuge) com o proposito de obter prazer ou satisfação sexual.

Ou seja, atividades sexuais solitárias (masturbação), com crianças (pedofilia), com membros da família (incesto), ou com parceiros contratados (prostituição). Todas essas atividades são imorais aos olhos de Deus.

Imoralidade sexual inclui pensamentos de cobiça. Jesus definiu nitidamente os “pensamentos impuros” como imoralidade sexual em Mateus 5.28: “Mas eu lhes digo: quem olhar para uma mulher e desejar possui-la já cometeu adultério no seu coração”. A pornografia inclui fotos do whatassap, Istagram, séries e filmes apimentados. Todos esses elementos são produzidos com o proposito de estimular a imoralidade sexual.

Atentemos para o conselho de Jó: “Eu jurei que os meus olhos nunca haveriam de cobiçar uma virgem. Se eu tivesse quebrado o juramento, que recompensa Deus me daria, e como é que lá dos céus o Todo-Poderoso me abençoaria? Se por acaso me desviei do caminho certo, se o meu coração foi levado pela cobiça dos olhos, se pequei, ficando com qualquer coisa que pertence a outra pessoa, então que os outros comam o que semeei; ou que minhas plantações sejam destruídas. Se o meu coração alguma vez foi seduzido pela mulher do meu vizinho, e se fiquei escondido, espiando a porta da casa dela, então que a minha mulher se torne escrava do outro, e que outros durmam com ela...Esse pecado seria como um incêndio terrível, infernal, que destruiria tudo o que tenho” (Jó 31.1,7-12).

 


3)    A solução de Deus

O CASAMENTO É A SOLUÇÃO PARA TODO TIPO DE IMORALIDADE

“Mas, eu digo: já que existe tanta imoralidade sexual, cada homem deve ter a sua própria esposa, e cada mulher, o seu próprio marido” (1 Co 7.2) 



A resposta de Deus para o combate à imoralidade, é o casamento! As palavras “cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido” são imperativas – mandamentos positivos que devem ser obedecidos, a menos que Deus abra uma exceção à norma com o raro “dom do solteiro”. Paulo explica: “Não digo isso como uma ordem, mas como uma sugestão: Realmente, eu gostaria que todos fossem como eu. Porém cada um tem o dom que Deus lhe deu: um tem este dom, e outro, aquele” (1 Co 7.6-7). Ele, continua: “Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado” (v.9).

AOS CASADOS: CUMPRAM SUAS OBRIGAÇÕES SEXUAIS

“O homem deve cumprir seu dever como marido, e a mulher também deve cumprir o seu dever como esposa” (1 Co 7.3).

O casamento é o único alivio aprovado por Deus para o impulso sexual, mas não traz alivio para muitos homens e mulheres. De fato, muitos casados são os mais imorais.

Veja bem, não é o casamento que é a resposta... O SEXO DENTRO DO CASAMENTO! Entretanto, o que acontece se o marido não corresponde aos avanços sexuais de sua esposa? O impulso dela fica retido, e ela é tentada nesta área. O marido tem uma obrigação para com a esposa, e a esposa para com o marido.

Por exemplo, digamos que o marido faz alguns avanços em direção à esposa. Esse versículo ensina que é obrigação dela ter relações com ele. Por quê? Porque neste caso, o marido tem um impulso sexual que está buscando satisfação, e a esposa tem obrigação de garantir que tal necessidade seja suprida. Portanto, sempre que seu cônjuge toma iniciativas sexuais, lembre-se de suas obrigações matrimoniais.

“O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa [conceda], ao seu marido”. Conceder significa abrir mão, permitir a plena realização, liberar, desenvolver o pleno potencial. “Conceder o que é devido” significa cumprir plenamente uma promessa ou cumprir uma obrigação”.

A autoridade do seu corpo físico pertence ao seu cônjuge.

 “A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher”. 1 Coríntios 7:4

Deus tira o direito de seu corpo de suas mãos e o entrega como um presente a seu cônjuge. Literalmente seu cônjuge tem o direito sobre seu corpo. Como Deus deu seu corpo a seu cônjuge, ele na verdade está apenas sendo gentil em pedir. Seu cônjuge não “toma seu corpo emprestado”, não precisa “implorar” por seu corpo, nem mesmo precisa “conquistar” seu corpo. Em termos simples e claros, Deus deu meu corpo para minha esposa, e eu não tenho nada a dizer sobre isso. O termo “poder” nesta passagem significa claramente que o cônjuge “tem direito sobre” ou “tem exclusividade” sobre o corpo do outro. Como uma autoridade altamente respeitada escreveu sobre este versículo:

  “Pessoas casadas não controlam mais seu próprio corpo, mas devem sujeitar a autoridade sobre ele aos cônjuges”.

Conclusão: cuidado com as artimanhas de Satanas

“Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência”. 1 Coríntios 7:5. 



Quando o desejo sexual aumenta, Satanás dirige a sua bateria de mísseis em marcha rápida. O aumento do desejo sexual não significa vitória de Satanás, mas vulnerabilidade a ele. Há uma verdade muito simples operando aqui: quanto mais intenso for o desejo sexual, mais propensos estaremos ao engano de julgar que não é errado satisfazer esse desejo por meio da fornicação, adultério ou masturbação, etc.