Jonas, fugindo de Deus Jn 1.1-4
Introdução: A comissão da igreja
“Erguei os olhos e vede os campos, pois já branqueiam para a
ceifa” (Jo 4.33). “Rogai ao Senhor da
seara que mande trabalhadores” (Mt 9.35-38). “Vão pelo mundo todo e pregam o
evangelho a todas as pessoas” (Mc 16.15).
1)
Missão
transcultural
“A Palavra do Senhor veio” a Jonas. Deus usava seus profetas para
transmitir a palavra do Senhor. Existem duas convicções interligadas que
caracterizam um profeta. A primeira é a de que Deus vive, que é pessoal e
ativo. A segunda é a de que o mundo está atravessando um momento extremamente
critico na história. Um profeta é obcecado por Deus e vive intensamente para o
agora.
No entanto, deve-se perceber que essa narrativa profética é
diferente de qualquer livro dos profetas do Antigo Testamento. Deus chama Jonas
e lhe comissiona: “Vai a Nínive, aquela grande cidade, e proclama...”. Isso era
algo impressionante sob vários aspectos. Vejamos:
Primeiro, era chocante por ser um chamado para um profeta deixar Israel e sair em busca de uma cidade gentia. Até então, os profetas haviam sido enviados apenas para o povo de Deus.
Segundo, ainda mais chocante era o fato de que o Deus de
Israel quisesse avisar Nínive, capital do Império Assirio, da desgraça
iminente. A Assíria foi um dos impérios mais cruéis e violentos dos tempos
antigos. Por exemplo, os reis assírios frequentemente registravam os resultados
de suas vitórias militares, regozijando-se com satisfação maligna diante de planícies
inteiras forradas de cadáveres, e de cidades totalmente incendiadas até o chão.
Salmaneser III é notório por retratar nos mais horrendo detalhes, atos de tortura, desmembramento e decapitações de inimigos em grandes painéis de pedra esculpida em ato relevo.
Forçavam os familiares das vitimas a desfilar carregando a
cabeça de seus entes queridos espetadas no alto de estacas de madeira.
Arrancavam a língua dos prisioneiros e esticavam seus corpos com cordas para
poderem ser esfolados vivos e ter a pele exposta nas muralhas da cidade. Os Assírios
foram chamados de “estado terrorista”.
2) Quem era Jonas
“Jonas, filho de Amitai”. O texto de 2 Reis 14.25 nos diz que
Jonas profetizou durante o reinado de Jeroboão (786 – 746 a.C), rei de Israel.
Nesse mesmo texto aprendemos que ao contrário dos profetas Amós e Oséias, os
quais criticavam a administração real por sua injustiça e infidelidade, Jonas
havia apoiado a politica expansionista militar agressiva de Jeroboão para
ampliar o poder e a influencia das nação.
“No décimo quinto ano
do reinado de Amazias...Jeroboão ... tornou-se rei em Samaria e reinou quarenta
e um anos. Ele fez o que o Senhor reprova e não se desviou de nenhum dos
pecados que Jeroboão, filho de Nebate, levara Israel e cometer... foi ele quem
restabeleceu as fronteiras de Israel ...conforme a palavra do
Senhor...anunciada pelo seu servo Jonas, filho de Amitai...” (2 Rs 14-23-25).
Então, Jonas era intensamente nacionalista, um
combativo patriota. E, Deus envia um homem assim para pregar às pessoas a quem
ele mais temia e odiava.
3)
Rejeitando
o chamado de Deus
“Levante-se, vai a Ninive”, no entanto, ele “levantou-se” e partiu na direção oposta. Társis é Espanha – algum lugar nessas redondezas ou em direção a ela. O FIM DO MUNDO. Os portões da aventura, chamado para ir para o leste, orientando a viajar por terra, ele foi para o mar. Enviado para uma cidade grande, ele comprou uma passagem só de ida para o fim do mundo.
Deus descreve Nínive como aquela “grande cidade”, o que de
fato era. A cidade era uma potencia militar e cultural. Surge outra pergunta:
Por que a população ouviria alguém como Jonas? Imagina um rabino judeu, em
1941, saindo pelas ruas de Berlim e conclamando os alemães nazista que se
arrependessem.
Jonas não teria sido capaz de enxergar qualquer justificativa
de caráter teológico para essa missão. Anos antes, Naum havia profetizado que
Deus destruiria Nínive por maldade. Jonas e o povo de Israel teriam aceitado
essa profecia de Naum como algo que fazia todo sentido. Israel era o seu povo
escolhido; enquanto à Assíria, por sua vez, era uma nação extremamente violenta
e opressora. Então, faz sentido que Deus destruiria essa cidade – isso era
sabido e já estava decidido.
Como fugimos de Deus?
Paulo descreve duas maneiras em Romanos 1 a 3. A primeira,
Paulo fala daqueles que, de modo deliberado rejeitaram abertamente a Deus e “se
encheram de todo tipo de maldade, ganancia e depravação” (Rm 1.29). Agora, no
capítulo 2, no entanto, ele fala daqueles que procuram seguir a Bíblia “Voce
confia na lei e se vangloria (...) em Deus (...). Voce conhece a sua vontade
aprova o que é superior, porque é instruído pela lei” (Rm 2.17,18).
Então, depois de ter olhado para gentios e pagãos e imorais,
bem como para judeus virtuosos que acreditam na Bíblia, Paulo chega à notável
conclusão de que “não há nenhum justo, nem um sequer... todos se desviaram” (Rm
3.10-12). AMBOS ESTÃO, DE MANEIRAS DIFERENTES, FUGINDO DE DEUS. TODOS SABEMOS
DA NOSSA CAPACIDADE DE FUGIR DE DEUS. Ou nos tornando pessoas imorais e
irreligiosas. Ou, é possível evitar a Deus tornando-se uma pessoa muito
religiosa e virtuosa.
Jonas foge de Deus, este porém, não o deixa escapar. O Senhor “lançou sobre o mar um grande vento” (v.4). O verbo “lançou” é frequentemente usado para descrever a ação de atirar uma arma com uma lança (1 Sm 18.11). Portanto, há uma grande tempestade dirigida a Jonas; a maneira súbita como ela surge e sua fúria são aspectos que até mesmo os marinheiros pagãos conseguem discernir como algo de origem sobrenatural.
O pecado é ato suicida que a vontade comete sobre si mesma. É
como tomar uma droga viciante. No começo, pode parecer maravilhoso, todavia, a
cada vez que se toma, fica mais difícil de não tomar novamente. O PECADO SEMPRE
ENDURECE A CONSCIENCIA, APRISIONA A PESSOA EM SUA PROPRIA MASMORRA DE
DEFENSIVAS E RACIONALIZAÇÕES E A CONSOME LENTAMENTE POR DENTRO.
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