domingo, 15 de dezembro de 2013

Pescadores de homens Mc 1:16-20.



Introdução: três ocasiões em que os discípulos foram chamados:

·                   A primeira, foi a chamada para a salvação. Essa chamada aconteceu na Judéia e está registrada em João 1.35-51. Jesus chamou André e Pedro e estes deixaram as fileiras de João Batista e o seguiram. Mas nessa ocasião, elas ainda voltaram para a Galiléia e continuaram com sua atividade pesqueira.

·                   A segunda, foi a chamada para o discipulado. Essa ocasião é descrita em Marcos 1.16-20, no Mar da Galiléia, quando Jesus chamou Pedro e André, Tiago e João para segui-lo. Esse é o chamado para o discipulado. Eles seriam treinados para serem pescadores de homens.

·                   A terceira, foi a chamada para o apostolado. Esse chamado está registrado em Marcos 3:14-21, quando Jesus separou dentre seus discipulos, doze apóstolos para estarem com Ele e para os enviar a pregar e expulsar demônios.

·                   Jesus chama para o seu trabalho pessoas ocupadas. Pessoas escolhidas por Deus para uma missão especial normalmente não são pessoas desocupadas e ociosas. O trabalho de Deus exige energia e disposição. Quem coloca a mão no arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus. O Senhor chamou  a Moisés quando ele estava pastoreando as ovelhas no Sinai (Ex. 3.1-14). Chamou a Gideão, quando estava malhando trigo no lagar (Jz 6.11). Chamou a Amós quando estava nos prados de Tecoa cuidando de Gado (Amos 7.14,15). Tirou Davi detrás das ovelhas para o colocar no palácio (Sl 78.70-72). Jesus chamou esses discipulos quando estavam pescando e consertando as suas redes. William Barclay, citando Josefo, diz que nesse tempo havia muitos pescadores e podia-se ver no Mar da Galiléia cerca de 330 barcos de pesca. A pescaria era a principal indústria para cerca de trinta cidades ao redor do Mar da Galiléia durante os dias de Jesus. Dentres esses pescadores, Jesus chamou esses quatro homens para uma missão especial.

·                   Jesus chama para o seu trabalho pessoas humildes. Jesus não foi buscar seus discipulos entre os estudantes de Teologia das escolas rabínicas nem dentre a elite sacerdotal. Nem mesmo chamou aqueles de refinado saber, ou possuidores de riquezas, mas recrutou-os das classes operárias, no meio de pescadores. Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios (1 Corintios 1.26,27). Jesus chamou homens iletrados e com eles revolucionou o mundo. Deus não precisa de estrelas, precisa de homens preparados por Ele e capacitados pelo Espírito Santo. João Wesley disse: "Dê-me cem homens que não temam nada senão a Deus e com eles abalarei o mundo".

1) A natureza do chamado para serem pescadores de homens.

·                   Em primeiro lugar, o chamado de Cristo é soberano. O chamado de Cristo se dá verticalmente. Jesus os viu com um olhar de qualidade especial. Abrangeu-os não só com os olhos, mas também com o coração. E abrangeu-os com o coração para não mais perdê-lo de vista: "VINDE APÓS MIM" é uma expressão, onde Jesus exercita sua soberania sobre Simão e André. Jesus pesca esses homens para serem pescadores de homens. Eles foram pescados para fora do anonimato. O chamado de Cristo é direto, imperativo e soberano. Jesus não deu explicações nem ofereceu vantagens; simplesmente os chamou e os chamou soberanamente.

·                   Em segundo lugar, o chamado de Cristo é para uma relação pessoal com Ele. A expressão "SEGUE-ME" é o principal termo para descrever o chamado para o discipulado no Evangelho de Marcos (2.14; 8.34; 10;21). William Barclay comenta esse chamado. Jesus não diz aos pescadores: "TEnho um sitema teológico que gostaria que voces investigassem; tenho algumas teorias que gostaria que voces conhecessem; tenho desenvolvido um sistema de ética que gostaria de discutir com voces. Antes lhes disse: Sigam-me".

·                   Em terceiro lugar, o chamado de Cristo exige pronta e imediata resposta. O que esses discipulos responderam em palavras ao chamado de Cristo, nós não sabemos, mas a ação deles é cheia da melhor eloquencia. Os discipulos não hesitaram, não objetaram, não discutiram, não pediram tempo para pensar, não duvidaram, não questionaram, não impuseram condições, eles simplesmente obedeceram e atenderam ao chamado imediatamente.

·                   Em quarto lugar, o chamado de Cristo passa por uma preparação. "VINDE APÓS MIM, E EU VOU FAREI PESCADORES DE HOMENS" (1.17). O termo fazer está no furturo. Simão o incostante e covarde, haveria de tornar-se um ousado apóstolo. João, o filho do trovão, haveria de ser o discipulo amado. Aqueles iletrados pescadores haveriam de revolucionar o mundo. O vaso é de barro, mas o poder é de Deus. Os instrumentos são frágeis, mas a mensagem é poderosa. Os pescadores são limitados, mas a pesca será gloriosa.

·                   Em quinto lugar, o chamado de Cristo para pescar homens é um trabalho de consequencias eternas. Jesus não os chamou para o ócio, mas para o serviço. Chamou-os para um trabalho glorioso: serem pescadores de homens. Pescar homens não é um hobby nem um passatempo. Não é um esporte nem algo que fazemos para nos distrair. É o mais importante e mais urgente trabalho que se pode fazer no mundo. PESCAR HOMENS É ARREBATÁ-LOS DO FOGO. É TIRÁ-LOS DAS TREVAS PARA A LUZ, DA CASA DO VALENTE PARA A LIBERDADE, DO REINO DAS TREVAS PARA O REINO DA LUZ, DA POSTESTADE DE SATANÁS PARA DEUS.

2) As exigencias do chamado para ser pescador de homens.

·                   Em primeiro lugar, o chamado de Cristo implica rompimento com o passado.

·                   Em segundo lugar, o chamado de Cristo implica consagração do presente.

·                   Em terceiro lugar, o chamado de Cristo implica investimento do futuro (Pv 11.30).

3) Conclusão: O aprendizado prático para tornar-se um pescador de homens.

·                   Em primeiro lugar, saiba o que voce está pescando. Um bom pescador precisa entender de peixes. Na evangelização é a mesma coisa. Jesus usou métodos diferentes de evangelismo para alcançar as diversas pessoas. Precisamos compreender tres coisas fundamentais: primeiro, o homem tem um valor infinito para Deus. Segundo, o homem pode perecer ou ser salvo eternamente. Terceiro, na missão de pescar homens, não usamos truques, mas a verdade.

·                   Em segundo lugar, VÁ ONDE OS PEIXES estão famintos. Primeiro o principio da receptividade. Na parabola do semeador, Jesus falou sobre tipos de pessoas: insensiveis, superficiais, distraidas e receptivas (4:1-20). Segundo, há tempo de pescar e tempo de parar de pescar. Devemos concentrar nossos esforços onde há portas abertas e campos maduros para a ceifa (Mateus 10:11-14). Terceiro, precisamos atrair os peixes. Quarto, é preciso pescar em alto-mar, onde os peixes estão.
·                   Em terceiro lugar, certifique-se de que está usando o método certo. Há dois grandes riscos no evangelismo: o primeiro é mudar a mensagem; o segundo é engessar os métodos.






A tentação de Jesus Mc 1:12-13.



A ocasião (Mc 1.12)

·                    Marcos inicia, dizendo: “E logo o Espírito o impeliu para o deserto” (1.12). Esta expressão “e logo” kai euthys é uma das grandes palavras de Marcos. Ele a usa 41 vezes. Não houve nenhum intervalo entre a glória do batismo de Cristo e a dureza da sua tentação. Jesus vai repentinamente do sorriso aprovador do Pai para as ciladas do maligno. Jesus saiu da água do batismo para o fogo da tentação. Jesus passou imediatamente da glória do batismo à prova da tentação. Consagração e provação foram os dois elementos da inauguração do ministério de Jesus.

·                    A plenitude do Espírito e o agrado do Pai não são garantias de uma vida fácil nem um salvo-conduto para a comodidade. Em vez da unção do Espírito e o agrado do Pai o levar para uma vida palaciana, O levou para o deserto da tentação. Muitas vezes, a vontade do Espírito de Deus nos conduzirá como conduziu a Jesus, para os lugares que nós precisamos ir, muito embora eles possam ser lugares perigosos.

O agente (Mc 1.12)
·                    O Espírito Santo foi quem impeliu Jesus a ir ao deserto para ser tentado. Podemos substituir a tradução “impeliu” ekbállei por: encheu-o com uma grande urgência, moveu-o. Esta palavra é extremamente forte. Ela foi usada onze vezes por Jesus para expelir os demônios (1.34,39).

·                    O mesmo Espírito que desceu sobre Jesus como uma pomba, agora o impele para o deserto, com o impulso de um leão, na força das asas de uma águia para ser tentado. O propósito dessa batalha espiritual era para que Jesus não apenas tivesse a natureza humana, mas também a experiência humana (Hb 2:17-18).

·                    É importante observar que a iniciativa da tentação foi do próprio Deus. Não é propriamente Satanás quem está atacando Jesus, é Jesus quem está invadindo o seu território. Jesus é quem está empurrando as portas do inferno. Jesus está atacando o dono da casa (3.27). O Reino de Deus não pode vir a não ser com confronto, pois não penetra em espaço sem dono.

·                    A tentação de Jesus não procedia de dentro dele, da sua mente, mas totalmente de fora, da insuflação de Satanás. Jesus em tudo foi semelhante a nós, exceto no pecado. Nós somos tentados por nossa cobiça (Tg 1.14). Quando Satanás sussurra em nossos ouvidos uma tentação, um desejo interior nos aguça a dar ouvido a essa tentação. A cobiça, dessa forma, nos atrai e seduz e nos leva a cair na tentação. Com Cristo não aconteceu assim, pois o incentivo interior ao mal, ou o desejo para cooperar com a voz tentadora, não existia.

O tentador (1.13)
· Ele é um anjo caído, um ser maligno, perverso, assassino, ladrão e mentiroso. Ele é a antiga serpente, o dragão vermelho, o leão que ruge, o destruidor, o deus deste século, o príncipe da potestade do ar, o espírito que atua nos filhos da desobediência. Esse ser maligno age sem trégua procurando por todos os meios, atingir a todas as pessoas, em todos os lugares, em todos os tempos. Seu grande alvo é perseguir o amado Filho de Deus e sua noiva, a Igreja. Sua obsessão é frustrar o soberano propósito de Deus.

· Esse arquiinimigo foi quem tentou Adão e Eva no jardim e os persuadiu a pecar. Foi ele quem tentou Jesus no deserto e foi derrotado. O primeiro Adão fracassou num jardim, o último Adão triunfou no deserto.

O conteúdo
·A primeira tentação apelou para as necessidades físicas. Jesus estava jejuando havia quarenta dias. Seu corpo estava debilitado e a fome lhe castigava. Satanás propôs a Jesus usar seu próprio poder para satisfazer sua necessidade, ou seja, fazer uma coisa boa, de um modo errado: mitigar a fome atendendo a voz do diabo. Satanás pôs em dúvida a bondade e a providência de Deus, abrindo-lhe outro caminho para atender suas necessidades imediatas. Ele tentou a Jesus no ponto fraco, a fome e no ponto forte, a consciência de sua filiação divina. Jesus triunfa sobre Satanás, citando as Escrituras e dizendo que não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que procede da boca do Senhor (Dt 8.3).

·A segunda tentação apelou para o orgulho espiritual. Na primeira tentação, Satanás tentou induzir Jesus a desconfiar da providência de Deus; na segunda, tentou levá-lo à presunção, à confiança falsa e temerária na proteção divina. Satanás tentou induzir Jesus a pular do pináculo do templo para ser sustentado pelos anjos. Satanás torceu o sentido do texto bíblico e omitiu outra parte. Ele usou a Bíblia para tentar a Jesus.
·A terceira tentação apelou para a ambição e o amor ao poder. Satanás percebeu que Jesus estava focado no Reino de Deus. Então, lhe ofereceu um reino sem cruz, desde que Jesus o adorasse. Jesus rebateu-o fortemente, empunhando a adaga do Espírito, citando as Escrituras, dizendo que só Deus é digno de ser adorado.


O propósito
Em primeiro lugar, Jesus foi tentado para provar sua perfeita humanidade. Porque Jesus era perfeitamente homem, Ele foi realmente tentado. Suas tentações foram reais. Ele se tornou semelhante a nós em todas as coisas, exceto no pecado (Hb 2.17). Ele foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado (Hb 4.15). Jesus não foi tentado para revelar-nos a possibilidade de pecar, mas para provar-nos sua vitória sobre o diabo e o pecado.

Em segundo lugar, Jesus foi tentado para ser o nosso exemplo. Jesus nos socorre em nossas fraquezas porque conhece o que passamos e também porque venceu as mesmas tentações que nos assediam. Assim, Ele pode compadecer-se de nós.

Em terceiro lugar, Jesus foi tentado para derrotar o diabo. Lutamos contra um inimigo derrotado. Jesus já triunfou sobre ele. O evangelho de Marcos apresenta o rei vitorioso sobre a natureza, o diabo, as enfermidades e a morte. Porque Jesus venceu Satanás, podemos cantar enquanto lutamos.

As armas da vitória

·Em primeiro lugar, a oração. A razão da vitória de Jesus estava na sua intimidadse com o Pai. O que leva as pessoas à derrota não é a presença do inimigo, mas a ausência de Deus. Se estamos na presença do Pai, triunfamos sobre o inimigo. Jesus transformou o deserto da tentação em jardim da comunhão. Quando oramos, prevalecemos.

·Em segundo lugar, o jejum. Jesus iniciou o seu ministério terreno com quarenta dias de oração e jejum. Quem jejua tem saudade de Deus e nele se deleita. O jejum tira os nossos olhos das outras coisas e nos faz concentrar em Deus. O jejum transformou a aridez do deserto num jardim de oração. Jejum é fome de Deus, é desespero por Deus. O apóstolo Paulo diz que nós comemos e jejuamos para a glória de Deus (1Co 10.31). Charles Spurgeon diz que os tempos mais gloriosos vividos pela sua igreja em Londres, foram nos períodos que a igreja se dedicou aos períodos de oração e jejum.

·Em terceiro lugar, a Palavra de Deus. Jesus triunfou sobre o diabo com a espada do Espírito, a Palavra de Deus. Ele rebateu todas as tentações com a Palavra: Está escrito! Vivemos hoje o drama do analfabetismo bíblico. Crentes ignorantes são presas fáceis do diabo. Vivemos ainda o drama da substituição da Palavra pelo misticismo sincrético. Muitos crentes estão usando armas fabricadas pelo próprio homem, armas carnais e não aquelas que são poderosas em Deus para destruir fortalezas e anular sofismas (2Co 10.4).

CONCLUSÃO:
A vitória sobre a tentação
A vitória de Jesus sobre a tentação revela-nos alguns pontos importantes:
Em primeiro lugar, Jesus venceu a tentação por causa do seu caráter santo. O príncipe deste mundo veio, mas nada tinha com ele. Robert McCheyne diz que um homem piedoso é uma poderosa arma nas mãos de Deus.97

Em segundo lugar, Jesus venceu a tentação por uma resoluta e determinada resistência. A Palavra de Deus ensina: “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). Não podemos deixar brechas em nossa vida nem abrigar pecado em nosso coração, se quisermos vencer essa batalha espiritual.

Em terceiro lugar, Jesus venceu a tentação porque conhecia a Palavra de Deus. Satanás venceu Eva no jardim, porque torceu a Palavra de Deus e ela não se acautelou. Satanás citou a Bíblia para Jesus e novamente ele torceu o texto do Salmo 91, mas Jesus o retrucou e o venceu dando a verdadeira interpretação das Escrituras. O diabo é um mau exegeta. Ele torce a Palavra. A Palavra de Deus na boca do diabo é palavra do diabo e não Palavra de Deus.

Em quarto lugar, Jesus resistiu o diabo e foi servido pelos anjos. O ministério dos anjos é algo glorioso na vida de Jesus. Eles anunciaram o seu nascimento, serviram-no na sua tentação. Confortaram-no em sua agonia. Os anjos serviram a Jesus do seu nascimento à sua agonia, da sua agonia à sua ressurreição e ascensão.

Embora os evangelhos não mencionem o tipo de serviço que foi executado pelos anjos, podemos inferir que esse serviço diekónoun incluiria provisão para a nutrição do corpo.Adolf Pohl é mais enfático: “Servir aqui indica trazer alimento (1.31), não ajuda na luta. É tema para o fim do jejum. Ficamos, então, com o quadro do paraíso. Os anjos colocaram de lado as espadas desembainhadas de Gênesis 3.24 e trazem ao novo Adão as provisões do Pai Celestial”. J. R. Thompson diz que os anjos serviram uma mesa para Jesus no deserto. Eles devem ter sido os garçons de Jesus no deserto.

De acordo com Mateus 4.11, o serviço dos anjos foi prestado a Jesus depois que o diabo foi completamente derrotado. John Henry Burn diz que há conexão entre os três mundos: terra, céu e inferno estão mais próximos do que imaginamos. Devemos nos regozijar na onipotência do Pai, no socorro do Filho, na direção do Espírito e no ministério desses amigos invisíveis (Hb 1.14) a fim de banirmos todo medo dos nossos inimigos espirituais.

Concluindo, podemos tirar algumas lições práticas:
Em primeiro lugar, todo cristão deve esperar tempos de prova. Deus nos prova, Satanás nos tenta. Satanás busca nos destruir, Deus nos edificar.

Em segundo lugar, todo cristão deve estar atento aos diversos métodos de Satanás. Satanás usou diversos estratagemas para tentar Jesus. Devemos ficar atentos às ciladas do diabo. Ele conhece os nossos pontos vulneráveis bem como os nossos pontos fortes. Ele explora ambos.

Em terceiro lugar, todo cristão deve acautelar-se acerca da perseverança de Satanás. Ele tentou Jesus durante quarenta dias. Mesmo depois de derrotado em todas as investidas, voltou com outras armas em outras ocasiões.

Em quarto lugar, todo cristão precisa estar preparado para os dias de provas. Jesus estava cheio do Espírito e foi guiado pelo Espírito. Ele estava se deleitando no amor do Pai e tinha comunhão com o Pai pela oração e jejum, mas tudo isso não o isentou da tentação.

Em quinto lugar, todo cristão deve buscar em Jesus exemplo e socorro na hora das tentações. Jesus foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, por isso Ele pode nos entender e nos socorrer.


Em sexto lugar, todo cristão precisa compreender que Deus não nos permite sermos provados além das nossas forças. Temos uma gloriosa promessa em relação às tentações de toda sorte: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1Co 10.13).

Em sétimo lugar, todo cristão precisa resistir o diabo. Devemos, também, seguir a orientação de Jesus: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26.41). De semelhante modo, Tiago nos exorta: “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).









terça-feira, 22 de outubro de 2013


O Poder que Se Aperfeiçoa na Fraqueza




Texto: 2 Co 12:1-10  


Paulo escreveu essa segunda carta numa tentativa de resolver uma crescente tensão que havia entre ele e a igreja de Corinto. Parte disto é porque os coríntios estavam dando guarida para alguns falsos pregadores que estavam questionando os ensinos de Paulo. O apostolo então responde aos falsos mestres, mostrando sua superioridade como verdadeiro enviando de Jesus. Constrangido e com humildade, ele fala de uma experiência tão extraordinária que ele sequer poderia falar muito sobre o assunto. Então, ele conta que Deus lhe entregou um espinho na carne, que Deus entregou para humilhá-lo. Ele agora se gloria nas suas fraquezas, pois quando ele é fraco, é que ele é forte.

Narrativa da revelação (v. 1-6)

Paulo diz que não convém ficar falando de suas revelações. Ele sempre tomou precauções para que as pessoas não se aproximassem do evangelho por causa dele. Por isso que ele fala de Cristo crucificado, e só. Ele sabe que não convém ao ministro se gloriar de determinadas coisas, mesmo que verdadeiras. Devemos nos preocupar em não fazer discípulos de si mesmos, mas discípulos de Jesus.

A revelação de Paulo havia ocorrido 14 anos antes. Isso nos ensina que ele não possuía revelações todos os dias, constantemente. Paulo também fala de si mesmo na terceira pessoa, mostrando humildade e relutância. Ele evita por os holofotes sobre si. Ao contrário de muita gente que vai de igreja em igreja dando testemunho sobre o que viu e sobre o que lhe foi revelado, Paulo não sai contando sua experiência como um troféu. A preocupação de Paulo é que ele não seja colocado em uma posição que a ele não pertence. Ele não queria tietagem nem um fã clube.

O espinho na carne (v. 7)

  • Quando volta da presença dos anjos dos céus, existe um anjo do diabo esperando por ele. Ele poderia estar se referindo a uma aflição física ou uma aflição de natureza espiritual. Sabemos que era alguma coisa extremamente dolorosa.
  • A palavra “espinho” era usada para as estacas que eram introduzidas nos corpos de condenados para produzir uma morte lenta e agonizante, era um empalhamento. E isso fazia 14 anos. 
  • A segunda coisa que podemos perceber é que era algo humilhante. Este mensageiro de satanás foi mandado para o “esbofetear”, que é uma referência àquele tapa que você dá com as costas da mão.
  • Terceiro, podemos perceber que satanás fazia parte deste sofrimento. Era uma ação maligna que tinha como objetivo produzir dor e humilhação ao apóstolo Paulo. Se era assim com ele, imagine conosco. 
  • A quarta coisa que aprendemos é que quem estava por traz de tudo isso era Deus. Deus estava no controle da situação.
  • O quinto ponto que podemos ver é que o propósito de Deus era que Paulo não se exaltasse.

A primeira reação quanto ao espinho (v. 8)

A reação de Paulo foi a reação natural diante da dor e do sofrimento: ele orou por três vezes. Não é errado pedir a Deus para que ele te livre do sofrimento e da humilhação. O problema é o falso evangelho que diz que a vontade de Deus sempre é fazer você se sentir bem e te fazer feliz. Aprendemos também que Deus nem sempre responde, que o silencio também é resposta e que quando ele responde, talvez não seja como nós esperamos. É preciso mais fé para dizer “seja feita a tua vontade” do que para dar ordens a Deus.

A resposta de Deus (v. 9a)


Deus respondeu a Paulo dizendo que a graça de Deus o bastava, porque o seu poder se aperfeiçoa na fraqueza. A intenção de Deus não é nos fazer grandes, fortes e poderosos, mas fieis. A compreensão que ele teve do propósito de Deus (v. 9b-10)

A compreensão de Paulo é que o pastor bem sucedido não é aquele que em bens posses ou reconhecimento, mas alguém que permanece fiel diante de Deus. Muitos querem o poder de Deus para realizar seu ministério e pensam que a aquisição deste poder estar relacionado a seguir determinados rituais. Porém, só há um caminho: é Deus lhe quebrar para você saber que você não é nada. Quando você está naquela condição que não importa o que lhe aconteça de benção é por causa de Deus, então Deus está pronto para te abençoar. Antes disto, ele não dividir a glória dele com ninguém, quanto mais com você.

crédito: Augustus Nicodemus.


terça-feira, 8 de outubro de 2013

O Novo céu e os desafios dos cidadãos. Ap. 22



“O céu, segundo imagino, vive-se e trabalha-se em lugar de jogar e fingir. Lá encaramos as coisas como elas são; escapamos de tudo, exceto do fascínio; e a constância e o risco são nossa glória”. Eugene Petersen – O trovão inverso.

 “Então o anjo me mostrou o rio da água da vida...”. O rio da vida flui do trono de Deus. Ele simboliza a vida eterna, a salvação perfeita  e gratuita, o dom da soberana graça de Deus (Gn 2:10, Sl 46.4; Ez 47:1-12). Os versículos 1 e 2 apresentam riqueza de água e alimento, nossas duas necessidades básicas.

1)    Os habitantes da Nova Jerusalém devem guardar a Palavra do seu Senhor (Ap. 22.6-11,18,19).
1.1)         A revelação do apocalipse é absolutamente confiável (Ap. 22.6). Este livro não é o Apocalipse de João, mas é o Apocalipse de Jesus.

1.2)         A observância da revelação do Apocalipse produz bem-aventurança (Ap. 22.7 b). Guardar significa aceitar o conteúdo como legitimo, não mudar, não acrescentar nem subtrair nada a ele (Dt 4.2; Pv 30:5-6). Guardar também significa obedecer, praticar, observar.

1.3)         A mensagem do Apocalipse vem de Deus, é sobre Jesus, por meio do anjo a João, para a igreja (Ap 22.8-9). É a segunda vez que o apóstolo tenta adorar o anjo em vez do Deus revelado (Ap. 19.10). Por que tanta dificuldade para entender? Por quê acontece o mesmo conosco? Simples: porque é mais fácil se entregar ao êxtase do que obedecer, perseguir o fascínio com o sobrenatural do que servir a Deus. A censura veio imediata e grave: levante-se. Fique de pé. Adore a Deus, e somente a Deus.

1.4)         A mensagem do Apocalipse não deve ser selada, mas proclamada (Ap. 22.10). A Daniel foi ordenado selar o livro até ao tempo do fim. A mensagem da vitória de Cristo e da Sua igreja precisa ser publicada, anunciada, pregada, a todo o povo.

1.5)         A mensagem do Apocalipse precisa ser mantida intacta (Ap. 22:18-19). Dois perigos rondam a igreja: o primeiro deles é o liberalismo, ou seja, nega a inspiração da Palavra de Deus. O segundo é o misticismo, ou seja, tenta acrescentar algo à escritura. Paulo diz que ainda que venha um anjo do céu para pregar outro evangelho deve ser rejeitado (Gl. 1.8).

2.        Os habitantes da Nova Jerusalém devem estar preparados para o julgamento do Senhor (Ap. 22:12-15).
2.1)         Jesus virá como aquele que julga retamente (Ap. 22.12). ele vem julgar. Ele tem galardão. Ele vem retribuir a cada um segundo as suas obras.

2.2)         Jesus é o juiz que tem credencial para julgar retamente (Ap. 22.13). Ele está no começo e no fim. Ele conhece tudo. Ele é o Pai da eternidade, a origem e a consumação de todas as coisas. Os homens ímpios vão se desesperar (Ap. 6.16-17).

2.3)         O critério para a salvação não são as obras, mas a obra de Cristo na cruz (Ap. 22.14). Os habitantes da Nova Jerusalém, entrarão na cidade pelas portas, não por causa das suas obras, mas por causa do sangue do cordeiro (Ap. 12:11).

2.4)         Todos aqueles que não foram lavados pelo sangue do Cordeiro ficarão de fora da cidade santa (Ap. 22.15). os pecados relacionados são de impiedade (relacionamento com Deus – feitiçaria e idolatria) e perversão (relacionamento com homens), ver Ap. 21.8,27.

2.5)         Depois do juízo é impossível mudar o destino das pessoas (Ap. 22.11). Em Genesis 2:1-2 a obra da criação foi concluída. Em João 19.30 a obra da redenção é consumada. Em apocalipse 21.6, a consumação de todas as coisas é declarada. Agora, o destino final das pessoas é selado (Ap. 22.11). Só há dois grupos na humanidade: os que fazem injustiça e são imundos e os que praticam justiça e são santos. HAVERÁ UMA hora que será tarde demais para o arrependimento.

Conclusão: chronos e kairos. Chronos se relaciona a duração; Kairos, a oportunidade. Costumamos medir o primeiro friamente com relógios e calendários. Perdemo-nos com fervor no segundo quando nos aproximamos ou abraçamos a fé. Se somos dominados pelo senso de chronos, o futuro é uma fonte de ansiedade, que suga energia do presente ou deixa-nos queixosos e descontentes com o que acontece agora, como crianças ansiosas que não podem esperar pelo presente de Natal. Mas, se formos dominados por kairos, o futuro será fonte de expectativa que infunde energia no presente (Mt 13:26; Mc 13.33; Ap 1:7; Ap 3.3; Ap. 16.15).

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O esplendor da Nova Jerusalém. Ap. 21:9-27.




“Conheço um jardim”. Martinho Lutero.


Carta escrita em 1530 ao filho Hans Lutero, então com quatro anos de idade.

“Filhinho querido do meu coração: soube que você estuda muito e ora com devoção. Continue assim, meu filho. Quando eu voltar para casa, vou levar um lindo presente para você. CONHEÇO UM JARDIM, cheio de crianças alegres, vestidas com casaquinhos de ouro, que colhem belas maçãs, peras, cerejas e ameixas das arvores. Elas cantam, pulam e brincam. E tem lindos cavalinhos com sela de ouro e arreios de prata. Perguntei ao homem que cuidava do jardim que eram aquelas crianças e ele respondeu: _ Sãs as crianças que gostam de estudar, de orar e de ser boazinhas. Então eu disse: _ Caro senhor, tenho um filhinho chamado Hans Lutero. Ele pode vir a esse jardim, colher lindas maçãs  e peras, andar nesses belos cavalinhos e brincar com essas crianças? Ele respondeu: _ Se ele quiser estudar, orar e ser bonzinho, pode vir a esse jardim. E pode trazer os amigos dele, Lippus e Justus, também. Se vierem juntos podem tocar e ouvir flautas, tambores, alaúdes e muitos outros instrumentos. Vão pode dançar e atirar com arco e flecha. Então ele me mostrou um lugar para dançar, bem no meio do jardim, cheio de flautinhas de ouro, tamborezinhos e arcos de prata. Mas era muito cedo para ver a dança, porque as crianças ainda iam almoçar. Eu disse: _Ah, senhor, vou escrever agora mesmo ao meu filhinho Hans, para ele estudar, orar e ser bonzinho para poder vir a esse jardim. Ele tem uma prima, chamada Lena, que vai querer vir junto com ele. Ele então me disse: _ Muito bem. Vá para casa e escreva para ele”.

1)    A Nova Jerusalém (Ap. 21:-10).
·        No apocalipse, o nome Jerusalém ocorre somente aqui e em Apocalipse 3.12. É uma alusão não à capital de Israel, mas à cidade espiritual de Deus. A cidade eterna não é somente o lar da noiva, ela é a noiva. A cidade não sãos os edifícios, mas pessoas. A cidade é santa e celestial. Ela desce do céu. Sua origem está no céu. Ela foi escolhida por Deus. Diz Russel Shedd que tanto a noiva (Ap. 21.9) como a “cidade santa” (21.2) são figuras pra representar a igreja.

·        A Nova Jerusalém é bonita por fora – ela reflete a glória de Deus (Ap. 21.11).  Quando João tentou descrever a glória da cidade, a única coisa que pode fazer foi falar em termos de pedras preciosas, como quando tentou descrever a presença de Deus no trono (Ap. 4.3).

·        A nova Jerusalém tem 12 portas – são as 12 tribos de Israel.  São três portas ao leste, três portas ao oeste, três portas ao sul e três portas ao norte.  Espantoso foi Deus ter decidido usar vidas humanas tão obstinadas e destituídas de atrativos para formar a base da grande obra de salvação que completou em Jesus. O pai dos 12, Jacó, depois Israel, tinha poucas qualidades a recomendá-lo, e sua semente não melhorou em seus filhos. Encontramos histórias de brutalidade, fraude, violência, abuso sexual e covardia. Contudo, nessas vidas e através delas, Deus persistentemente trouxe salvação a miseráveis que não mereciam ser salvos e revelou, assim, sua glória. 
“Doze portas  fala da oportunidade de entrar nesse glorioso e maravilhoso companheirismo com Deus. Venham de onde vierem, as pessoas podem entrar. Os habitantes dessa cidade são aqueles que procedem de toda tribo, povo, língua e nação”.

·        A Nova Jerusalém não é aberta a tudo (AP. 21:12,27).  A cidade tem uma grande e alta muralha. A muralha fala de proteção, de segurança. Embora haja portas (21.13) e portas abertas (21.25). o muro demarca a santidade de Deus (Ap. 21.10), separando o puro do impuro (21.27). Deus é o muro de fogo que protege Sua igreja (Zc 2:5). Aqueles que se mantém no seu pecado não podem entrar na Jerusalém celeste, mas somente aqueles cujos nomes estão no Livro da Vida (AP. 21.27).

·        A Nova Jerusalém está construída sobre o fundamento da verdade (Ap. 21:14). A igreja está edificada sobre o fundamento dos apóstolos (Ef 2.20). A pedra sobre a qual está edificada não é Pedro nem nenhum papa. Jesus Cristo é o único fundamento da igreja (1 Co 3:11).
·        Os fundamentos adornados de pedras preciosas (AP. 21:18-21): Jaspe: uma pedra translúcida de tonalidade esverdeada, capaz de refletir a luz. Safira: azul celeste com mancha dourada; calcedônia: cobre azulado; A esmeralda: a mais verde de todas as pedras; O sardônio: tinha o aspecto do ônix branco como jaspe com vermelho e marrom.; O sárdio: uma cor vermelha escura; O crisólito: uma pedra preciosa da cor do ouro; O berilo: azul marinho ou verde-mar; O topázio: era uma pedra transparente de cor verde-dourada; O crisópraso: verde-clara; O jacinto: azul celeste; ametista: azul mais forte.

·        A Nova Jerusalém tem espaço para todos os remidos (Ap. 21:15-17). A cidade é quadrangular: comprimento, largura e altura iguais. A cidade tem doze mil estádios, ou seja, 2.200 km de comprimento, de largura e altura. É uma cidade que vai de São Paulo a Aracaju. Esses números simbolizam a simetria, a perfeição, a vastidão e a totalidade ideais da Nova Jerusalém.
“Não existe bairros ricos e pobres nessa cidade, toda a cidade é igual. Não há casebres nessa cidade. Existem, sim, mansões, feitas não por mãos. Deus é o arquiteto e fundador dessa cidade. A muralha da cidade mede 144 côvados, ou seja, 70 metros de altura. A medida da cidade é um símbolo da sua majestade, magnificência, grandeza e suficiência”.

Conclusão: (Ap: 21:23-27).
·        João afirma que na cidade não haverá noite (AP. 21.24).Não haverá escuridão. Na história sucedeu repetidas vezes que uma  idade de luz foi seguida por uma idade de trevas.
·        João, como os antigos profetas, fala muitas vezes dos gentios e os reis dos gentios que trazem seus dons a Deus (Ap. 21. 24). Todo homem, quando entra a igreja, deve trazer sua melhor qualidade como oferta, e pô-la  aos pés de Cristo e ao seu serviço.Não há dom que Cristo não possa usar, e cada homem, quando entra na igreja, deve trazer o que é e o que saber fazer.
·        Este capítulo termina com uma ameaça (v. 27). Ficarão excluídos os que, deliberadamente e com os olhos bem abertos, continuam no pecado, aqueles que conhecendo o caminho de Cristo, contando com a oferta de Cristo, decidem, entretanto, seguir seu próprio caminho, rejeitando a graça que poderia limpá-los de todo pecado.