terça-feira, 30 de julho de 2013

O Anticristo, o agente de Satanás (Ap. 13).



1)    As várias faces do anticristo.

·        A palavra Anticristo significa um Cristo substituto ou um Cristo rival. Ele será um adversário jurado de Cristo. No livro de Daniel o anticristo é representado inicialmente não como uma pessoa, mas como quatro reinos (Dn 7:1-6,17-18): Leão: Império Babilônia, Urso: Império Medo-Persa; Leopardo: Império grego; Animal terrível: Império Romano.

·        Na teologia do apostolo Paulo, o anticristo é visto como o homem do pecado (2 Ts 2:1-12). Ele surgirá da grande apostasia (rebelião, 2 Ts 2:3); será uma pessoa (2 Ts 2:3); será objeto de adoração; usará falsos milagres (2 Ts 2:9); só pode ser revelado depois que aquilo e aquele que o detém for removido (2 Ts 2:6,7) e será totalmente derrotado por Cristo (2 Ts 2:8).

2)    A descrição do Anticristo.

2.1) Sua ascensão se dará num tempo de muita turbulência (Ap. 13:1).

·        Vi emergir do mar uma besta”. O que isso significa? As águas do mar são multidões, ou seja, as nações e os povos na sua turbulência político social (Ap 17:15, Is. 57:20). Ou seja, será um tempo de guerra e rumores de guerra, onde reinos se levantarão contra reinos. O mundo será um campo de guerra. Ele surgirá num tempo de profunda inquietação religiosa.

·        NESSE TEMPO HAVÉRA DUAS IGREJAS: a apóstata e a fiel. Ele surgirá oferecendo soluções aos problemas mundiais. O mundo estará seduzido pelo seu poder. “O mundo está pronto para endeusar qualquer novo César que consiga dar à sociedade caótica unidade e paz”. Arnold Tonybee.

2.2) Ele reúne todo o poder, força e crueldade dos grandes imérios do passado (Ap. 13:2).

·        Exerce uma vigilância felina, manifesta a astúcia e a crueldade de leopardo, sempre preparado para saltar sobre sua presa. Conta com o poder e a força demolidores do urso que pode afogar a sua vítima com um abraço. É como o leão, cujo rugido aterra ao rebanho e lhes fala de morte e destruição.

2.3) Ele agirá no poder de satanás (Ap 13:2-4; 2 Ts 2:9-10).
·        O anticristo vai manifestar-se com um grande milagre (Ap. 13:3). Ele vai distinguir-se como uma pessoa sobrenatural, por um ato que será um simulacro da ressureição de Jesus. Essa fato é tão importante que João o registra três vezes (Ap. 13:3, 12,14).

·        O proposito dessa misteriosa transação será conceder a satanás um corpo. Satanás governará em pessoa. O anticristo será uma espécie de encarnação de Satanás. A maioria dos estudiosos vê nessa figura a lenda de Nero redivivo.

·        O anticristo vai realizar grandes milagres (2 Ts 2:9). Ele vai ditar e disseminar falsos ensinos (2 Ts 2:11). Nesse tempo, os homens não suportarão a sã doutrina (2 Tm 4:3), mas obedecerão a ensinos de demônios (1 Tm 4:1). O anticristo vai governar na força de Satanás (Ap. 13:2). Ele vai dominar sobre as nações (Ap. 13:7). O governo universal do anticristo será extremamente cruel e controlador (Ap. 13:16-17). O seu poder será irresistível (Ap. 13.4). Vai blasfemar contra Deus e os santos que estão no céu (Ap. 13:6). Contra a igreja que estará na terra, vai perseguir e matar (Ap. 13:7, 15 b).

·        O Cristão conta com suas armas, a paciência (hupomone) e a fé (pistis). A palavra que traduz como paciência significa aceitar com valentia o pior que pode oferecer a vida. O termo fé refere-se a essa fidelidade que jamais duvidará em sua devoção absoluta ao Mestre e Senhor Jesus.

2.4) o anticristo será objeto de adoração em toda terra (Ap. 13:3,4,8,12; 2 Ts 2:4).

·        Adoração é uma tema central no livro de apocalipse: a noiva está adorando o cordeiro, e a igreja apóstata está adorando o dragão e o anticristo. O mundo está ensaiando essa adoração aberta ao anticristo e Satanás.

·        O satanismo e o ocultismo estão em alta: as seitas esotéricas crescem. A nova era proclama a chegada de um novo tempo, em que o homem vai curvar-se diante do “Maitrea”, o grande líder mundial. A adoração de ídolos é uma espécie de adoração de demônios (1 Co 10:19-20).

·        A adoração do anticristo será universal (Ap. 13:8,16). Diz o apostolo João que “adorá-lo-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no livro da vida do cordeiro”. Satanas vai tentar imitar Deus também nesse aspecto. Ao saber que Deus tem os seus selados, ele também selará os seus com a marca da Besta (Ap. 13:8,16-18).

3)    O falso profeta (Ap. 13:11-18).
·        “vi ainda outra besta emergia da terra”. Se a primeira besta é o braço de Satanás, a segunda é a mente de Satanás. Ela é o falso profeta. A primeira age no campo político, a segunda no campo religioso.

·        O dragão (Ap. 12) é o antideus, a besta vinda do mar é o anticristo e a besta  vinda da terra é o anti-espírito. Assim como o Espírito Santo conduz à adoração de Cristo, assim essa besta conduz adoradores ao anticristo.

·        A segunda besta usará também a arma do controle para garantir a adoração da primeira besta (Ap. 13:16-18). Esse será um tempo de cerco, de perseguição, de controle, de vigilância, de monitoramento das pessoas, no aspecto político, religioso e econômico.

CONCLUSÃO: A MARCA DA BESTA 666. Veja o numero é humano. Não é um mistério divino, mas, sim a confiança daqueles que falam demais: religião que dá show, que se vangloria, que afasta os olhos do Cristo pobre, sofredor e santo. Na linguagem dos números, 666 é um triplo fracasso ao tentar ser 777, a perfeição repetida três vezes, numero perfeito e divino. A comercialização é a característica recorrente dessa religão da besta da terra, que requer quantias imensas para se manter, nos manipulando economicamente, levando-nos a comprar e vender segundo suas ordens, vendendo conselho, consolo, benção, soluções, salvação e bons sentimentos.




terça-feira, 23 de julho de 2013

A mulher e o Dragão. Ap. 12.

Introdução: O livro de Apocalipse tem duas grandes divisões: Apocalipse 1-11 fala da perseguição do mundo contra a igreja e os juízos de Deus aos ímpios em resposta às orações dos santos; Apocalipse 12-22 fala da perseguição cruel do quarteto do mal que ataca a igreja: Satanás, o anticristo, o falso profeta e a grande Babilônia e a vitória retumbante de Cristo e Sua igreja sobre esses inimigos.  

O capítulo 12 do livro de Apocalipse revela-nos três cenas. O dragão realiza três lutas: 1) Contra Deus e Seu Messias (v. 1-6); 2) contra Miguel (v. 7-12); 3) contra a mulher (v. 13-18). Em todas as três lutas ele sai derrotado.

1)    Quem é a mulher perseguida? A igreja Católica entende que a mulher seja um símbolo de Maria. Os pré-milenistas creem que essa mulher seja um símbolo da nação de Israel. Mas, a interpretação mais coerente é entende-la como um símbolo da Igreja.  A Igreja é chamada: candeeiros, duas testemunhas, duas oliveiras, reis e sacerdotes, noiva de Cristo, etc.

ü Essa mulher está vestida do sol, ou seja, ela é gloriosa e exaltada (12:1). A igreja reflete a beleza de Cristo. A beleza de Deus está estampada na igreja.

ü Essa mulher tem debaixo dos pés a lua, ou seja, ela exerce domínio (Ap. 12.1). O cabeça da igreja é aquele que tem todo o poder e toda autoridade no céu e na terra. A igreja está em Cristo. Ela está entronizada com Ele. Ela é a noiva do Cordeiro. Ela está assentada com Ele acima de todo principado e potestade.

ü Essa mulher tem em sua cabeça uma coroa de doze estrelas, ou seja, ela é vitoriosa (Ap. 12:1). A igreja é vencedora. Ela está em Cristo. A vitória de Cristo é a sua vitória. A exaltação de Cristo é a sua exaltação. A igreja é mais do vencedora (Rm 8:31-39).

ü Essa mulher está grávida, ou seja, sua grande missão é dar à luz a Cristo segundo a carne (Ap. 12:2). Deus preparou um povo especial para ser veículo da chegada do Messias (Gn 12:1-3). Esse processo foi doloroso, sofrido. Houve muita dor e lágrimas. Muitas forças hostis e muitas artimanhas do Dragão tentaram frustrar esse plano e destruir essa criança.

ü Essa mulher é protegida por Deus da fúria do dragão (Ap.12:6,14). Ela tem sido protegida por Deus no deserto. O mundo não é o lugar da igreja. Somos peregrinos aqui. Não estamos em casa. Durante mil e duzentos e sessenta dias, um símbolo de todo o período da igreja, ela é protegida por Deus: às vezes não da morte, mas na morte (Ap. 12.11). Recebe asas (Ap. 12.14), proteção de Deus.

2)    A descrição do Filho da mulher perseguida (Ap. 12:5).
*    O Filho da mulher é o Messias vencedor (Ap. 12:5-10). O filho que nasceu é o Rei que tem o cetro nas mãos (Sl 2:9). Seu reinado é universal e irresistível.

*    O Filho da mulher é o Messias que completou a Sua obra (12:5). Sabemos que à luz das Escrituras que a exaltação é um resultado da sua humilhação até à morte e morte de cruz (Fl 2:5-11).

*    O Filho da Mulher é o Messias que subiu ao céu para assentar-se no trono (Ap. 12:5). Ele venceu o dragão na cruz (Gn 3:15). E agora, está no trono, governando os céus e a terra (Mt 28:18). Ele vai reinar até colocar todos os Seus inimigos debaixo dos Seus pés (1 Co 15.25).

3)    Características do Dragão de Apocalipse 12 ( “a antiga serpente”).

v O dragão é um ser pessoal (Ap. 12:9). Ele não é um mito. Ele não é um ser impessoal, uma energia negativa. Ele é um anjo caído, um ser que tem vontade, planos e estratégias (Isaias 14:12).

v Ele tem sentimentos, pois está cheia de cólera (Ap. 12.12) e permanentemente irado contra a igreja (Ap. 12:17). Ele tem inteligência, pois é capaz de seduzir (Ap. 12.4). Ele tem objetivos definidos, perseguir o Messias (Ap. 12.4) e sua igreja (Ap. 12.13).

v O dragão é um inimigo que exerce sua influência universal. Ele tem sete cabeças, isso representa que ele exerce poder e grande autoridade de forma universal (Ef. 2.2 “... príncipe da potestade do ar...”; II Co. 4:4: “...nos quais o deus deste século...”; Jo 12:31, etc).

v Ele tem dez chifres, isso simboliza sua capacidade destruidora. Ele é Abadom e o Apoliom, o destruidor (Jo 8:44; Jo 10:10). Ele tem sete diademas, simbolizando que o seu governo é universal. Ele tem um reino (Cl 1:13: “...Ele nos libertou do império das trevas...”; Atos 26:18: “para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus...”). Vermelho, denota sua capacidade de provocar destruição e morte, ou seja, assassino, sanguinário, cruel.

v O dragão é um inimigo sedutor (Ap. 12:4,9). Ele foi sedutor no mundo angelical (Ap. 12:4). Era perfeito até que se achou iniquidade em seu coração (Ez. 28:15). Ele conseguiu enredar uma terça parte dos anjos que foram expulsos do céu (Ap. 12:4). Esses anjos, em vez de espíritos ministradores de Deus (Hb. 1:14), tornaram-se vassalos do diabo. Ele seduziu o mundo todo (Ap. 12:9). A serpente de Genesis é o Dragão de Apocalipse 12 que ao longo dos séculos tentou destruir “a semente da mulher” a fim de que o Messias não nascesse na plenitude dos tempos.

v O dragão é um inimigo acusador (Ap.12:10). Ele acusou Jó (Jó 1:9,10). Ele acusa os nossos irmãos e sua acusação é constante. Ele não descansa, não dorme, nem tira férias. Ele tentou destruir o Filho da mulher (Ap. 12:5). Ele pesquisa a nossa vida, e não perde oportunidade para nos acusar (Rm 8:34).

v O dragão é um inimigo limitado (Ap. 12:7-9, 12-13,16). Ele tem limitação de espaço (Ap. 12:8,9,13). O dragão não encontrou mais lugar no céu. Ele não pode tentar mais ninguém que está no céu. O diabo é uma serpente golpeada na cabeça que está furiosa, no estertor da morte, sabendo que pouco tempo lhe resta e que sua sentença já foi lavrada. Em breve será lançado no lago do fogo (20:10).

4)    A intervenção de Deus em favor da Igreja nesta batalha contra o dragão. Três coisas.
o   Em primeiro lugar, ação protetora de Deus (12:6,14,16).  De acordo com Apocalipse 7:3 a igreja recebeu um selo, e com Apocalipse 11:1, a igreja recebeu uma medida. Agora recebe asas. Havendo fracassado em seu esforço para derrotar Cristo, o dragão vai perseguir a igreja e lançar contra ela um rio de mentiras e perseguição (Ap. 12:16). O dragão cheio de cólera vai pelejar contra os fiéis (Ap. 12:17). Muitas vezes Deus os livrará na morte e não da morte (Ap. 12:11).

o   Em segundo lugar, a ação interventora dos anjos (Ap. 12:7-8). O arcanjo Miguel e seus anjos lutaram contra o dragão e seus anjos. Nessa peleja no reino espiritual, o dragão e seus anjos foram derrotados.

o   Em terceiro lugar, a ação intercessória de Cristo (Ap. 12:5). Somos informados que Ele está no céu intercedendo por nós (Hb 7:25). Sua intercessão é plenamente eficaz (Rm 8:34).

CONCLUSÃO: as armas da vitória da Igreja sobre o dragão. Primeiro, a igreja vence o dragão por causa do sangue do Cordeiro (Ap. 12:11). Segundo, a igreja vence o dragão também por causa da palavra do testemunho.


sábado, 20 de julho de 2013

A graça de Deus: sua graça é melhor do que a vida!

O que o Cristianismo representa para as pessoas? Liberdade? Escravidão? Ópio? Suicídio intelectual? O que? Lewis afirma que a diferença do Cristianismo das demais religiões é a graça. O que vem a ser a graça? Um favor imerecido no qual recebemos de Deus sem nada precisarmos dar de volta.
        
         Sua graça é melhor que a vida! Alguns dias atrás assisti ‘Festa de Babete”. Conheci esse filme através do livro do Philip Yancey “ Maravilhosa Graça”, editora Vida. Fui a locadora e loquei (quando ainda morava em Ribeirão Preto, porque em Posto da Mata não tem locadora).

 O filme narra a história de um patriarca luterano com suas talentosas filhas. Viveram nessa vila de pescadores em algum lugar da Dinamarca a vida toda, sempre comendo a mesma comida, sempre respirando o mesmo ar, nunca dando possibilidade a mudança. Na vida das filhas do Pastor as oportunidades foram e não voltaram. No caso da primeira a carreira militar falou mais alto no coração do General, quanto a segunda que tinha uma voz maravilhosa deixou uma oportunidade de ouro para cantar nos grandes teatros de Paris para ficar cantando para aquela pequena congregação distante de tudo e todos.

Entretanto, por causa da Guerra Civil na França, Babete a cozinheira de mão cheia é conduzida a casa dessas – agora depois de tantos anos – senhoras. Ela se oferece para cuidar da casa sem salário, só pela sobrevivência. Essa cozinheira não revelou sua verdadeira identidade, escondeu-a . Mas, deixou um brilhete de loteria lá em Paris. Certo dia ela ganha 10000 francos!  Quando Babete contou isso as duas senhoras elas ficaram desalentadas, pensando que ela fosse voltar para Paris.

Naqueles dias, estava chegando o dia do aniversario da morte do velho luterano e Babete quis preparar a festa. Era a primeira vez, naqueles quartoze anos que ela fizera um pedido. As duas irmãs tiveram que assentir,  não podiam negar. E assim se sucedeu que dentro de alguns dias começaram a chegar barcos vindo de Paris com vários tipos de comida. Animais vivos, bebidas finas, etc.

No dia do jantar a mesa fora servida como nunca antes ocorrera:  pratos bonitos, talheres brilhosos, copos elegantes, uma linda toalha branca, candelabro com oito hastes .... E o menino –ajudante de Babete -, serve a mesa com as melhores iguarias.  Esses anciãos que antes viviam brigando, discutindo, jogando o pecado na face do outro, agora estão em êxtase! Um pratinho com um caldo esquisito é posto à mesa, era sopa de tartaruga, comiam sem pensar no que estava comendo, era um prato delicioso, suculento, cheiroso... Um tempero extraordinário. Vinho de primeira qualidade, Champanhe refinado, caro. Codorna assada, mais vinho, mais champanhe, etc.

 Nesses entretempos de transfiguração os anciãos se perdoam, retiram palavras pesadas. Boatos e calunias etc. É a comida que vai exteriorizando a graça. Quando acaba o jantar, lá fora no frio gelado da Dinamarca eles se reúnem e dão as mãos e cantam um hino da Nova Jerusalém.

         Foram apreendidos pela GRAÇA. A graça nos encheu de iguarias que não merecíamos. A graça nos salvou, nos justificou, nos santificou e nos glorificará!

Pastor João Vicente Pereira


terça-feira, 16 de julho de 2013

Um engano chamado “teologia gay”

O padrão de Deus para o exercício da sexualidade humana é o relacionamento entre um homem e uma mulher no ambiente do casamento. Nesta área, a Bíblia só deixa duas opções para os cristãos: casamento heterossexual e monogâmico ou uma vida celibatária.
À luz das Escrituras, relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são vistas não como opção ou alternativa, mas sim como abominação, pecado e erro, sendo tratada como prática contrária à natureza. Contudo, neste tempo em que vivemos, cresce na sociedade em geral, e em setores religiosos, uma valorização da homossexualidade como comportamento não apenas aceitável, mas supostamente compatível com a vida cristã.
 Diferentes abordagens teológicas têm sido propostas no sentido de se admitir que homossexuais masculinos e femininos possam ser aceitos como parte da Igreja e expressar livremente sua homoafetividade no ambiente cristão.
Existem muitas passagens na Bíblia que se referem ao relacionamento sexual padrão, normal, aceitável e ordenado por Deus, que é o casamento monogâmico heterossexual. Desde o Gênesis, passando pela lei e pela trajetória do povo hebreu, até os evangelhos e as epístolas do Novo Testamento, a tradição bíblica aponta no sentido de que Deus criou homem e mulher com papéis sexuais definidos e complementares do ponto de vista moral, psicológico e físico. Assim, é evidente que não é possível justificar o relacionamento homossexual a partir das Escrituras, e muito menos dar à Bíblia qualquer significado que minimize ou neutralize sua caracterização como ato pecaminoso. Em nenhum momento, a Palavra de Deus justifica ou legitima um estilo homossexual de vida, como os defensores da chamada "teologia inclusiva" têm tentado fazer. Seus argumentos têm pouca ou nenhuma sustentação exegética, teológica ou hermenêutica.

A "teologia inclusiva" é uma abordagem segundo a qual, se Deus é amor, aprovaria todas as relações humanas, sejam quais forem, desde que haja este sentimento. Essa linha de pensamento tem propiciado o surgimento de igrejas onde homossexuais, nesta condição, são admitidos como membros e a eles é ensinado que o comportamento gay não é fator impeditivo à vida cristã e à salvação. Assim, desde que haja amor genuíno entre dois homens ou duas mulheres, isso validaria seu comportamento, à luz das Escrituras. A falácia desse pensamento é que a mesma Bíblia que nos ensina que Deus é amor igualmente diz que ele é santo e que sua vontade quanto à sexualidade humana é que ela seja expressa dentro do casamento heterossexual, sendo proibidas as relações homossexuais.

Em segundo lugar, a "teologia inclusiva" defende que as condenações encontradas no livro de Levítico se referem somente às relações sexuais praticadas em conexão com os cultos idolátricos e pagãos, como era o caso dos praticados pelas nações ao redor de Israel. Além disso, tais proibições se encontram ao lado de outras regras contra comer sangue ou carne de porco, que já seriam ultrapassadas e, portanto, sem validade para os cristãos. Defendem ainda que a prova de que as proibições das práticas homossexuais eram culturais e cerimoniais é que elas eram punidas com a morte – coisa que não se admite a partir da época do Novo Testamento. É fato que as relações homossexuais aconteciam inclusive – mas não exclusivamente – nos cultos pagãos dos cananeus.

Contudo, fica evidente que a condenação da prática homossexual transcende os limites culturais e cerimoniais, pois é repetida claramente no Novo Testamento. Ela faz parte da lei moral de Deus, válida em todas as épocas e para todas as culturas. A morte de Cristo aboliu as leis cerimoniais, como a proibição de se comer determinados alimentos, mas não a lei moral, onde encontramos a vontade eterna do Criador para a sexualidade humana. Quando ao apedrejamento, basta dizer que outros pecados punidos com a morte no Antigo Testamento continuam sendo tratados como pecado no Novo, mesmo que a condenação capital para eles tenha sido abolida – como, por exemplo, o adultério e a desobediência contumaz aos pais.
PECADO E DESTRUIÇÃO
Os teólogos inclusivos gostam de dizer que Jesus Cristo nunca falou contra o homossexualismo. Em compensação, falou bastante contra a hipocrisia, o adultério, a incredulidade, a avareza e outros pecados tolerados pelos cristãos. Este é o terceiro ponto: sabe-se, todavia, que a razão pela qual Jesus não falou sobre homossexualidade é que ela não representava um problema na sociedade judaica de sua época, que já tinha como padrão o comportamento heterossexual. Não podemos dizer que não havia judeus que eram homossexuais na época de Jesus, mas é seguro afirmar que não assumiam publicamente esta conduta. Portanto, o homossexualismo não era uma realidade social na Palestina na época de Jesus. Todavia, quando a Igreja entrou em contato com o mundo gentílico – sobretudo as culturas grega e romana, onde as práticas homossexuais eram toleradas, embora não totalmente aceitas –, os autores bíblicos, como Paulo, incluíram as mesmas nas listas de pecados contra Deus. Para os cristãos, Paulo e demais autores bíblicos escreveram debaixo da inspiração do Espírito Santo enviado por Jesus Cristo. Portanto, suas palavras são igualmente determinantes para a conduta da Igreja.

O quarto ponto equivocado da abordagem que tenta fazer do comportamento gay algo normal e aceitável no âmbito do Cristianismo é a suposição de que o pecado de Sodoma e Gomorra não foi o homossexualismo, mas a falta de hospitalidade para com os hóspedes de Ló. A base para esta afirmação é que se diz, no original hebraico, que os homens de Sodoma queriam "conhecer" os hóspedes de Ló (Gênesis 19.5) e não abusar sexualmente deles, como é traduzido em várias versões, como na Almeida atualizada. Já a Nova versão internacional e a Nova tradução na linguagem de hoje dizem que os concidadãos de Ló queriam "ter relações" com os visitantes, enquanto a SBP é ainda mais clara: "Queremos dormir com eles". Usando-se a regra de interpretação simples de analisar palavras em seus contextos, percebe-se que o termo hebraico usado para dizer que os homens de Sodoma queriam "conhecer" os hóspedes de Ló (yadah) é o mesmo termo que Ló usa para dizer que suas filhas, que ele oferecia como alternativa à tara daqueles homens, eram virgens: "Elas nunca conheceram (yadah) homem", diz o versículo 8. "Assim, fica evidente que "conhecer", no contexto da passagem de Gênesis, significa ter relações sexuais. Foi esta a interpretação de Filo, autor judeu do século 1º, em sua obra sobre a vida de Abraão: segundo ele, os homens de Sodoma se acostumaram gradativamente a ser tratados como mulheres."

Ainda sobre o pecado cometido naquelas cidades bíblicas, que acabaria acarretando sua destruição, a "teologia inclusiva" defende que o profeta Ezequiel claramente diz que o erro daquela gente foi a soberba e a falta de amparo ao pobre e ao necessitado (Ez 16.49). Contudo, muito antes de Ezequiel, o "sodomita" era colocado ao lado da prostituta na lei de Moisés: o rendimento de ambos, fruto de sua imoralidade sexual, não deveria ser recebido como oferta a Deus, conforme Deuteronômio 23.18.
Além do mais, quando lemos a declaração do profeta em contexto, percebemos que a soberba e a falta de caridade era apenas um entre os muitos pecados dos sodomitas. Ezequiel menciona as "abominações" dos sodomitas, as quais foram a causa final da sua destruição: "Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranquilidade teve ela e suas filhas; mas nunca amparou o pobre e o necessitado. Foram arrogantes e fizeram abominações diante de mim; pelo que, em vendo isto, as removi dali" (Ez 16.49-50). Da mesma forma, Pedro, em sua segunda epístolas, refere-se às práticas pecaminosas dos moradores de Sodoma e Gomorra tratando-as como "procedimento libertino".

Um quinto argumento é que haveria alguns casos de amor homossexual na Bíblia, a começar pelo rei Davi, para quem o amor de seu amigo Jônatas era excepcional, "ultrapassando o das mulheres" (II Samuel 1.26). Contudo, qualquer leitor da Bíblia sabe que o maior problema pessoal de Davi era a falta de domínio próprio quanto à sua atração por mulheres. Foi isso que o levou a casar com várias delas e, finalmente, a adulterar com Bate-Seba, a mulher de Urias. Seu amor por Jônatas era aquela amizade intensa que pode existir entre duas pessoas do mesmo sexo e sem qualquer conotação erótica. Alguns defensores da "teologia inclusiva" chegam a categorizar o relacionamento entre Jesus e João como homoafetivo, pois este, sendo o discípulo amado do Filho de Deus, numa ocasião reclinou a sua cabeça no peito do Mestre (João 13.25). Acontece que tal atitude, na cultura oriental, era uma demonstração de amizade varonil – contudo, acaba sendo interpretada como suposta evidência de um relacionamento homoafetivo. Quem pensa assim não consegue enxergar amizade pura e simples entre pessoas do mesmo sexo sem lhe atribuir uma conotação sexual.
"TORPEZA"
Há uma sexta tentativa de reinterpretar passagens bíblicas com objetivo de legitimar a homossexualidade. Os propagadores da "teologia gay" dizem que, no texto de Romanos 1.24-27, o apóstolo Paulo estaria apenas repetindo a proibição de Levítico à prática homossexual na forma da prostituição cultual, tanto de homens como de mulheres – proibição esta que não se aplicaria fora do contexto do culto idolátrico e pagão. Todavia, basta que se leia a passagem para ficar claro o que Paulo estava condenando. O apóstolo quis dizer exatamente o que o texto diz: que homens e mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza, e que se inflamaram mutuamente em sua sensualidade – homens com homens e mulheres com mulheres –, "cometendo torpeza" e "recebendo a merecida punição por seus erros". E ao se referir ao lesbianismo como pecado, Paulo deixa claro que não está tratando apenas da pederastia, como alguns alegam, visto que a mesma só pode acontecer entre homens, mas a todas as relações homossexuais, quer entre homens ou mulheres.

É alegado também que, em I Coríntios 6.9, os citados efeminados e sodomitas não seriam homossexuais, mas pessoas de caráter moral fraco (malakoi, pessoa "macia" ou "suave") e que praticam a imoralidade em geral (arsenokoites, palavra que teria sido inventada por Paulo). Todavia, se este é o sentido, o que significa as referências a impuros e adúlteros, que aparecem na mesma lista? Por que o apóstolo repetiria estes conceitos? Na verdade, efeminado se refere ao que toma a posição passiva no ato homossexual – este é o sentido que a palavra tem na literatura grega da época, em autores como Homero, Filo e Josefo – e sodomita é a referência ao homem que deseja ter coito com outro homem.

Há ainda uma sétima justificativa apresentada por aqueles que acham que a homossexualidade é compatível com a fé cristã. Segundo eles, muitas igrejas cristãs históricas, hoje, já aceitam a prática homossexual como normal – tanto que homossexuais praticantes, homens e mulheres, têm sido aceitos não somente como membros mas também como pastores e pastoras. Essas igrejas, igualmente, defendem e aceitam a união civil e o casamento entre pessoa do mesmo sexo. É o caso, por exemplo, da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos – que nada tem a ver com a Igreja Presbiteriana do Brasil –, da Igreja Episcopal no Canadá e de igrejas em nações européias como Suécia, Noruega e Dinamarca, entre outras confissões. Na maioria dos casos, a aceitação da homossexualidade provocou divisões nestas igrejas, e é preciso observar, também, que só aconteceu depois de um longo processo de rejeição da inspiração, infalibilidade e autoridade da Bíblia.
Via de regra, essas denominações adotaram o método histórico-crítico – que, por definição, admite que as Sagradas Escrituras são condicionadas culturalmente e que reflete os erros e os preconceitos da época de seus autores. Desta feita, a aceitação da prática homossexual foi apenas um passo lógico. Outros ainda virão. Todavia, cristãos que recebem a Bíblia como a infalível e inerrante Palavra de Deus não podem aceitar a prática homossexual, a não ser como uma daquelas relações sexuais consideradas como pecaminosas pelo Senhor, como o adultério, a prostituição e a fornicação.

Contudo, é um erro pensar que a Bíblia encara a prática homossexual como sendo o pecado mais grave de todos. Na verdade, existe um pecado para o qual não há perdão, mas com certeza não se trata da prática homossexual: é a blasfêmia contra o Espírito Santo, que consiste em atribuir a Satanás o poder pelo qual Jesus Cristo realizou os seus milagres e prodígios aqui neste mundo, mencionado em Marcos 3.22-30.
Consequentemente, não está correto usar a Bíblia como base para tratar homossexuais como sendo os piores pecadores dentre todos, que estariam além da possibilidade de salvação e que, portanto, seriam merecedores de ódio e desprezo. É lamentável e triste que isso tenha acontecido no passado e esteja se repetindo no presente. A mensagem da Bíblia é esta: "Todos pecaram e carecem da glória de Deus", conforme Romanos 3.23. Todos nós precisamos nos arrepender de nossos pecados e nos submetermos a Jesus Cristo, o Salvador, pela fé, para recebermos o perdão e a vida eterna.

Lembremos ainda que os autores bíblicos sempre tratam da prática homossexual juntamente com outros pecados. O 20º capítulo de Levítico proíbe não somente as relações entre pessoas do mesmo sexo, como também o adultério, o incesto e a bestialidade. Os sodomitas e efeminados aparecem ao lado dos adúlteros, impuros, ladrões, avarentos e maldizentes, quando o apóstolo Paulo lista aqueles que não herdarão o Reino de Deus (I Coríntios 6.9-10). Porém, da mesma forma que havia nas igrejas cristãos adúlteros e prostitutas que haviam se arrependido e mudado de vida, mediante a fé em Jesus Cristo, havia também efeminados e sodomitas na lista daqueles que foram perdoados e transformados.
COMPAIXÃO

É fundamental, aqui, fazer uma importante distinção. O que a Bíblia condena é a prática homossexual, e não a tentação a esta prática. Não é pecado ser tentado ao homossexualismo, da mesma forma que não é pecado ser tentado ao adultério ou ao roubo, desde que se resista. As pessoas que sentem atração por outras do mesmo sexo devem lembrar que tal desejo é resultado da desordem moral que entrou na humanidade com a queda de Adão e que, em Cristo Jesus, o segundo Adão, podem receber graça e poder para resistir e vencer, sendo justificados diante de Deus.

Existem várias causas identificadas comumente para a atração por pessoas do mesmo sexo, como o abuso sexual sofrido na infância. Muitos gays provêm de famílias disfuncionais ou tiveram experiências negativas com pessoas do sexo oposto. Há aqueles, também, que agem deliberadamente por promiscuidade e têm desejo de chocar os outros. Um outro fator a se levar em conta são as tendências genéticas à homossexualidade, cuja existência não está comprovada até agora e tem sido objeto de intensa polêmica. Todavia, do ponto de vista bíblico, o homossexualismo é o resultado do abandono da glória de Deus, da idolatria e da incredulidade por parte da raça humana, conforme Romanos 1.18-32.
Portanto, não é possível para quem crê na Bíblia justificar as práticas homossexuais sob a alegação de compulsão incontrolável e inevitável, muito embora os que sofrem com esse tipo de impulso devam ser objeto de compaixão e ajuda da Igreja cristã.

É preciso também repudiar toda manifestação de ódio contra homossexuais, da mesma forma com que o fazemos em relação a qualquer pessoa. Isso jamais nos deveria impedir, todavia, de declarar com sinceridade e respeito nossa convicção bíblica de que a prática homossexual é pecaminosa e que não podemos concordar com ela, nem com leis que a legitimam. Diante da existência de dispositivos legais que permitem que uma pessoa deixe ou transfira seus bens a quem ele queira, ainda em vida, não há necessidade de leis legitimando a união civil de pessoas de mesmo sexo – basta a simples manifestação de vontade, registrada em cartório civil, na forma de testamento ou acordo entre as partes envolvidas. O reconhecimento dos direitos da união homoafetiva valida a prática homossexual e abre a porta para o reconhecimento de um novo conceito de família. No Brasil, o reconhecimento da união civil de pessoas do mesmo sexo para fins de herança e outros benefícios aconteceu ao arrepio do que diz a Constituição: "Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento" (Art. 226, § 3º).

Cristãos que recebem a Bíblia como a palavra de Deus não podem ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, uma vez que seria a validação daquilo que as Escrituras, claramente, tratam como pecado. O casamento está no âmbito da autoridade do Estado e os cristãos são orientados pela Palavra de Deus a se submeter às autoridades constituídas; contudo, a mesma Bíblia nos ensina que nossa consciência está submissa, em última instância, à lei de Deus e não às leis humanas – "Importa antes obedecer a Deus que os homens" (Atos 5.29). Se o Estado legitimar aquilo que Deus considera ilegítimo, e vier a obrigar os cristãos a irem contra a sua consciência, eles devem estar prontos a viver, de maneira respeitosa e pacífica em oposição sincera e honesta, qualquer que seja o preço a ser pago.
Augustus Nicodemus Lopes é pastor presbiteriano, mestre e doutor em interpretação Bíblica pelo Potchefstroom University (Africa do Sul), Westminster Theological Seminary (Estados Unidos) e Theologische Universiteit te Kampen (Holanda)


A igreja selada e perseguida e a sétima trombeta (Ap. 11:1-19).

Introdução: Vimos no capítulo 10 sobre o anjo forte com o livrinho na mão e como João recebeu ordem de comer o livro e depois profetizar. A igreja precisa interiorizar a Palavra, comê-la e proclamá-la. Essa palavra é doce e também é amarga. Doce para quem a proclama, amarga para quem a rejeita. Ela traz vida e também juízo.

1)    A igreja é representada pelo santuário de Deus sendo medido (Ap. 11:12).
Ø O que representa esse santuário? Simboliza a igreja verdadeira, ou seja, todas as pessoas salvas, todos os verdadeiros filhos de Deus que o adoram em espírito e em verdade.

Ø Esses que são medidos são os verdadeiros adoradores, o verdadeiro Israel de Deus, a verdadeira igreja em contraste com os gentios, aqueles que permanecem na sua impiedade, e vão perseguir a igreja e adorar o anticristo.

Ø  O que simbolizam esses quarenta e dois meses (1260 dias)? Esse período não é literal. Ele fala da perseguição do mundo durante todo o período da igreja, da primeira à segunda vinda de Cristo.

Ø No livro de Apocalipse  esse tempo representa: o tempo em que a cidade santa é oprimida (Ap. 11:2), o tempo em que as duas testemunhas executam o seu testemunho (Ap. 11:3), a mulher celestial, a igreja, será preservada no deserto (Ap. 12:6,14), e o tempo em que a besta tem permissão para exercer sua autoridade (Ap. 13:5). Esse é o período que Satanás exerce o seu poder no mundo, especialmente nos últimos dias, com a atuação do anticristo.

2)    A igreja é representada pelas duas testemunhas (Ap. 11:3-14).
Ø Quem são essas duas testemunhas? Uns entendem que elas falam de Enoque e Elias. Alguns acreditam assim, em virtude de que esses foram os dois homens que subiram para o céu sem experimentarem a morte. Outros, entendem que elas falam de Moisés e Elias (Mt 17).

Ø Na verdade, João vê essas duas testemunhas como características desses dois profetas. Elias é representado, nos versos 5 e 6 e Moisés é representado no verso 6 b. Moisés e Elias (A lei e os profetas) representam toda a igreja; essas duas testemunhas são o povo de Deus na terra, a igreja de Deus no mundo, o povo de Deus entre as nações, aqueles para quem o evangelho é doce em meio àqueles os quais o evangelho é amargo.

Ø A Lei (Moises) é a revelação da verdade de Deus. Ele deseja que saibamos o que é real. Há inteligibilidade na criação, e Deus a mostra para nós: nas rochas e no clima, na imoralidade e no pensamento, na oração e no culto.

Ø A profecia (Elias) é a aplicação imediata da verdade na história corrente e pessoal. A profecia se dirige à vontade, com um convite para participarmos da vontade de Deus.

2.1) Duas testemunhas: agencia missionária na terra.
Ø Primeiro, as duas testemunhas são duas oliveiras e dois candeeiros (Ap. 11:4). Estas duas figuras são encontradas em Zacarias 4:1-7, referindo-se a Josué e Zorobabel que anunciam a Palavra no poder do Espírito para restaurar Israel (Sl 52:8).

Ø Segundo, assim como os missionários eram enviados de dois em dois, assim a igreja cumpre a sua missão no mundo.

Ø Terceiro, assim como o fogo do juízo e condenação saíram da boca de Jeremias (Jr 5.14), devorando os inimigos de Deus, assim também a igreja anuncia os juízos de Deus aos ímpios.

Ø Quarto, assim como Elias orou e o céu fechou-se e Moisés recebeu autoridade para converter a água em sangue, assim também quando o mundo rejeita a mensagem, ele se expõe ao juízo de Deus. Somos perfumes de vida e aroma de morte para a morte (2 Co 2.15-16).

2.2) Cinco verdades solenes sobre a igreja.
Ø Em primeiro lugar, a igreja será indestrutível até cumprir cabalmente a sua missão (Ap. 11:7). A igreja é provada, mas, não desamparada. As testemunhas são preservadas até concluírem o seu testemunho. Sua VOCAÇÃO é adorar a Deus (santuário) e PROCLAMAR a Palavra (testemunha). Satanás não pode deter o avanço da igreja (Mt 16:18).

Ø EM SEGUNDO LUGAR, a igreja será perseguida e sofrerá a morte (Ap. 11:7-9). O espírito do anticristo sempre esteve no mundo (1 João 2:18-22). O anticristo vai fazer guerra e os vencer (Ap. 13:7). Ele é o homem da iniqüidade (2 Ts 2:3-9). Ele vai querer ser adorado como Deus (Ap. 13.8). bem próximo ao fim da história, haverá uma terrível matança contra a igreja e ela dará todas as evidencias de estar por baixo. Jesus disse que se esse tempo não fosse abreviado a igreja não suportaria (Mt 24:11). A igreja sofrerá mas continuará indestrutível.

Ø Em terceiro lugar, a vitória do mundo sobre a igreja será passageira e infundada (Ap. 11:8-11). Essa cidade é o mundo hostil a Deus e à igreja. O mundo sempre teve a pretensão de destruir a igreja de Cristo. As perseguições desde o começo visaram banir a igreja e calar a sua voz. Os homens ímpios odeiam a Palavra de Deus. Exemplos na história: A Noite de São Bartolomeu (1572): 70.000 huguenotes morreram; Revolução Francesa (1789) e Revolução Russa (1917).

Ø “Há uma celebração festiva: Moises morreu – não temos mais que nos lembrar do objetivo da criação. Elias morreu – não precisamos mais pensar no destino que nos espera! Estamos livres para explorar a terra, oprimir os inimigos, manipular os amigos, desfrutar de nossas emoções e mimar nossos corpos”.

Ø Em quarto lugar, a ressurreição gloriosa  da igreja (Ap. 11:11). Esses três dias e meio representam um numero simbólicos. A igreja que experimentou a comunhão no sofrimento de Cristo, agora experimenta o poder da sua ressurreição (1 Ts 4:16-17 e 1 Co 15:52).

Ø Em quinto lugar, o terror indescritível dos ímpios (Ap. 11:13-14). A alegria do mundo transformar-se rapidamente em grande temor. A terra está tremendo. É o mesmo quadro de apocalipse 6:12. Os ímpios são cobertos de terror.

CONCLUSÃO: João destaca quatro verdades: 1) um anuncio de vitória. O céu prorrompe em vozes  de exaltação a Cristo (Ap. 11.15). Lembremos que a parousia aponta o fim das oportunidades, e não é um dia, mas “dias” (Ap. 10:7).2) O reinado vitorioso e eterno de Deus e di seu Cristo é proclamado pelos anjos (Ap. 11:15). 3) uma aclamação de louvor (Ap. 11:16-17). 4) a igreja anuncia as cenas do juízo final, onde as glórias da igreja serão contrastadas com o tormento dos ímpios (Ap. 11:18).