terça-feira, 30 de janeiro de 2024

 Epafrodito – Fp 2.25-30 

Introdução

Epafrodito era um cristão da igreja de Filipos. Em Atos 16 descreve que Paulo chegou nesta cidade europeia e começou a evangelizar, tendo os primeiros frutos, como: Lídia, a comerciante de Tiatira; a menina endemoninhada que era usada como escrava e o carcereiro. E, Epafrodito, também era fruto do ministério de Paulo. 

Depois, ele se tornou um obreiro desta igreja, servindo em alguma função ministerial. Foi enviado pela igreja de Filipos para visitar Paulo, que estava aprisionado em Roma, e deveria levar uma oferta financeira da igreja para ajudar o apostolo com suas despesas. A igreja de Filipos havia contribuído com Paulo no seu sustento. Agora, Paulo diz: “...compartilhou comigo no tocante a dar e receber...” (Fp 4.15). A oferta ou dizimo tem duas coisas: “dar” que se refere as despesas e “receber” que se refere recibos ou contas. Tudo estava sendo contabilizado no céu.

E diz mais sobre as ofertas: O apostolo Paulo recebeu “de Epafrodito o que enviastes, um aroma perfumado, um sacrifício aceitável e agradável a Deus” (Fp 4.18).  Mas, as ofertas são atos de adoração a Deus. Paulo usa uma imagem do Antigo Testamento, quando o incenso era derramado sobre o sacrifício, liberando um aroma perfumado que subia ao céu. O cheiro suave retratava o prazer que o sacrifício proporcionava a Deus. 



 Ele termina dizendo:O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus” (Fl  4:19).  Quais eram os qualificativos desse servo notável? E o que podemos aprender e aplicar em nossa própria vida?

1)     Qualificativos

A primeira coisa que se percebe sobre Epafrodito é que ele era um verdadeiro crente, um cristão, em Jesus Cristo. Ele nasceu de novo, abandonou a velha vida e vivia em novidade de vida. No verso 25 há uma série de descrições sobre esse homem: “Meu irmão, cooperador, companheiro de lutas, mensageiro e ministro”. Não há outro versículo na Bíblia em que uma pessoa recebe tantos elogios.  

Portanto, o primeiro qualificativo do apostolo Paulo à Epafrodito é “meu irmão”. Esse homem era um irmão genuíno. Quando Paulo usa a expressão “meu irmão”, envolve profunda afeição, indicando um relacionamento próximo e caro ao apostolo.

A segunda qualificação é “cooperador”. Epafrodito estava de ombro a ombro com o apostolo Paulo. Ambos labutavam na obra do Senhor, arando juntos na mesma seara, a seara do mestre. Todos os crentes deveriam ser assim, porque os que estão em Cristo são salvos para servir. Todo discipulo de Cristo tem responsabilidade familiares que o Pai lhes atribui. 


A igreja é multifacetada, tem as irmãs que cooperam nas regências, tem os diáconos cooperando para o bom andamento do culto, tem os cooperados da escola dominical, tem os pregadores que cooperam em pregar a palavra de Deus, tem os cooperadores no culto de oração, tem os cooperadores que são professores da escola dominical, etc.  Como você tem investido sua vida em prol do evangelho?

A terceira qualificação, Paulo designa Epafrodito como “companheiro de luta” (Fp 2.25). Quanto mais nos envolvemos para o Senhor, mais vivenciamos a guerra pela causa do evangelho. Epafrodito está na batalha com Paulo, sua dedicação se evidencia visivelmente em meio a essa prisão. Nos momentos difíceis, tornou-se mais visível onde estava a sua maior lealdade. Sair de Filipos, um percurso de 1300 km em quarenta dias, era se colocar na linha de frente da guerra espiritual. 

Outra coisa, quando as pessoas visitavam prisioneiros que eram mantidos sob as autoridades romanas, eram com frequência, pré-julgadas como tipos criminosos também. A palavra usada por Paulo é parabolani – é uma palavra que significa “arriscar a própria vida... jogar”. Foi o que Epafrodito fez.

A quarta qualificação, Paulo se refere ainda a Epafrodito como “mensageiro”. A palavra “mensageiro” vem da palavra “apostolus” é traduzida como “apostolo”: aquele que é enviado em uma missão oficial. Todo cristão é enviado por Deus com palavras de encorajamento aos necessitados. Onde quer que a vontade de Deus nos leve, seja cruzando o Oceano, seja do outro lado da rua, seja em nas escolas e faculdades devemos levar uma mensagem de edificação e coragem a outros crentes e também aos incrédulos do mundo.

A quinta qualificação é descrito por Paulo como um “ministro para a minha necessidade”. A palavra aqui traduzida por “ministro” é usada apenas cinco vezes no Novo Testamento. Ministro é uma pessoa que realiza o serviço sacerdotal no templo, cuidando das coisas sagradas e servo do rei. Enquanto Epafrodito está servindo a Paulo, está, na realidade, oferecendo ao Senhor o sacrifício de sua própria vida. 

2)     As emoções dos humildes

“Ele sente saudades de todos vós e estava angustiado por saberdes que ele havia adoecido” (Fl 2.26). A palavra “saudade” carrega o significado de um desejo intenso. Epafrodito está tomado por sentimentos profundos e intensos por seus irmãos da igreja em Filipos. Ele é alguém que sente profundo afeto por outras pessoas, especialmente as da família de Deus. Está realmente preocupado com seus irmãos porque descobriram o quanto ele estava doente; em vez de mergulhar na autopiedade, sente-se consternado por eles estarem preocupados com ele. 

Ele não estava apenas doente, mas às portas da morte. Ainda assim, seu foco não está em si mesmo, mas nos filipenses. Ele se preocupa mais com a reação deles à sua doença do que com sua própria saúde. Embora Epafrodito estivesse “doente à beira da morte...Deus se compadeceu dele” (Fl 2.27).

Deus poupou a sua vida. Paulo acrescenta que Deus teve misericórdia “também de mim”. Isso indica o quanto Epafrodito era valioso para Paulo e seu ministério “para que eu não tivesse uma tristeza após outra” (Fl 2.27).  Paulo tinha profundo afeto por aqueles ao lado de quem servia e a quem pregava.

Conclusão

Paulo escreve: “Por isso eu o envio a vós com mais urgência, para que vos alegreis vendo-o outra vez” (Fl 2.28). Primeiro, foi a igreja de Filipos que enviou Epafrodito para dar toda assistência necessária ao apostolo Paulo. Agora, Paulo envia-o de volta para a igreja de Filipenses e novamente ele está disposto a ir. Aliás, ele está disposto a ir em qualquer lugar, fazer qualquer coisa e pagar qualquer preço. Mantém sua vida em aberto você  fará o que quer que seja necessário para fazer avançar a causa de Cristo.

Indo para Roma a causa de Cristo está rompendo, voltando para Filipos, a causa de Cristo está rompendo. Em Roma, ou em Filipos, o reino cresce onde estou em obediência ao meu mestre.

“E peço que vocês o recebam no Senhor com grande alegria e honrem homens como este”. Primeiro, recebais com alegria, com regozinho, com gozo, com prazer, vivacidade. Segundo, “honrem homens como este”. Será que esse versículo poderia colocar em nossa carta de recomendação? Será que essa segunda parte pode se aplicar a todos os cristãos?  

Ao honrarem Epafrodito, os filipenses estarão reconhecendo na terra a verdadeira grandeza que está sendo reconhecido no céu, dando honra a quem a honra é devida. Homens como ele, que sacrificam a vida na vinha de Deus, devem ser altamente considerados na igreja. 


 

domingo, 28 de janeiro de 2024

 Quando Deus chama um homem – Jr 1.5-13 

Introdução

Qual é o significado do nome Jeremias? Pode ser “aquele que exalta o Senhor”, ou “O Senhor lança”. O que os pais de Jeremias pensaram quando lhe deram esse nome? Talvez, através de Jeremias, Deus seria exaltado, o nome de Deus seria manifesto no meio do seu povo. Ou, com um olhar de esperança, seus pais, anteviram que ele seria a lança de Deus, a lança de esperança, no meio do seu povo.

1)     Jeremias

O que sabemos sobre Jeremias? O nome de seu pai, Hilquias, e sua profissão: sacerdote. Logo, Jeremias seria um sacerdote. Ela nasceu numa localidade chamada Anatote. Cresceu na época do rei Josias, um rei piedoso, que fez muitas reformas religiosas.

Então, em sua juventude, Deus lhe chamou para ser profeta. Deus é o soberano, Ele é o Senhor. Duas coisas sobre ser profeta: Deus é vivo, é pessoal e ativo. Jesus morreu, foi sepultado e no terceiro dia, ressuscitou e, todo o poder lhe foi dado nos céus e na terra. Segundo, vivemos num mundo cabuloso, feio, desconjutado, desvanecido pelo pecado. Portanto, a função do profeta é anunciar que Jesus está vivo, ele vive, ele é o caminho, a verdade e a vida.

Diante do chamamento de Deus, ele responde: “...eis que não sei falar, porque não passo de uma criança” (Jr 1.6). Como assim? Não sei falar, não passo de uma criança! Nos versículos anteriores Deus falara ao profeta: “Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci...”. Antes, dos teus pais casarem, antes dos teus avós....eu já lhe conhecia...

Depois, Deus lhe diz: “...antes que saísses do ventre da sua mãe, te consagrei”. Consagrado, significa ser colocado em separado para o lado de Deus. Do outro lado, tem maldade, crueldade, infelicidade, imoralidade sexual, vícios com drogas e cigarros, ignorância, etc. Mas, ele lhe consagrei, lhe chamei, coloquei sobre você o meu carimbo, você é meu....é ser santo, é fazer parte do exercito de Deus, é estar do lado de Deus.

E, por fim, “...te constitui profeta às nações”. A palavra constitui significa “dei”. Como assim profeta as nações? Ora, eu não sei nem falar!! Muita gente tem fugido da sua responsabilidade: Eu não tenho experiencia, não fiz um curso de teologia, não terminei nem o ensino fundamental, aliás, não tenho tempo. E para piorar, sou gago...

Mas, Deus lhe diz: “Não diga que é muito jovem. A todos a quem eu o enviar você irá e dirá tudo o que eu lhe ordenar...  O Senhor estendeu a mão, tocou a minha boca e disse-me: "Agora ponho em sua boca as minhas palavras” (Jr 1.7,9).

Deus chama homens e mulheres para serem suas bocas. João Batista foi indagado se ele era o Messias, ele disse que não. Então, lhe perguntaram: Quem é você? Ele responde: Eu sou a voz do que clama no deserto (Jo 1.23). Ele ouve a voz e reverbera. Não sou a voz, sou o eco. Ouço o que ele fala e reproduzo. O eco só fala o que a voz fala, a voz sempre é mais forte do que o eco.

2)     Duas visões

O que você vê Jeremias?” Deus pergunta. Ele responde: “vejo uma vara de amendoeira” (Jr 1.11). “Viste bem, pois velo pela minha palavra para cumprir” (v.12). “Amedondeira” shaqued e velo (shoqued). A geração de Jeremias estava questionando Deus, achando que Deus não cumpria mais suas palavras. Então, Deus lhe diz, profetiza a minha palavra, vou mostrar pra essa geração que a minha palavra é “Viva e eficaz e mais penetrante do que espada de dois gumes, e vai até o ponto de dividir alma e espirito, e é apta para discernir os pensamentos e as intenções do coração” (Hb 4.12).

Novamente, Deus pergunta para Jeremias: “O que você vê Jeremias? Ele responde: “vejo uma panela fervendo; ela está inclinada do norte para cá” (v.13). a panela é um símbolo do juízo de Deus. São os inimigos de Jerusalém marchando para uma invasão. Esta invasão aconteceria naqueles em pouco tempo.

Vivemos a época do fim dos tempos, época de julgamento, época de falsos profetas, apóstolos, etc. Época de guerra e rumores de guerra; época de esfriamento dos irmãos, muitos estão abandonando a fé cristã. Mas, Deus está dizendo, tem uma panela quente fervendo, uma mensagem de juízo para aqueles que estão dormindo, desacreditados da palavra do Senhor.

E você, não vai se decidir?

 

 

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

 Discípulo de Cristo – Mt 10.1-7 

Introdução

Jesus chamou os seus discípulos. Eram gente comum, a maioria pescadores. Tinham empregos, famílias, manias e vida social. “...Pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humano; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são” (1 Co 1.26-28). Nenhum deles, quando chamados por Cristo, faziam ideia de que sua vida mudaria de forma tão rápida e completa.

Tudo acerca de Jesus – seu ensino, compaixão e sabedoria, sua vida, morte e ressureição, seu poder, autoridade e chamado – transformaria cada aspecto da vida deles a partir desse dia. Esses homens simples ficaram diante de alguns dos mais poderosos governantes da terra, acusados de causar “alvoroço por todo mundo” (Atos 17.6). 



1)     O que é ser discipulo?

A palavra discipulo se refere a um estudante ou aprendiz, ou “aluno repectivo ao ensinamento”. Nos dias de Jesus, os discípulos seguiam seu Rabi (mestre). Os rabinos eram professores, os mais importantes foram: Shamai, Hilel, Gamaliel e Nicodemos, etc. Todos estavam debaixo da autoridade de um mestre. Portanto, discipulo é um seguidor e, portanto, tornar-se seguidor de Jesus consiste simplesmente em obedecer ao seu chamado para segui-lo.

Em Mateus 4.17, Jesus disse: “Arrependam-se, pois o reino dos céus está próximo” Arrepender-se significa “virar-se”, “voltar-se”, “mudar de direção”, “retornar”. No grego é metaneo, e denota o conceito de “mudança de mente”. Há aqui a ideia de mudar de direção e rumar para o lado oposto. Então, por quê devo me arrepender? “Por que o reino dos céus está próximo”! 

Arrependimento é virar-se, dar as costas a maneira como vivemos e pensamos atualmente. “Todos pecaram e estão destituídos da gloria de Deus” (Rm 3.23). Todos somos pecadores, todos temos a tendência para o mal. Adiante, Romanos explica que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Ou seja, o pecado produziu a morte eterna (separação de Deus) e a morte física.

Mas, então surge uma maravilhosa verdade: “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pescadores” (Rm 5.8). Então, a pena de morte que era contra nós, Jesus levou sobre si na cruz do calvário. E como sou salvo? “Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus ressuscitou dentre os mortos, será salvo” (Rm 10.9). 

Portanto, somos salvos pela graça mediante a fé em Jesus Cristo. “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sois salvos” (Ef 2.4-5).

2)     Graça

Tudo na salvação diz respeito à graça de Deus “Pois a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo” (Jo 1.17). . Não há absolutamente nada que você pode fazer para se salvar ou conquistar o favor divino. Paulo disse: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9). Tudo o que a salvação requer é a fé: você acredita que Jesus é quem afirma ser? 

Contudo, tenha em mente que, embora seja simples assim, não é algo fácil. A fé em Jesus significa crer que ele é o Senhor “Se você confessar com a sua boca que Jesus Cristo é o Senhor” (Rm 10.9). O que a palavra Senhor significa? Por vezes nós pensamos em “Senhor” como sendo outro nome para Deus, mas, na verdade, trata-se de um título. Refere-se a um mestre, um proprietário, alguém que está em posição de autoridade.

Voce realmente acredita que Jesus é o seu Senhor? Acredita que ele é o seu proprietário – que você de fato pertence a ele? O apostolo Paulo é bastante firme quando nos diz: “Acaso não sabem que ...vocês não são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo” (1 co 6.19-20). Conde Zindedorf, homem que foi criado em um lar piedoso, somente entendeu o senhorio de Jesus, em uma viagem pela Europa, numa galeria de arte, ao ver um quadro de Cristo coroado de espinho com a seguinte inscrição: “Eu tudo fiz por ti, o que fazes tu por mim”. Foi tocado profundamente e dedicou sua vida ao senhorio de Cristo. 

No entanto, infelizmente, muitos na igreja querem confessar Jesus como salvador, isto é, acredita que ele morreu na cruz pelos seus pecados. Mas, não querem confessá-lo como Senhor. Quem não confessou Jesus como Senhor ainda não teve uma experiencia de salvação. Paulo depois da estrada de Damasco, afirma: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vivem em mim” (Gl 2.20). Ele tem que ser o Senhor da nossa vida, da nossa casa, do nosso namoro, do nosso casamento, ou seja, Senhor em todos os aspectos da vida.

3)     A grande comissão

Jesus andou com seus discípulos por três anos. Ensinou, pregou, curou, ressuscitou e os discípulos viram e contemplaram tudo o que Jesus fez. Conforme ele disse, “importa que o filho do homem seja entregue nas mãos de pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia” (Lc 24.7). Assim, sucedeu. No terceiro dia, ele ressuscitou, apareceu aos seus discípulos por quarenta dias e deixou uma comissão:

“Foi-me dada toda autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em Nome do Pai e do Filho e do Espirito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que lhes ordenei. E eu estarei com vocês, até o fim dos tempos” (Mt 28.18-20). 

Os discípulos obedeceram a Jesus, ficaram em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder. Todos foram cheios do Espirito Santo e passaram a falar em outras línguas. Em seguida, os discípulos colocaram em pratica a grande comissão, começando por Jerusalém, Judéia, Samaria e os confins da terra. Em menos de trinta anos, toda aquela região (Asia, norte da Africa e Europa) foi evangelizada pelos apóstolos e seus discípulos.

Mas, e a igreja atual? E a igreja Betesda de Posto da Mata? Será que tem encarado, como Jesus, a multidão ao nosso redor como “aflita e desamparada”. Será que temos orado ao “Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua seara?” (Mt 9.38). Será que temos ouvido as vozes de lamento, de choro, de sofrimento ao nosso redor?

Portanto, a grande comissão de Jesus é a missão da vida da igreja. A igreja vive para isso. A grande comissão é o que nos define como igreja. Um discipulo de Cristo tem que ser um discipulador. Aqui na grande comissão temos três ações: ir, batizar pessoas e ensiná-las a obedecer a tudo o que Jesus ordenou. Ou seja, ir até as pessoas, incentivá-las a seguir Jesus (batismo) e, por fim, ensiná-las a obedecer aos mandamentos de Cristo.

Conclusão:

Primeiro, “Vão e façam discípulos de todas as nações”. O ide de Jesus não está limitado aos missionários transculturais. Não! Diz respeito aos cristãos. O ide de Jesus é um estilo de vida. É falar ao amigo do trabalho, na família, amigo da faculdade, vizinhos, comércio, etc, que Jesus é o Salvador. É contar sua experiencia de salvação, é convidá-lo para participar do culto, etc. Nossa cidade tem que saber a respeito de Jesus. 

Segundo, “batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espirito Santo”. O batismo significa que você é discipulo, seguidor, cristão. Assim como Jesus morreu e foi sepultado na terra, também o cristão é mergulhado nas águas batismais, simbolizando sua morte para o mundo. Assim como Jesus saiu da tumba num corpo ressurreto, também o cristão emerge das águas do batismo como nova criatura “vivendo em novidade de vida”. 

Terceiro, “ensinando-os a obedecer a tudo o que lhes ordenei”.  O estudo das Escrituras é a maior dádiva da igreja, é o que estamos fazendo agora. Porque a dedicação ao estudo da Palavra de Deus é infinita, sem fim. Quanto mais aprendemos no estudo diário, mais investimos continuamente nas pessoas ao nosso redor; ensinando-as e andando com elas no meio das alegrias e provações da vida. 



Jesus termina dizendo: “E eu estarei com vocês, até o fim dos tempos”. SIM, TODOS OS DIAS, em todos os lugares, em todas as circunstancias, estará conosco!

 

 

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

 A compaixão de Jesus Mt 9.35-38; 10.1-4 

Introdução

“Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do reino e curando todas as enfermidades e doenças” (Mt. 9.35). De acordo com Flavio Josefo, historiador judeu da época de Paulo, havia 204 cidades e vilas na Galiléia, cada uma com não menos do que quinze mil pessoas. Portanto, ao todo eram três milhões de pessoas. Se Jesus falasse em duas cidades por dia, ainda levaria cerca de quatro meses para cobrir todo o território da Galiléia. 

Jesus pregava nas ruas, pregava nas vielas, nas casas, à beira do oceano, nos campos. Onde estava o povo, lá estava Jesus. No entanto, no ato de levar a mensagem do reino, há esgotamento físico (como em Samaria, ele sentou-se no poço para descansar) e o esgotamento emocional (sempre se retirava para orar). Apesar de todas as dificuldades, ele não desanimou. "Minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e completar a sua obra" (Jo 4.34). E, cada dia mais, multidão acorria para vê-lo e receber milagres.

1)     Multidões

“Ao ver as multidões, Jesus sentiu grande compaixão pelas pessoas...”. Compaixão no grego é eram as entranhas do corpo ou, como poderíamos dizer atualmente, as vísceras. Elas são o lugar onde estão localizadas as nossas emoções mais intimas e mais intensas. Constituem o centro donde brota tanto o amor apaixonado como o ódio apaixonado. Quando Jesus era tomado pela compaixão, a fonte de toda vida tremia, o solo de todo amor explodia, e se revelava o abismo de ternura imensa, inexaurível e insondável.  


Quando Jesus vê a multidão, é tocado pelas suas necessidades, estavam coagidas, machucadas “...aflitas e desamparadas”. Como ovelhas sem pastor, elas são exploradas, desorientadas, movendo-se como rebanho, mas raramente sabendo o porquê ou para onde. Por trás do comportamento censurável, pecaminoso, inconsequente, estão a angustia, a exploração, o desespero desarticulado por não saber para onde ir. “Como ovelhas que não tem pastor” (Mt 9.36). Onde, portanto, estão os pastores? Ocupados demais! Ou, muitos cuidando do seu negócio!  


De acordo com os evangelhos Jesus sempre era movido pela compaixão. Veja o caso do leproso: “Jesus, pois, compadecido dele...”. O servo do centurião fora curado pela compaixão de Jesus. A sogra de Pedro fora curada pela compaixão de Jesus. No mar encapelado, quando o barco parecia que ia naufragar, Jesus sentiu compaixão pelos discípulos e, acalmou  o vento e o mar. Os endemoninhados de Gadara foram libertos pela compaixão de Jesus. O paralitico, perdoado e curado, pela compaixão de Jesus.

E quanto ao publicano Mateus? Jesus teve compaixão dele e o chamou para segui-lo. E arrazoa com os fariseus: “Os são não necessitam de médico, mas sim, os doentes” (Mt 9.12). E Jairo, desesperado, atordoado, por causa da sua filha morta? Jesus teve compaixão do homem e curou a sua filha. E, a mulher de fluxo de sangue? Doze anos com uma hemorragia sem cura? Mas, pela compaixão de Jesus, ela foi curada da doença.

As pessoas, lamenta Jesus, são “como ovelhas sem pastor” (Mt 9.36). No Antigo Testamento, Deus guiou o seu povo pelo deserto, durante quarenta anos. Deus é o pastor compassivo que guia, que alimenta, que protege o seu povo. 

2)     A colheita é grande

A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua seara” (Mt 9.36-38).

A palavra “colheita” não significa aqui “tempo da colheita”, uma expressão associada ao juízo de Deus. Ao contrário, ela significa “produtos colhidos”, por causa da palavra grande. Jesus está dizendo que há muitas pessoas, num certo sentido, apenas esperando para ouvir o evangelho do reino. Os campos de pessoas estão prontos, esperando para serem colhidos. Quando Jesus estava na Samaria com aquela mulher, diz aos seus discípulos: “...erguei os olhos e vede os campos, pois estão brancos para a ceifa” (Jo 4.35). As pessoas têm necessidade urgente de trabalhadores que vão e lhes anunciem as boas novas. 

O trigo maduro está pronto para a colheita; mas poucos são os ceifeiros. O campo é o mundo. Precisamos pregar o evangelho em Jerusalém, Judéia, Samaria e os confins da terra, fazendo discípulos de todas as nações. Cada crente deveria ser um ceifeiro, anunciando o evangelho onde Deus te colocou...

O que, portanto, deveria ser feito? Fazer um seminário sobre a necessidade de evangelização? Fazer um curso básico em teologia? Fazer recrutamento de pessoas que querem evangelizar? Não! Não! Não! O primeiro passo é orar, orar ao Senhor da colheita, para que ele envie trabalhadores para sua seara. Temos que orar ao Senhor para que levante homens e mulheres ao campo da colheita. Charles Spurgeon diz que ministros feitos pelos homens são inúteis. A obra de Deus se faz com os joelhos que oram, com os pés que vão e com as mãos que ofertam.  O mundo está clamando por socorro “Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos” (Jr 8.20). Somente Deus pode mudar a história das pessoas, somente Deus pode perdoar os seus pecados, somente Deus. 

O dinheiro pode bancar um curso de teologia; a universidade pode conferir um diploma de teologia; a igreja pode levantar e ordenar presbíteros, pastores e evangelistas. Porém, somente o Espirito Santo pode encher os verdadeiros ministros do evangelho. Sem o Espirito Santo, não tem como Deus te usar.

“...Ele mande mais trabalhadores para a colheita” (Mt 9.38). Deus sempre trabalhou usando pessoas. Levantou o gago Moisés, o inseguro Jeremias, Isaias, Ezequiel, Amós, Pedro, Paulo, Timoteo, etc. É por isso que temos que orar ao Senhor para que levante trabalhadores, homens, mulheres, crianças, adolescentes jovens. Para difundir, levar o evangelho e mostrar o poder do reino de Deus. Os trabalhadores que Deus levanta são dotados de dons espirituais e graça para atender a esse enorme desafio. 

Em Ezequiel, capitulo 22, o profeta lista os pecados repugnantes do povo de Israel, principalmente dos mais ricos, dos comerciantes e dos profetas. Chegando ao fim da lista, lemos: “Seus oficiais são como lobos que despedaçam as presas; derramam sangue e matam gente para obter ganhos injustos. Seus profetas disfarçam esses feitos enganando o povo com visões falsas e adivinhações mentirosas. Dizem: Assim diz o Soberano, o Senhor, quando o Senhor não falou. O povo da terra pratica extorsão e comete roubos; oprime pobres e os necessitados e maltrata os estrangeiros, negando-lhe justiça” (Ez 22.27-29).

Mas a acusação mais contundente de todas vem nas palavras finais do capitulo: “Procurei entre eles um homem que erguesse um muro e se pusesse na brecha diante de mim e em favor dessa terra, para que eu não a destruísse, mas não encontrei nenhum. Por isso derramarei minha ira sobre eles  e os consumirei com meu grande furor; sofrerão as consequencias de tudo o que fizeram” (Ez 22.30,21). 


Conclusão:  a escolha dos discípulos

Jesus chamou seus discípulos para o seguirem. O evangelista Marcos diz que Jesus subiu ao monte e chamou o os que ele mesmo quis, esses vieram para junto dele (Mc 3.13).  O evangelista Lucas diz que Jesus se retirou para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos (lc 6.12). Mateus, por outro lado, não menciona o tempo de oração, somente o chamado dos discípulos. Jesus lhes deu autoridade.

Jesus chamou os apóstolos: Simão Pedro e André (irmãos e pescadores), Tiago e João (os filhos do Trovão), Filipe de Betsaida, Bartolomeu (Natanael – “De Nazaré pode vir alguma coisa?”), Mateus, o publicano; Tomé, o cético; Tiago, filho de Alfeu e Tadeu (nada sabemos sobre eles, não se destacaram); Simão, o zelote; Judas iscariostes  (aquele quem o traiu). 

Autoridade para pregar. Por isso que a pregação é de grande importância na expansão do reino de Deus. É a maior responsabilidade da igreja e a maior necessidade do mundo.

Autoridade para libertar. O homem sem Cristo é um prisioneiro. Prisioneiro dos demônios, do pecado, de suas paixões e do sistema mundano. Somente Jesus pode libertar o ser humano de suas prisões.

Autoridade para curar. O pecado produziu no homem doenças e enfermidades. Na missão de Jesus está a cura das doenças físicas. Os apóstolos curaram enfermos, purificaram leprosos, expulsaram demônios e ressuscitaram mortos. 



 

 

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

 A filha de Jairo e a mulher de fluxo Mt 9. 18-26 

Introdução

Temos meditativo em alguns cultos sobre o significado de seguir Jesus e seus desdobramentos. Seguir Jesus é uma decisão radical é negar a si mesmo e levar sua cruz e segui-lo. Seguir Jesus é saber que virá tempestade no meio da jornada, mas, o Senhor do vento e do mar está no nosso barco. Seguir Jesus é ver pessoas endemoninhadas sendo libertadas pelo poder de Deus. Seguir Jesus é saber que ele é tem poder de perdoar pecados e fazer paralitico andar. Seguir Jesus é saber que ele veio não veio para os que tem saúde, mas para os doentes, rejeitados.

1)     Jairo

Jairo era dirigente da Sinagoga, pastor, responsável pelo culto, pela pregação, pela dinâmica de toda liturgia. Todas as famílias se reuniam semanalmente na sinagoga para aprender, aprofundar-se, comungar em relacionamentos.

Jesus era cercado constantemente pela multidão e, então, naquele dia apareceu Jairo, desesperado e “...ajoelhou-se diante de Jesus e disse: Minha filha acaba de morrer. Vem e impõe a tua mão sobre ela, e ela viverá”. Jairo está atordoado, pois sua filha, sua linda menina, parou de respirar e desesperadamente corre até Jesus. 

O relato de Mateus continua: “Jesus levantou-se e foi com ele, e também os seus discípulos” (Mt 9.19). Contudo, quando Jesus chegou na casa de Jairo “...viu os flautistas e a multidão agitada”. Havia uma cultura, das famílias mais pobres contratar um par de flautistas e pelo menos uma pranteadeira para dar o tom correto aos altos lamentos que testificavam o falecimento do ente amado.

A filha de Jairo estava evidentemente morta, não havia respiração, somente um corpo sem vida. As pessoas riram de Jesus quando ele disse: “Saiam! A menina não está morta, mas dorme” (Mt 9.24). Assim, como Marta “Se o Senhor estivesse aqui, o meu irmão não teria morrido” (Jo 11.21). As pessoas achavam que Jesus havia chegado tarde demais. Não tinha mais jeito.

Jesus usa um eufemismo, uma figura de linguagem que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma expressão. Quando ele fala “dorme”, ele não disse “sua filha está morta”, mas “a menina não está morta, mas dorme”. O apostolo Paulo usou esse eufemismo em Tessalonicense: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem...” (1 Ts 4.13).

Quando Jesus usa essa expressão estava afirmando que a morte da menina não era tão definitiva quanto os pranteadores pensavam. Na presença dele, diante de sua autoridade, a própria morte deve fugir. Assim, como os demônios fugiram de Jesus e foram para uma manada de porcos. Quando Jesus confronta nosso maior inimigo, nosso inimigo fatal, a própria morte, é a morte quem perde. ELA É PRIVADA DO SEU PODER E REDUZIDA A UM SIMPLES SONO. 

O evangelista Marcos diz: “Não fazendo caso do que eles disseram, Jesus disse aos dirigentes da sinagoga: Não tenha medo; tão somente creia” (Mc 5.36). “Ele, porém, ordenou que saíssem...”. Ele não apenas pede que saiam, mas coloca todos para fora. A palavra usada no texto original é a mesma palavra para descrever o que Jesus fez com os cambistas no templo “Jesus entrou no templo e expulsou todos os que ali estavam comprando...” (Mt 21.12). É o mesmo verbo usado outras trinta e oito vezes para descrever o que Jesus fez aos demônios.

Essa frase: “Não tenha medo, tão somente creia” nos permite ver o invisível. Ignorar os que as pessoas dizem. Desligar o barulho das carpideiras. Fechar os ouvidos. E, se for preciso, afastar-se. 


 Ignore aqueles que dizem que é tarde demais para começar de novo. Desconsidere aqueles que dizem que você nunca será nada na vida. Faça-se de surdo para aqueles que dizem que você não é inteligente. Faça-se de surdo para aqueles que dizem que você não é o bastante, rápido bastante, alto bastante ou grande o bastante. Ignore-os...

Às vezes, o primeiro passo da fé é encher os ouvidos com algodão. Jesus se vira imediatamente para Jairo e pede: “Não tenha medo, tão somente crê” (Mc 5.36). Jesus impele Jairo ver o invisível. Quando Jesus diz: “tão somente crê”, ele está afirmando: “Não limite suas possibilidades ao que é visível. Não ouça apenas aquilo que audível. Não seja controlado pelo que é lógico. CREIA QUE HÁ MAIS VIDA ALÉM DO QUE OS OLHOS VEEM!”.

“confie em mim; Jesus está pedindo”. Um exemplo de fé foi encontrado na parede de um campo de concentração. Nele, um prisioneiro havia escavado as palavras: “Acredito no sol, embora ele não brilhe. Acredito no amor, mesmo quando ele não é demonstrado. Acredito em Deus, mesmo quando ele não fala”. 

O texto de Mateus é muito sucinto, resumido quanto ao que acontece com a menina, diz que Jesus “entrou e tomou a menina pela mão, e ela se levantou” (Mt 9.25). O evangelista Marcos dá sua versão com mais detalhes: “Tomou-a pela mão e lhe disse: ‘Talita Cumi’, que significa: Menina, eu lhe ordeno, levante-se! Imediatamente a menina, que tinha doze anos de idade, levantou-se e começou a andar. Isso os deixou atônitos” (Mc 5.41,42). 

2)     Uma mulher com fluxo do sangue

“...Estava ali certa mulher que havia doze anos vinha sofrendo de hemorragia” (Mt 19.20). Ela era uma cana quebrada e um pavio que fumega (Is 42.3). “Havia doze anos vinha sofrendo”. Marcos e Lucas afirma que ela “gastara tudo o que tinha” e “piorava”(Mc 5.26).


Ela tinha um distúrbio menstrual crônico. Um fluxo de sangue continuo. Enquanto que a maioria das mulheres tem um fluxo sexual mensal, o sangue não parava de sair. Uma condição difícil para qualquer mulher em qualquer época. Mas, para uma judia, nada podia ser pior. Nenhuma parte de sua vida deixou de ser afetada.

Sexualmente... ela não podia tocar no seu marido. Maternalmente...ela não podia ter filhos. Domesticamente...qualquer coisa que ela tocasse era considerada imunda. Espiritualmente...ela era impedida de entrar no templo, impedida de adorar, de estar no meio dos santos. 

cana quebrada e o pavio que fumega

Ela havia procurado ajuda “sob o cuidado de vários médicos” (Mc 5.26). olha aí “vários médicos”! Ela “gastara” tudo o que tinha. A soma do fardo financeiro sobre o fardo do sofrimento só tornava a situação ainda pior. “Em vez de melhorar, piorava” (v.26). Portanto, ela era uma “cana quebrada”, todos os dias acordava em um corpo que ninguém queria. Estava reduzida a uma última oração.

Se eu tão somente tocar em seu manto, ficarei curada” (Mt 9.21). O que importa não é a forma do esforço, mas o fato do esforço. “Se eu tão somente tocar...”. O fato é que ela fez alguma coisa. Ela se recusou a se contentar com a doença por mais um dia e decidiu tomar uma atitude. Portanto, a cura começa quando fazemos alguma coisa, não importa a multidão. A cura começa quando estendemos a mão. A cura começa quando damos um passo. 


Conclusão

Quando aquela mulher toca em Jesus, duas coisas aconteceram em nenhum outro lugar na Bíblia ocorreram. O evangelista Marcos escreveu as duas coisas.

Em primeiro lugar, Jesus a curou antes mesmo de saber que a estava curando. O pode saiu dele de modo automático e instantâneo. Ela teve fé, é a fé é a convicção de que Deus é real e de que ele é bom. A fé não é a convicção de que Deus fará o que você quer, mas a convicção de que Deus fará o que é certo.

Em segundo lugar, ele a chama de filha. “filha, a sua fé a curou” (Mc 5.34). É a única vez que Jesus chama qualquer mulher em qualquer lugar de filha. Quem podia se lembrar da ultima vez que ela recebera uma expressão de carinho? Quem sabia qual fora a ultima vez que olhos bondosos haviam se encontrado com os olhos dela? 


 

 Quanto aos solteiros 

O apostolo Paulo escreve em 1 Coríntios:“Gostaria que todos os homens fossem como eu; mas cada um tem o seu próprio dom da parte de Deus; um de um modo, outro de outro. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas: é bom que permaneçam como eu. Mas, se não conseguem controlar-se, devem casar-se, pois é melhor casar-se do que ficar ardendo de desejo” ( Co 7.7,8e9).

Jesus no evangelho afirma: “Alguns são eunucos porque nasceram assim; outros foram feitos assim pelos homens; outros ainda se fizeram eunucos por causa do reino dos céus” (Mt 19.12). O apostolo Paulo não era casado, como subentende pelo texto: “Gostaria que todos os homens fossem como eu”, ou seja, sem uma esposa. Talvez pelo fato de ter pertencido ao Sinédrio, tenha sido casado, depois enviuvou-se. Mas, no texto, em questão, Paulo não é contra o casamento.

Para o relacionamento entre homem e mulher se efetivar é necessário ponderar nos aspectos:   normativo, situacional e o existencial. O Normativo é a necessidade de ter alguém como parceiro (a) para vida. O situacional é olhar para a possibilidade presente, será que há viabilidade, pesar os pós e os contras, antes de tomar qualquer decisão. E, por fim, o existencial. Você quer se casar com essa pessoa? Você quer passar sua vida ao lado dessa pessoa? Tudo isso deve ser ponderado antes de tomar qualquer decisão quanto ao casamento.

Quando ele fala para os solteiros e as viúvas permanecerem no seu estado, é justamente para se dedicarem mais no reino de Deus, mais na propagação da palavra de Deus. Ele diz: “O homem que não é casado preocupa-se com as coisas do Senhor, em como agradar ao Senhor. Mas o homem casado preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar sua mulher, e está dividido. Tanto a mulher não casada como a virgem preocupam-se com as coisas do Senhor, para serem santas no corpo e no espirito” ( Co 7.33-34). O resumo é esse: o casado está dividido, entre sua casa e a obra de Deus; enquanto que o solteiro, tem mais tempo para se dedicar ao reino.

De início, o casamento tem consequências e responsabilidades “o homem casado preocupa-se com as coisas deste mundo, em como agradar sua mulher”. O casamento tem responsabilidade, consequências, preocupações, que são legitimas e necessárias para o sustento material e o crescimento do casal. Também, tem a preocupação com as crianças, cuidado, educação, espiritualidade, etc.

Já o ágamos, que não é casado, os viúvos, solteiros, fazem parte do grupo.  Paulo diz pra esses, “preocupam com as coisas do Senhor, em como agradar ao Senhor”, e também “a mulher não casada como a virgem preocupam-se com as coisas de Deus”. Ou seja, quando você não é casado, não tem compromisso com esposa (o), ou filhos, você tem um tempo maior para o reino de Deus. Para servir na obra de Deus, para desempenhar seu papel no reino de Deus com mais consistência. O viúvo e a viúva, possivelmente, tem filhos grandes e vivem independentes.

Tem mais tempo livre, então, pode se dedicar a um ministério, ao campo missionário, trabalho voluntário, participar dos cultos, das orações, etc. Infelizmente, nós isolamos os não casados como se fosse uma dificuldade, um empecilho e temos o habito de confiar mais nos casados, do que nos não casados nos ministérios da igreja. No entanto, os não casados, que podem fazer mais na obra de Deus, porque tem mais disponibilidade e tempo.

Tem outra coisa que dizem, “o solteiro é solitário”. Mas, quando você se envolve na obra, o espaço para solidão é diminui. Por exemplo, Paulo, era solteiro (ou viúvo), mas tinha muitos irmãos ao seu lado, em suas viagens missionárias sempre estava acompanhado de Timoteo, Silas, Barnabé, João Marcos, Lucas, etc. Jesus, em seu ministério terreno, tinha seus discípulos sempre ao seu redor, os mais íntimos e os demais disciipulos. Quando nos envolvemos na obra de Deus e nos envolvemos com  pessoas, a solidão é suplantada pela comunhão e pelo serviço.

No entanto, o apostolo Paulo, dá um, porém, quanto a essa resolução: “Mas, se não conseguem controlar-se, devem casar-se, pois é melhor casar-se do que ficar ardendo de desejo”