terça-feira, 9 de janeiro de 2024

 A filha de Jairo e a mulher de fluxo Mt 9. 18-26 

Introdução

Temos meditativo em alguns cultos sobre o significado de seguir Jesus e seus desdobramentos. Seguir Jesus é uma decisão radical é negar a si mesmo e levar sua cruz e segui-lo. Seguir Jesus é saber que virá tempestade no meio da jornada, mas, o Senhor do vento e do mar está no nosso barco. Seguir Jesus é ver pessoas endemoninhadas sendo libertadas pelo poder de Deus. Seguir Jesus é saber que ele é tem poder de perdoar pecados e fazer paralitico andar. Seguir Jesus é saber que ele veio não veio para os que tem saúde, mas para os doentes, rejeitados.

1)     Jairo

Jairo era dirigente da Sinagoga, pastor, responsável pelo culto, pela pregação, pela dinâmica de toda liturgia. Todas as famílias se reuniam semanalmente na sinagoga para aprender, aprofundar-se, comungar em relacionamentos.

Jesus era cercado constantemente pela multidão e, então, naquele dia apareceu Jairo, desesperado e “...ajoelhou-se diante de Jesus e disse: Minha filha acaba de morrer. Vem e impõe a tua mão sobre ela, e ela viverá”. Jairo está atordoado, pois sua filha, sua linda menina, parou de respirar e desesperadamente corre até Jesus. 

O relato de Mateus continua: “Jesus levantou-se e foi com ele, e também os seus discípulos” (Mt 9.19). Contudo, quando Jesus chegou na casa de Jairo “...viu os flautistas e a multidão agitada”. Havia uma cultura, das famílias mais pobres contratar um par de flautistas e pelo menos uma pranteadeira para dar o tom correto aos altos lamentos que testificavam o falecimento do ente amado.

A filha de Jairo estava evidentemente morta, não havia respiração, somente um corpo sem vida. As pessoas riram de Jesus quando ele disse: “Saiam! A menina não está morta, mas dorme” (Mt 9.24). Assim, como Marta “Se o Senhor estivesse aqui, o meu irmão não teria morrido” (Jo 11.21). As pessoas achavam que Jesus havia chegado tarde demais. Não tinha mais jeito.

Jesus usa um eufemismo, uma figura de linguagem que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma expressão. Quando ele fala “dorme”, ele não disse “sua filha está morta”, mas “a menina não está morta, mas dorme”. O apostolo Paulo usou esse eufemismo em Tessalonicense: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem...” (1 Ts 4.13).

Quando Jesus usa essa expressão estava afirmando que a morte da menina não era tão definitiva quanto os pranteadores pensavam. Na presença dele, diante de sua autoridade, a própria morte deve fugir. Assim, como os demônios fugiram de Jesus e foram para uma manada de porcos. Quando Jesus confronta nosso maior inimigo, nosso inimigo fatal, a própria morte, é a morte quem perde. ELA É PRIVADA DO SEU PODER E REDUZIDA A UM SIMPLES SONO. 

O evangelista Marcos diz: “Não fazendo caso do que eles disseram, Jesus disse aos dirigentes da sinagoga: Não tenha medo; tão somente creia” (Mc 5.36). “Ele, porém, ordenou que saíssem...”. Ele não apenas pede que saiam, mas coloca todos para fora. A palavra usada no texto original é a mesma palavra para descrever o que Jesus fez com os cambistas no templo “Jesus entrou no templo e expulsou todos os que ali estavam comprando...” (Mt 21.12). É o mesmo verbo usado outras trinta e oito vezes para descrever o que Jesus fez aos demônios.

Essa frase: “Não tenha medo, tão somente creia” nos permite ver o invisível. Ignorar os que as pessoas dizem. Desligar o barulho das carpideiras. Fechar os ouvidos. E, se for preciso, afastar-se. 


 Ignore aqueles que dizem que é tarde demais para começar de novo. Desconsidere aqueles que dizem que você nunca será nada na vida. Faça-se de surdo para aqueles que dizem que você não é inteligente. Faça-se de surdo para aqueles que dizem que você não é o bastante, rápido bastante, alto bastante ou grande o bastante. Ignore-os...

Às vezes, o primeiro passo da fé é encher os ouvidos com algodão. Jesus se vira imediatamente para Jairo e pede: “Não tenha medo, tão somente crê” (Mc 5.36). Jesus impele Jairo ver o invisível. Quando Jesus diz: “tão somente crê”, ele está afirmando: “Não limite suas possibilidades ao que é visível. Não ouça apenas aquilo que audível. Não seja controlado pelo que é lógico. CREIA QUE HÁ MAIS VIDA ALÉM DO QUE OS OLHOS VEEM!”.

“confie em mim; Jesus está pedindo”. Um exemplo de fé foi encontrado na parede de um campo de concentração. Nele, um prisioneiro havia escavado as palavras: “Acredito no sol, embora ele não brilhe. Acredito no amor, mesmo quando ele não é demonstrado. Acredito em Deus, mesmo quando ele não fala”. 

O texto de Mateus é muito sucinto, resumido quanto ao que acontece com a menina, diz que Jesus “entrou e tomou a menina pela mão, e ela se levantou” (Mt 9.25). O evangelista Marcos dá sua versão com mais detalhes: “Tomou-a pela mão e lhe disse: ‘Talita Cumi’, que significa: Menina, eu lhe ordeno, levante-se! Imediatamente a menina, que tinha doze anos de idade, levantou-se e começou a andar. Isso os deixou atônitos” (Mc 5.41,42). 

2)     Uma mulher com fluxo do sangue

“...Estava ali certa mulher que havia doze anos vinha sofrendo de hemorragia” (Mt 19.20). Ela era uma cana quebrada e um pavio que fumega (Is 42.3). “Havia doze anos vinha sofrendo”. Marcos e Lucas afirma que ela “gastara tudo o que tinha” e “piorava”(Mc 5.26).


Ela tinha um distúrbio menstrual crônico. Um fluxo de sangue continuo. Enquanto que a maioria das mulheres tem um fluxo sexual mensal, o sangue não parava de sair. Uma condição difícil para qualquer mulher em qualquer época. Mas, para uma judia, nada podia ser pior. Nenhuma parte de sua vida deixou de ser afetada.

Sexualmente... ela não podia tocar no seu marido. Maternalmente...ela não podia ter filhos. Domesticamente...qualquer coisa que ela tocasse era considerada imunda. Espiritualmente...ela era impedida de entrar no templo, impedida de adorar, de estar no meio dos santos. 

cana quebrada e o pavio que fumega

Ela havia procurado ajuda “sob o cuidado de vários médicos” (Mc 5.26). olha aí “vários médicos”! Ela “gastara” tudo o que tinha. A soma do fardo financeiro sobre o fardo do sofrimento só tornava a situação ainda pior. “Em vez de melhorar, piorava” (v.26). Portanto, ela era uma “cana quebrada”, todos os dias acordava em um corpo que ninguém queria. Estava reduzida a uma última oração.

Se eu tão somente tocar em seu manto, ficarei curada” (Mt 9.21). O que importa não é a forma do esforço, mas o fato do esforço. “Se eu tão somente tocar...”. O fato é que ela fez alguma coisa. Ela se recusou a se contentar com a doença por mais um dia e decidiu tomar uma atitude. Portanto, a cura começa quando fazemos alguma coisa, não importa a multidão. A cura começa quando estendemos a mão. A cura começa quando damos um passo. 


Conclusão

Quando aquela mulher toca em Jesus, duas coisas aconteceram em nenhum outro lugar na Bíblia ocorreram. O evangelista Marcos escreveu as duas coisas.

Em primeiro lugar, Jesus a curou antes mesmo de saber que a estava curando. O pode saiu dele de modo automático e instantâneo. Ela teve fé, é a fé é a convicção de que Deus é real e de que ele é bom. A fé não é a convicção de que Deus fará o que você quer, mas a convicção de que Deus fará o que é certo.

Em segundo lugar, ele a chama de filha. “filha, a sua fé a curou” (Mc 5.34). É a única vez que Jesus chama qualquer mulher em qualquer lugar de filha. Quem podia se lembrar da ultima vez que ela recebera uma expressão de carinho? Quem sabia qual fora a ultima vez que olhos bondosos haviam se encontrado com os olhos dela? 


 

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