A filha de Jairo e a mulher de fluxo Mt 9. 18-26
Introdução
Temos meditativo em alguns cultos sobre o significado de
seguir Jesus e seus desdobramentos. Seguir Jesus é uma decisão radical é negar
a si mesmo e levar sua cruz e segui-lo. Seguir Jesus é saber que virá tempestade
no meio da jornada, mas, o Senhor do vento e do mar está no nosso barco. Seguir
Jesus é ver pessoas endemoninhadas sendo libertadas pelo poder de Deus. Seguir
Jesus é saber que ele é tem poder de perdoar pecados e fazer paralitico andar.
Seguir Jesus é saber que ele veio não veio para os que tem saúde, mas para os
doentes, rejeitados.
1)
Jairo
Jairo era dirigente da Sinagoga, pastor, responsável pelo
culto, pela pregação, pela dinâmica de toda liturgia. Todas as famílias se
reuniam semanalmente na sinagoga para aprender, aprofundar-se, comungar em
relacionamentos.
Jesus era cercado constantemente pela multidão e, então, naquele dia apareceu Jairo, desesperado e “...ajoelhou-se diante de Jesus e disse: Minha filha acaba de morrer. Vem e impõe a tua mão sobre ela, e ela viverá”. Jairo está atordoado, pois sua filha, sua linda menina, parou de respirar e desesperadamente corre até Jesus.
O relato de Mateus continua: “Jesus levantou-se e foi com ele, e também os seus discípulos” (Mt
9.19). Contudo, quando Jesus chegou na casa de Jairo “...viu os flautistas e a
multidão agitada”. Havia uma cultura, das famílias mais pobres contratar um par
de flautistas e pelo menos uma pranteadeira para dar o tom correto aos altos
lamentos que testificavam o falecimento do ente amado.
A filha de Jairo estava evidentemente morta, não havia respiração,
somente um corpo sem vida. As pessoas riram de Jesus quando ele disse: “Saiam! A menina não está morta, mas dorme”
(Mt 9.24). Assim, como Marta “Se o
Senhor estivesse aqui, o meu irmão não teria morrido” (Jo 11.21). As
pessoas achavam que Jesus havia chegado tarde demais. Não tinha mais jeito.
Jesus usa um eufemismo, uma figura de linguagem que emprega termos
mais agradáveis para suavizar uma expressão. Quando ele fala “dorme”, ele não
disse “sua filha está morta”, mas “a
menina não está morta, mas dorme”. O apostolo Paulo usou esse eufemismo em
Tessalonicense: “Não quero, porém,
irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem...” (1 Ts 4.13).
Quando Jesus usa essa expressão estava afirmando que a morte da menina não era tão definitiva quanto os pranteadores pensavam. Na presença dele, diante de sua autoridade, a própria morte deve fugir. Assim, como os demônios fugiram de Jesus e foram para uma manada de porcos. Quando Jesus confronta nosso maior inimigo, nosso inimigo fatal, a própria morte, é a morte quem perde. ELA É PRIVADA DO SEU PODER E REDUZIDA A UM SIMPLES SONO.
O evangelista Marcos diz: “Não fazendo caso do que eles disseram, Jesus disse aos dirigentes da
sinagoga: Não tenha medo; tão somente creia” (Mc 5.36). “Ele, porém,
ordenou que saíssem...”. Ele não apenas pede que saiam, mas coloca todos para
fora. A palavra usada no texto original é a mesma palavra para descrever o que
Jesus fez com os cambistas no templo “Jesus
entrou no templo e expulsou todos os que ali estavam comprando...” (Mt
21.12). É o mesmo verbo usado outras trinta e oito vezes para descrever o que Jesus
fez aos demônios.
Essa frase: “Não tenha medo, tão somente creia” nos permite ver o invisível. Ignorar os que as pessoas dizem. Desligar o barulho das carpideiras. Fechar os ouvidos. E, se for preciso, afastar-se.
Às vezes, o primeiro passo da fé é encher os ouvidos com
algodão. Jesus se vira imediatamente para Jairo e pede: “Não tenha medo, tão somente crê” (Mc 5.36). Jesus impele Jairo
ver o invisível. Quando Jesus diz: “tão somente crê”, ele está afirmando: “Não limite
suas possibilidades ao que é visível. Não ouça apenas aquilo que audível. Não
seja controlado pelo que é lógico. CREIA QUE HÁ MAIS VIDA ALÉM DO QUE OS OLHOS
VEEM!”.
“confie em mim; Jesus está pedindo”. Um exemplo de fé foi encontrado na parede de um campo de concentração. Nele, um prisioneiro havia escavado as palavras: “Acredito no sol, embora ele não brilhe. Acredito no amor, mesmo quando ele não é demonstrado. Acredito em Deus, mesmo quando ele não fala”.
O texto de Mateus é muito sucinto, resumido quanto ao que acontece com a menina, diz que Jesus “entrou e tomou a menina pela mão, e ela se levantou” (Mt 9.25). O evangelista Marcos dá sua versão com mais detalhes: “Tomou-a pela mão e lhe disse: ‘Talita Cumi’, que significa: Menina, eu lhe ordeno, levante-se! Imediatamente a menina, que tinha doze anos de idade, levantou-se e começou a andar. Isso os deixou atônitos” (Mc 5.41,42).
2)
Uma
mulher com fluxo do sangue
“...Estava ali certa mulher que havia doze anos vinha sofrendo de hemorragia” (Mt 19.20). Ela era uma cana quebrada e um pavio que fumega (Is 42.3). “Havia doze anos vinha sofrendo”. Marcos e Lucas afirma que ela “gastara tudo o que tinha” e “piorava”(Mc 5.26).
Ela tinha um distúrbio menstrual crônico. Um fluxo de sangue
continuo. Enquanto que a maioria das mulheres tem um fluxo sexual mensal, o
sangue não parava de sair. Uma condição difícil para qualquer mulher em qualquer
época. Mas, para uma judia, nada podia ser pior. Nenhuma parte de sua vida
deixou de ser afetada.
Sexualmente... ela não podia tocar no seu marido. Maternalmente...ela não podia ter filhos. Domesticamente...qualquer coisa que ela tocasse era considerada imunda. Espiritualmente...ela era impedida de entrar no templo, impedida de adorar, de estar no meio dos santos.
Ela havia procurado ajuda “sob o cuidado de vários médicos” (Mc 5.26). olha aí “vários médicos”! Ela “gastara” tudo o que tinha. A soma do
fardo financeiro sobre o fardo do sofrimento só tornava a situação ainda pior. “Em vez de melhorar, piorava” (v.26). Portanto,
ela era uma “cana quebrada”, todos os dias acordava em um corpo que ninguém
queria. Estava reduzida a uma última oração.
“Se eu tão somente tocar em seu manto, ficarei curada” (Mt 9.21). O que importa não é a forma do esforço, mas o fato do esforço. “Se eu tão somente tocar...”. O fato é que ela fez alguma coisa. Ela se recusou a se contentar com a doença por mais um dia e decidiu tomar uma atitude. Portanto, a cura começa quando fazemos alguma coisa, não importa a multidão. A cura começa quando estendemos a mão. A cura começa quando damos um passo.
Quando aquela mulher toca em Jesus, duas coisas aconteceram
em nenhum outro lugar na Bíblia ocorreram. O evangelista Marcos escreveu as
duas coisas.
Em primeiro lugar, Jesus a curou antes mesmo de saber que a
estava curando. O pode saiu dele de modo automático e instantâneo. Ela teve fé,
é a fé é a convicção de que Deus é real e de que ele é bom. A fé não é a convicção
de que Deus fará o que você quer, mas a convicção de que Deus fará o que é certo.
Em segundo lugar, ele a chama de filha. “filha, a sua fé a curou” (Mc 5.34). É a única vez que Jesus chama qualquer mulher em qualquer lugar de filha. Quem podia se lembrar da ultima vez que ela recebera uma expressão de carinho? Quem sabia qual fora a ultima vez que olhos bondosos haviam se encontrado com os olhos dela?
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