terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

 A igreja e seus dons Ef 4. 1-16 

Introdução

“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro do Senhor...”. Paulo é um prisioneiro por causa do evangelho “...prisioneiro de Cristo por amor de vós, gentios...” (Ef 3.1). Ele não somente não somente pelo por causa do amor, também detido por causa da sua lealdade ao evangelho.

“Andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados” (Ef 4.2). A igreja que Deus está chamando à existência tem duas qualidades: primeira é um só povo, composto igualmente de judeus e gentios, a única família de Deus. Segunda, é um povo santo, distinto do mundo secular, separado para pertencer a Deus. Em resumo, a união e a pureza são dois aspectos fundamentais de uma vida digna do chamamento divino da igreja.

 1)     Pedras fundamentais da unidade da igreja. 

“Com toda humildade...” A humildade é essencial à unidade. O orgulho fica espreitando por detrás de toda discórdia, ao passo que o maior segredo da unidade é a humildade. As pessoas de quem gostamos imediata e instintivamente, são aquelas que nos tratam com respeito que julgamos merecer, ao passo que as pessoas com as quais antipatizamos são as que nos tratam com indiferença.

“...e mansidão...”. Mansidão não é sinônimo de fraqueza, mas, é a suavidade dos fortes, cuja força está sob controle. É a qualidade de uma pessoa forte que é, mesmo assim, a senhora de si mesmo e serva de outras pessoas.

“...com longanimidade...”. É aguentar com paciência pessoas provocantes, ou desafiadoras. É um animo estendido ao máximo, como um elástico. É o espirito que tem o poder de vingar-se, mas nunca o faz; é a pessoa que aceita o insulto sem amargura nem lamento.

“...suportando-vos uns aos outros em amor”. Suportar com amor significa ser clemente com as fraquezas, não deixando de amar o próximo ou os amigos, por causa das falhas, que nos ofendem. “...dedicando-se uns aos outros com amor, considerando as diferenças entre vocês, sempre resolvendo logo tudo e qualquer desentendimento” (A mensagem).

2)     O fundamento da unidade (Ef 4.4-6). 

Nestes versículos impressiona-se com o numero de vezes que Paulo usa a palavra “um”; ela ocorre sete vezes. Primeiros, três destas sete unidades fazem alusão à trindade: “um Espirito...um só Senhor...um só Deus e Pai de todos”. Ao passo que as outras dizem respeito à nossa experiencia cristã: “um corpo...uma esperança...uma só fé...um só batismo”. O numero sete simboliza perfeição, combina com o 3 da trindade e com o 4, numero que simboliza toda terra.

“Há um somente um corpo e um Espirito”. Este único corpo é a igreja porque há somente um Espirito. Este corpo é composto por crentes judeus e gentios, e sua coesão, unidade é devida ao único Espirito que habita nele. A criação do corpo de Cristo só depende do Espirito Santo. 

“Fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, e um só batismo”. Temos esperança de salvação, esperança da ressurreição e esperança da vida eterna. Jesus é o objeto da nossa fé “olhando para Jesus autor e consumador da nossa fé” (Hb 12.2). Em Jesus Cristo fomos batizados, imergidos, morremos para o mundo e vivemos para Deus. Como disse Paulo: “Estou crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2.20).

“Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Ef 4.6). Primeiro, o único Pai cria a família “de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra” (Ef 3.14).  Segundo o único Senhor cria a esperança, a fé e o único batismo. Em terceiro, o único Espirito cria o único corpo, constituído de judeus, gentios, todos, somos todos nós participantes do corpo de Cristo. 

3)     Os dons do Espirito

A primeira coisa que Paulo aborda é a variedade da unidade. “E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo” (Ef 4.7). Portanto, os dons são dados para unir e edificar a igreja. O que é importante ressaltar: Primeiro, todo cristão possui algum dom. Paulo exorta o jovem Timóteo “...te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti..” (2 Tm 1.7).  

Segundo existe grande variedade de dons; dons ministeriais (Ef 4.11), dons para o corpo de Cristo, como: Palavra da sabedoria, do conhecimento, dom da fé, dons de curar, operação de milagres, dom de profecia, discernimento de espíritos, variedade de línguas, interpretação de línguas” (1 Co 12.8-10). Terceiro, o Senhor glorificado é soberano na distribuição dos dons. Quarto, os dons são ferramentas com as quais devemos trabalhar em prol dos outros, em favor do corpo de Cristo. 


“Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dos anos homens” (Ef 4.7). Ou seja, Cristo por meio de sua morte, ressurreição e glorificação tirou as correntes do cativeiro satânico “...despojando os principados e potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl 2.15). Cristo venceu Satanás na cruz e concedeu dons aos homens.

“Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Ef 4.11). A expressão “ele mesmo concedeu...” significa que Cristo concedeu que uns fossem pastores e outros mestres, evangelistas de modo que eu e você somos presentes ou dons, para a igreja! 

“Para apóstolos...” O verbo apostello significa enviar. Para ser apostolo, havia algumas exigências: 1) ver pessoalmente Cristo “Não vi Jesus, nosso Senhor?” (1 Co 9.1-2). 2)  Ser testemunha ocular da sua ressurreição “é necessário que escolhamos um dos homens que estiveram conosco durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós” (Atos 1.21-23). 3) ter um ministério autentico com milagres especiais “...sinais, maravilhas e milagres...” (2 Co 12.12).

“outros para profetas...” No Novo Testamento o ministério profético tema função de trazer os descrentes uma convicção dos seus pecados, e aos crentes, edificação, exortação e consolação. Utiliza-se as Escrituras e um olhar aguçado sobre o momento atual.

“outros para evangelistas”. É o dom da pregação evangelística. Temos o diácono Felipe pregando em Samaria e muitas pessoas se rendendo aos pés do Senhor. Tivemos o pastor Billy Graham, pregando em muitos países. Tivemos o evangelista Bernardo Johnson, anunciando o evangelho em muitas cidades do Brasil.

“outros para pastores e mestres” os pastores são chamados para cuidar do rebanho de Deus, o fazem especialmente por meio de alimentá-los, isto é, o ensino da Palavra de Deus. Embora todo o pastor deva ser um mestre, nem todo mestre é pastor.

Conclusão

“com vista ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Flho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo o vento de doutrina...”.

Paulo fala de “aperfeiçoamento dos santos”, é tornar aptos para o desempenho da sua função no corpo de Cristo. “desempenho do seu serviço”, é treinamento de pessoas para fazer a obra de Deus. “Edificação do corpo de Cristo”, edificar é levantar, colocar para cima, aumentar a casa, esticar. “Para que não sejamos como meninos...”. meninos agitados, em busca de doutrina diferente, etc. 


  

 

domingo, 25 de fevereiro de 2024

 Buscai o Senhor enquanto se pode achar _ Is 55.6 

Introdução

Que tempo é esse que vivemos? Tempo de polaridade, tempos de gêneros variados. Antes, somente havia o sexo masculino e feminino. A sociedade está dividida e sendo induzida pela televisão, pelas séries, pelos aplicativos, etc. Existe falta de convicção no coração das pessoas, falta de certeza, até mesmo os membros da igreja têm se comportado covardemente quando são confrontados no local de trabalho, ou na escola. Por isso, a exortação do profeta Isaias para nós: “Buscai ao Senhor enquanto se pode acha-lo; invocai-o enquanto está perto” (Is 55.6).

1)     Buscai ao Senhor

O Capitulo seis de Isaias narra a história do profeta Isaias, como Deus o chamou. Isso aconteceu no ano em que morreu o rei Uzias. O profeta foi ao templo, à casa de Deus e teve uma visão: “Eu vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado, e a aba de sua veste enchia o templo. Acima deles estava serafins; cada um deles tinha seis asas ... e proclamavam uns aos outros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exercitos, a terra inteira está cheia da sua gloria” (Is 6.1-3).

Diante dessa visão o profeta se desesperou, pois sabia que não andava correto diante de Deus: “Então gritei: Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos” (Is 6.5).

Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. O profeta Elias, na época de Acabe e de Jezabel, governantes ímpios; Jezabel era missionária do deus baal. E o povo está adorando, se encurvando diante de imagem de escultura. Elias diz: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o. Porém, o povo nada respondeu” (1 Rs 18.21). Coxer entre dois caminhos, é não ter certeza qual é o caminho, ora quer ficar do lado de Deus, ora quer ficar do lado do mundo. Está coxeando sem convicção, sem certeza.

Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. O que falar do apostolo Pedro, andando com Jesus, vendo Jesus realizar milagres, fazia parte da intimidade de Jesus. Mas, quando chegou o momento de Cristo ser morto na cruz, ele o negou por três vezes. Uma criada lhe perguntou: “Voce é discipulo de Jesus, o nazareno”, ele respondeu: “Não o conheço, nem sei de quem você está falando” (Mc 14.68). Por mais duas vezes, ele nega seu Senhor.

2)    Honra com os lábios, mas o coração está longe...

O profeta Isaias consegue discernir a dureza do coração do povo. Ele diz: “esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”. (Is 29.13). Como que é? Me honra com os lábios mas o coração está distante de mim. De Deus, não tem como esconder, ele vê tudo e sabe tudo. Aqui, Deus é como um médico que examina o paciente, ele avalia os sintomas antes de apresentar o diagnóstico.

O primeiro sintoma é: “honra-me com os lábios, mas o coração está longe de mim”. Uma outra versão diz: “Este povo faz um grande show, dizendo as coisas certas, mas o coração deles não está nem ai para o que dizem. Fazem conta que me adoram, mas é tudo encenação” ( a mensagem). Existe duplicidade de comportamento, do lado de fora é uma coisa; mas do lado de dentro é totalmente diferente.

O segundo sintoma é: “eles procuram esconder seus planos do Senhor” (Is 29.15). Agem nas trevas, na escuridão, como se Deus não tivesse vendo. Dizem: “O Senhor não nos vê, não sabe o que passa. Como são tolos! Ele vê todas as coisas, tudo está patente aos olhos do Senhor; seus olhos são como chama de fogo, nada passa despercebido do seu olhar.

Ele é o oleiro e certamente é maior que vocês, o barro. Poder o vaso dizer: “o oleiro não sabe o que faz”. Voce pensa que Deus não vê os caminhos enganosos e escorregadios que estás andando? O Salmo 139 diz: “tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e me levanto, de longes percebes o meu pensamento...Para onde poderia escapar do teu Espirito? Para onde poderia fugir da sua presença? Seu eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer minha cama na sepultura, também lá estás. Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a tua mão direita me guiará e me sustentará” (Sl 139).

O terceiro sintoma é: hipocrisia. “O Senhor não nos vê, não sabe o que se passa”. Sabe o que é hipocrisia? Ato ou efeito de fingir, de dissimular os verdadeiros sentimentos, fingimento, falsidade. O hipócrita usa máscara. Você pode estar na igreja desde a época em que gatinhava, conhecer um monte de hinos e louvores, mas se o exterior não combina com o interior, você não não está bem. Está na hora de ter um encontro verdadeiro com Jesus Cristo, ele quer ser real em sua vida....

Conclusão: autoexame

Lhe pergunto nessa noite: “Como está a sua adoração?” é meramente formal, sem vida, sem a presença copiosa do Senhor?

Ou, você tem adorado como Davi, alegre, saltitando de alegria, diante da arca do Senhor.

“Como está a sua vida de oração?” tens orado, ou sua oração é um simples mover de lábios, sem dialogo com Deus? Você sente Deus presente ou distante de você, quando você ora?

Ou você tem orado como o salmista Davi: “Assim como a corça suspira pelas correntes das águas, assim a minha alma anseia por ti” (Sl 42).

Voce tem consciência de que Deus está te olhando, te vendo, te enxergando, te visualizando, em todas as nuances e fases da sua vida? Ou, você acha que pode se esconder da presença do Eterno?

Existem coisas pecaminosas sendo toleradas, ou mesmo cultivadas, nos recessos mais fundos do meu ser?

Então, hoje é noite de “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto”.

 

sábado, 24 de fevereiro de 2024

 

És o selo do meu coração - CT 8.6-7 


Texto bíblico

"Cântico dos Cânticos de Salomão.  Ah, se ele me beijasse, se a sua boca me cobrisse de beijos...  Sim, as suas carícias são mais agradáveis que o vinho" (Ct 1.1-2).

"Coloque-me como um selo sobre o seu coração; como um selo sobre o seu braço; pois o amor é tão forte quanto a morte, e o ciúme é tão inflexível quanto a sepultura. Suas brasas são fogo ardente, são labaredas do Senhor.  Nem muitas águas conseguem apagar o amor; os rios não conseguem levá-lo na correnteza. Se alguém oferecesse todas as riquezas da sua casa para adquirir o amor, seria totalmente desprezado" (Ct 8.6-7). 


Introdução

O escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo, em seu livro “Comédias da Vida privada”, conta a história do relacionamento entre Maria Tereza e Roberto. Durante o namoro e os primeiros anos de casamento, Roberto, gostava de pegar na mão de sua companheira e chama-la carinhosamente de “Quequinha”. Mas, com o passar do tempo passou a chama-la de “a mulher aqui” e às vezes, de “esta mulherzinha”. A medida que conta a história da degradação desta relação, ele poetisa:

“O tempo, o tempo

O amor tem mil inimigos,

Mas o pior deles é o tempo.

O tempo ataca em silencio.

O tempo usa armas químicas...

O tempo captura o amor e não mata na hora.

Vai tirando sua asa, depois a outra”.

1)     O cântico dos cânticos

O livro “Cânticos dos Cânticos” foi escrito pelo rei Salomão. Dizem que Salomão escreveu o “cântico os cânticos” em sua juventude, o livro de provérbios na meia idade e o livro de Eclesiastes em sua velhice. O escritor bíblico afirma: “Salomão criou três mil provérbios e compôs mil e cinco cânticos”(1 Rs 4.32).

O livro do “Cântico dos Cânticos” é um livro poético e contem 8 textos em forma de poesia. Os textos falam do relacionamento entre o Rei Salomão e a jovem Sulamita, sua noiva, sua futura  esposa. O livro exalta o amor em todas dimensões: a intensidade da paixão da juventude, os altos e baixos da adaptação do casamento, as caricias do amor (o toque, os beijos, os elogios) e  os conflitos relacionais.   O pastor Eugene Peterson afirma que o “Cântico dos Cânticos” é o “Santo dos santos” do relacionamento humano.

E inicia  falando aquilo que é mais fundamental em um relacionamento, em um casamento,  texto 1.1: “Cântico dos Cânticos de Salomão. Beije-me com os beijos da sua boca! Porque o seu amor é melhor do que o vinho” (Ct 1.1-2).  Todo relacionamento inicia com o beijo,  beijo é a intimidade, beijo é a liberdade entre homem e a mulher, é a porta de entrada de qualquer relacionamento humano. E outra versão diz: “Beija-me o meu amado com os beijos da tua boca, pois os seus afagos são melhores do que o vinho mais nobre”. Na versão da Mensagem: “Beija-me na boca! Sim! Pois o seu amor é melhor do que o vinho”.

Então, a pergunta: o que é melhor, o beijo ou o vinho? O beijo falta de intimidade, relacionamento entre homem e mulher, cumplicidade, deixar de olhar para si mesmo e agora olhar para a pessoa que está ao seu lado, é de casamento papel passado,  relacionamento de direitos e deveres, de compromisso, estar juntos, vivendo algo concreto, verdadeiro.

O que é melhor: o beijo ou o vinho? Mas o vinho que aparentemente deixa mais solto, mais leve, irresponsável, sem juizo, quando voce está sobre efeito do vinho pensa somente em si e não na pessoa que está ao seu lado.  O vinho é passageiro, o vinho não acrescenta, diminui. O vinho se preocupa com bens materiais, com apartamento, com status, carros....tudo alegrias "passageiras"  A maioria já provou o “vinho” e não se satisfez, não preencheu, não aquietou os anseios da alma, e, deve recorrer novamente ao vinho, para tentar satisfazer a insatisfação.

Portanto, diz Salomão, o beijo é melhor, o beijo é o amor, é o compromisso, é a verdade, é a lucidez, é a sinceridade, é o companheirismo. Enquanto que o vinho, é simplesmente o encontro sem compromisso, é a paixão, é o desejo, depois cada um vai para sua casa.

2)     Vai e vem no relacionamento

Salomão diz que o casamento não é somente beijos, afagos, lua de mel, etc. Mas tem encontros e desencontros. Um dia Sulamita estava deitada esperando ansiosamente a volta do seu marido para casa. No entanto, ele Chegou um pouco tarde, ela ficou aborrecida. Ele do lado de fora dizia: “Deixe-me entrar, minha querida, meu amor, minha pombinha sem defeito...” (Ct 3 ). Enquanto ela hesitava: “O meu amado passou a mão pela abertura da porta, e o meu coração estremeceu” (v.4).

Salomão percebeu que estava sendo rejeitado e resolveu ir embora. Quando Sulamita quis abrir a porta, não adiantava mais. Ele havia partido, ela diz: “Então abri a porta para o meu amor, mas ele havia ido embora. Como eu queria ouvir a sua voz! Procurei-o, porém não o pude achar; chamei-o, mas ele não respondeu” (v.6).

O que isso evidencia? Primeiro, que a intimidade não é algo que alcançamos da noite para o dia, a intimidade carece de tempo e das variadas experiencias.  Segundo, a intimidade implica em encontros e desencontros. Terceiro, a intimidade só é alcançada pro aqueles que perseveram.

Conclusão: uma aliança

No texto 8 lemos: “Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é mais forte do que a morte” (v.6).

O selo na antiguidade era o símbolo maior de um acordo estabelecido, um compromisso assumido ou uma aliança. O selo no coração aponta para uma decisão intima, um compromisso assumido. O selo no braço fala de uma decisão publica. O selo é a aliança colocada no dedo esquerdo dos noivos. Aliás, conta-se uma tradição que o dedo esquerdo tem uma veia que leva diretamente ao coração é a "veia do amor". 

E qual é a decisão? Um homem e uma mulher não mais pertencerem a si mesmos, mas um ao outro. Se torna uma só carne. Somente quando haver uma aliança, um selo no coração e um selo no braço que podemos experimentar o vem no v.7.

As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afoga-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam”.  “As muitas aguas” são sinônimos das adversidades, lutas, doenças, dificuldades financeiras, familiar, enfrentadas que sobrevém ao amor.

“Ainda que alguém desse todos os bens”. Representam propostas sedutoras que tenta sabotar o amor. O amor tem que prioridade na vida de um casal.

 Juramento:

Primeiro, o noivo, Eu, Daniel Freitas, diante de Deus e de todas as testemunhas aqui presente, prometo lhe amar de forma verdadeira, prometo estar  sempre ao seu lado nos momentos bons e nos momentos ruins da vida. E sempre pensarei mais em ti, mais em nossa união, nosso casamento, do que em mim mesmo. 

Segundo, Eu, Mariana beatriz,  diante de Deus e de todas as testemunhas aqui presente, prometo lhe amar de forma verdadeira, prometo estar  sempre ao seu lado nos momentos bons e nos momentos ruins da vida. E sempre pensarei mais em ti, mais em nossa união, nosso casamento, do que em mim mesma. 

alianças: Essa aliança é um simbolo do meu amor e da minha fidelidade. 

Eu, Pastor João Vicente Pereira, vos declaro marido e mulher! 

oração, pode beijar a noiva...

 

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

 Bartimeu Mc 10.46-52 

Introdução

Bartimeu era cego. Temos muitas deficiencias, como a surdez e a mudez, etc. A gente sabe da dificuldade de se expressar com alguém surdo e mudo, é muito dificil, tem que aprender libras. E o que falar da cegueira, alguém que que escuta e fala, mas é cego, não consegue ver nada. Nao vê o pôr do sol; não vê as flores do jardim; não vê a beleza do mar, suas ondas indo e voltando. Não consegue ver os rostos das pessoas. Sim, era assim a vida de Bartimeu. 

O evangelho de Marcos é ação, Jesus seguindo viagem rumo a Jerusalém, acompanhado de seus discípulos, por onde passa, milagres acontecem. Ele havia partido da Pereia, atravessado o Jordão e, chegado em Jericó. E, agora, na entrada de Jericó, Jesus se encontra com um mendigo.

Esse é o primeiro personagem dos evangelhos que chama Jesus “filho de Davi”, que é um titulo messiânico. Ou seja, seria da descendência de Davi, que viria o Cristo, ungido de Deus, o Salvador do mundo. Algo que os fariseus e escribas não queriam aceitar...

Quando Jesus passa por ele, Bartimeu não pede esmola, não pede bênçãos materiais, mas diz: “Filho de Davi tenha misericórdia de mim”. A única coisa que ele queria era ver, ser curado de sua cegueira.

Infelizmente, a sociedade está adoecida com o materialismo, consumismo, somente se preocupa com as bênçãos e não com a presença de Deus.

1)     Jesus escuta

“Ele está sentado à beira do caminho pedindo esmola” (v.46). Era uma pessoa marginalizada, era cego e mendigo, somente uma capa, para forrar e dormir sempre no mesmo lugar.

A capa era sua identificação como mendigo. A capa era sua dependência, de mendigar na porta de Jericó. A capa lhe protegia do calor do sol, lhe aquecia no frio. 

É tão marginalizado, abandonado que nem nome ele tinha. É chamado de “Bartimeu”, que não é nome, mas filho de Timeu. Nesse tempo ter um nome era de importância vital, não ser tratado pelo nome, ser chamado de fulano, ou filho de timeu, era muito humilhante.

Quando Jesus conta a parábola do rico e do lazaro é significativo que Lázaro (Deus é minha misericórdia) tem nome, identidade. Já, o rico, não tem nome, sem identidade. Bartimeu era o “filho do pai dele”.

Ele estava sempre sentado à porta da cidade, um lugar onde passava muita gente, sentado, marginalizado. A vida andava para todo mundo, mas ele estava lá, todo dia, parado, estagnado “pedindo esmola”, dependendo sempre dos favores alheios.

O que é terrível na vida é gente que vive a beira do caminho, parado, estagnado, encostado. O que é que eu faço?

Ele clama, ele grita: “Jesus filho de Davi, tem misericórdia de mim”. Jesus parou e escutou: “Chamem-no”. O nosso Deus ainda é o mesmo, ainda escuta nossos clamores, nossos gritos, nossos sussurros. “A mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado os seus ouvidos, para não pode ouvir” (Is 59.1).

Jesus nos ensina: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-a”  (Mt 7.7).

2)     Chamem-no

“Animo! Levante-se! Ele o está chamando” (v.49). E o mais interessante é que “lançando a sua capa para o lado, de um salto pôs-se em pé e dirigiu-se a Jesus” (v.50). Todo cego tinha uma capa, a capa lhe protegia nas noites frias.

“O que você quer que eu lhe faça?”, Jesus pergunta. Jesus lhe pergunta. Independente da sua situação nessa noite, independente do que você enfrentou nesse dia, independente de qualquer coisa da sua vida, ele lhe pergunta: “O que queres que eu lhe faça?”. Ele pergunta, ele indaga, olhando para os nossos olhos...

Bartimeu respondeu: “Que eu veja”. O que pedimos? Poder? Dinheiro? Prestigio? Ou, simplesmente o que precisamos? Jesus ele sempre vai olhar para sua necessidade, para aquilo que realmente você está precisando, necessitando.

Conclusão:  Jesus muda a vida de Bartimeu

O que é mais importante nessa história narrada pelo evangelista Marcos, não é o milagre em si, pois Jesus realiza milagres todos os dias. Mas o fato, de que quando Jesus chegou em Jericó Bartimeu “estava sentado à beira do caminho pedindo esmola”

Agora, no verso 52, diz que depois que ele foi curado não estava mais à beira do caminho, MAS “SEGUIU JESUS PELO CAMINHO”.

“CAMINHO” NA PALAVRA DE DEUS, NÃO É SIMPLESMENTE UMA ESTRADA LONGA E CHEIA DE POEIRA, MAS SINONIMO DE VIDA. É ANDAR EM NOVIDADE DE VIDA, É VIVER A VERDADEIRA VIDA.

 

 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

 Vivendo no Espirito Ef 4.22-32 

Introdução

Paulo exorta os efésios: “Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos....a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça em santidade provenientes da verdade” (Ef 4.22-24). Portanto, devemos nos “despir” do velho homem, deixar de lado a velha vida de pecado. E, nos “revestir”, ou seja, viver em novidade de vida, nosso novo papel envolverá roupas novas, e nossa vida, um novo estilo ético de viver. 

E nos versículos subsequentes o apostolo Paulo coloca seis exemplos do comportamento cristão: falar a verdade e controlar a ira, ter honestidade no serviço e bondade no falar, amor e autocontrole sexual.

1)     Seis exemplos concretos

a)     Não contem mentiras mas, sim, fale a verdade. “Cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo...”(Ef 4.25 NVI). Ou, “chega de mentiras, chega de fingimento. Falem a verdade” (A mensagem). Por quê que devo falar a verdade? O apostolo responde: “...porque somos membros uns dos outros” (Ef 4.25). 

Os cristãos, seguidores de Cristo, devem ser conhecidos na sua comunidade como pessoas honestas e fidedignas, em cuja palavra se pode confiar. A razão dada não somente é que a outra pessoa é nosso próximo, a quem devemos amar, mas que, na igreja, o nosso relacionamento é ainda mais estreito, porque somos membros uns dos outros “Uma mentira é uma facada nas partes vitais do corpo de Cristo”. A comunhão deve ser edificada na confiança e a confiança é edificada na verdade”

b)     Não perca a calma mas, sim, tenha certeza de que sua ira é justa. “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo” (Ef 4.26-27). 


 As escrituras nos ensinam sobre dois tipos de ira: a justa e a injusta. No versículo 31 diz: “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira...”. Com certeza, essa ira é injusta. Mas em Efésios 5.6 somos informados sobre a ira de Deis que virá sobre os desobedientes, e sabemos que a ira de Deus é justa. Justa também foi a ira de Jesus.

Há uma grande necessidade no mundo de hoje para mais ira cristã. Devemos, diante do mal descarado, ficar indignados e não tolerantes, zangados e não apáticos. Se Deus odeia o pecado, seu povo deve odiá-lo também. Se o mal desperta a sua ira, também deve despertar a nossa. “De mim se apoderou a indignação, por causa dos pecadores que abandonam a tua lei” (Sl 119.53).

Ao mesmo tempo, devemos lembrar-nos do nosso estado de caídos e nossa disposição constante à intemperança e à vaidade. Se formos sábios, seremos tardios para irar, lembrando-nos de “que à ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tg 1.19-20). Assim, Paulo qualifica sua expressão permissiva irai-vos com três negativas. Primeiro, “Não pequem”, isto é, que a nossa ira esteja livre do orgulho magoado, do despeito, da malicia, da animosidade e da vingança.

Segundo, “Apaziguem sua ira antes que o sol se ponha”, isto é, não é bom acalentar a ira, guardar, armazenar. Raras vezes é seguro deixar as brasas arderem. “Nunca vá zangado para cama”. Terceiro, “nem deis lugar ao diabo” (Ef 4.27). Por quê? Porque ele sabe quão fina é a linha entre a ira justa e injusta, e quão difícil os seres humanos encontram um uso responsável para sua ira. 

c)     Não furte mas, sim, trabalhe e contribua. “Aquele que roubava, não roube mais; pelo contrário, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com quem está atravessando um período de necessidade” (Ef 4.49 BKJ).

“Não furtarás” foi o oitavo mandamento da lei de Moisés. Agora, ele deve começar a trabalhar, fazendo com as próprias mãos o que é bom, ganhando a própria vida. Depois não somente poderá sustentar a si mesmo e a sua família, como também acudir o necessitado. 

d)     Não use a boca para o mal, mas, sim, para o bem. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação conforme a necessidade, e assim transmita graça aos que ouvem. E Não entristeçais o Espirito de Deus, na qual foste selados para o dia da redenção” (Ef 4.29-30).

A palavra “torpe” no grego é sapros, palavra que se emprega para arvores podres e frutos podres. A palavra torpe transmite o sentido de palavra suja, apodrecida. “Nunca saia da boca de vocês nenhuma besteira ou baixaria” (A Mensagem). Mas, devemos empregar o nosso dom sem igual da fala de modo construtivo, para edificação. Então nossas palavras transmitirão graças aos que ouvem. 

Jesus ensinou a grande relevância da fala e afirmou que teremos que prestar contas no dia do juízo de toda palavra frívola que tenhamos pronunciado (Mt 12.33-37). Tiago, o irmão do Senhor, enfatizou o poder da língua como “...um pequeno órgão do corpo, mas se vangloria de grandes coisas. Veja como um grande bosque é incendiado por uma simples fagulha. Assim também, a língua é um fogo...” (T3.5-6). Ao invés de ferir as pessoas com palavras, desejaremos usá-las para ajudar, encorajar, animar, consolar e estimular tais pessoas...

“E não entristeçais o Espirito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção” (Ef 4.30). Aprendemos aqui que por trás das ações humanas, personalidades invisíveis estão presentes e ativas. Paulo, quando fala da ira, nos adverte de não darmos oportunidade ao diabo (Ef 4.27). Agora, nos conclama a não entristecermos o Espirito Santo, que é Deus. É o parakletos chamado para estar conosco. Ele tem vontade, sentimentos e emoções, é uma pessoa. Ele ensina, ele chama para obra missionária, guia e orienta.

O que entristece o Espirito Santo? A falta de santidade em nossa vida, a desunião no corpo de Cristo e o abuso indiscriminado da nossa boca com palavras torpes, de baixo calão, etc. 

e)     Não sejam maldosos ou amargos mas, sim, bondosos e amorosos. “Longe de vós todos a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda a malicia (Ef 4.31). Paulo elenca seis atitudes e ações desagradáveis que devem ser lançadas longe de nós. “Amargura” é um espirito azedo e uma conversa azeda, uma pessoa com cara de limão, azeda. “Gritaria” descreve pessoa que ficam facilmente nervosas e começam a gritar, até mesmo berrar pra todo mundo ouvir. 


“blasfêmias”. Refere-se a falar mal do outro, especialmente pelas costas, o tal abraço do tamanduá. Chegando mesmo a difamar e até mesmo a destruir a reputação da pessoa. “Malicia” é gente de má vontade, gente do mal, gente maliciosamente, onde o bem não habita e vive o tempo todo tramando o mal contra as pessoas.

Conclusão

No lugar dessas infelicidades, mazelas, que “Sejamos bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo” (Ef 4.32). “Bondosos ou benignos” é a palavra Chrestos, muita parecida com Christos, que tenhamos a bondade de Cristo. “Compassivo” é alguém que consegue sentir a dor do outro, o sofrimento do irmão. Por fim, “perdoando-vos uns aos outros” é literalmente “agindo com graça” uns para com os outros. 


 

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

 Macetar ou viver em santidade – Ef 4.17-24 

Introdução

Todo mundo presenciou o que aconteceu na madrugada de domingo, em Salvador, a cantora Baby do Brasil, em carros aparelhados disse no microfone: “Todos atentos porque nos entramos no apocalipse e o arrebatamento tem tudo para acontecer entre 5 e 10 anos, procure o Senhor enquanto é possível”. A cantora Ivete, a sua vez, respondeu: “Eu não vou deixar acontecer porque não tem apocalipse quando a gente maceta o apocalipse”. 


O carnaval é a festa da carne, a festa da sensualidade, da luxuria, do prazer, do nudismo, da proliferação da AIDS, gravidez, doenças sexuais, da bebedeira, etc. E a musica do momento, é “macetando”, da cantora Ivete Sangalo, com a participação da cantora Ludmilia. As mulheres são chamadas na música de “danadas” “gosta de bagaceira”, “adoram um paredão”, uma linguagem totalmente sexual. São termos pesados, sensuais e que não cabe elenca-los.

O verbo “macetar” significa “golpear (alguém ou algo) com maceta ou macete, um martelo de cabo curto”. “Macetando tem a ver com “vou te dar um amasso, vou te pegar”. Do outro lado, temos a palavra santidade, que significa separado para Deus, significa que está do lado de Deus, quer viver de acordo com a vontade de Deus, guardar sua palavra e não se contaminar com as imoralidades sexuais dos dias hodiernos.  

1)     Macetando

Paulo nos exorta “que não vivam mais como os gentios, que vivem na futilidade dos seus pensamentos” (Ef 4.17). Por quê as pessoas optam em vivem em suas futilidades? Por que as pessoas têm dificuldade de viver segundo a vontade de Deus? O apostolo responde: “devido ao endurecimento dos seus corações” (Ef 4.18). A palavra empregada no é grego é porosis, poros é “um tipo de mármore”, ou, em termos médicos poros é um “calo”, ou uma “formação óssea nas juntas”. Logo, o verbo poroun significa “petrificar”, tornar-se “duro” e, portanto, “insensível”. 

Portanto, para o apostolo Paulo, a causa da indiferença ao evangelho é a dureza de coração, coração como mármore. Depois é a ignorância “obscurecidos no entendimento” (Ef 4.18). E, em terceiro lugar, alheios à vida de Deus “separados de Deus”. Consequentemente, tornam-se insensíveis “tendo perdido toda sensibilidade” (Ef 4.19), se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza.

O apostolo Paulo em Romanos faz uma descrição parecida com o livro de Efesios. Ele fala da obstinação, que é a dureza do coração “Homens que detém a verdade pela injustiça” (Rm 1.18); as trevas “mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e os seus corações insensatos se obscureceram” (Rm 1.21); julgamento: “Por isso Deus entregou tais homens”. E, temeridade, “Deus os entregou a “paixões infames, torpeza, coisa inconvenientes e toda injustiça” (Rm 1-24-31). 

Recapitulando: a dureza de coração leva primeiro às trevas mentais, depois à insensibilidade da alma sob o julgamento de Deus e, finalmente, à vida desenfreada. Tendo perdido toda a sensibilidade, as pessoas perdem todo o autocontrole.

2)     Santidade

Diante desse quadro tenebroso, Paulo exorta os irmãos de Efésios: “Mas não foi assim que aprendeste a Cristo” (Ef 4.20). Olhando para a situação do mundo ao nosso redor, ou seja, a dureza de coração, com as trevas e com a temeridade dos pagãos. Volta-se para eles e diz, ao contrário “aprendeste a Cristo”(Ef 4.20), “o tendes ouvido” (Ef 4.21) e “nele foste instruído” (Ef 4.21). 

Primeiro, diz o apostolo, “aprendeste a Cristo”. Cristo se encarnou, veio ao mundo, morreu e, no terceiro dia, ressuscitou. Portanto, temos que anunciar o seu senhorio, o seu domínio, o seu poder sobre a morte e a sua segunda vinda.

Segundo, diz o apostolo, “o tendes ouvido”. Temos ouvido a sua voz? Temos meditado em sua Palavra, nas escrituras? Diz o escritor de Hebreus: “Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do filho, a quem constitui herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo” (HB 1.1-2).

 A palavra de Deus é “lâmpada para os meus pés, e luz para o meu caminho” (Sl 119.105). A Salmista pergunta: “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra. De todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.9-11).  Ou, “como pode o jovem viver uma vida ´pura? Seguindo cuidadosamente o mapa da Tua Palavra. Estou decidido na tua Procura: não permitas que eu passe sem ver as placas que puseste no caminho. Guardei tuas promessas na caixa-forte do meu coração, para que eu não vá a falência” (A mensagem).

Terceiro, diz o apostolo “nele fostes instruídos”. Em quem? Em Jesus. Jesus é o conteúdo do nosso aprendizado. Paulo fala ao carcereiro: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo tu e a tua casa” (Atos 16.31). Ele é a nossa rocha segura, nosso refúgio, nossa fortaleza. Ele é o grande eu sou, aquele que apareceu para Moises na sarça ardente. No livro de João tem sete “Eu sou”: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6.35), “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12), “Eu sou a videira verdadeira” (Jo 15), “Eu sou a porta” (Jo 10), “Eu sou o bom pastor” (Jo 10.11-14), “Eu sou a ressureição e a vida” (Jo 11.25) e “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6).

Quem é Jesus?

Para o cego, é a luz.
Para o faminto, é o pão.
Para o sedento, é a fonte de água viva.
Para o morto, é a vida.
Para o enfermo, é a cura.
Para o prisioneiro, é a liberdade.
Para o solitário, é o companheiro.
Para o viajante, é o caminho.
Para o sábio, é a sabedoria.
Para a medicina, é o médico dos médicos.
Para o réu, é o advogado.
Para o advogado, é o Juiz.
Para o Juiz, é a justiça.
Para o cansado, é o alívio.
Para o pedreiro, é a pedra principal.
Para o jardineiro, é a rosa de Sharon.
Para o triste, é a alegria.
Para o leitor, é a palavra.
Para o pobre, é o tesouro.
Para o devedor, é o perdão.

Para mim, Ele é TUDO!

E o que mais? “E vos renoveis no espirito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4.23-24). Ser cristão envolve uma mudança radical, a saber: a conversão e a nova criação “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17). Envolve o repudio do nosso próprio eu antigo, da nossa humanidade caída e a adoção de um novo eu. 

A cada um destes dois Paulo chama de um homem: O “velho homem”, que é despojado, e o novo homem, de quem se reveste. Portanto, somos chamados a despir nossa natureza corrupta como uma roupa esfarrapada e suja, e que nos revistamos da nova natureza como uma veste de luz. A primeira era personificada como um velho homem, decrepito, deformado, e tendendo a corrupção, assim também a ultima é personificada como um novo homem, viçoso, belo, e vigoroso, como Deus. Isto é, criado a sua imagem.

O velho homem era corrupto, gostava de macetar, de pecar, estava no caminho da ruina ou para a destruição; o novo homem tem sido criado segundo Deus. O velho era dominado por pecados, por paixões, por imoralidades sexuais descontroladas. O novo foi criado em justiça e retidão. O velho era dominado por engano; a justiça do novo é a verdade. 

Desta maneira, a corrupção e a criação, a paixão e a santidade, o engano e a verdade estão colocados em contraste entre si, o que indica a total incompatibilidade entre o velho e o novo, o que erámos em Adão e o que somos em Cristo Jesus.

Paulo usa dois termos “despojar” e “revestir” “E vos renoveis no Espirito do vosso entendimento”. “Despojar” é rejeição decisiva, deliberada do velho eu e “revestir” é a aceitação do novo, implica na conversão, uma renovação interior, diária e até mesmo continua do nosso ponto de vista envolvida em ser um cristão. Paulo exorta “Não imitem o comportamento e os costumes deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma mudança em seu modo de pensar, a fim de que experimentem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para vocês”.

Conclusão

Diante de nós temos um povo que se desdobra em festas, orgias, luxurias, homossexualismo. Vivendo na carne, no carnaval. Como se estivessem afirmando: “Comamos e bebemos, porque amanhã morreremos” (1 Co 15.32). Para eles, depois da morte, não há mais nada, então: “Aproveite o máximo, pois a vida é curta”.

Agora, os cristãos, tem uma perspectiva totalmente diferente desses foliões. Foram tirados desse mundo de pecado, experimentaram o fel do pecado e nada se acrescentou. Não achamos sentido nesse mundo de prazeres fúteis. Até o dia que encontramos com Jesus Cristo, que salvou, justificou, regenerou, deu uma nova mente, agora “vivem em novidade de vida”.