Áquila e Priscila – Atos 18.1-4
Introdução
O evangelho de Jesus se espalhou rapidamente por vários impulsos, conforme lemos o livro de Atos dos Apóstolos. O primeiro impulso é a espiritualidade, isto é, quando a igreja está reunida no cenáculo e recebe o batismo com Espirito Santo. “Todos ficaram cheios do Espirito Santo...” (Atos 2.4). No primeiro sermão de Pedro, três mil almas se convertem ao evangelho.
O Segundo impulso é o sofrimento. A partir da morte de Estevão
a igreja sofre intenso sofrimento. “...Desencadeou-se
grande perseguição contra a igreja em Jerusalém” (Atos 8.1). Aqui, a palavra
“perseguição” é um sofrimento físico, um sofrimento na pele. No verso 2, a
igreja lamenta, “derramaram seus
corações em pranto”, isto é, sofrimento emocional. No v.3, “Saulo...devastava a igreja”, isto é, a
intenção era acabar com a igreja, sofrimento espiritual. Mas, Deus intervém “os que haviam sido dispersos pregavam a palavra
por onde quer que fossem” (Atos 8.4).
Em Atos 13, tem o terceiro impulso da igreja que é o envio
missionário. “Serviam eles ao Senhor quando o Espirito Santo disse...Separem
Barnabé e Saulo ...”. Eles eram bênçãos na igreja de Antioquia, aqui a gente aprende
um princípio: “Não envie para longe quem não é benção perto”. Imagina vocês,
enviar para o campo pessoas tribulosas, pessoas encrenqueiras, pessoas sem
compromisso com os cultos...
E, por fim, o quarto impulso é da multiplicação. Em Atos 16, Paulo e sua equipe missionária, quando tentou ir para Asia “O Espirito de Jesus os impediu” (Atos 16.7). Então, foram dirigidos por Deus para Macedonia pregar o evangelho. O evangelho vai se multiplicando em Filipos, Tessalonica, Bereia, Atenas e em Corinto.
1)
Em
Corinto
“...deixando Paulo Atenas, partiu para Corinto. Lá, encontrou certo judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado da Italia, com Priscila, sua mulher...”. Esses nomes “Áquila e Priscila” são mencionados seis vezes no Novo Testamento. Conforme o texto, Áquila é judeu, do Ponto, Ásia Menor. A profissão de Áquila, como todo judeu, foi treinado num oficio. Trabalhava na fabricação de tendas, trabalhava com couro, artesanato. Já Priscila, possivelmente veio de uma família abastada, porque seu nome é de uma família tradicional.
Nada sabemos sobre a conversão deles, mas é possível que
tenha acontecido em Roma, antes de conhecer o apostolo Paulo. Eles foram
expulsos de Roma por ordem do imperador Claudio, no ano 49 d.C, por causa de contendas
entre o judaísmo e o cristianismo. De acordo com o historiador Suetônio em seu
livro “Vida dos doze Césares”, os judeus foram expulsos, pois estavam “transtornando
a cidade por causa de Cristo”.
Paulo estava em sua segunda viagem missionária vindo do Oriente, enquanto que Áquila e Priscila tinham vindo do Ocidente, Roma. A profissão de Paulo era a mesma do casal e, apesar de serem de lugares diferentes, Paulo foi morar e trabalhar com eles (Atos 18.1-3). Certamente o casal colocou em prática o ensino das escrituras: “Compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade” (Rm 12.3), ou “Não vos esqueçais de praticar a hospitalidade; pois agindo assim, mesmo sem perceber, alguns acolheram anjos” (Hb 13.2).
Não deve ter sido fácil para Priscila e Áquila na cidade de
Corinto! Em Corinto havia o Acrocorinto, em seu topo um templo dedicado a deusa
Afrodite, a deusa do amor. Tinha mais de mil prostitutas que vagavam a noite
pelas ruas da cidade. Havia muita prostituição e muita idolatria em Corinto.
Apesar disso, o casal foi uma benção na vida do apostolo Paulo, como seus
cooperadores na obra do Senhor.
Podemos imaginar os três trabalhando na oficina de
artesanato, conversando sobre as Escrituras do Antigo Testamento e sobre as
promessas a respeito da vinda do Messias. Olhando textos do Antigo Testamento
para consubstanciar com Jesus Cristo, e seu cumprimento. Iam as sinagogas todos
os sábados para explicar que “Jesus é o Messias” (Atos 18.5). Contudo,
encontraram resistência e foram xingados (Atos 18.6). Paulo, então resolve levar
a mensagem aos gentios.
Podemos imaginar as reuniões fervorosas de oração de Paulo, Áquila e Priscila! E perante as perseguições, ficaram bem unidos no Senhor. Lembre-se que foi em Corinto que o Senhor apareceu para animar Paulo dizendo: “Não temas; pelo contrário, falas e não te cales” (Atos 18.9). Também, podemos imaginar a alegria deles nas primeiras conversões: Crispo e toda sua casa e muitos creram e eram batizados. Em Corinto, Paulo permaneceu durante um ano e seis meses (Atos 18.11).
Em Romanos o apostolo Paulo testemunhou que “pela minha vida arriscaram sua própria cabeça”.
O texto diz que Paulo estava fazendo realizando grandes milagres em Éfeso (Ef
19.11-12). Mas, os invejosos que ganhavam dinheiro com a deusa Diana dos Efesios
se enfureceram. Criou-se um tumulto devido à revolta das pessoas que faziam ídolos
de Diana (Atos 19.23).
E o casal pelo que subentende arriscaram a vida pelo
apostolo. Que amizade profunda! Arriscar a vida para salvar alguém! Como era difícil
ser cristão no primeiro século! Mas em pleno século XXI, em muitas partes do
mundo, ser crente é também correr risco de morte.
2)
Discipuladores
No ano 52 d.C Áquila e Priscila viajaram com Paulo de Corinto para Éfeso, no entanto, Paulo ficou somente alguns dias, indo para Jerusalém. Paulo deixou o casal em Éfeso onde provavelmente montou sua oficina de artesanato e evangelizava. E, ali também, como em Corinto, abriram as portas de casa para hospedar a igreja, pois quando Paulo escreveu aos Corintios, ele disse: “No Senhor muitos vos saudam Áquila e Priscila e, bem assim, a igreja que está na casa deles” (Rm 16.5).
Infelizmente, hoje os
cristãos têm dificuldade de abrir a sua casa para fazer um pequeno grupo. Mas, Abrir
as portas da nossa casa para fazer um culto é chamar a benção pra dentro de
casa. Convidar amigos, vizinhos, parentes, para ouvirem a Palavra de Deus. Que sejamos
como esse casal abençoado na obra de Deus.
E, mais, enquanto estavam em Éfeso, um judeu de Alexandria, chamado Apolo, apareceu. Ele era natural de Alexandria, Egito e eloquente e poderoso nas Escrituras (Atos 18.24). Ou seja, conhecia bem as escrituras do Antigo Testamento. Sabia a respeito de Jesus, mas tinha ido até o batismo de João Batista no seu conhecimento!
Apolo pregava ousadamente na sinagoga. Mas Áquila e Priscila
perceberam que faltava algo na pregação deles. Apolo não tinha uma compreensão
sobre o caminho de Deus. Fora de grande valia ao casal passar um ano e seis
meses ao lado do apostolo Paulo, aprendendo profundamente a palavra de Deus. Agora
estavam transmitindo ao jovem Apolo.
Depois do discipulado em Éfeso, Apolo quis percorrer a Acaia,
deram-lhe carta de recomendação para que os irmãos o recebessem no Senhor. E, o
capitulo 18 de Atos, termina afirmando: “Porque
com grande poder, convencia publicamente os judeus, provando, por meio das
Escrituras, que Cristo é Jesus” (Atos 18.28).
Conclusão: o que falar de Áquila e Priscila?
Saíram correndo de Roma como refugiados, perseguidos pelo
imperador Claudio, em 49 d.C.
Em Corinto, conheceram o apostolo Paulo. Por isso que Paulo
vai afirmar: “que todas coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”
(Rm 8.28). Lá, juntos, expandiram o evangelho na cidade.
O que mais? Arriscaram a própria vida, em favor do apostolo.
Foram perseguidos tanto em Corinto quanto em Efeso, mas o tempo todo se
mantiveram ao lado do apostolo.
Usaram sua casa, residência, para hospedar a igreja de Deus.
Para levar o evangelho as pessoas.
E, por fim, discipularam Apolo, um jovem ardoroso e
eloquente, lhes contando fatos que ainda não sabia.
E, você o que tem feito na obra do Senhor?
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