terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

 Macetar ou viver em santidade – Ef 4.17-24 

Introdução

Todo mundo presenciou o que aconteceu na madrugada de domingo, em Salvador, a cantora Baby do Brasil, em carros aparelhados disse no microfone: “Todos atentos porque nos entramos no apocalipse e o arrebatamento tem tudo para acontecer entre 5 e 10 anos, procure o Senhor enquanto é possível”. A cantora Ivete, a sua vez, respondeu: “Eu não vou deixar acontecer porque não tem apocalipse quando a gente maceta o apocalipse”. 


O carnaval é a festa da carne, a festa da sensualidade, da luxuria, do prazer, do nudismo, da proliferação da AIDS, gravidez, doenças sexuais, da bebedeira, etc. E a musica do momento, é “macetando”, da cantora Ivete Sangalo, com a participação da cantora Ludmilia. As mulheres são chamadas na música de “danadas” “gosta de bagaceira”, “adoram um paredão”, uma linguagem totalmente sexual. São termos pesados, sensuais e que não cabe elenca-los.

O verbo “macetar” significa “golpear (alguém ou algo) com maceta ou macete, um martelo de cabo curto”. “Macetando tem a ver com “vou te dar um amasso, vou te pegar”. Do outro lado, temos a palavra santidade, que significa separado para Deus, significa que está do lado de Deus, quer viver de acordo com a vontade de Deus, guardar sua palavra e não se contaminar com as imoralidades sexuais dos dias hodiernos.  

1)     Macetando

Paulo nos exorta “que não vivam mais como os gentios, que vivem na futilidade dos seus pensamentos” (Ef 4.17). Por quê as pessoas optam em vivem em suas futilidades? Por que as pessoas têm dificuldade de viver segundo a vontade de Deus? O apostolo responde: “devido ao endurecimento dos seus corações” (Ef 4.18). A palavra empregada no é grego é porosis, poros é “um tipo de mármore”, ou, em termos médicos poros é um “calo”, ou uma “formação óssea nas juntas”. Logo, o verbo poroun significa “petrificar”, tornar-se “duro” e, portanto, “insensível”. 

Portanto, para o apostolo Paulo, a causa da indiferença ao evangelho é a dureza de coração, coração como mármore. Depois é a ignorância “obscurecidos no entendimento” (Ef 4.18). E, em terceiro lugar, alheios à vida de Deus “separados de Deus”. Consequentemente, tornam-se insensíveis “tendo perdido toda sensibilidade” (Ef 4.19), se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza.

O apostolo Paulo em Romanos faz uma descrição parecida com o livro de Efesios. Ele fala da obstinação, que é a dureza do coração “Homens que detém a verdade pela injustiça” (Rm 1.18); as trevas “mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e os seus corações insensatos se obscureceram” (Rm 1.21); julgamento: “Por isso Deus entregou tais homens”. E, temeridade, “Deus os entregou a “paixões infames, torpeza, coisa inconvenientes e toda injustiça” (Rm 1-24-31). 

Recapitulando: a dureza de coração leva primeiro às trevas mentais, depois à insensibilidade da alma sob o julgamento de Deus e, finalmente, à vida desenfreada. Tendo perdido toda a sensibilidade, as pessoas perdem todo o autocontrole.

2)     Santidade

Diante desse quadro tenebroso, Paulo exorta os irmãos de Efésios: “Mas não foi assim que aprendeste a Cristo” (Ef 4.20). Olhando para a situação do mundo ao nosso redor, ou seja, a dureza de coração, com as trevas e com a temeridade dos pagãos. Volta-se para eles e diz, ao contrário “aprendeste a Cristo”(Ef 4.20), “o tendes ouvido” (Ef 4.21) e “nele foste instruído” (Ef 4.21). 

Primeiro, diz o apostolo, “aprendeste a Cristo”. Cristo se encarnou, veio ao mundo, morreu e, no terceiro dia, ressuscitou. Portanto, temos que anunciar o seu senhorio, o seu domínio, o seu poder sobre a morte e a sua segunda vinda.

Segundo, diz o apostolo, “o tendes ouvido”. Temos ouvido a sua voz? Temos meditado em sua Palavra, nas escrituras? Diz o escritor de Hebreus: “Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do filho, a quem constitui herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo” (HB 1.1-2).

 A palavra de Deus é “lâmpada para os meus pés, e luz para o meu caminho” (Sl 119.105). A Salmista pergunta: “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra. De todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.9-11).  Ou, “como pode o jovem viver uma vida ´pura? Seguindo cuidadosamente o mapa da Tua Palavra. Estou decidido na tua Procura: não permitas que eu passe sem ver as placas que puseste no caminho. Guardei tuas promessas na caixa-forte do meu coração, para que eu não vá a falência” (A mensagem).

Terceiro, diz o apostolo “nele fostes instruídos”. Em quem? Em Jesus. Jesus é o conteúdo do nosso aprendizado. Paulo fala ao carcereiro: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo tu e a tua casa” (Atos 16.31). Ele é a nossa rocha segura, nosso refúgio, nossa fortaleza. Ele é o grande eu sou, aquele que apareceu para Moises na sarça ardente. No livro de João tem sete “Eu sou”: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6.35), “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12), “Eu sou a videira verdadeira” (Jo 15), “Eu sou a porta” (Jo 10), “Eu sou o bom pastor” (Jo 10.11-14), “Eu sou a ressureição e a vida” (Jo 11.25) e “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6).

Quem é Jesus?

Para o cego, é a luz.
Para o faminto, é o pão.
Para o sedento, é a fonte de água viva.
Para o morto, é a vida.
Para o enfermo, é a cura.
Para o prisioneiro, é a liberdade.
Para o solitário, é o companheiro.
Para o viajante, é o caminho.
Para o sábio, é a sabedoria.
Para a medicina, é o médico dos médicos.
Para o réu, é o advogado.
Para o advogado, é o Juiz.
Para o Juiz, é a justiça.
Para o cansado, é o alívio.
Para o pedreiro, é a pedra principal.
Para o jardineiro, é a rosa de Sharon.
Para o triste, é a alegria.
Para o leitor, é a palavra.
Para o pobre, é o tesouro.
Para o devedor, é o perdão.

Para mim, Ele é TUDO!

E o que mais? “E vos renoveis no espirito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4.23-24). Ser cristão envolve uma mudança radical, a saber: a conversão e a nova criação “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17). Envolve o repudio do nosso próprio eu antigo, da nossa humanidade caída e a adoção de um novo eu. 

A cada um destes dois Paulo chama de um homem: O “velho homem”, que é despojado, e o novo homem, de quem se reveste. Portanto, somos chamados a despir nossa natureza corrupta como uma roupa esfarrapada e suja, e que nos revistamos da nova natureza como uma veste de luz. A primeira era personificada como um velho homem, decrepito, deformado, e tendendo a corrupção, assim também a ultima é personificada como um novo homem, viçoso, belo, e vigoroso, como Deus. Isto é, criado a sua imagem.

O velho homem era corrupto, gostava de macetar, de pecar, estava no caminho da ruina ou para a destruição; o novo homem tem sido criado segundo Deus. O velho era dominado por pecados, por paixões, por imoralidades sexuais descontroladas. O novo foi criado em justiça e retidão. O velho era dominado por engano; a justiça do novo é a verdade. 

Desta maneira, a corrupção e a criação, a paixão e a santidade, o engano e a verdade estão colocados em contraste entre si, o que indica a total incompatibilidade entre o velho e o novo, o que erámos em Adão e o que somos em Cristo Jesus.

Paulo usa dois termos “despojar” e “revestir” “E vos renoveis no Espirito do vosso entendimento”. “Despojar” é rejeição decisiva, deliberada do velho eu e “revestir” é a aceitação do novo, implica na conversão, uma renovação interior, diária e até mesmo continua do nosso ponto de vista envolvida em ser um cristão. Paulo exorta “Não imitem o comportamento e os costumes deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma mudança em seu modo de pensar, a fim de que experimentem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para vocês”.

Conclusão

Diante de nós temos um povo que se desdobra em festas, orgias, luxurias, homossexualismo. Vivendo na carne, no carnaval. Como se estivessem afirmando: “Comamos e bebemos, porque amanhã morreremos” (1 Co 15.32). Para eles, depois da morte, não há mais nada, então: “Aproveite o máximo, pois a vida é curta”.

Agora, os cristãos, tem uma perspectiva totalmente diferente desses foliões. Foram tirados desse mundo de pecado, experimentaram o fel do pecado e nada se acrescentou. Não achamos sentido nesse mundo de prazeres fúteis. Até o dia que encontramos com Jesus Cristo, que salvou, justificou, regenerou, deu uma nova mente, agora “vivem em novidade de vida”.  



  

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