terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

 Apostasia e o Anticristo 2 Ts 2.1-12 

Introdução

Os irmãos de Tessalônica estavam passando por perseguições desde que confessaram sua fé em Jesus Cristo. Abalados, perguntavam-se se o dia do Senhor já havia chegado. Eles estavam sendo influenciados por profecias, palavras ou uma carta falsa atribuída ao apostolo Paulo. O apostolo exorta: “Não se deixem abalar nem assustar tão facilmente por aqueles que dizem que o dia do Senhor já começou” (2 Ts 2.2). Em resposta, Paulo explica que o dia do Senhor, sua segunda vinda “parusia”, ainda não havia chegado.

Paulo explica aos tessalonicenses que, embora a volta de Cristo seja iminente, existem sinais que ainda teriam de se cumprir antes desse maravilhoso e esperado evento. Primeiro, diz o apostolo, que haverá uma grande rebelião contra Deus e tudo o que procede de Deus. Essa rebelião tem duas faces: uma profunda e generalizada apatia em relação à fé em Jesus Cristo e à Palavra de Deus, seguida de violenta rebelião contra o Senhor e seus seguidores em todo o mundo (Mt 24.10-12).

Os principais pontos da doutrina bíblica inegavelmente ensinados nas escrituras serão colocados de lado e será dito às pessoas o que elas quiserem ouvir. “O Espírito afirma claramente que nos últimos tempos alguns se desviarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a ensinamentos de demônios” (1 Tm 4.1).

Segundo, surgirá o “homem da iniquidade” (2 Ts 2.3). Paulo usa o artigo definido: “o homem”. Não é uma organização. Não é um movimento. É uma pessoa. João nos esclarece sobre o surgimento de “muitos anticristos” ao longo da história “Voces ouviram que o anticristo está por vir, e muitos anticristos já apareceram. Por isso sabemos que chegou a hora final” (1 Jo 2.18).

No entanto, “o homem da iniquidade” será o pior de todos “ele se exaltará e se oporá a tudo que o povo chama de Deus... e se fará passar por Deus” (2 Ts 2.4). Será uma pessoa fora do comum. Esperará receber a adoração dos povos do mundo, e buscará essa adoração.

 1)     O perigo da apostasia

O que é apostasia? É não ficar firme em Cristo e seu evangelho até o final “Demas, havendo amado mais o mundo secular, me abandonou...” (2 Tm 4.10). Portanto, apostasia é afastar-se do Deus vivo “Tende cuidado, para que nenhum de vós mantenha um coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo” (Hb 3.12). a pessoa volta, como disse o apostolo Pedro: “...o cão volta ao seu vômito e mais: a porca lavada volta a revolver-se no lamaçal” (2 Pe 2.22). 

Como ocorre a apostasia? Primeiro, o coração se torna endurecido diante dos mandamentos de Deus; recusa-se a acatá-los, porque com toda franqueza, o pecado parece mais atraente. Segundo, vem a murmuração, insatisfação, reclamação, rebeldia e justificação, etc. Terceiro, depois bem uma rebeldia obstinada e desobediência causada pela descrença.

Hoje eu vi no Instagram o cantor Kleber Lucas que foi um dos cantores mais conhecidos no Brasil afirmando que a música do Leo Santana bagunçou a sua cabeça, até tentou dançar a música – mas, segundo ele vai dar confusão – e,  pois não para de pensar na musica e ele diz: “A musica está na cabeça, não sai da cabeça, até tentei cantar um cântico aquele mais alvo que a neve, mas veio a musica do Leo Santana na minha cabeça”

2)     “Homem da iniquidade”

Sua identidade. A palavra anticristo significa um Cristo substituto ou um Cristo rival. O prefixo grego “anti” pode significar duas coisas: “contrario a” e “no lugar de”. Satanás não apenas se opõe a Cristo, mas também deseja ser adorado e obedecido no lugar de Cristo. Ele surgirá da grande apostasia, rebelião contra Deus (2 Ts 2.3); será uma pessoa, será objeto de adoração (2 Ts 2.4) e usará falsos milagres (2 Ts 2.9). 

Seu caráter. Ele é chamado de “homem da iniquidade”, “filho da perdição” (2 Ts 2.3), aquele que “se opõe a Deus” (2 Ts 2.4). “Aquele que se exalta acima de todos os demais”, que se proclama Deus (2 Ts 2.4), “iniquio”. Ao longo da história, identificaram o anticristo com vários personagens: Calígula, Nero, Vespasiano, Tito, Domiciano, Hitler, Stalin, Gobachov, Papa João Paulo II e, atualmente, ao presidente da França Macron.

 Contudo, o anticristo será um homem sem lei e viverá e agirá na absoluta ilegalidade. Ele será transgressor consumado da lei de Deus e dos homens. Ele é a própria personificação da rebelião contra as ordenanças de Deus. O homem da iniquidade realizará sonhos de Satanás sobre a terra, liderando a mais ampla e mais profunda rebelião contra Deus em toda a história.

Ele é chamado filho da perdição (2 Ts 2.3). Não apenas seu caráter é sumamente corrompido, mas seu destino é claramente definido. Ele é um ser completamente perdido e designado para a perdição. Ele será lançado no lago de fogo (Ap 19.20; 20.10). Ele é o “iníquo” (2 Ts 2.8). A palavra grega anomos, traduzida por iníquo, significa ilegal, aquele que vive a margem da lei. O Anticristo será um homem corrompido em grau superlativo. 

O anticristo se oporá a Deus abertamente e perseguirá implacavelmente a igreja “...se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus...ostentando-se como se fosse o próprio Deus”. O profeta Daniel diz que ele “proferirá palavras contra o Altíssimo” (Dn 7.25) e “contra o Deus dos deuses, falará coisas incríveis” (Dn 11.36). O apostolo João declara: “...abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome” (Ap 13.6). 

O Anticristo será objeto de adoração em toda terra (2 Ts 2.4). Ele se assentará no santuário de Deus e vai reivindicar ser adorado como Deus. Adoração é um tema central no livro de apocalipse: a noiva está adorando o cordeiro, e a igreja apóstata está adorando o anticristo. O carnaval é uma adoração ao anticristo. A nova era anuncia a chegada de um novo tempo, em que o homem vai curvar-se diante do “Matrea”, o grande líder mundial. “O mundo está pronto para endeusar qualquer novo Cesar que consiga dar à sociedade caótica unidade e paz”.

O anticristo vai realizar grandes sinais na terra. Ora, o aparecimento do iniquo é segundo a eficácia de Satanas, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira” (2 Ts 2.9-10). As pessoas andam em busca de sinais e serão facilmente enganadas pelo anticristo. Ele vai ditar e disseminar falsos ensinos (2 Ts 2.11). “Todos os habitantes da terra adoração a Besta, ou seja, todos aqueles que não tiveram seus nomes escritos no Livro da vida do Cordeiro...” (Ap 13.8).

 Conclusão:

“E. agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado em ocasião própria. Com efeito, o mistério da iniquidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detem” (2 Ts 2.7).

A palavra grega Kairós, traduzida por “ocasião oportuna” revela-nos que o anticristo só aparecerá no momento certo, ou seja, no momento determinado por Deus. Assim como houve a “plenitude do tempo” para a vinda de Cristo (Gl 4.4), também haverá uma “plenitude do tempo” para o surgimento do Anticristo.

O que o detém? Algo está detendo a sua chegada em nosso meio! É Deus? É o anuncio do evangelho que ainda não chegou em todas as nações? É o Espirito Santo que está com a sua igreja? O que sabemos, no entanto, é que há uma força detentora de dimensões sobrenaturais. É possível que Paulo tivesse em mente alguma figura angelical – como o arcanjo Miguel – que estava conservando o mal sob restrição durante o período da pregação até a sua manifestação aberta.  


terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

 Não apaguem o Espírito 1 Ts 5.16-22

Introdução

Cremos que o Espírito Santo está no meio da sua igreja. A sua vinda ocorreu em Atos 2, quando os discípulos foram cheios da sua presença e começaram a falar em outras línguas e a ser testemunha de Jesus em todos os lugares: Jerusalém, Judéia, Samaria e os confins da terra. Portanto, o Espirito Santo habita em nós, vive em nós, desde o momento que confessamos que Jesus Cristo é o Senhor. No entanto, se deixarmos de cuidar de nossa vida espiritual, vamos dando lugar as coisas materiais, mundanas ...e quando menos percebemos, todo aquele fogo, fervor espiritual se dissipou. Por isso que a Bíblia nos exorta: “Enchei-vos do seu Espírito”.

1)     Mandamentos gerais

Alegrem-se sempre”. Ou, “regozijai-vos sempre”, exorta o apostolo Paulo. A alegria é contagiante. A nossa alegria é uma pessoa, a nossa alegria é Jesus. Olha o que os anjos proclamaram no nascimento do Salvador: “Trago boas notícias, que darão grande alegria a todo povo: Hoje na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.10). Aqui a alegria é imperativa. Ser alegre é mandamento, é uma ordem.   

A alegria é a marca do salvo. O evangelho que abraçamos é a boa nova de alegria. O reino de Deus que está dentro de nós é alegria no Espírito Santo. O fruto do Espírito é alegria e a ordem de Deus é “alegrai-vos sempre”. Não é normal um cristão viver uma vida carrancuda, sem sentido.

Alegria é independente das circunstâncias, é ultracircunstancial. O apostolo Paulo e Silas foram presos, apanharam, humilhados, no entanto, “por volta da meia noite, Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus...de repente houve um terremoto tão violento que os alicerces da prisão foram abalados” (atos 16.25.26). O profeta Habacuque afirma: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação” (Hc 3.17-18).

“orai sem cessar”. Não significa estar sempre sussurrando orações, como é caso da seita Hare Krishna, ou o caso do terço católico, rezando mil vezes “ave Maria”. Não! O termo traduzido por “sem cessar”, no grego, descreve o pagamento constante de certas taxas necessárias; uma tosse contínua e ininterrupta; ataques militares repetidos; a produção regular e constante de frutos. 

Isto é, os cristãos têm que viver em tal comunhão com Deus que a oração, quer falada quer silenciosa, sempre seja fácil e natural para ele. O Cristão pode orar em qualquer tempo e em qualquer lugar. Também o cristão deve fixar horários para ter sua comunhão com Deus. A Bíblia fala que Daniel orava três vezes ao dia (Dn 6.10).

“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Ts 5.18). 

A gratidão é a atitude normal de toda alma salva. Esopo, escritor grego do século VI a.C., afirmou que “a gratidão é o sinal das almas nobres”. Gratidão é sempre lembrar daquilo que Deus fez. Quando o povo de Deus atravessou o Jordão, Josué ordenou que 12 homens pegassem uma pedra no meio do jordão (cada pedra representa uma tribo) e fizessem um monumento de lembrança, de gratidão (Js 4.1-3).

Isto é, gravem essa travessia em sua lembrança. Antes de olhar em frente para Jericó olhem para esse monumento de pedras e lembrem-se daquilo que Deus realizou aqui. Também, Samuel, depois da vitória estrondosa de Deus ao seu povo, “...pegou uma pedra e a ergueu entre Mispá e Sem; e deu-lhe o nome Ebenezer dizendo: “Até aqui o Senhor nos ajudou” (1 Sm 7.12). O Salmo 103 expressa essa gratidão: “bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios. Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades...”(v.2).

2)     Mandamentos específicos

“Não apagueis o Espirito” (1 Ts 5.19). 

O uso da palavra “apagar” traz a figura do fogo, como símbolo do Espirito Santo (Mt 3.11, Rm 12.11 e 2 Tm 1.6). Fogo fala de pureza, fala de poder, fala de luz e fala de calor. O fogo ilumina, o fogo aquece, o fogo purifica e o fogo se espalha. Apagamos o fogo quando removemos o combustível ou tirando o oxigênio. Apagamos o fogo quando cedemos ao pecado, ou quando deixamos de orar, quando deixamos de obedecer a Palavra de Deus.

No original grego significa “extinguir” “apagar” e que figuradamente significa “suprimir”. Esse verbo era usado para dar ideia de “apagar o fogo”, ou transmitir a ideia de tornar “inativas muitas coisas”.

“Não desprezeis as profecias” (1 Ts 5.20). 

O dom da profecia era o mais importante na igreja primitiva . Ágabo é um exemplo de pronunciamento profético “Assim diz o Espirito Santo: desta maneira os judeus amarrarão o dono deste cinto em Jerusalém  e o entregarão aos gentios” (Atos 21.110. Os eruditos tem definido esse dom da seguinte forma:

“É uma habilidade que Deus dá a certos membros do corpo de Cristo para receber e comunicar uma mensagem imediata de sua parte a seu povo, por meio de um pronunciamento ungido pelo próprio Espírito de Deus”.

Sabemos que a profecia é um assunto controvertido nas igrejas. Não é sem motivos que Paulo usa 40 versículos para falar sobre os dons de profecia e línguas em 1 coríntios 14. Paulo fala que o dom da profecia “fala aos homens, para edificação, exortação e consolação...e o que profetiza edifica a igreja” (1 Co 14.3,4). Mas, antes de terminar o assunto, o apostolo escreveu: “Não proíbas o falar em outras línguas” (1 Co 14.39). Os tessalonicenses estavam desprezando as profecias, ou “apagando o Espírito”.

“Julguem todas as coisas” (1 Ts 5.21).

O uso do discernimento espiritual é necessário para distinguir a mensagem profética verdadeira da falsa. O próprio Paulo pediu que a igreja de Corinto julgasse suas palavras “Falo com a entendidos; julgai vós mesmos o que digo” (1 Co 10,15) e se referiu à impossibilidade de alguém alegar que está falando pelo Espirito Santo dizer “anátema Jesus” (1 Co 12.3).  (Jesus seja amaldiçoado – NVI). “...quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” 


 “Retenham o que é bom” (1 Ts 5.21).

Ao desprezar (no grego “considerar como nada”) profecias, a igreja de Tessalônica poderia estar rejeitando algo vindo da parte de Deus. Assim, o apostolo Paulo procura preservar o equilíbrio necessário, convidando a igreja a “reter o que é bom”. Aqui une o antigo ditado popular: “Não jogue fora o bebê junto com a agua do banho”.

“Fiquem longe de toda forma de mal” (v.22). 


O cristão é alguém que tem zelo e cuidado com o seu testemunho. Ele não se imiscui com coisas duvidosas, com esquema de corrupção, com leviandades perniciosas. O crente não anda por veredas sinuosas nem se aliança com aqueles que vivem desordenadamente. Em provérbios tem um princípio sobre o justo: “Mas a vereda dos justos é como a luz do alvorecer, que vai brilhando mais e mais até ser dia claro” (Pv 4.18).

Conclusão: enchei-vos do Espírito

Em primeiro lugar, está no modo imperativo. “Enchei-vos” não é uma proposta alternativa mas, sim, um mandamento autoritário. Ser cheio é obrigatório, não é opcional.

Em segundo lugar, está na forma do plural. Noutras palavras, é endereçado à totalidade da comunidade.

Em terceiro lugar, está na voz passiva. O sentido é: deixai o Espírito encher-vos.

Em quarto lugar, está no tempo presente. A plenitude do Espírito Santo não é uma experiência de uma vez para sempre, mas um privilegio que deve ser continuamente renovado. 

 


 

 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

 Ele virá como um ladrão  1 Ts 5.1-11 

Introdução

Quanto a volta de Cristo, temos duas realidades. Há aqueles que deixam de fazer a obra, ou de trabalhar, casar, estudar, etc, por causa da volta de Jesus. Há aqueles que vivem despreocupadamente sem dar credito, importância a volta de Cristo. Estes são zombadores e escarnecedores, quem andam dizendo: “Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as cousas permanecem como desde o principio da criação” (2 Pe3.4).

No meio dessas duas realidades, como a igreja de Cristo deve se portar? Que atitude deve ter em relação à volta de Jesus? A igreja deve aguardar a volta de Jesus com uma atitude de expectativa, vigilância, resiliência e confiança e Deus.

1)     Aguardando a volta de Jesus

“Quanto aos tempos e épocas não precisamos escrever-lhes” (1 Ts 5.1). Havia na igreja de Tessalonicense uma certa inquietude de saber exatamente o dia da volta de Jesus. Mas, Paulo já havia ensinado sobre esse assunto, arrazoando que não lhes competia saber tempos ou épocas. Porquanto “a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão exclusivamente o Pai” (Mt 24.36).

A igreja de Tessalônica queria saber detalhes sobre o tempo da segunda vinda de Cristo e Paulo não tem nada acrescentar além do que havia ensinado. Paulo não era um ESCATOLOGISTA OBSSESSIVO com uma calculadora na mão fazendo contas pra marcar datas e nem com um MAPA PROFÉTICO fazendo conexões entre estes e aqueles acontecimentos históricos. 

Na história temos vários momentos de pessoas que profetizaram a volta de Jesus. William Miller previu que Jesus voltaria em 21de março de 1844 depois 18 de abril de 1844, enfim, Jesus não voltou. A Testemunhas de Jeová, com o seu líder Charles Russel, proclamou o retorno de Cristo em 1874. O pastor Napoleão Falcão afirmou que Jesus viria no ano 2000. Enfim, tantas previsões e Jesus ainda não voltou.

“...pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o dia do Senhor vem como ladrão de noite” (1 Ts 5.2). O mundo atua vive a dizer, como na parábola de Lucas “Não queremos que este reine sobre nós” (Lc 19.14). Muitos se recusam a acreditar que “o dia do Senhor” está chegando. Jesus virá como um ladrão de noite, ou seja, repentina e rápida.

“...como ladrão”. Primeiro, expressa a imprevisão do tempo. O ladrão vem quando não é esperado, e pega a família de surpresa. Segundo o dia do Senhor, será tão repentino e mal recebido qual a visita de um arrombador de casas... 

Portanto, o mundo será pego de surpresa, porque se recusa a ouvir a Palavra de Deus e atentar para a sua advertência. Deus avisou que o diluvio estava a caminho e, no entanto, somente oito pessoas creram e foram salvas (1 Pe 3.20). Ló avisou sua família de que a cidade seria destruída, mas ninguém lhe deu ouvidos (Gn 19.12-14). Jesus avisou sua geração de que Jerusalém seria destruída (Lc 21.20-24), mas muitos pereceram durante o cerco de Jerusalém.

“Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que sobrevirá repentina destruição” (1 Ts 5.3). Aqui Paulo, está enfocando o pensamento pecaminoso, mundano que se consola pensando que nada lhe pode acontecer (2 Pe 3.3-4). Será exatamente quando isto estiver sendo dito que lhes sobrevirá repentina destruição. “Paz” é “eirene” no grego e alude ao contentamento íntimo, à tranquilidade, supostamente baseada na paz estabelecida entre os homens. Os incrédulos do mundo são como bêbados vivendo em um paraíso falso e desfrutando uma segurança falsa.

Eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vem as dores de parto à que está para dar a luz; e de nenhum modo escaparão” (1 Ts 5.3).  A destruição será repentina da qual não haverá meio escape. Será um dia de glória e de terror ao mesmo tempo. Se a segunda vinda será o dia de recompensa dos salvos (1 Ts 4.13-18), ao mesmo tempo, será um dia de terror e catastrófica decisão para os ímpios (1 Ts 5.31). Exatamente no mesmo instante que o mundo estará se ufanando de sua paz e segurança, uma repentina destruição virá sobre ele. 

 “Chorem, pois o dia do Senhor está perto; virá como destruição da parte do Todo Poderoso. Por isso, todas as mãos ficarão tremulas, o coração de todos os homens se derreterá. Ficarão apavorados, dores e aflições os dominarão; eles se contorcerão como a mulher em trabalho de parto. Olharão chocados uns para os outros, com os rostos em fogo” (Is 13.6-8).

2)     O comportamento da igreja na expectativa da volta do Senhor.

“Mas vocês, irmãos, não estão nas trevas, para que esse dia os surpreenda como ladrão” (1 Ts 5.4). Há uma diferença do cristão em relação ao ímpio, o homem sem Deus. Paulo diz: “Voces são todos filhos da luz, filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas” (1 Ts 5.5). Os salvos amam a segunda vinda de Cristo, esperam a segunda vinda, oram pela segunda vinda e apressam a segunda vinda por intermédio de um serviço consagrado. 

Não durmamos como os demais, mas estejamos atentos e sejamos sóbrios” (1 Ts5.6). Dormir é um relaxamento espiritual e moral. Significa estar despreparado como as cinco virgens loucas (Mt 25.3,8). Quando a pessoa está dormindo não está alerta nem envolvida no que está acontecendo ao seu redor. Jesus adverte: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mt25.13).

“Seja sóbrio”. Significa estar cheio de ardor moral e espiritual, ter autocontrole. Ser sóbrio é viver preparado para a segunda vinda de Cristo a todo o instante. Diferente do comportamento mundano: “Pois os que dormem, dormem de noite, e os que se embriagam, embriagam-se de noite” (1 Ts 5.7).  Devemos ter azeite em nossas lâmpadas. Azeite é uma vida diante da presença do Senhor. 

“Revestindo-nos da couraça a fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação” (1 Ts 5.8). Há uma luta, uma peleja, o mundo é um campo de batalha, o diabo e os demônios nossos inimigos. Vamos usar a couraça da fé para nos proteger dos dardos inflamados do maligno. Mas, vamos vestir também o capacete da salvação, que é a convicção, é a certeza da vida eterna. 

Paulo exorta: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.9) A salvação é o livramento da ira de Deus. Na salvação somos herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo Jesus.

 João assevera: “Deus enviou o seu filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3.17). Paulo expressa sua convicção: “Ele morreu por nós para que, quer estejamos acordados quer dormindo, vivamos unidos a Ele” (1 Ts 5.10).

Conclusão:

Paulo encerra este assunto da iminente volta do Senhor, conclamando os crentes a ajudar-se mutuamente: “Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo” (1 Ts 5.11). a obrigação de nos amarmos uns aos outros e sermos devotados uns aos outros. Podemos nos edificar reciprocamente, avançando para uma vida ais santa, e com obras mais frutíferas para o Senhor. 



 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

 A morte e a volta de Cristo – 1 Ts 4.13-18 

Introdução

“...não queremos que vocês continuem na ignorância. Para começar, vocês não devem pensar como pessoas que não tem esperança como se a sepultura fosse o fim da vida” (1 Ts 4.13 A mensagem). O mundo nos dias de Paulo era um mundo sem esperança. O futuro para eles era sombrio e ameaçador. Frente à morte, o mundo pagão reagia com profunda tristeza. O verbo grego “entristecer” significa uma tristeza continua. Uma inscrição achada em um tumulo demonstra esse fato: “Eu não existia. Vim a existir. Não existo. Não me importa”.

1)     O que é a morte?

Segundo Dr. Russel Shedd, “Para aquele sem fé, a morte é uma perspectiva sombria e pavorosa”. A morte é uma cisão entre o modo de ser temporal e o modo de ser eterno na qual o homem entra. A morte é a cessação permanente, irreversível das funções vitais do corpo”. 

Mas, para o cristão, a morte não é o fim da existência, e sim, a entrada para a vida eterna. No entanto, nos dias de Paulo, havia muita ignorância a respeito da morte. Os epicureus não acreditavam na eternidade. Para eles a morte era o ponto final da existência. Esquilo escreveu: “Uma vez que o homem morre não há ressurreição”. Teócrito disse: “Há esperança para aqueles que estão vivos, mas os que morrem estão sem esperança”. Cátulo afirmou: “Quando nossa breve luz se extingue há uma noite perpetua em que deveremos dormir”. 

Nos dias atuais, o cineasta Woody Alen, declarou seu  terror, ou o medo de morrer tornando-se uma obsessão para ele: “Não é que eu tenha medo de morrer, eu simplesmente não quero estar lá quando isso acontecer”. Em um artigo de 1977, ele escreveu: “Ela (a morte) é absolutamente assustadora em seu terror e transforma as conquistas de qualquer pessoa em algo totalmente sem sentido” 

Para o cristão, a morte não é o fim da existência, mas a entrada na vida eterna. Aquele que crê em Cristo sabe que os cristãos estarão para sempre com o Senhor. A morte física continua presente porque, ainda, o diabo tem o poder da morte, mas devido à crucificação e ressurreição, Cristo derrotou a morte e prometeu que aquele que vive e cre nele jamais morrerá eternamente.  Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, mesmo que morra, viverá” (Jo 11.25).

Paulo, conhecendo o despreparo dos irmãos Tessalonicenses para a morte liga o óbito à esperança da volta de Jesus.  Se Cremos que Jesus morreu e ressurgiu, cremos também que Deus trará, mediante Jesus e juntamente com ele, aqueles que nele dormiram” (1 Ts 4.14). sabemos que a realidade da morte apavora qualquer pessoa que não tem esperança na volta de Cristo. A Biblia faz muitas referencias ao medo do futuro desconhecido, dizendo sempre que não devemos temer, já que a nossa fé se firma na morte, na ressurreição e na segunda vinda de Cristo.

1)     Etapas da volta de Jesus

“...Nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não precederemos os que dormem”. Ou, “...quando o Senhor voltar para nos levar, aqueles de nós que ainda estiverem vivos não vão deixar os mortos para trás” (1 Ts 4.15).

A expressão “os que dormem”, esse eufemismo para descanso enseja-nos três verdades: Primeira, o sono é símbolo de descanso. Segunda, o sono pressupõe renovação, ou seja, um novo corpo transformado. Terceira, o sono implica expectativa de acordar. Sabemos que afirma que as almas nos céus estão conscientes (Lc 16.24); as almas clamam por justiça (Ap. 6.10); as almas no céu louvam (Ap 7.10).

Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerás dos céus” (1 Ts 4.16). Primeiro, o Senhor virá mediante a sua palavra de ordem (comando, sonido). Essa é a voz de autoridade. Jesus Cristo dará uma palavra de ordem, como fez do lado do tumulo de Lázaro (Jo 11.43). O evangelista João escreveu: “os que se acham nos túmulos ouvirão a voz e sairão; os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e aqueles que tiverem praticado o mal, para a ressurreição da condenação” (Jo 5.28). 


“O Senhor virá mediante a voz do arcanjo” (1 Ts 4.16). O arcanjo (anjo principal) era um termo para anjos de grau mais elevado. No entanto, a Bíblia nunca menciona a palavra arcanjo no plural e apenas da nome a um anjo: Miguel. Miguel é o anjo que luta as guerras do Senhor (Ap 22.7, Dn 10.13,21).  Portanto, ele é representado como líder dos anjos santos e defensor do povo de Deus. Cristo virá para a libertação da igreja e o julgamento do mundo. 

“O Senhor virá mediante o ressoar da trombeta de Deus o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” ( Ts 4.16). De acordo com Números 10, as trombetas tinham três usos importantes: eram usadas para reunir o povo (Nm 10.1-8); eram usadas para anunciar uma guerra (Nm 10.9) e eram usadas para anunciar um tempo especial (Nm 10.10). A trombeta soou no Monte Sinai quando a lei foi dada (Ex 19.16-19) e também soou quando um rei foi ungido e colocado no templo (1 Rs 1.34-39). A segunda vinda de Cristo será anunciada pelo toque da trombeta de Deus (1 Ts 4.13-18). 

Em Apocalipse temos as sete trombetas e na sétima trombeta nos diz o texto: “O sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve altas vozes no céu que diziam: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo sempre... As nações se iraram; e chegou a tua ira. Chegou o tempo de julgares os mortos e de recompensares os teus servos, os profetas, os teus santos e os que temem o teu nome, tanto pequenos como grandes, e de destruir os que destroem a terra” (Ap 11.15-18).

Seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares” (1 Ts 4.17). No grego arrebatamento significa tirar a força e imediatamente, ou, tirar para si, arrebatar, furtar, descreve que o acontecimento será tão súbito, que removerá os remidos desta esfera terrena, transportando-os para a dimensão celestial. 


 Jesus ilustra esse evento com o diluvio e com a destruição de Sodoma e Gomorra:  "Assim como foi nos dias de Noé, também será nos dias do Filho do homem. O povo vivia comendo, bebendo, casando-se e sendo dado em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio e os destruiu a todos. Aconteceu a mesma coisa nos dias de Ló. O povo estava comendo e bebendo, comprando e vendendo, plantando e construindo. Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu e os destruiu a todos. Acontecerá exatamente assim no dia em que o Filho do homem for revelado (Lc 17.26-30). 


 Paulo confirma em 1 Corintios: “Quando Cristo vier nas nuvens, os mortos em Cristo ressuscitarão com corpos gloriosos e nós os que estivermos vivos seremos transformados e arrebatados rapidamente num piscar de olhos” (1 Co 15.52).

Conclusão: eternidade com Cristo

Para o encontro com o Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor”. Cristo receberá a igreja nos ares, por entre as nuvens – sua amada noiva – a igreja triunfante – pois “a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.25-27)

Esse evento é o que chamamos de “Bodas do cordeiro” proclamado por João: “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do cordeiro” (Ap 19.9).