terça-feira, 28 de setembro de 2021

 Antes de Cristo e depois de Cristo – Fp 3.4-9

Introdução

Todo crente tem um testemunho de como chegou a fé em Jesus Cristo. Aqui, Paulo conta o seu testemunho. Qualquer testemunho da verdadeira fé em Cristo tem duas partes. A primeira é uma descrição da vida antes da conversão, que explica o quanto o crente está imerso no pecado. A segunda, conta, então, como a pessoa veio a conhecer Cristo como Senhor e Salvador. Essa parte pode incluir o momento e as circunstancias em que a pessoa se arrependeu, afastou-se do pecado e se entregou a Cristo pela fé. 


As circunstancias da conversão diferem de um cristão para outro. Contudo, há um aspecto que é exatamente o mesmo para todo crente, todos são salvos somente pela fé, somente em Cristo. É desse modo que sua vida faz um giro de 180 graus, afastando-se dos objetivos egoístas para seguir a Jesus Cristo. Qual é o testemunho de fé em Cristo? Voce se lembra de como era sua antiga vida de pecado? Que mudanças aconteceram em sua vida desde então?

1)    Antes de Cristo

“Se alguém pesa que pode confiar na carne, eu muito mais ainda” (Fp 3.4). O que Paulo quer dizer é: “Se meros esforços religiosos pudessem fazer qualquer um ganhar a aceitação de Deus, então eu estaria encabeçando esta lista”; em outras palavras: “Se alguém pudesse obter a salvação por meio de sua própria justiça, essa pessoa seria eu”. O apostolo Paulo faz uma lista de todas as coisas em que colocou sua confiança. Nos versículos 5 e 6 Paulo aponta sete coisas diferentes em que ele se fiava ... 

“Circuncidado no oitavo dia de vida” (Fp 3.5). A lei mosaica exigia que, no oitavo dia, todo menino fosse circuncidado, ou seja, que fosse feito um corte do prepúcio masculino como sinal da aliança. Esse ritual significava que haveria um tempo em que o coração do individuo precisaria ser circuncidado.   

 “Pertencente ao povo de Israel”(Fp 3.5). Israel era a nação escolhida por Deus, recebeu de Deus sua lei, seus profetas e seus mandamentos. Des fez o seu pacto com seu povo. Portanto, ser membro era herdar um grande privilegio “os quais são israelitas, de quem são a adoção, a glória, as alianças, a promulgação da lei, e culto e as promessas; de quem são os patriarcas” (Rm 9.4).

“Era da tribo de Benjamim” (Fp 3.5). Das doze tribos de Israel, Benjamim era uma das duas tribos que permaneceram leais aos descendentes  do rei Davi – tribo de Judá e tribo de Benjamin – quando o reino se dividiu. Na terra designada por Benjamim, estava situada o capital,  Jerusalém; aliás o templo de Salomão fora erigido em seu território.

“Verdadeiro Hebreu” (Fp 3,5). Nasceu de pais hebreus e foi criado de acordo com tradição hebraica, em um lar hebreu, aprendendo a língua hebraica. Ninguém poderia ser mais hebreu do que Paulo; era um hebreu de raiz, o mais religiosamente hebreu que alguém poderia ser. Talvez você se identifique com isso: acredita que teve a criação certa por nascer em um lar cristão, frequentar a igreja desde a meninice. Mas, isso não é capaz de salvá-lo...

“Quanto à lei, fariseu” (Fp 3.5). Os fariseus eram os homens mais comprometidos com as escrituras do antigo testamento. Acreditavam nas escrituras e dedicavam-se incansavelmente ao estudo da Palavra de Deus, procurando guardar 613 mandamentos.

Quanto ao zelo, perseguidor da igreja” (Fp 3.6). Paulo era cheio de sinceridade, tanto assim que não só amava o que acreditava ser certo, mas também odiava o que pensava estar errado. Foi essa característica que originou sua feroz perseguição à igreja do Senhor Jesus Cristo. 


“Quando à justiça que na lei, irrepreensível”(Fp 3.6). Se estivéssemos lá. Teríamos olhada para a vida de Paulo antes da conversão, objetivamente, e concluído que, se já houve alguém com uma vida reta, esse alguém foi Paulo. Ele procurava viver de acordo com o padrão da lei de Deus, tudo em sua aparência exterior era moral e ético, incorruptível.

Enfim, tudo parecia perfeito na vida de Paulo antes da conversão: infância, nacionalidade, linhagem, criação, padrão de conduta, sinceridade e moralidade. Paulo tinha tudo... exceto, Jesus Cristo. E, como estava prestes a descobrir, QUEM NÃO TEM CRISTO NÃO TEM NADA. ELE TINHA TUDO, EXCETO TUDO DE QUE PRECISAVA.

2)    Sua conversão

Em seguida, Paulo insere em seu testemunho um “MAS” (Fp 3.7). “Mas” marca a experiência de Paulo na estrada para Damasco, quando ele viu Jesus pela primeira vez e aprendeu o que é justiça de Deus. Em Atos 9, temos o relato da sua conversão...

“Saulo, porém, ainda, respirando ameaças de morte contra os discípulos do Senhor. Dirigiu-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns do caminho, tanto homens como mulheres, os conduzisse para Jerusalém” (Atos 9.1-2). Os cristãos eram conhecidos como do “caminho”, pois viviam de acordo com a Palavra de Deus em uma geração tenebrosa. Saulo, estava em trevas, portanto, se achasse pessoas que pertencessem ao caminho, estava determinado a “conduzi-los presos a Jerusalém”.

“Mas, seguindo ele viagem e aproximando-se de Damasco” (Atos 9.3), cerca de 240 km ao norte de Jerusalém “de repente, uma luz resplandecente, vinda do céu, o cercou”. Essa luz era a Shekinah, a glória de Deus – a própria presença do Deus vivo, mais brilhante que o Sol. Toda conversão ocorreu de repente. Pode haver um processo que leve à conversão, mas há um momento, um instante, em que cruzamos a fronteira; saímos do mundo e entramos no reino dos céus. 

“Saulo, Saulo... por que me persegues”(Atos 9.4). Persegui a igreja é perseguir o cabeça da igreja, o Senhor Jesus Cristo. Jesus vive na igreja, pois habita nos verdadeiros crentes da igreja. “Quem és tu, Senhor” (Atos 9.5). Nesse momento, Saulo entendeu que estava cara a cara com o rei do céu, o Senhor Jesus Cristo. Imediatamente, confessou Jesus como seu Senhor e tornou-se um crente em Cristo Jesus.

 3)    Depois de Cristo

“Mas o que para mim era lucro” (Fp 3.7). Essa é uma referencia a tudo que ele listou nos versículos 5 e 6 – tudo em que ele antes confiava para obter a aprovação de Deus – esforço próprio e religião, criação e nacionalidade, pois ele achava que seria aceito por Deus com base nisso. Mas, aos olhos do Todo Poderoso, elas não eram lucro. AO ENCONTRAR JESUS “essas coisas eu contei como perda” (Fp 3.7). Tudo o que antes contava como lucro passou a ver como perda.

Mais do que isso, considero todas essas coisas como perda, tendo em vista o valor insuperável de conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor”. Em “todas essas coisas” estão incluídos: criação, aprendizado, reputação, ministério, posição e prestigio. Essas coisas se tornaram perdas para Paulo, para que ele pudesse ganhar Cristo. Conhecer a Cristo é sair da religião (ou da falta dela) e entrar em um relacionamento pessoal com Cristo. Portanto, conhecer a Cristo é conhecê-lo de maneira experiencial, intima e pessoal. 

E, mais: “sofri a perda de todas as coisas, e as considero como refugo para ganhar a Cristo” (Fp 3.8). “Refugo” significa literalmente lixo, entulho, coisa sem valor; excremento, esterco de vaca. O apostolo percebeu que não poderia ter as duas coisas. Ele não podia continuar confiando em toda essa religiosidade e, ao mesmo tempo, por sua confiança em Cristo. COM CRISTO ERA TUDO OU NADA. É CONFIAR EM NADA ALÉM DE CRISTO PARA A SALVAÇÃO E ESTAR DISPOSTO A DESISTIR DE TUDO, EXCETO DE CRISTO, PELO RESTO DA VIDA. 

“Ser achado nele, não tendo uma justiça própria derivada da lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé” (Fp 3.9). Salvação ou conversão é somente pela fé e somente em Cristo. Fé é mudar de direção para seguir o Senhor Jesus Cristo. É reconhecer minha própria pecaminosidade e também reconhecer que minha justiça não me recomendará a Deus no céu. Fé é enxergar que Jesus, é o único Salvador. O único objetivo da minha fé, da minha confiança.

Conclusão: E você, tem o antes e o depois de Cristo? 


terça-feira, 21 de setembro de 2021

 Alegria indescritível – Fp 31-3

Introdução

O cristão tem uma alegria indescritível, de fato, conhecer Jesus Cristo é a única fonte de alegria verdadeira e duradora que existe. Paulo exorta: “alegrai-vos no Senhor”. Jesus disse a mulher samaritana, “quem beber desta agua terá sede outra vez, mas quem beber da agua que eu lhe der nunca mais terá sede” (Jo 4.13-14). O salmista resume essa alegria: “Quando o Senhor trouxe novamente restauração a Sião, nos sentimos como num sonho. Então, se nos encheu de riso a boca, e a nossa língua de louvor” (Sl 126.1-2).

Alegria é totalmente diferente de felicidade. Felicidade vem de uma palavra latina FORTUNA, que pode ser também traduzida por sorte. Quando minha sorte é boa, então minha fortuna, ou felicidade aumenta. Por outro lado, quando a minha sorte é má, a felicidade despenca. Portanto, felicidade se baseia inteiramente nas circunstancias da vida, é passageira e frágil, uma experiência momentânea que pode desaparecer tão depressa quanto surgiu.

No entanto, a verdadeira alegria não depende das circunstancias, também não deriva das coisas desse mundo. A verdadeira alegria vem do conhecimento do Senhor, da nossa experiência pessoal com Jesus Cristo. Está disponível nos momentos bons e nos difíceis, na riqueza e na pobreza, ou seja, uma pessoa pode ter alegria, não importa o que aconteça em sua vida. Paulo em sua segunda carta aos Corintios expõe sobre essa alegria: “Pois isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia” (2 Co 4.16).

Portanto, é previsível discernir quem tem a felicidade segundo o mundo e quem tem a alegria, segundo Deus. Quando nos sobrevém decepções, angustia, desespero, sofrimento – a pessoa “feliz” se desespera e fica ressentida, então a felicidade foge, desaparece e tudo fica escuro. No entanto, a pessoa que tem “alegria”, nos momentos difíceis, conturbados, continua alegre e esperançosa, sabendo “que o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30).

 1)     Você tem alegria?

“Finalmente, meus irmãos” (Fp 3.1). “Meus irmãos” são os cristãos de Filipos, homens e mulheres que nasceram de novo na família de Deus, que tem Deus como Pai e Jesus Cristo como Senhor e a presença continua do Espírito Santo. Agora, somos “herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo Jesus” (Rm 8.17). Portanto, os que nãos são cristãos podem conhecer a felicidade, mas nunca conhecerão essa alegria e são levados pelas circunstancias da vida, precisando de artifícios para serem alegres. ALEGRIA, portanto, é reservada exclusivamente aos crentes em Cristo.

Algumas perguntas aos cristãos de hoje? Será que aquela alegria que a igreja primitiva tinha está presente em nós? Vejam a alegria do apostolo Paulo, depois de ter recebido chicotadas humilhantes, estava ele louvando a Deus! Será que existe uma alegria contagiante que transborda do nosso coração? Será que estamos nos tornando cada vez mais alegres em nossa caminhada com o Senhor?

2)     “Regozijai-vos”

“Regozijai-vos” está no tempo presente. Não devem se alegrar apenas nos finais de semana, enquanto se reúnem na igreja, mas durante toda semana, em suas casas e locais de trabalho. Devem regozijar-se em qualquer situação, alegrando-se tanto nos momentos bons quanto nos maus. 

“Regozijai-vos” está na voz ativa. Isso significa que os cristãos devem fazer algo para se alegrarem. Temos a obrigação de controlar nossa mente e coração para nos regozijarmos no Senhor. Quando Paulo faz essa declaração – na voz ativa – a  frase pode ser traduzida por: “Eu ordeno que vocês estejam sempre empenhando todos os esforços para se regozijarem no Senhor”.

“Regozijai-vos” está no modo imperativo. Portanto, “regozijai-vos” é UMA ORDEM PARA SER OBEDECIDA.  Paulo está ordenando aos irmãos que se alegrem. Eles podiam não estar se sentindo muito inclinados a se alegrarem, mas isso não era justificativa para se lamentarem. Pois, há razões pelas quais sentimos desanimados, mas há sempre razões para nos alegrarmos.

“Regozijai-vos” está na segunda pessoa do plural. A ordem diz respeito a todos os crentes. Não importa a situação em que se encontra na vida, devemos nos regozijar no Senhor.

Por que devemos ficar com alegria? É preciso ser alegre para viver como Jesus Cristo viveu. O Senhor Jesus é cheio de alegria “Eu lhes disse estas coisas para que fiquem repletos da minha alegria. Sim, sua alegria transbordará” (Jo 15.11). O Pai o “ungiu com óleo de alegria, mais do que a seus companheiros” (Hb 1.9). Então, ser como Cristo requer que sejamos cheios de alegria e júbilo. Além disso, quando nos regozijamos no Senhor, estamos dando honra a Ele. Jesus é digno do arrebatamento jubiloso da nossa alma.

Qual é a fonte da sua alegria? Qual é a fonte da alegria? Os filipenses devem se alegrar “no Senhor” (v.1). Portanto, a alegria se encontra na esfera de um relacionamento com o Senhor Jesus Cristo. O Salmista declarou: “Puseste alegria no meu coração” (Sl 4.7). E “na tua presença há plenitude de alegria” (Sl 16.11). Essa alegria é gerada no crente pelo Espírito Santo. “O reino de Deus consiste em ...alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). E, novamente: “O fruto do Espírito é...alegria” (Gl 5.22).

3)     Ladrões da alegria

“Paulo diz:  “Nunca me canso de dizer-lhes estas coisas, e o faço para protege-los” (Fp 3,1). Possivelmente, aqui, Paulo está se referindo aos “adversários” do evangelho (Fp 1.28), que são inimigos da graça. Esses inimigos haviam se imiscuído sorrateiramente na igreja. Fazer essa advertência sobre os falsos mestres é algo que é para “protege-los”. João Calvino, pondera: “O pastor tem que ter duas varas: uma para chamar as ovelhas e outra para espantar os lobos devoradores”.


Então, Paulo, entende que precisa falar sobre o perigo representado por esses mestres que corrompem a Palavra de Deus, senão os cristãos de filipos seriam levados à queda no erro e no pecado – e, assim, perderiam a alegria indescritível. Paulo é duro com seu azorrague: “Tomai cuidado com esses cães; cuidado com os maus obreiros; cuidado com a falsa circuncisão” (Fp 3.2). As repetições são graves: “Cuidado...Cuidado...Cuidado”, são, por assim dizer, golpes de martelo que chamam a atenção para não sofrerem danos espirituais. No grego cuidado (blepo) é olhar em sentido literal ou figurado...devem ter discernimento e perceber...os judaizantes.

Os falsos mestres são chamados de “cães” “cuidado com os cães”, que eram animais selvagens que andavam a procura de comida e devoravam tudo que viam pela frente. Esses falsos mestres são como cães selvagens e ferozes, que vagueiam em bando pelas ruas, de lixo em lixo, devorando o que foi jogado. Eles atacam gente simples e espalham doenças. Marcados pela impureza de sua própria imoralidade, são perversos e atacam as ovelhas.

“Cuidado com a falsa circuncisão”. A circuncisão era um rito religioso masculino, aonde se fazia um corte no prepúcio. Um sinal da aliança de Deus com a nação de Israel (Gn 17). Mas, a morte de Cristo cumpriu o significado da circuncisão “Nele (Cristo) vocês foram circuncidados, não com uma circuncisão feita por mãos humanas, mas com a circuncisão feita por Cristo...quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne. Deus os vivificou juntamente com Cristo” (Cl 2.11-13). Então, em Cristo não existe mais circuncisão.

Hoje, meus amados, temos muitos judaizantes, espalhados como cães selvagens, sem igreja, que vive de campanha em campanha, de igreja em igreja, espalhando tradições humanas pesadas sobre as pessoas, deixando-as, com um fardo insuportável. Por esse fato, que muita gente não tem alegria, gozo na alma, liberdade em Cristo, mas carregam fardos e fardos pesados. Mas, Jesus disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados e vos aliviarei...meu jugo é fácil de carregar, e o fardo que lhes dou é leve” (Mt 11.28-30).

Mas, o contraponto de Paulo aos falsos profetas é: “Nós somos a verdadeira circuncisão, nós, os que adoramos no Espírito de Deus que nos gloriamos em Cristo e não confiamos na carne” (Fp 3.3). A circuncisão tinha que ocorrer na carne, mas também no coração. A circuncisão enfatizava que deve ser feito um corte no coração pecaminoso endurecido pelo pecado. Só existe um instrumento suficientemente afiado para adentrar e cortar o prepúcio do coração “Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto de dividir alma e espirito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12).

Em uma segunda descrição de um verdadeiro crente, Paulo fala sobre “os que adoram no Espírito de Deus”. Somente aquele que foi verdadeiramente circuncidado no coração pode adorar a Deus com o coração. Aliás, a mulher samaritana estava preocupada quanto ao lugar de adoração: Jerusalém ou Monte Gerizim. Mas, Jesus lhe diz: “está chegando a hora...em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade…são estes que o pai procura” (Jo 4.23-24).  

A verdadeira adoração, não se preocupação com a geografia, não está presa aos rituais externos, mas o verdadeiro adorador, adora, louva, exalta, glorifica, magnifica, o nome de Jesus Cristo.

Conclusão:

Estes são os que “gloriam em Cristo Jesus”. Os adoradores que adoram no espírito dão gloria a Cristo Jesus pelo o que ele fez, está fazendo e fará. Os verdadeiros adoradores estão continuamente se orgulhando de Jesus Cristo e dando louvores a Ele. “Não a nós, Senhor, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu santo Nome, por teu amor e por tua fidelidade” (Sl 115.1). A pessoa que tem alegria abundante é aquela que está sempre glorificando a Jesus.


 

terça-feira, 14 de setembro de 2021

 Santidade – Fp 2.12-18

Introdução:

Uma pergunta: “Uma vez salvo pela fé em Cristo, o que acontece na minha vida cristã depois da salvação e antes de ir para o céu?”. RESPOSTA: SANTIFICAÇÃO. A salvação tira o homem do mundo e a santificação tira o mundo do homem.  O apostolo afirmou: “O viver é Cristo” (Fp 1.21) e instou aos irmãos filipenses a se portarem de modo digno do evangelho de Cristo (1.27). No entanto, a questão permanece: o que eles devem fazer para viver para Cristo? Como viver de um modo digno de seu chamado? O que fazer para progredir na vida cristã?

1)    Obediência

“Assim, meus amados” (Fp 2.12). Essa injunção “meus amados”, vemos na epistola de Judas também “Amados”. Portanto, destina-se aos que estão no circulo do amor redentivo de Deus. Existe um amor benevolente de Deus por toda a humanidade, mas também existe um amor especifico pelos cristãos. O amor que ele tem por nós é muito mais profundo do que seu amor geral “...a todos quantos o receberam, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, ou seja, aos que creem no seu nome” (Jo 1.12). 

Paulo continua: “Como sempre obedeceste”. Desde o momento de sua conversão, os filipenses estavam empenhados em guardar os mandamentos de Deus. Quando você nasce de novo. Deus removeu seu velho coração de pedra, que era espiritualmente endurecido contra a Palavra, e implantou um novo coração de carne que está vivo e responde ao governo de Deus e aos seus comandos “Eu lhes darei um novo coração e colocarei em vocês um novo espírito. Removerei seu coração de pedra e lhes darei coração de carne. Porei dentro de vocês meu Espírito, para que sigam meus decretos e tenham cuidado de obedecer a meus estatutos” (Ez 26.26-27).

2)    Realizai a vossa salvação”

Na Bíblia “salvação” é representada de três maneiras diferentes, em três tempos: passada, presente e futura. Isto é, justificação, santificação e glorificação. Na justificação os crentes são imediatamente salvos da penalidade do pecado. Na santificação, somos salvos progressivamente do poder e da prática do pecado. Na glorificação, seremos salvos da presença do pecado. Portanto, o uso de “salvação” nesse versículo significa a santificação na vida cristã diária. 

Ao escrever a palavra “realizai”, Paulo carrega um verbo imperativo que carrega a força de um mandamento divino! Essa palavra é usada para “trabalhar uma mina” ou “trabalhar um campo”. Portanto, essa palavra significa dedicar-se ao trabalho, esforçar-se para executar uma tarefa. Então, a salvação é um processo, é uma busca, a perseguição de um alvo, uma disputa, uma corrida. Olha o que Paulo afirma: “...esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de haver pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado” (1 Co 9.27).

Portanto, todo crente deve se “esforçar na busca pela santidade. Os indolentes (preguiçosos) crescem pouco em graça ou santidade. Está em oração, estudar a Bíblia, frequentar os cultos, viver em comunhão e obedecer a Palavra de Deus na vida diária requer muito esforço. Todo crente deve resistir à tentação (Tg 4.7) e exercitar-se na piedade (1 Tm 4.7-8). Pergunto: VOCE ESTÁ GASTANDO A ENERGIA NECESSÁRIA NA BUSCA DE SANTIDADE PESSOAL?

“...Temor e tremor”, que é o resultado de uma profunda reverencia a Deus. Temor é “medo” (fobos) e significa terror, medo, alarme, reverencia. A cena de Isaias 6 é exemplificada: “Ai de mim, não tenho salvação...sou um homem de lábios impuros... e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos” (Is 6.5-6). Esse é um temor que toma conta da alma a ponto de causar “tremor” (tromos). Essa expressão transmite a idéia de um cristão que está fazendo o máximo para cumprir o seu dever porque sabe a quem deve responder. 

“Deus produz... tanto o querer como o realizar”. “Deus” refere-se a Deus Pai, a primeira pessoa da Trindade. Ele enviou o seu Espírito para conformar todos os crentes à imagem de seu Filho e usa sua palavra a fim de poder seu povo para a maior frutificação (Jo 15.3). O verbo trabalhar está no gerúndio indicando que Deus está continuamente ativo na vida de um cristão. Deus não é passivo, mas dinâmico na produção ativa de nossa santificação. DEUS ESTÁ OPERANDO EM VOCE! ELE É AQUELE QUE NOS DÁ FORÇAS E QUE DÁ ENERGIA À NOSSA DILIGENCIA

“Para o seu bom prazer”. Deus realiza essa obra santificadora porque gosta de cultivar pureza de mente, coração e caráter em seus filhos. Assim como um pai procura encorajar e exortar e disciplinar seus filhos a viverem de acordo com os padrões de sua família, traz grande prazer a Deus ver seu povo crescer em santidade pessoal. QUANDO FAZEMOS O SEU BOM PRAZER, A VIDA É SIGNIFICATIVA.

3)    Não murmurem

“Fazei todas as cousas sem murmurações nem contendas” (Fp 2.14). “Murmurar” significa reclamar ou resmungar; queixas particulares, ditas em voz baixa. “Contendas”, significa argumentar contra, contender. Então, murmurar não se trata de algo feito alto e bom som, com plena voz, mas são comentários negativos, quase mudos, queixando-se em tom de lamúria. Contenda, por outro lado, é algo vocal, uma argumentação acalorada...acompanhada por expressões verbais de desacordo...desconfiança. FAZEI TODAS AS COUSAS SEM....EM CASA, NO TRABALHO, NA ESCOLA, NA IGREJA, NAS DIVERSÕES, NO CASAMENTO, NA CRIAÇÃO DOS FILHOS, NAS AMIZADES E NO MINISTÉRIO. 

“Deixem a luz brilhar”

“Para que proveis ser irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus acima de qualquer reprovação no meio de uma geração torta e perversa, na qual resplandeceis como luminares no mundo” (Fp 2.15). “Irrepreensíveis” significa que eles não merecem censura, que estão livres da culpa. Para ter uma vida irrepreensível é preciso, entre outras coisas viver sem reclamar murmurar. Porque somos filhos de Deus “luzes resplandecentes” no meio de uma geração torta e perversa; “torta” significa sinuosa, curvada, torcida; enquanto “perversa” significa estar distorcida ou ser desviada. 


“Falem a Palavra”

“Retendo a Palavra da vida” (Fp 2.16). a palavra traduzida por “retendo” transmite a ideia de falar com confiança e por um longo tempo sobre determinado assunto. De fato, se estivermos apegados ao evangelho – porque sua mensagem de salvação contem seu próprio imperativo para anunciar essa mensagem. Assim, Paulo se refere à mensagem como “a palavra da vida”, o que significa que ela possui e dá vida. Só essa palavra é “viva e eficaz” (Hb 4.12) e concede vida espiritual.

Conclusão:

“Mas, ainda que eu seja derramado como oferta de libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, alegro-me e compartilho minha alegria com todos vós” (Fp 2.17). A oferta de libação era um sacrifício ordenado por Deus que era derramado sobre o sacrifício de um animal (Ex 29.38-41). O vinho era derramado em frente, ou sobre o animal em chamas. Quando o vinho evaporava, o vapor subia. Portanto, a vida de Paulo está sendo derramada sobre a vida dos filipenses. 

Paulo acrescenta: “....e também pela mesma razão, alegrai-vos e compartilhai vossa alegria comigo” (Fp 2.18).