Alegria indescritível – Fp 31-3
Introdução
O cristão tem uma alegria indescritível, de fato, conhecer
Jesus Cristo é a única fonte de alegria verdadeira e duradora que existe. Paulo
exorta: “alegrai-vos no Senhor”. Jesus disse a mulher samaritana, “quem beber desta agua terá sede outra vez,
mas quem beber da agua que eu lhe der nunca mais terá sede” (Jo 4.13-14). O
salmista resume essa alegria: “Quando o Senhor trouxe novamente restauração a
Sião, nos sentimos como num sonho. Então, se nos encheu de riso a boca, e a
nossa língua de louvor” (Sl 126.1-2).
Alegria é totalmente diferente de felicidade. Felicidade vem
de uma palavra latina FORTUNA, que pode ser também traduzida por sorte. Quando
minha sorte é boa, então minha fortuna, ou felicidade aumenta. Por outro lado,
quando a minha sorte é má, a felicidade despenca. Portanto, felicidade se
baseia inteiramente nas circunstancias da vida, é passageira e frágil, uma
experiência momentânea que pode desaparecer tão depressa quanto surgiu.
No entanto, a verdadeira alegria não depende das
circunstancias, também não deriva das coisas desse mundo. A verdadeira alegria
vem do conhecimento do Senhor, da nossa experiência pessoal com Jesus Cristo.
Está disponível nos momentos bons e nos difíceis, na riqueza e na pobreza, ou
seja, uma pessoa pode ter alegria, não importa o que aconteça em sua vida.
Paulo em sua segunda carta aos Corintios expõe sobre essa alegria: “Pois isso não desanimamos. Embora
exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados
dia após dia” (2 Co 4.16).
Portanto, é previsível discernir quem tem a felicidade
segundo o mundo e quem tem a alegria, segundo Deus. Quando nos sobrevém
decepções, angustia, desespero, sofrimento – a pessoa “feliz” se desespera e
fica ressentida, então a felicidade foge, desaparece e tudo fica escuro. No
entanto, a pessoa que tem “alegria”, nos momentos difíceis, conturbados,
continua alegre e esperançosa, sabendo “que
o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30).
“Finalmente, meus irmãos” (Fp 3.1). “Meus irmãos” são os cristãos de
Filipos, homens e mulheres que nasceram de novo na família de Deus, que tem
Deus como Pai e Jesus Cristo como Senhor e a presença continua do Espírito
Santo. Agora, somos “herdeiros de Deus e
co-herdeiros com Cristo Jesus” (Rm 8.17). Portanto, os que nãos são
cristãos podem conhecer a felicidade, mas nunca conhecerão essa alegria e são
levados pelas circunstancias da vida, precisando de artifícios para serem
alegres. ALEGRIA, portanto, é reservada exclusivamente aos crentes em Cristo.
Algumas perguntas aos cristãos de hoje? Será que aquela alegria que a igreja primitiva tinha está presente em nós? Vejam a alegria do apostolo Paulo, depois de ter recebido chicotadas humilhantes, estava ele louvando a Deus! Será que existe uma alegria contagiante que transborda do nosso coração? Será que estamos nos tornando cada vez mais alegres em nossa caminhada com o Senhor?
2)
“Regozijai-vos”
“Regozijai-vos” está no tempo presente. Não devem se alegrar apenas nos finais de semana, enquanto se reúnem na igreja, mas durante toda semana, em suas casas e locais de trabalho. Devem regozijar-se em qualquer situação, alegrando-se tanto nos momentos bons quanto nos maus.
“Regozijai-vos” está na voz ativa. Isso significa que os cristãos devem fazer
algo para se alegrarem. Temos a obrigação de controlar nossa mente e coração
para nos regozijarmos no Senhor. Quando Paulo faz essa declaração – na voz
ativa – a frase pode ser traduzida por: “Eu
ordeno que vocês estejam sempre empenhando todos os esforços para se
regozijarem no Senhor”.
“Regozijai-vos” está no modo
imperativo. Portanto, “regozijai-vos” é UMA
ORDEM PARA SER OBEDECIDA. Paulo está
ordenando aos irmãos que se alegrem. Eles podiam não estar se sentindo muito inclinados
a se alegrarem, mas isso não era justificativa para se lamentarem. Pois, há
razões pelas quais sentimos desanimados, mas há sempre razões para nos
alegrarmos.
“Regozijai-vos” está na segunda pessoa
do plural. A ordem diz respeito a todos os
crentes. Não importa a situação em que se encontra na vida, devemos nos
regozijar no Senhor.
Por que devemos ficar com alegria? É preciso ser alegre para viver como Jesus
Cristo viveu. O Senhor Jesus é cheio de alegria “Eu lhes disse estas coisas para que fiquem repletos da minha alegria.
Sim, sua alegria transbordará” (Jo 15.11). O Pai o “ungiu com óleo de alegria, mais do que a seus companheiros” (Hb
1.9). Então, ser como Cristo requer que sejamos cheios de alegria e júbilo.
Além disso, quando nos regozijamos no Senhor, estamos dando honra a Ele. Jesus
é digno do arrebatamento jubiloso da nossa alma.
Qual é a fonte da sua alegria? Qual é a fonte da alegria? Os filipenses
devem se alegrar “no Senhor” (v.1). Portanto, a alegria se encontra na esfera
de um relacionamento com o Senhor Jesus Cristo. O Salmista declarou: “Puseste
alegria no meu coração” (Sl 4.7). E “na tua presença há plenitude de alegria”
(Sl 16.11). Essa alegria é gerada no crente pelo Espírito Santo. “O reino de
Deus consiste em ...alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). E, novamente: “O fruto
do Espírito é...alegria” (Gl 5.22).
3)
Ladrões da
alegria
“Paulo diz: “Nunca me canso de dizer-lhes estas coisas, e o faço para protege-los” (Fp 3,1). Possivelmente, aqui, Paulo está se referindo aos “adversários” do evangelho (Fp 1.28), que são inimigos da graça. Esses inimigos haviam se imiscuído sorrateiramente na igreja. Fazer essa advertência sobre os falsos mestres é algo que é para “protege-los”. João Calvino, pondera: “O pastor tem que ter duas varas: uma para chamar as ovelhas e outra para espantar os lobos devoradores”.
Então,
Paulo, entende que precisa falar sobre o perigo representado por esses mestres
que corrompem a Palavra de Deus, senão os cristãos de filipos seriam levados à
queda no erro e no pecado – e, assim, perderiam a alegria indescritível. Paulo
é duro com seu azorrague: “Tomai cuidado com esses cães; cuidado com os maus
obreiros; cuidado com a falsa circuncisão” (Fp 3.2). As repetições são graves: “Cuidado...Cuidado...Cuidado”,
são, por assim dizer, golpes de martelo que chamam a atenção para não sofrerem
danos espirituais. No grego cuidado (blepo) é olhar em sentido literal ou
figurado...devem ter discernimento e perceber...os judaizantes.
Os falsos mestres são chamados de “cães” “cuidado com os cães”, que eram animais selvagens que andavam a procura de comida e devoravam tudo que viam pela frente. Esses falsos mestres são como cães selvagens e ferozes, que vagueiam em bando pelas ruas, de lixo em lixo, devorando o que foi jogado. Eles atacam gente simples e espalham doenças. Marcados pela impureza de sua própria imoralidade, são perversos e atacam as ovelhas.
“Cuidado com a falsa circuncisão”. A circuncisão
era um rito religioso masculino, aonde se fazia um corte no prepúcio. Um sinal
da aliança de Deus com a nação de Israel (Gn 17). Mas, a morte de Cristo
cumpriu o significado da circuncisão “Nele (Cristo) vocês foram circuncidados,
não com uma circuncisão feita por mãos humanas, mas com a circuncisão feita por
Cristo...quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua
carne. Deus os vivificou juntamente com Cristo” (Cl 2.11-13). Então, em Cristo
não existe mais circuncisão.
Hoje, meus amados, temos muitos judaizantes,
espalhados como cães selvagens, sem igreja, que vive de campanha em campanha,
de igreja em igreja, espalhando tradições humanas pesadas sobre as pessoas, deixando-as,
com um fardo insuportável. Por esse fato, que muita gente não tem alegria, gozo
na alma, liberdade em Cristo, mas carregam fardos e fardos pesados. Mas, Jesus
disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados e vos
aliviarei...meu jugo é fácil de carregar, e o fardo que lhes dou é leve” (Mt
11.28-30).
Mas, o contraponto de Paulo aos falsos profetas é: “Nós somos a verdadeira circuncisão, nós, os que adoramos no Espírito de Deus que nos gloriamos em Cristo e não confiamos na carne” (Fp 3.3). A circuncisão tinha que ocorrer na carne, mas também no coração. A circuncisão enfatizava que deve ser feito um corte no coração pecaminoso endurecido pelo pecado. Só existe um instrumento suficientemente afiado para adentrar e cortar o prepúcio do coração “Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto de dividir alma e espirito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12).
Em
uma segunda descrição de um verdadeiro crente, Paulo fala sobre “os que adoram
no Espírito de Deus”. Somente aquele que foi verdadeiramente circuncidado no
coração pode adorar a Deus com o coração. Aliás, a mulher samaritana estava preocupada
quanto ao lugar de adoração: Jerusalém ou Monte Gerizim. Mas, Jesus lhe diz: “está
chegando a hora...em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e
em verdade…são estes que o pai procura” (Jo 4.23-24).
A
verdadeira adoração, não se preocupação com a geografia, não está presa aos
rituais externos, mas o verdadeiro adorador, adora, louva, exalta, glorifica,
magnifica, o nome de Jesus Cristo.
Conclusão:
Estes são os que “gloriam em Cristo Jesus”. Os adoradores que adoram no espírito dão gloria a Cristo Jesus pelo o que ele fez, está fazendo e fará. Os verdadeiros adoradores estão continuamente se orgulhando de Jesus Cristo e dando louvores a Ele. “Não a nós, Senhor, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu santo Nome, por teu amor e por tua fidelidade” (Sl 115.1). A pessoa que tem alegria abundante é aquela que está sempre glorificando a Jesus.
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