sábado, 30 de outubro de 2021

 

NO LIVRO DE EXODO, MORMENTE OS CAPITULOS 7 AO 11, CONTA A HISTÓRIA DE MOISES E AS DEZ PRAGAS. DE INICIO,  SURGE UMA PERGUNTA: O QUE ERA O EGITO PARA O POVO HEBREU? ERA O MUNDO REAL DESFIGURADO, PROFANADO, ENDEMONINHADO. AS DEZ PRAGAS DESCONTRUIRAM ESSA FRAUDE GIGANTESCA ITEM POR ITEM, PEÇA POR PEÇA, ATÉ QUE NÃO SOBRASSE NADA PARA ATUAR A IMAGINAÇÃO DO POVO DE DEUS.

AGORA, SAINDO DO EGITO, A INTENÇÃO ERA QUE, ELES ESTIVESSEM NÃO APENAS FISICAMENTE LIBERTO DA OPRESSÃO DO MAL, MAS TAMBÉM MENTALMENTE LIVRES DE IMAGINAÇÃO MALIGNA QUA HAVIA ESGOTADO A VIDA DELES POR TANTO TEMPO. AS DEZ PRAGAS SERVIRIAM PARA PURIFICAR AS “PORTAS DA PERCEPÇÃO” PARA QUE ISRAEL PUDESSE VER A VIDA DE MANEIRA INTEIRAMENTE DIFERENTE, DESMACARANDO A ILUSÃO DO EGITO E REVELANDO SUA FALSIDADE. TAMBÉM SERVIRIA PARA LIBERTÁ-LOS PARA UM MODO DE VIDA DIFERENTE QUANDO DEIXASSEM O EGITO, PARA VIVEREM A LIBERDADE DA SALVAÇÃO.

ENTÃO, CADA UMA DAS PRAGAS SERVIU PARA SABER QUEM ESTAVA NO CONTROLE. QUEM ESTÁ NO CONTROLE? QUEM DIRIGE OS ACONTECIMENTOS? ACASO É DEUS RÁ, REPRESENTADO POR FARAÓ? OU É O ETERNO, REPRESENTADO POR MOISÉS? O FARAÓ CORPORIFICA A PESSOA DO GRANDE DEUS EGICPCIO RÁ, ALIÁS, FARAÓ É ALTIVO: “QUEM É O SENHOR PARA QUE EU LHE OUÇA EU A VOZ E DEIXE IR A ISRAEL? NÃO CONHEÇO O SENHOR, NEM TAMPOUCO DEIXAREI IR A ISRAEL” (EX .; MOISÉS É O PROFETA DE DEUS QUE SE REVELOU A ISRAEL COMO EU SOU O QUE SOU...)

RODADO APÓS RODADA, O FARAÓ E MOISÉS SE ENFRENTAM, TENDO O PAÍS TODO UMA ARENA ABARROTADA DE ESPECTADORES. TANTO EGIPCIOS QUANTO HEBREUS OBSERVAM CADA MOVIMENTO. OS RISCOS SÃO ALTOS. O INTERESSSE É GRANDE. DOIS MODOS DE VIDA ESTÃO EM JOGO. AS DUAS PRIMEIRAS PRAGAS TERMINAM EMPATADAS; DEPOIS DISSO, A VITORIA É SEMPRE DE MOISÉS.

TODOS NA ARENA – ARQUIBANCADAS, CADEIRAS E CAMAROTES LOTADOS – VEM QUE O FARAÓ NÃO TEM CONTROLE SOBRE NADA. CADA PRAGA SUCESSIVA DEIXA EVIDENTE A SUA IMPOTENCIA HUMILHANTE EM GRANDE ESCALA. MOISÉS, PROFETA DE DEUS, DESENCADEIA E DEPOIS REPELE CADA UMA DAS PRAGAS. A SOBERANIA PRESUNÇOSA DO FARAÓ É SISTEMATICAMENTE DESINTEGRADA.

A FRAUDE GRANDIOSA, PERPETUADA COM TANTO ESFORÇO, DE QUE FARAÓ CONTROLA O FUNCIONAMENTO DO MUNDO É DESMACARADO.

CADA PRAGA, IMPLACAVEL, INEXORAVEL, COLIDIA COM AS PRETENSÕES DE SOBERANIA EGIPCIA, UM GOLPE APÓS OUTRO. O DRAMA DAS DEZ PRAGAS COMEÇA UM POUCO LENTO. AS DUAS PRIMEIRAS QUE MOISÉS TROUXE AO PALCO, O SANGUE E AS RÃS, SÃO COMPARADAS POR PRODUÇÕES DOS MAGOS DO FARAÓ – UM IMPASSE. NA TERCEIRA PRAGA, A DAS MOSCAS, FICA EVIDENTE QUE OS MAGOS DE FARAÓ NÃO PODERIAM MAIS ACOMPANHÁ-LO.

DEPOIS DA SEXTA PRAGA, E DAS ULCERAS, OS MAGOS NÃO APENAS SÃO VENCIDOS COMO TAMBÉM ESTÃO FORA DE AÇÃO, INCAPACITADOS PELA ULCERA; PORTANTO, SAEM DE CENA. AS QUATRO ULTIMAS, ANCORADAS PELA PRAGA DA MORTE, RESOLVEM DE UMA VEZ POR TODASA QUESTÃO DA SOBERANIA. O FARAÓ TOMA UMA LAVADA....

OU, PARA USAR OUTRA IMAGEM, AS PRAFGAS SÃO COMO UMA PEÇA TEATRAL CONTENDO DEZ CENAS, E A NAÇÃO TODA ASISISTINDO. EM CADA UMA DAS CENAS, UMA BOLA DE AÇO GIGANTESCA, BALANÇANDO DE UMA GANDE ALTURA DESPEDAÇA MAIS UMA PARTE DO MODO DE VIDA EGIPICIO. CADA GOLPE É UMA DEMOLIÇÃO, REDUZINDO ITEM POR ITEM A SOBERANIA FARAONICA.

SAGIUE – BAM

RÃS – BAM

PIOLHOS – BAM

MOSCAS – BAM

PESTILENCIAS – BAM

ULCERAS – BAM

CHUVAS DE PEDRAS – BAM

GAFANHOTOS – BAM

TREVAS – BAM

MORTE – BAM

CADA GOLPE SOLTAVA O LAÇO DE UMA MENTIRA EGICPIA/FARAÔNICA QUE DOMINAVA O MUNDO E PRENDIA O POVO, ATÉ NÃO RESTAR MAIS QUE UM MONTÃO DE ESCOMBROS, LIXOS E CORPOS. O DRAMA DE DEMOLIÇÃO, COM SUAS DEZ CENAS, FOI APRESENTADO DIANTE DO POVOPOR MAIS DE OITO MESES....

O SALMO  EXPRESSA ESSA TENSÃO E QUEM VERDADEIRA É SOBERANO:

O Senhor reina! Vestiu-se de majestade; de majestade vestiu-se o Senhor e armou-se de poder! O mundo está firme e não se abalará.


O teu trono está firme desde a antigüidade; tu existes desde a eternidade.
As águas se levantaram, Senhor, as águas levantaram a voz; as águas levantaram seu bramido.


Mais poderoso do que o estrondo das águas impetuosas, mais poderoso do que as ondas do mar é o Senhor nas alturas.


Os teus mandamentos permanecem firmes e fiéis; a santidade, Senhor, é o ornamento perpétuo da tua casa.

Salmos 93:1-5

terça-feira, 26 de outubro de 2021

 Gratidão, Glória e Graça  Fp 4.14-23 

Introdução

Paulo chega ao fim desta carta, não vemos um homem derrotado, desanimado ou abatido. Ao contrário, mostra-se otimista e triunfante, exultante em sua confiança de que Deus o está usando em meio a essa dificuldade para espalhar o evangelho pelo Império Romano. Assim, como Paulo, talvez você se encontra em um momento difícil em sua vida. Talvez você também esteja envolvido numa série de circunstancias limitantes das quais não há saída aparente ou imediata. Contudo, seguindo os passos do velho apostolo, anime-se nessas palavras finais... 

1)    Koinoneo

“Fizeste bem em compartilhar da minha aflição”. A raiz da palavra (koinoneo) é usada em outras passagens com o significado de “ter comunhão com alguém, ser feito parceiro”. Comunhão significa ter algo comum com a outra pessoa em uma parceria.

“Também sabeis, ó Filipenses, que na primeira pregação do evangelho, depois que sai da Macedônia, nenhuma igreja compartilhou comigo em matéria de DAR E RECEBER, mas somente vós” (Fp 4.15). Novamente, “compartilhou” (Koinoneo), que é companheirismo ou parceria. Os filipenses havia estabelecido com ele uma parceria continua que ia além do que qualquer outra igreja havia feito. 

Paulo havia pregado o evangelho em Filipos (Atos 16.12...) pela primeira vez uma década antes, e quando partiu para Macedônia, essa igreja permaneceu com sua parceria ministerial por um período de dez anos.

No versículo 15, o apostolo Pauo usa três termos do mundo dos negócios . “Dar” se refere a despesas, “receber” se refere a recibos ou conta “...compartilhou comigo no tocante a dar e receber...”. Ou seja, os filipenses estão investindo sabiamente ao aplicarem seu dinheiro na obra do Senhor. O apoio financeiro que deram a Paulo havia sido registrado no céu e já havia gerado uma taxa de retorno eterna para Deus.

O comentário da Bíblia King James: “...o generoso e continuo aporte de capital realizado pelos filipenses na vida e missão do apostolo Paulo, está gerando (inclusive em credito cumulativo), em suas próprias vidas e para todos quantos aceitarem a Palavra de Deus.

Paulo lembra “porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades” (Fp 4.16). Depois de partir para Filipos (Atos 16.40), Paulo passou por Anfípolis e Apolônia até chegar a Tessalônica (Atos 17.1). Lá Paulo pregou  o evangelho, foi perseguido...o resultado foi o surgimento de uma nova igreja. Em um momento difícil, quando precisava de ajuda financeira, os filipenses lhe deram apoio, enviando ofertas repetidamente. 

2)    O retorno

“Não que eu esteja procurando ofertas, mas o que pode ser creditado na conta de vocês” (Fp 4.17). Sempre que alguém investe em um empreendimento, pode usufruir os lucros obtidos. Por suas ofertas monetárias, os filipenses estão acumulando um lucro eterno no céu. Jesus ensinou o mesmo principio: “Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem traça nem ferrugem os consomem, e os ladrões não invadem nem roubam” (Mt 6.20). QUANDO DIZIMAMOS E OFERTAMOS PARA A OBRA EM EXPANSÃO DO EVANGELHO, ESTAMOS USANDO SABIAMENTE O QUE NOS FOI CONFIADO PARA A MAIOR GLÓRIA DE DEUS. 


O apostolo Paulo recebeu “de Epafrodito o que enviastes, um aroma perfumado, um sacrifício aceitável e agradável a Deus” (Fp 4.18). O apostolo recebeu “tudo na sua totalidade”, ou seja, suas necessidades foram supridas. Mas, as ofertas são atos de adoração a Deus. Paulo usa uma imagem do Antigo Testamento, quando o incenso era derramado sobre o sacrifício, liberando um aroma perfumado que subia ao céu. O cheiro suave retratava o prazer que o sacrifício proporcionava a Deus. 

Da mesma forma, a doação dos cristãos filipenses é uma expressão de sua adoração a Deus que é agradável a ele. Quando você percebe que seu apoio financeiro é um sacrifício perfumado que alegra muito o coração de Deus, então, você “contribuiu com alegria” (2 Co 9.7).

Por causa de sua oferta sacrificial, Paulo diz aos filipenses que Deus supriria “todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus” (Fp 4.19). Ou seja, os filipenses não somente receberiam bênçãos espirituais no céu por suas ofertas, como Deus supriria muitas de suas necessidades físicas nesta vida. Essa generosidade seria “segundo as suas riquezas”. Jesus ensinou o mesmo principio: “Dai, e vos será dado; recebereis uma boa medida, cheia, generosa e transbordante, pois sereis medidos com a mesma medida com que medis” (Lc 6.38).

Ora, ao Nosso Deus e Pai seja a glória para todo o sempre, amém” (Fp 4.20). O Pai é o doador da graça (Fp 1.2), o Pai é o operador da salvação (Fp 1.6), o exaltador de Cristo Jesus (Fp 2.9-11), é o Pai dos crentes (Fp 2.15), o doador da paz (Fp 4.7-9) e o supridor das nossas necessidades (Fp 4.19).

Conclusão:  koinonia cristã

“Cumprimentai cada um dos santos”. Esta saudação é estendida a “cada” santo em Cristo Jesus. Aqui na expressão “cada” é cada um, individualmente e envolve amor profundo, ternura e afeição. “Cada santo”. O que é um santo? “Santo” é alguém que foi verdadeiramente regenerado pelo Espirito Santo e separado para Deus, abandonando uma vida de pecado para viver em santidade. 

“Os irmãos que estão comigo vos saúdam”. Durante esse período de prisão, Paulo escreveu quatro cartas: Filemom, Efesios, Filipenses e Colossenses. Essas cartas foram levadas de volta para aquelas igrejas ou para pessoas....Timóteo seu fiel discípulo, Epafrodito de Filipos, Tiquico levou carta de Efesios e Colossos, Filemon lhe visitou na cadeia, Onésimo o escravo fugitivo que se converteu na prisão, Aristarco, João Marcos e o médico Lucas, todos estiveram com Paulo em algum momento na prisão. 

“Todos os santos vos saúdam” (Fp 4.2). isso se refere aos crentes que estão em Roma, alguns dos quais tiveram contato pessoal com ele em sua prisão domiciliar em Roma. Quais são esses santos de Roma? Febe, Priscila e Áquila, Epêneto, Maria, Andrônico e Júnias, Amplíato, Urbano, Apeles, Herodião, Trifena, Trifosa, Pérside, Rufo, etc (Rm 16). 

“Especialmente os da casa de César” (Fp 4.22). Esse é um grupo de convertidos altamente improvável – compostos por aqueles que servem na casa de Cesar. Além da famlia de Cesar, escravos, cozinheiros, provadores de comida, músicos, zeladores, pedreiros, contadores, soldados, guardas, juízes, etc.

Esses novos crentes da casa de César são troféus da graça salvadora de Deus. Estão na casa de César, mas fazem parte de uma família muito maior: a família da fé. Servem no palácio de César, mas tem acesso a um trono muito maior. Estão em Roma, mas tem irmãos e irmãs espalhados por todo o mundo conhecido.

“A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito” (Fp 4.23). “Graça” é charis, favor imerecido recebido por alguém que faz parte do povo de Deus. É a fonte e o batimento cardíaco da vida cristã. Do novo nascimento aos novos céus e nova terra, a vida cristã é inteiramente uma vida de graça. 


 

sábado, 23 de outubro de 2021

 

SIFRÁ E PUÁ – duas parteiras 

Estou lendo o livro de Exodo, o livro da saída, da partida do povo, depois de 430 anos de escravidão no Egito. A partir daqui o povo está indo em direção à terra prometida, terra de canaã...TERRA QUE MANA LEITE E MEL

Mas, ainda estão no Egito, então quase tudo que é do livro  de Exodo, o cenário E A GEOGRAFIA SÃO egípcioS, ou se passa no deserto do Sinai. 

Neste tempo, o Egito é a potência mundial do mundo, o povo mais armado, mais rico e o povo mais temido. Quem já não ouviu falar sobre as pirâmides do Egito e a esfinge de Gizé, o templo de Carnaque sobre triunfos e derrotas militares e sobre os deuses e deusas famosos de entalhes e gravuras. A história narra sobre as sagas do Faraó Tutmés, Ramsés, Amenothep, Tutancâmon, etc

Contudo, o livro de Exodo, não se importa em evidenciar os faraós, ou as riquezas arquitetônicas , ou culturais dessa antiga civilização. Mas, faz referência à duas parteiras: Sifrá e Puà (Ex 1.14). Duas mulheres da classe social e econômica mais baixa daquela sociedade, eram meramente parteiras. A ordem de Faraó foi: “...quando ajudares as hebreias a dar à luz, prestem atenção durante o parto. Se for menino, matem o bebê; se for menina, deixem que viva” (Ex 1.16). Mas, elas não aceitaram a ordem de Faraó e permitiu que os meninos nascessem...um ato de rebeldia, ou melhor um ato de boa consciência.

Portanto, Sifrá e PuÁ são parteiras. Seu trabalho é trazer bebês ao mundo, é ver uma mãe alegre quando seu filho nasce, elas estão do lado da vida e não da morte. Quando Faraó ordena, manda que matem esses bebês, elas desacatam sua ordem de modo simples e sem alarde: “as parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram o que o rei do Egito lhes havia mandado. Inversamente, deixaram que os meninos vivessem” (Ex 1,17).

 Que gesto inesquecível ...a vida sendo preservada, a vida é dignificada, exaltada. Parece que elas tinham consciência divina da formação humana, como nos diz o salmo 139:.  

Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena certeza. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir. Como são preciosos para mim os teus pensamentos, ó Deus! Como é grande a soma deles! Salmos 139:13-17 


Somos obras de Deus, toda nossa vida, desde o embrião até a vida acontecer no dia do nosso nascimento...

A salvação não é imposta de cima para baixo ou de fora para dentro. Ela surge das condições em que nos encontramos, quando a vida é confrontada com a morte. Sifrá e Puá se recusam a obedecer a ordem de matar. A ordem para matar vem do caráter anônimo e impessoal do privilégio e do poder; o desejo de promover a vida vem de duas mulheres que vivem à margem da sociedade, porém são identificadas de modo extremamente pessoal: Sifrá e Puá, representantes dos oprimidos e de crianças impotentes e inocentes...

E, lhe pergunto, e você, está do lado de quem? Da vida? Ou, da morte?

 

 

terça-feira, 19 de outubro de 2021

 Tudo posso naquele que me fortalece – Fp 4.10-13 

Introdução:

Quanto mais a gente vive, mas se convence de que nossa principal batalha na vida não é com a idade, e, sim, com a maturidade. Nosso desafio é a escolha se queremos ou não crescer. Foi Jesus que perguntou: “Qual de vocês, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso de sua vida?” (Mt 6.25-31). A idade é uma questão de fato. A maturidade, por outro lado, é uma questão de escolha.

Ou será que somos “cachorros velhos”, difícil de mudar. Mas, se você é uma pessoa que tem a capacidade de pensar e de decidir. E, mais, se você é um cristão, você tem o poder de Cristo dentro de você, o que significa suficiente dinamismo interior para efetuar mudanças incríveis. Algumas injuções da Palavra de Deus: “...não sejamos como meninos, agitados de um lado para o outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pelar artimanhas dos homens, pela astucia que induzem ao erro. Mas seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo” (Ef 4.14-15). 

“Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisia e invejas, e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como criança recém nascidas, o genuíno leite espiritual, para que ele vos seja dado crescimento para a salvação” (1 Pe 2.1-2). Ou, “...a essa altura, já devêsseis ser mestre, ainda estais precisando de que alguém vos instrua mais uma vez quanto aos princípios elementares da Palavra de Deus. Voltastes a necessitar de leite, quando já devíeis estar recebendo alimento sólido...o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante da fé, tornaram-se capazes de discernir tanto o bem quanto o mal” (Hb 5.12-14).

1)    O que é maturidade?

Ser alguém maduro é ser plenamente desenvolvido, completo e “crescido”. Deixamos hábitos infantis e de adolescência, adotando um estilo de vida onde somos plenamente responsáveis pelas nossas próprias decisões, motivos, atos e consequências. Algumas qualidades:

·        Quando nossa preocupação pelos outros ultrapassa nossa preocupação conosco mesmo.

·        Quando detectamos a presença do mal ou do perigo antes que se torne obvio.

·        Quando temos sabedoria e compreensão, bem como conhecimento.

·        Quando temos mais do que altos ideais, mas também temos a disciplina para os atingir.

·        Quando as nossas emoções são temperadas pela responsabilidade e a escrupulosidade (Zelo).

·        Quando nós não somente entendemos uma tarefa, mas também temos a fortaleza de permanecer na coisa, até que tudo esteja feito.

·        Quando temos a disposição de mudar, uma vez que estejamos convencidos que a correção está em ordem correta.

·        Quando temos a capacidade de crescer espiritualmente por meio de um influxo da Palavra de Deus.

 2)    A maturidade e o contentamento de Paulo

“Alegro-me grandemente no Senhor, porque finalmente vocês renovaram o seu interesse por mim. De fato, vocês já se interessavam, mas não tinham oportunidade para demonstrá-lo” (Fp 4.10). Quando o apostolo afirma: “...vocês já se interessavam, mas não tinham oportunidade”, ele quis dar a entender que tinham desejado enviar-lhe alguma ajuda antes, mas não sabiam nem onde ele estava e nem tinham meios para chegar onde ele estava. Ou seja, mesmo quando eu não ouvira falar de vocês, vocês pensavam em mim. UMA MARCA DE MATURIDADE É A CAPACIDADE DE AFIRMAR, E NÃO SOMENTE DE APRECIAR.

“Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstancia” (Fp 4.11 NVI). Ou, “aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Almeida Atualizada). Para o apostolo, pouca diferença fazia estar livre ou algemado a um soldado... se o dia estivesse quente ou úmido...se os filipenses lhe enviassem um presente ou deixasse de fazer contato com ele. 

Algumas pessoas são como termômetro. Elas meramente registram o que ocorre em redor delas. Outras, são como termostatos. Elas regulam a atmosfera. Elas são os maduros agentes de transformação que jamais permite que a situação dite a elas. 


Provavelmente, você está pensando: eu gostaria de ter o “dom do contentamento”. Espere. Isso não é um dom. É uma qualidade aprendida. Paulo admite que ele havia desenvolvido a capacidade de aceitar e de adaptar-se. Lembre-se? Ele escreveu: “...aprendi a viver contente”. Ou seja, estar descontente significaria desejar estar em um lugar diferente daquele que a mão soberana de Deus escolheu lhe dar. Mas, “aprendi a estar contente em quaisquer circunstancias em que me encontre”. “Quer minhas circunstancias sejam boas, quer sejam ruins, positivas ou negativas”, diz o apostolo, “estou contente”.

“Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade” (Fp 4.12). “Eu sei”, diz o apostolo. Ele sabe porque aprendeu por sua própria experiência a confiar em Deus em momentos difíceis. “Sei o que é passar necessidade”. Na prisão em Roma, o apostolo Paulo, enfrenta escassez de provisões, falta de recursos financeiros, sofrimento físico, restrição de movimentos e comida limitada. No entanto, tem abundancia em Cristo. 

“E sei o que é ter fartura”,  Significa condição de abundancia. A idéia é de receber mais do que o necessário. Nesse tempo, ele estava sentado no colo do luxo. Contudo, por melhor que seja, esse tipo de contentamento que depende de circunstancia é frágil, escorregadio, ilusório “é uma casa construída na areia”.

Mas, Paulo, aprendeu a se contentar “em toda e qualquer circunstancia”, seja na prosperidade, seja na prisão. Em todas as situações, viveu triunfante. “Aprendi o segredo de estar farto quanto de passar fome, tanto ter abundancia quanto de passar necessidade”. Novamente “aprendi”, ou seja, uma experiência adquirida em situações reais.

Uma pergunta: qual é o “segredo”? “O Senhor confia os seus segredos aos que o temem” (Sl 25.14). Os que rejeitam a Cristo não conseguem entender como é possível um cristão permanecer calmo na adversidade e humilde na prosperidade.

Conclusão: “tudo posso naquele que me fortalece”

“Tudo posso naquelas que me fortalecem, as drogas” Não!

“Tudo posso naquela que me fortalece, a educação” Não!

“tudo posso naquele que me fortalece, o dinheiro” Não!

“tudo posso naquele que me fortalece, o sucesso” Não!

“Tudo posso naqueles que me fortalecem, os amigos” Não”

“Tudo posso naquele que me fortalece, o pensamento positivo” Não!

“Tudo posso naquele que me fortalece, meu time” Não”

MAS, TUDO POSSO NAQUELE ME FORTALECE.

TUDO POSSO OU TODAS AS COISAS POSSO. É como se Paulo pegasse um marca texto e sublinhasse as palavras “todas as coisas”, fazendo-as saltar da pagina. A palavra “fazer” significa ser forte, ter poder. “Por meio daquele”, o Senhor Jesus, ele diz: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5).

“fortalece” é dinamite, significa ser capacitado, habilitado, fortalecido, robustecido. Eu posso todas as coisas por intermédio de Cristo que me fortalece. 


terça-feira, 12 de outubro de 2021

 Paz de espírito – Fp 4.4-7

Introdução: O apostolo Paulo está preso na cidade de Roma (anos 61 e 62 d.C). Encontra-se algemado a um soldado romano, 24 horas por dia, sete dias por semana. Portanto, seus movimentos são restritos, seus recursos, limitados, e seu apoio, cada vez menor. Ele estava em uma prisão domiciliar, esperando seu julgamento diante de Nero.

Não obstante, é um homem que tem paz, apesar das circunstancias. Em meio à tempestade que rugia ao redor, em meio as ondas bravias, uma calma tranquila se instalou em seu coração. Paulo tinha muitas razões para se sentir atribulado e ansioso, mas é um homem que está em Paz, uma paz que excede todo entendimento.

1)    Não andeis ansiosos

Paulo recomenda aos cristãos que evitem a ansiedade: “Não andeis ansioos”, ou “Não vivam preocupados” (NVT) (Fp 4.6). Em outras palavras, parem com essa ansiedade. Ou ainda, parem de se preocupar. “Ansioso” significa alguém que está atribulado com preocupações. A idéia é literalmente  a de ser puxado em diferentes direções, ou despedaçado. É como os discípulos, sendo levados pelas ondas, pra lá e para cá...

Na língua britânica, a palavra que traduz o verbo “preocupar” vem de uma antiga raiz que significa “estrangular”. Essa é uma boa imagem, porque o estresse sufoca nossa vida interior, roubando-nos a paz. A preocupação extrai a vida do coração, estrangulando toda a alegria de viver. Estar ansioso é viver preocupado, temeroso e angustiado; e essa ansiedade compromete nossa fé nos propósitos soberanos de Deus para nossas vidas.

Quando Paulo diz: “Não andeis ansiosos por coisa alguma”, trata-se de uma ordem. Então, estar ansioso é ser desobediente a Deus. A preocupação demonstra que não estamos confiando que Deus está no controle. Isaias retrata essa ansiedade: “O Jacó, como pode dizer que o Senhor não vê o que se passa? Ó Israel, como pode dizer que Deus não se importa com seus direitos” (Is 40.27).  Quando estou ansioso, deixou de confiar em Deus, e passo a confiar em mim, ou em alguma muleta...

 Paulo, portanto, enfatiza que os cristãos não devem se sentir sufocados e privados de paz e alegria – não devemos ficar ansiosos e preocupados. Jesus, Nosso Senhor, ensinou a mesma coisa: “Não fiquem ansiosos quanto à vossa vida, com que comereis, ou com o que bebereis; nem, quanto ao vosso corpo, com o que vestireis” (Mt 6.25). Ou seja, não entre em pânico, ou desespero.  Ele está afirmando: “Parem de se preocupar”. Em vez disso, confiem Deus “...seu Pai celestial já sabe do que vocês precisam” (Mt 6.32). TUDO ESTÁ NA MÃO DE DEUS... 

2)    Então, o que fazer?

Há um remédio fundamental para a preocupação, que é a oração. “Em tudo, pela oração e súplica com ação de graças, sejam vossos pedidos conhecidos por Deus” (Fp 4.6). Observe a diferença entre “tudo” e “coisa alguma” – então o crente não deve estar estar ansioso por “coisa alguma”, mas deve orar por “tudo”. “Tudo” carrega a idéia de toda situação preocupante que ameaça a paz de Deus. Aqui, nesse versículo, 6, o apostolo Paulo emprega quatro palavras para oração, cada uma delas contribuindo de forma singular para transmistir sua natureza abrangente: “oração”, “súplica”, “ação de graças” e “pedidos”. 

A primeira palavra é “oração”. O que ele quer dizer com oração? Oração significa adoração e louvor. Antes de tornar suas petições conhecidas diante de Deus, orem, louvem, adorem. Entrem na presença de Deus, e esqueçam as suas dificuldades por um pouco. É só lembrar que está face a face com Deus.

A segunda é “súplica”, vem de uma raiz quer significa “carecer” ou “ser privado de”, ou “ter falta de algo”. As áreas especificas em que nos falta alguma coisa irão, naturalmente, criar tensão e preocupação. Como alternativa, devemos levar ao Senhor as nossas preocupações sobre o que nos falta. 

A terceira, é “ação de graças”. Toda oração verdadeira será marcada pela gratidão. Ao mesmo tempo em que reconhecemos o que nos falta, devemos também reconhecer o que Deus providenciou para nós. Não importa o quanto seja terrível a situação em que nos encontramos, ele derramou sua benção sobre os seus filhos. 


A quarta palavra é “pedidos”, ou “apresentem seus pedidos a Deus”. Portanto, devemos levar até ele nossos pedidos particulares, seja o que for que estiver nos perturbando. Jesus contou uma parábola que sobre a oração: “Então lhes disse: Suponham que um de vocês tenha um amigo e que recorra a ele à meia-noite e diga: Amigo, empreste-me três pães, porque um amigo meu chegou de viagem, e não tenho nada para lhe oferecer. E o que estiver dentro responda: Não me incomode. A porta já está fechada, e eu e meus filhos já estamos deitados. Não posso me levantar e lhe dar o que me pedes. Eu lhes digo: embora ele não se levante para dar-lhe o pão por ser seu amigo, por causa da importunação se levantará e lhe dará tudo o que precisar. Por isso lhes digo: peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca encontra; e aquele que bate, a porta será aberta” (Lc 11.5-10). 

"Qual pai, entre vocês, se o filho lhe pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra? Ou se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está no céu dará o Espírito Santo a quem o pedir! " Lucas 11:11-13

Quais são as necessidades especificais da sua vida? O que o tem deixado inquieto? O que está lhe tirando o sono? O que se tornou uma pedra em volta do seu pescoço? O que está deixando você deprimido? VOCE VAI LEVAR SEUS PEDIDOS AO SENHOR EM ORAÇÃO?  

3)    PAZ QUE EXCEDE TODO ENTENDIMENTO

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4.7). “Paz”, no grego é “eirene”, é uma tranquilidade de alma, uma paz de espírito, uma quietude interior que acalma a turbulência de corações atribulados. Quando lançamos nossas cargas sobre o Senhor, deixamos de nos sentir estressados e perturbados e conhecemos a “paz que excede..”

Que paz é essa? É uma paz sobrenatural, algo que o homem natural não compreende. Uma paz que desce do alto, como um rio cujas aguas aumentam de volume de repente, inundando um coração perturbado. Quando um crente ora, Deus pode até não mudar as circunstancias de sua vida, mas ele muda seu coração.

Conclusão

Essa paz, Paulo explica, “guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” (Fp 4.7). “Guardará” é um termo militar que descreve um soldado que vigia um prisioneiro – Deus guardará seu coração para que a ansiedade e o medo não entrem. No salmo 121, nos diz: “O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita”. QUANDO HÁ ORAÇÃO, A PAZ DE DEUS ESTÁ SEMPRE MONTANDO GUARDA, COMO UMA SENTINELA, SOBRE  “O VOSSO CORAÇÃOE A VOSSAS MENTE EM CRISTO JESUS”.

Jesus prometeu: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Eu não a dou como o mundo a dá. Não se pertube o vosso coração nem tenha medo”. (Jo 14.27). 


 

terça-feira, 5 de outubro de 2021

 Evódia X Síntique: em busca da reconciliação.– Fp 4.1-5

Introdução:

O dicionário define “conflito” como um desacordo sério, uma discussão, uma luta armada de longa duração. Alguns sinônimos dessa palavra são: disputa, briga, altercação, dissensão, desentendimento, discórdia, atrito, desavença, hostilidade, disputa, contenda, rixa ou divisão. Infelizmente, conflitos, disputas são frequentes no meio do povo de Deus. Nas aventuras de Snoopy, Lucia diz ao famoso cachorro: “Há ocasiões quando você me chateia, mas devo admitir que também há tempos quando eu sinto que devo dar-lhe uma abraço”. Snoopy retrucou: “É assim mesmo que eu sou....abraçavel e chatiável”.

Então, na igreja de Filipos não era diferente. Havia duas mulheres no centro da tempestade que estava se formando: EVÓDIA E SÍNTIQUE. Ele as chama pelo nome; isso está permanentemente gravado na Palavra de Deus. A rixa entre elas estava criando divisão na comunhão da igreja, e havia chegado a um ponto em que Paulo sentiu que deveria se dirigir a elas publicamente.

1)    Compaixão

As primeiras palavras com que Paulo se dirige aos filipenses são “meus amados” (Fp 4.1). O pronome “meus” torna a declaração pessoal e intima. Os filipenses estavam intimamente ligados na família de Deus. “Amados”, ou “irmãos”, “... Meus irmãos, a quem amo...” indicam um relacionamento profundo e duradouro que desfrutavam uns com os outros. 

Além disso, Paulo está escrevendo para pessoas que, como ele diz: “anseio ver”, ou “tenho saudades”. Um anseio profundo e verdadeiro em vê-los novamente. O que é saudade? É uma nostalgia profunda, com um carinho gigante; é um sentimento de querer que alguém esteja perto, é um olhar para o passado com amor. Então, Paulo diz: “vocês são a minha alegria e a minha coroa”. Quando Paulo pensava na igreja de Filipos, o seu coração se enchia de alegria. E, coroa, é um presente, um troféu, almas preciosas, fruto do seu ministério. E, você, tem alguma coroa?

2)    Conflito

“Rogo-vos a Evódia e rogo a Síntique que vivam em harmonia”, uma com a outra” (Fp 4.2). Evódia significa “aquela que deseja boa viagem as pessoas” e Síntique signicia “ocorrência, evento e acontecimento”. O que sabemos sobre elas? Eram membros da igreja de Filipos, faziam parte do corpo daquela igreja. Eram membros conhecidos na congregação e colaboravam com Paulo no evangelho “...lutaram ao meu lado na causa do evangelho” (Fp 4.3). Portanto, eram guerreiras da linha de frente da igreja, duas mulheres que tinham posto as mãos no arado pela causa do evangelho. 

Agora, esse conflito estava afetando a unidade de toda igreja. Paulo exortou a igreja da Galácia, afirmando: “um pouco de fermento leveda toda massa” (Gl 5.9). O atrito entre as duas estava perturbando a vida espiritual dos outros membros a tal ponto que já afetava a comunhão da igreja. Infelizmente, todo conflito tem progressão e Paulo expõe em outra passagem: “Que toda amargura, cólera, ira , gritaria e difamação sejam eliminados do meio de vós, juntamente com toda maldade” (Ef 4.31).

Então, a coisa toda começa com “amargura e acaba em “maldade”“. Inicialmente, é uma “amargura” que significa ressentimento ou rancor. Começa relativamente pequeno, mas à medida que a irritabilidade começa a se inflamar, um espirito amargo se transforma em um problema de atitude “...que nenhuma raiz de amargura venenosa brote e vos cause confusão, contaminando muitos” (Hb 12.15). 

Depois, a amargura desenvolve para “cólera”, que é a raiva violenta que vai crescendo em segredo, dentro de nós. Então, quando existe uma amargura acumulada, basta uma pequena faísca para provocar uma explosão. O próximo estágio, é a “ira”, que é um sentimento latente de animosidade, ou inimizade mais profunda. A “cólera” explode é um momento, mas ira é duradora e silenciosa, venenoso... 

A partir dai, a raiva aumenta e se transforma em “gritaria”. Essa palavra fala de uma explosão publica, na frente de outras pessoas. Não há mais freio agora, e a pessoa perde o controle em publico. Isso, por sua vez, leva à “difamação”, que é um assassinato do caráter de alguém.

Finalmente, vem a “maldade” que é a proliferação do mal. Surgem as más intenções, e os maus pensamentos se materializam em más ações. Todo esse desfile começou com uma pequena dose de ressentimento ou um leve rancor; no final, resultou em maldade. 

3)    O apelo de Paulo

Toda igreja de Filipos foi afetada pela desarmonia de Evódia e Síntique. Paulo, portanto, pede firmemente que procure “viver em harmonia no Senhor” (Fp 4.2). Nesse versículo, Paulo usa duas vezes o verbo “rogo”, o que reforça duplamente a intensidade de sua súplica. “Rogo” (parakaleo) transmite a idéia de um forte apelo e súplica fervorosa.

Especificamente, Paulo lhes roga que busquem “viver em harmonia”, no grego é “usar a cabeça”. A idéia é que as duas usem a mente para estarem unidas ao tratar desse conflito. Paulo usou essa palavra várias vezes nesta carta: “Completai a minha alegria tendo o mesmo modo de pensar” (Fp 2.2). “Tende em vós o mesmo sentimento” (Fp 2.5). Ou seja, eles devem entrar no mesmo barco e começar a remar na mesma direção, adotando a mesma mentalidade, o que trará reconciliação e restauração em seu relacionamento. 

Paulo acrescenta, devem viver harmoniosamente “no Senhor” (Fp 4.2). Quando Paulo diz “no Senhor”, ele quer dizer que o Senhor deve ser o seu denominador comum.  Se elas, em primeiro lugar, estiverem em aliança com o Senhor, estarão em harmonia uma com a outra. O Senhor, portanto, é o denominador comum que estabelecerá união verdadeira entre as duas mulheres.

Ao se renderem ao Senhor, ele lhes dará paciência uma com a outra e as capacitará a se perdoarem mutuamente. O Senhor lhes dará humildade para guardar as armas. Somente no Senhor a questão poderá ser resolvida. Se não houver uma verdadeira unidade no Senhor, nada funcionará. Esse é um apelo para que todo crente viva em harmonia com os outros na igreja.

 4)    Um pedido de auxilio

“Sim, e peço a você, leal companheiro de jugo, que as ajude; pois lutaram ao meu lado na causa do evangelho, com Clemente e meus demais cooperadores. Os seus nomes estão no livro da vida”. (Fp 4.3).  Quem é esse companheiro? Será que é Barnabé? Ou Lucas? Ou, Epafrodito? O que é importante, na verdade, é que esse líder deveria intermediar, ou ajuda-las. Aliás, no grego ajudar é “apreender, agarrar, segurar, preender, capturar, apoderar-se”. Ou seja, toma posse dessa situação e faça a paz entre as duas mulheres.

Alguém já disse que crentes tentarem viver em harmonia intima é uma coisa praticamente impossível. É como dois porcos-espinhos abraçados em uma noite muito forte no Canadá. Mas quanto mais se aproximavam um do outro, mais seus espinhos os espetavam, tornando virtualmente impossível tentarem permanecer abraçados. Silenciosamente, eles se separaram. Mas antes de muito tempo, estavam ambos tremendo sob o vento invernal do Canadá. Logo estavam se espetando novamente... Eram como as duas mulheres de Filipos, precisavam uma da outra, mas constantemente estavam se espetando... 

Conclusão:

Haverá alguém que você continua acusando pela dor que sofreu? Trazendo uma dor que nunca foi sarada? Nesse caso, você faz idéia de quanta energia emocional você está queimando para alimentar esse ferimento? Liberte-se de todo veneno de ira guardada... perdoe totalmente o ofensor. E “ALEGRE-SE NO SENHOR. NOVAMENTE DIREI: ALEGREM-SE!  SEJA A AMABILIDADE CONHECIDA POR TODOS. PERTO ESTÁ O SENHOR! (Fp 4.-4-5)