terça-feira, 12 de outubro de 2021

 Paz de espírito – Fp 4.4-7

Introdução: O apostolo Paulo está preso na cidade de Roma (anos 61 e 62 d.C). Encontra-se algemado a um soldado romano, 24 horas por dia, sete dias por semana. Portanto, seus movimentos são restritos, seus recursos, limitados, e seu apoio, cada vez menor. Ele estava em uma prisão domiciliar, esperando seu julgamento diante de Nero.

Não obstante, é um homem que tem paz, apesar das circunstancias. Em meio à tempestade que rugia ao redor, em meio as ondas bravias, uma calma tranquila se instalou em seu coração. Paulo tinha muitas razões para se sentir atribulado e ansioso, mas é um homem que está em Paz, uma paz que excede todo entendimento.

1)    Não andeis ansiosos

Paulo recomenda aos cristãos que evitem a ansiedade: “Não andeis ansioos”, ou “Não vivam preocupados” (NVT) (Fp 4.6). Em outras palavras, parem com essa ansiedade. Ou ainda, parem de se preocupar. “Ansioso” significa alguém que está atribulado com preocupações. A idéia é literalmente  a de ser puxado em diferentes direções, ou despedaçado. É como os discípulos, sendo levados pelas ondas, pra lá e para cá...

Na língua britânica, a palavra que traduz o verbo “preocupar” vem de uma antiga raiz que significa “estrangular”. Essa é uma boa imagem, porque o estresse sufoca nossa vida interior, roubando-nos a paz. A preocupação extrai a vida do coração, estrangulando toda a alegria de viver. Estar ansioso é viver preocupado, temeroso e angustiado; e essa ansiedade compromete nossa fé nos propósitos soberanos de Deus para nossas vidas.

Quando Paulo diz: “Não andeis ansiosos por coisa alguma”, trata-se de uma ordem. Então, estar ansioso é ser desobediente a Deus. A preocupação demonstra que não estamos confiando que Deus está no controle. Isaias retrata essa ansiedade: “O Jacó, como pode dizer que o Senhor não vê o que se passa? Ó Israel, como pode dizer que Deus não se importa com seus direitos” (Is 40.27).  Quando estou ansioso, deixou de confiar em Deus, e passo a confiar em mim, ou em alguma muleta...

 Paulo, portanto, enfatiza que os cristãos não devem se sentir sufocados e privados de paz e alegria – não devemos ficar ansiosos e preocupados. Jesus, Nosso Senhor, ensinou a mesma coisa: “Não fiquem ansiosos quanto à vossa vida, com que comereis, ou com o que bebereis; nem, quanto ao vosso corpo, com o que vestireis” (Mt 6.25). Ou seja, não entre em pânico, ou desespero.  Ele está afirmando: “Parem de se preocupar”. Em vez disso, confiem Deus “...seu Pai celestial já sabe do que vocês precisam” (Mt 6.32). TUDO ESTÁ NA MÃO DE DEUS... 

2)    Então, o que fazer?

Há um remédio fundamental para a preocupação, que é a oração. “Em tudo, pela oração e súplica com ação de graças, sejam vossos pedidos conhecidos por Deus” (Fp 4.6). Observe a diferença entre “tudo” e “coisa alguma” – então o crente não deve estar estar ansioso por “coisa alguma”, mas deve orar por “tudo”. “Tudo” carrega a idéia de toda situação preocupante que ameaça a paz de Deus. Aqui, nesse versículo, 6, o apostolo Paulo emprega quatro palavras para oração, cada uma delas contribuindo de forma singular para transmistir sua natureza abrangente: “oração”, “súplica”, “ação de graças” e “pedidos”. 

A primeira palavra é “oração”. O que ele quer dizer com oração? Oração significa adoração e louvor. Antes de tornar suas petições conhecidas diante de Deus, orem, louvem, adorem. Entrem na presença de Deus, e esqueçam as suas dificuldades por um pouco. É só lembrar que está face a face com Deus.

A segunda é “súplica”, vem de uma raiz quer significa “carecer” ou “ser privado de”, ou “ter falta de algo”. As áreas especificas em que nos falta alguma coisa irão, naturalmente, criar tensão e preocupação. Como alternativa, devemos levar ao Senhor as nossas preocupações sobre o que nos falta. 

A terceira, é “ação de graças”. Toda oração verdadeira será marcada pela gratidão. Ao mesmo tempo em que reconhecemos o que nos falta, devemos também reconhecer o que Deus providenciou para nós. Não importa o quanto seja terrível a situação em que nos encontramos, ele derramou sua benção sobre os seus filhos. 


A quarta palavra é “pedidos”, ou “apresentem seus pedidos a Deus”. Portanto, devemos levar até ele nossos pedidos particulares, seja o que for que estiver nos perturbando. Jesus contou uma parábola que sobre a oração: “Então lhes disse: Suponham que um de vocês tenha um amigo e que recorra a ele à meia-noite e diga: Amigo, empreste-me três pães, porque um amigo meu chegou de viagem, e não tenho nada para lhe oferecer. E o que estiver dentro responda: Não me incomode. A porta já está fechada, e eu e meus filhos já estamos deitados. Não posso me levantar e lhe dar o que me pedes. Eu lhes digo: embora ele não se levante para dar-lhe o pão por ser seu amigo, por causa da importunação se levantará e lhe dará tudo o que precisar. Por isso lhes digo: peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca encontra; e aquele que bate, a porta será aberta” (Lc 11.5-10). 

"Qual pai, entre vocês, se o filho lhe pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra? Ou se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está no céu dará o Espírito Santo a quem o pedir! " Lucas 11:11-13

Quais são as necessidades especificais da sua vida? O que o tem deixado inquieto? O que está lhe tirando o sono? O que se tornou uma pedra em volta do seu pescoço? O que está deixando você deprimido? VOCE VAI LEVAR SEUS PEDIDOS AO SENHOR EM ORAÇÃO?  

3)    PAZ QUE EXCEDE TODO ENTENDIMENTO

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4.7). “Paz”, no grego é “eirene”, é uma tranquilidade de alma, uma paz de espírito, uma quietude interior que acalma a turbulência de corações atribulados. Quando lançamos nossas cargas sobre o Senhor, deixamos de nos sentir estressados e perturbados e conhecemos a “paz que excede..”

Que paz é essa? É uma paz sobrenatural, algo que o homem natural não compreende. Uma paz que desce do alto, como um rio cujas aguas aumentam de volume de repente, inundando um coração perturbado. Quando um crente ora, Deus pode até não mudar as circunstancias de sua vida, mas ele muda seu coração.

Conclusão

Essa paz, Paulo explica, “guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” (Fp 4.7). “Guardará” é um termo militar que descreve um soldado que vigia um prisioneiro – Deus guardará seu coração para que a ansiedade e o medo não entrem. No salmo 121, nos diz: “O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita”. QUANDO HÁ ORAÇÃO, A PAZ DE DEUS ESTÁ SEMPRE MONTANDO GUARDA, COMO UMA SENTINELA, SOBRE  “O VOSSO CORAÇÃOE A VOSSAS MENTE EM CRISTO JESUS”.

Jesus prometeu: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Eu não a dou como o mundo a dá. Não se pertube o vosso coração nem tenha medo”. (Jo 14.27). 


 

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