terça-feira, 31 de agosto de 2021

 Jesus Cristo, Nome que está acima. Fp 2.1-11

Introdução: o que é atitude?

É uma maneira de agir, de sentir, ou de pensar que mostra a disposição de alguém... a opinião, a atitude mental. Exemplo, se sou egoísta, suspeito de todo mundo; se sou generoso, sempre acredito nas pessoas; se sou avarento, ambicioso, sempre enxergo as pessoas como meio de ganhar dinheiro.

A Grécia disse: “Seja sábio, conheça a si mesmo”. Roma disse: “seja forte, discipline-se”. A religião disse: “Seja bom, conforme-se”. A educação disse: “estude, expanda-se”. A psicologia disse: “Seja confiante, reivindique”. O orgulho disse: “Seja superior, promova-se”. Cristo diz: “o exaltado será humilhado, e o humilhado exaltado”. 

1)   Humildade

O que é? Pensar a nosso respeito ou julgar a nós mesmos com comedimento, com prudência. A idéia é que ninguém “pense de si mesmo mais do que convém; mas que pense de si com equilíbrio” (Rm 12.3). “Não que sejamos capazes por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos, mas a nossa capacidade vem de Deus” (2 Co 3.5). Dizem que “a humildade é uma daquelas coisas que, se você acha que tem, não tem”. Humildade, no verdadeiro sentido da Palavra, é um dos sustentáculos da fé. 

Portanto, ninguém passa pela porta estreita que leva ao reino de Deus todo NARIZUDO, como um pavão. Ninguém anda pelo caminho estreito levantando os joelhos, como aquele cavalo branco de Napoleão Bonaparte. No reino de Deus, somos ovelhas e não pavões; somos servos, não soberanos. Para que Cristo encha nossa vida, temos de nos esvaziar. Para que Cristo cresça, precisamos diminuir.

UM AUTOEXAME: “...Se algum encorajamento em Cristo, Se há alguma consolação de amor, Se há alguma comunhão do Espírito, Se há alguma afeição ou compaixão”. A palavra “SE” aparece quatro vezes no versículo 1 e pode ser traduzida “uma vez que”, ou “porque”.

Tem encorajamento? Tem consolação de amor? Tem comunhão do Espírito? Tem alguma afeição ou compaixão? E o apostolo apela para a unidade do corpo de Cristo: “Completai a minha alegria tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, estando unidos em espírito, concentrados em um único proposito” (Fp 2.2). Aqui nesse versículo resumo o que é unidade cristã.

“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um com os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Fp 2.3-4). Três princípios: Primeiro, nunca permita que seu motivo seja o egoísmo ou a vaidade “partidarismo ou vanglória”. Segundo, sempre considere os outros mais importante do que você mesmo “...cada um considere os outros superiores a si mesmo”. Terceiro, não limite sua atenção aos seus próprios interesses pessoas “...”...o que é dos outros”.

2)   Jesus, o supremo exemplo.

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, o qual, tendo plenamente a natureza de Deus, não reivindicou o ser igual a Deus” (Fp 2.5-6). “Jesus existia na forma de Deus”, desde antes da fundação do mundo, Ele não era Deus. “No principio era o verbo, o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus” (Jo 1.1). 

O que ele fez? “Humilhou-se a si mesmo, assumindo a forma de servo e fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.7). “Esvaziou” (kenoo) significa “rebaixou-se”. Jesus deixou de lado suas prerrogativas como Deus, a fim de assumir as limitações da humanidade. Ele escolheu voluntariamente não exercer todos os seus direitos como Deus durante o tempo de sua vida terrena.

“Assumindo a forma de servo e semelhante aos homens”(Fp 2.7). Jesus não veio como membro da realeza, em majestade resplandecente. Ele veio como escravo, nasceu numa manjedoura (doulos). O escravo pertencia ao seu amo e não possuía nenhum bem pessoal. Jesus vai dizer “Meu alimento consiste em fazer a vontade daquele que me enviou...”(Jo 4.34).  “...Semelhante aos homens” Jesus se cansava ao ponto de esgotamento, sentia fome e sede, experimentou todas as dores latejantes de um corpo humano. . JESUS ANDOU NESSA TERRA COMO HOMEM.

“Humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte , e morte de cruz” (Fp 2.8). Jesus sofreu a pior de todas as mortes, a temida morte torturante por crucificação. Era tão repugnante que era reservada apenas para os piores criminosos. Lá na cruz, ele ficou nu, exposto publicamente, visto como inimigo do império, condenado como blasfemador de Deus.

Mais do que isso, Jesus se submeteu a levar sobre si os pecados de todos os que cressem nele. Aquele que não conheceu o pecado tornou-se pecado em nosso lugar (2 Co 5.21). Ele sofreu toda a maldição da lei (Gl 3.13), que é a morte (Rm 6.23), levou nossos pecados em seu corpo na cruz (1 Pe 2.24), derramou o seu sangue e levou embora os pecados de todos aqueles que o Pai lhe confiou (Jo 1.29). 

3)   Exaltação

“Por essa razão também, Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o Nome que está acima de todo nome” (Fp 2.9). Deus não apenas o exaltou, mas o exaltou muito “sobremaneira”, ou “ao lugar de mais alta honra”. Deus o exaltou acima dos anjos, em sua coroação. Deus o exaltou à sua mão direita, na glória dos céus: “O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos debaixo dos teus pés” (Sl 110.1).

“Para que ao Nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, na terra e debaixo da terra” (Fp 2.10). Dobre o joelho, curvar é sinal de submissão a uma autoridade. Preste atenção em quem um dia vai se curvar, diante de Jesus: “os que estão nos céus”, todos os anjos, arcanjos, querubins, serafins e os santos que estão no céu; os que estão “na terra”, todos, indistintamente, grandes, pequenos, se curvarão diante de Jesus; e os que estão “debaixo da terra”, almas que pereceram condenadas ao inferno e anjos caídos e demônios, satanás. 

 “Toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fp 2.11). A palavra “confessar” significa reconhecer, fazer uma declaração aberta. Essa não é uma confissão que será resmungada, mas, sim, declarada. “Senhor” (Kurios) significa “mestre”, “governante”, “soberano”, “supremo” é o nome que está acima de todo o Nome e todos Confessarão que “Jesus Cristo é o Senhor.  “Jesus” é o seu nome terreno, “Cristo” é o seu titulo messiânico.

Conclusão:

“Se com a tua boca confessares que Jesus Cristo é o Senhor, e creres em teu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 101.9). No dia do julgamento haverá um “grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, a terra e o céu fugiram de sua presença e não foi achado lugar para eles” (Ap. 20.11). O apostolo João continua sua descrição: “Vi também os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono...e todo aquele cujo nome não foi encontrado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.12,15). 


 

terça-feira, 24 de agosto de 2021

 Unidade e combate – Fp 1.27-30

Introdução:

Quando uma pessoa crê em Jesus Cristo e recebe sua justiça  e o perdão do pecado, esse ato de fé salvadora requer um exame profundo da alma e uma autonegação radical. Esse passo de fé exige um compromisso absoluto com o Senhorio de Cristo. Paulo sintetizou essa radicalidade: “O viver é Cristo, o morrer é lucro”.

Para os que aceitam o evangelho, isso lhe custa tudo o que tem. “Se alguém deseja seguir-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e venha após mim” (Mc 8.34). Ou, “o reino dos céus é como um tesouro escondido que um homem descobriu num campo. Em seu entusiasmo...vendeu tudo o que tinha e...comprou aquele campo” (Mt 13.44). No evangelho é necessário sofrer oposição de Satanas e a perseguição do mundo. Todos que são do evangelho, devem ter consciência que serão caluniados, humilhados e sofrerão pelo evangelho. 


1)    Portai-vos de modo digno


“Portai-vos de modo digno do evangelho de Cristo” (Fp 1.27). Ou seja, “portai-vos” significa viver como cidadão de uma país que cumpre as leis “Todos devem sujeitar-se às autoridades, pois toda autoridade vem de Deus” (Rm 13.1). . Então, temos “dupla cidadania”, do país que vivemos, Brasil e vivendo de acordo com sua Constituição. E a cidadania celestial, nossa fé em Cristo e sua promessa de um novo céu e uma nova terra “...mas buscavam uma pátria superior, um lar celestial” (Hb 11.16).

O verbo “portar” precisa ser analisado para podermos entender o que exige. Em primeiro lugar, em grego “portai-vos” está no tempo presente, ou seja, precisamos viver cada momento de cada dia de maneira prescrita. Segundo, esse verbo está na voz média, indicando que cada cristão deve assumir pessoalmente essa tarefa. Terceiro, está na segunda pessoa do plural, revelando que essa conduta está prescrita para todos os crentes. Quarto, o verbo está no modo imperativo, é uma ordem do próprio Deus, com a clara autoridade sobre a vida de todos os cristãos. VIVAM SEMPRE EM CONFORMIDADE COM O EVANGELHO.

“Para que, quer que eu vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que permaneceis firmes” (Fp 1.27). Em outras palavras, quer ele esteja presente com eles, quer esteja ausente, eles devem viver da mesma maneira. Paulo repete essa injunção no capítulo 2: “Assim, meus amados, como sempre obedecestes, não somente na minha presença, porém muito mais agora na minha ausência” (Fp 2.12).

O principio é relevante: Não importa quem esteja conosco, temos que manter a mesma devoção a Deus, em constante obediência à sua Palavra. Voce está longe da sua igreja? Voce está longe da sua família? Você está longe da sua esposa? Não importa, seja qual for a situação, a ausência de outros cristãos nunca deve ser justificativa para andarmos de qualquer jeito na vida cristã “tudo está descoberto e exposto diante de seus olhos, e é a ele que prestamos contas” (Hb 4.13). QUEM É VOCE QUANDO NINGUÉM ESTÁ VENDO?


2)    Princípios para a vida cristã

“Permanecer firmes num só espírito, combatendo juntos, com uma só alma, pela fé do evangelho”(Fp 1.27). Primeiro, “permanecer firmes”, significa fica imóvel, numa posição fixa. Esse é um termo militar que se aplica a um soldado mantendo sua posição na frente da batalha “a peleja é tremenda torna-se renhida” (hino 212 harpa cristã); renhida: disputado ou conflito sangrento. A unidade “combatendo juntos” é empreender um esforço conjunto ou lutar lado a lado, como gladiadores, contra um inimigo comum.

Portanto, os cristãos “pequenos cristos” não podem se afastar de sua lealdade ao evangelho, mas precisam permanecer firmes na fé, ancorados na verdade do ensino dos apóstolos. Quando perseguidos e oprimidos, não devem dar meia volta e fugir de seu testemunho cristão. No meio de uma guerra espiritual, precisam permanecer irredutíveis ao evangelho.

“Num só espirito, combatendo juntos, com uma só alma” (Fp 1.27). “Espírito” (pneuma) e é o poder ou pulsão interior de uma pessoa. É aquilo que a faz lutar, viver e respirar. Estar “num só espirito” refere-se à unidade que precisa forjar em um só bloco a pulsão de cada um de nós.

“Uma só alma”, alma (pusche), totalidade da alma, interior, incluindo o intelecto, as afeições e a vontade. Portanto, o que está representando aqui é a totalidade do ser interior. Portanto, devemos permanecer firmes num só coração, de braços dados, posicionados como um só homem em sua postura em relação ao evangelho, abraçando as mesmas convicções sobre a verdade e permanecendo na mesma lealdade ao Senhor Jesus Cristo.

“Combatendo juntos pela fé do evangelho”, ou “lutando unânimes pela fé evangélica” (Fp 1.27). A raiz da palavra traduzida por “combatendo”, deu origem a palavra “atleta”. A idéia é de alguém dando seu máximo numa competição, como uma corrida ou luta. Um prefixo (sula), que significa “com” é adicionado a esse verbo – os cristãos devem competir em conjunto por seu testemunho de Cristo diante de grande oposição. Devem combater juntos pela fé cristã, unindo-se contra o mundo, a carne e o diabo para evidenciar  sua convicção na verdade...

“pela fé do evangelho”, numa referencia a fé objetiva. Isto é, devem lutar pelo ensino dos apóstolos (Atos 2.42), pela “sã doutrina” (Tt 2.12), pela “fé entregue aos santos de uma vez por todas” (Jd 3). Devem lutar por “todo o proposito de Deus” (Atos 20.27). Sua unidade deve estar fundamentada na rocha da revelação divina (Mt 7.24) “Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha”. 

“Se, de forma alguma deixar-se intimidar por aqueles que se opõem a vocês. Para eles isso é sinal de perdição, mas para vocês de salvação, e isso da parte de Deus” (Fp 1.28). “...aqueles que se opõem a vocês”. Portanto, devemos contar com essa oposição, que Jesus mencionou ao advertir: “O mundo vos odeia porque não sois do mundo; pelo contrário, eu vos escolhi do mundo” (Jo 15.19). Isso foi reafirmado por Paulo: “em meio a muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus” (Atos 14.22). Da mesma forma, Pedro diz: “Amados, não estranheis a provação que como fogo vos sobrevém, como se vos estivesse acontecendo alguma coisa estranha” (1 Pe 4.12).

Quem são os que se opõem? São falsos mestres, pastores que se imiscuem no meio dos santos com ensinamentos deturpados. Estes são judaizantes que tentam colocar fardos moisacos sobre a comunidade de fé. São os “cães” imundos e cruéis – “maus obreiros” que ensinam uma “falsa circuncisão” (Fp 3.2). São “inimigos da cruz de Cristo” e “o fim deles é a perdição” (Fp 3.18-19). Paulo afirma: “alguns pregam Cristo até mesmo por inveja e discórdia mas outros fazem com boas intenções” (Fp 1.15). 

Agora, meus amados, atentem, essa luta, essa oposição, escreve Paulo, era um “sinal” (Fp 1.28) de perdição para os falsos mestres, pastores e para os que seguem seus ensinamentos, ou seja, juízo final e condenação eterna. Paulo é incisivo: “...ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregue um evangelho diferente do que já vos pregamos, seja maldito” (Gl 1.8-9). Para eles, diz Paulo, é um “sinal” de perdição, mas para vós, é um “sinal” de salvação. O fato de vocês estarem sendo perseguidos por sua fé, convicção é uma confirmação, uma certeza, que estão no caminho certo.

“Pois, por amor de Cristo, vos foi concedida a graça...”. Todo o Novo Testamento ensina que a fé é um dom de Deus: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem de obras, para que ninguém se orgulhe” (Ef 2.8-9). “Fixando os olhos em Jesus, o autor e consumador da nossa fé” (Hb 12.2), como afirmou o autor do livro de Hebreus. Olha como Pedro fala “Pela fé no nome de Jesus, o Nome curou este homem que vocês veem e conhecem. A fé que vem por meio dele lhe deu esta saúde perfeita, como todos podem ver” (Atos 3.16). 

“...Não somente crer em Cristo, mas também de sofrer por ele” (Fp 1.29). Estes dois dons – a graça de crer em Cristo, e também de sofrer por ele – estão inseparavelmente ligados. Todos os que receberam a graça salvadora, também sofrem por ele, pois, ambos os dons formam um pacote único. Na verdade, diz Paulo “todos os que querem viver uma vida piedosa em Cristo Jesus sofrerão perseguições” (2 Tm 3.12).

 Conclusão:

Paulo afirma: “Já que estão passando pelo mesmo combate que me viram enfrentar”. Os irmãos de filipenses viram, presenciarão o sofrimento excruciante que o apostolo enfrentou em sua cidade: Paulo foi sofreu, foi detido e espancado e colocado em uma cela preso em um tronco. Qual é a mensagem para nós: Viver para o evangelho requer sofrer pelo evangelho. 


 

terça-feira, 17 de agosto de 2021

 Viver é Cristo, morre é lucro – Fp 1.22-26

Introdução

“Porquanto, para mim o viver é Cristo...”. Infelizmente, para alguns:

Para mim o viver é o dinheiro, é o ganho, é a ambição, é o acumular... e morrer é deixar tudo para quem fica...

Para mim o viver é a fama, o holofote, aparição...e morrer é ser esquecido rapidamente.

Para mim o viver é o poder, orgulho, nunca me satisfaço com nada....e morrer é perder tudo....

Para mim viver é possessões, casas, fazendas, etc ....e morrer é partir daqui nada levando nas minhas mãos.

1)    Viver é Cristo

“Para mim o viver é Cristo...”. Em outras palavras, independemente do que meus amigos, familiares ou inimigos estejam fazendo, eu vou viver para Cristo. Viver para Cristo não significa uma mera existência; porque nem todo mundo que está vivo, realmente vive. Em vez disso, ele se refere a viver a vida segundo a vontade de Deus, isto é, para Cristo. O seu único objetivo é fazer tudo, absolutamente tudo para Cristo.

“...o viver é Cristo”. O verbo “é” foi acrescentado pelos tradutores, massoretas, para facilitar o entendimento do texto. Mas, não se acha na língua original; literalmente é: “...para mim viver é Cristo”. Ou seja, sua vida inteira está dedicada a Cristo. Tudo em sua vida está entregue a Cristo. O proposito apaixonado de todo seu ser é conhecer e glorificar Cristo. Cada momento de sua vida é vivido exclusivamente para Cristo.

Então, eu lhes pergunto? “O que significa ser cristão?” Significa viver primordialmente para Cristo. Tudo o mais é secundário. Aliás, o termo “cristão” foi usado pela primeira vez em Atos 11.26: “Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos”; e, significa “um pequeno Cristo”. Neste contexto de Atos ser cristão era ser insultado e ridicularizado pela sociedade vigente, era um termo pejorativo.


Dessa mesma cela da prisão, Paulo escreveria que Cristo “é a nossa vida” (Cl 3.4). Isto é, a vida inteira de um cristão encontra-se em Cristo. Anteriormente, na cartas aos gálatas, ele havia afirmado:  “Portanto, não sou mais eu quem vive, mas é Cristo quem vive em mim. E essa vida que vivo agora no corpo, vivo pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2.20). Em outras palavras, a vida inteira de Paulo era Cristo VIVENDO NELE.

Vejam a história de Robert Murray Mccheyne, que foi designado por uns homens simples de: “O homem que não era como os demais”. Nasceu na Escócia, em 1813 e, com oito anos de idade já meditava nas Sagradas Escrituras. No dia da sua conversão, ele escreveu em seu diário: “Senhor queria ser mais santo e mais sábio, menos como eu sou e mais como o meu Senhor é”. Em 1831, ele começou seus estudos de teologia, e meditava profundamente nas línguas originais; seu maior desejo era aprender a palavra de Deus, viver em santidade e pregar o evangelho aos mais simples. Em 1846, depois de fazer pregações para pessoas com febre infecciosa, adoeceu e depois de alguns dias morreu. Toda sua cidade parou diante do seu enterro, e diziam: “Um príncipe de Deus havia caído”. 


E, você? Será que sua vida tem esse mesmo foco exclusivo? Para você, viver é Jesus Cristo? Você considera que Cristo é tudo em sua vida? Você consegue dizer que viver é Cristo? É isso que significa ser um verdadeiro cristão. Viver em Cristo e para Cristo.

2)    O morrer é lucro

Vejam a confiança: “O viver é Cristo, o morrer é lucro”. Agora, vejam o ceticismo do cineasta Woody Alen, mais do que ceticismo, terror, ou o medo de morrer tornou-se uma obsessão para ele: “Não é que eu tenha medo de morrer, eu simplesmente não quero estar lá quando isso acontecer”. Em um artigo de 1977, ele escreveu: “Ela (a morte) é absolutamente assustadora em seu terror e transforma as conquistas de qualquer pessoa em algo totalmente sem sentido” 

Mas, para Paulo “o morrer é lucro” (Fp 1.21). Mais uma vez, o verbo “é” foi acrescentado pelos tradutores. Mais uma vez, o verbo é intencionalmente omitido por Paulo. Portanto, para ele morrer é um lucro muito maior do que viver.

“Lucrar” significa receber um grande beneficio. O tumulo promoverá a glória. Como Jesus afirmou à Marta: “Eu sou a ressureição e a vida. Aquele que crê em mim, mesmo que morra viverá” (Jo 11). E, afirmou diante dos fariseus: “Eu lhes asseguro: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida” (Jo 5.24). A morte o levará à presença imediata de Jesus Cristo. A morte significa lucro inestimável porque o introduzirá na sala do trono de Jesus Cristo. A morte para nós, não é um terror, mas um triunfo.

O mais importante no céu não são as ruas de ouro nem os portões de perólas. O maior lucro de estar no céu não é mesmo sermos reunidos aos nossos entes queridos. O maior lucro será estar diante de Cristo e vê-lo como ele é. A gloria do céu se encontra no próprio Jesus Cristo. O apóstolo João no livro de apocalipse nos antecipou sobre a presença de Jesus glorificado: seus cabelos são brancos como lã, seus olhos como chama de fogo, seus pés como latão reluzente, usa uma roupa sacerdotal branca e carrega uma cinturão no peito. Quando o apostolo se deparou com Cristo, dobrou-se e o adorou!  Poder haver lucro maior que esse?

O mundo procura negar a morte ou ignorá-la, ou desesperar-se com a morte ao ser esmagado por essa dura realidade. Nós, contudo, vivemos com o conhecimento libertador de que o melhor desta vida será o ultimo. O tumulo não é soberano, mas, sim, um servo para nos levar a Cristo. Você tem essa confiança? Voce crê que a morte é lucro? Se você vive para Cristo, então morrer será lucro!

3)    Dilema de Paulo

“Mas, se continuar vivo, posso trabalhar e produzir fruto para Cristo. Na verdade, não sei o que escolher” (Fp 1.22 NVT). Permanecer com vocês significa que vou poder pregar o evangelho e mais pessoas serão salvas, alcançadas. Além disso, mais igrejas serão abertas, mais crentes amadurecerão e mais jovens como Timoteo serão discipulados, treinados para o trabalho do Senhor.

Diante desse dilema, Paulo admite: “Não sei então o que escolher”. Contudo, “de ambos os lados sou pressionado, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, porque ISTO É MUITÍSSIMO MELHOR” (Fp 1.24).

Por meio dessas imagens, Paulo retrata a si mesmo como se estivesse andando numa estrada estreita, apertada, espremido entre dois muros. De um lado, está a morte, do outro, a continuação da vida. Ele está preso, indeciso. Uma parte dele quer está com o Senhor “que é muito melhor”. É muito melhor do que ficar sentando e acorrentado na cela de uma prisão (e, na verdade, e muito melhor do que estar sentado no trono de um palácio, com todo luxo). O coração de Paulo está ansiando pelo céu e por estar na presença de Cristo.

“Todavia, por vossa causa, acho mais necessário permanecer no corpo” (Fp 1.24). Há um conflito interno entre o que é “muito melhor” e o que “é mais necessário”. Paulo, portanto, é puxado de uma lado para o outro entre a superioridade de estar com Cristo e a necessidade de viver para o bem espiritual de outros. Para o apostolo, o “mais necessário” para outros supera o que é “muito melhor” para si mesmo.

Conclusão:

“Convencido disso, sei que ficarei e continuarei com todos vós, para vosso progresso e regozijo na fé”. “Convencido”, Paulo sabe que é mais necessário que ele fique e sirva às igrejas. Esse é um ato de autonegação, pois ele põe as necessidades de outros crentes antes de seu próprio desejo. Paulo explica que sua libertação da cadeia será “para vosso desenvolvimento” (Fp 1.25). Se ele viver, isso será providencial para que eles cresçam na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo. 


 

terça-feira, 10 de agosto de 2021

 Paulo, o servo indomável – Fp 1.12-14

Introdução: o que é o evangelho?

É o anuncio da Palavra de Jesus Cristo aos povos não alcançados. Quando Paulo escreveu a carta aos romanos,  percebe que pela carta, havia um sonho dentro dele, um impulso, um desejo...”Meu proposito é colher algum fruto entre vocês, assim como tenho colhido entre os demais gentios”. “Frutos”? O que ele está dizendo? Na continuação ele explica: “Sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. Por isso estou disposto a pregar o evangelho a vocês que estão em Roma”. Sim, frutos, é gente, é vida, é gentio, é grego, é barbáro, sábios e ignorantes. E, o apostolo dá a melhor definição do evangelho: “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego” (Rm 1.13-16). 

Paulo pregou em muitas cidades, e em muitas cidades plantou igrejas. Começou na Ásia, depois partiu para Macedônia, fundou igrejas em Filipos, Beréia, Tessalonica, Atenas. Corinto, etc. Agora, o desejo do apostolo era pregar o evangelho em Roma, uma população de mais um de milhão de pessoas e exibia seus magníficos edifícios, entre os quais o palácio do imperador, o fórum e o circo máximo. Roma era o centro nervoso do poder, lá estava Nero, o imperador.

1)   Em Roma 

Paulo está em Roma, No entanto, não do jeito que esperava – como um evangelista itinerante, pregando pelas ruas de Roma, pregando nos anfiteatros e arenas publicas: chegou a Roma como prisioneiro acorrentado. Foi preso em Jerusalém e mandado a Roma para ser julgado por César, onde possivelmente sua vida lhe seria tirada pela pena de morte.

Ao chegar à cidade, permaneceu em prisão domiciliar durante todo o ano de 60 e também 61 d.C. Em vez de estar livre para pregar às multidões, Paulo estava confinado em uma casinha, esperando para ser julgado por César e receber o veredito final.

 Contudo, pregou alguns dos maiores sermões que já saíram de seus lábios. Esses sermões não foram pregados para multidões, e sim para os guardas imperiais, um a um. E, em consequência, a verdade acabou sendo recebida pelos guardas, que a levaram até o palácio de Nero. Então, as pessoas próximas ao imperador estavam se convertendo pelo testemunho que Paulo havia transmitido à guarda pretoriana.

O que era a guarda pretoriana? Eram soldados da elite do exercito romano em todo o império romano (9000 homens). Eram guarda costas de César, serviam no Palácio Imperial e costumavam ser influentes junto ao trono, exercendo o seu poder de persuasão sobre os ponto de vista e as decisões do imperador. 

Por outro lado, os cristãos de Filipos tinham ouvido relatos perturbadores das dificuldades que haviam acometido o apostolo dos gentios. Paulo havia sido detido em Jerusalém, enviado a Roma, sofrido um naufrágio e depois tinha sido preso. Eles estavam profundamente preocupados com o apostolo Paulo. Será que Paulo estava em cadeias? Já havia sido julgado? Será que ele ainda estava vivo?

2)   Confiança

“Irmãos, quero que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para o avanço do evangelho” (Fp 1.12). Ele reconhece que está preso, o que, do ponto de vista humano, é terrível. Contudo, da perspectiva divina, esse impedimento inesperado resultou na expansão do evangelho. A preocupação de Paulo não é garantir sua própria segurança, mas, sim, que a verdade de Jesus Cristo siga adiante, não importa o que lhe aconteça.

“...avanço (progresso) do evangelho”. No grego  (prokope) significa “sair de um lugar para o outro”. Essa palavra era utilizada nos tempos antigos para descrever um grupo de madeireiros pioneiros que precediam um exercito em avanço, limpando o caminho através de uma floresta e de matas obscuras e instransponíveis. Apesar de estar cativo, tinha oportunidade de compartilhar de Cristo com um soldado após outro, o qual por sua vez, levaria a mesma mensagem de volta às barracas...ao outro soldado.

E, nós? Diante de qualquer tipo de resistência ao evangelho, seja no trabalho, seja em casa ou com os amigos, nós também precisamos falar a verdade com confiança cada vez maior. Precisamos estar convictos de que, sejam quais foram os obstáculos que venhamos a enfrentar no nosso testemunho, eles não são impedimentos para a mensagem de Jesus Cristo.

3)   Cadeias

“...a minha prisão pela casa de Cristo se tornou conhecida de toda a guarda pretoriana e de todos os demais” (Fp 1.13). A palavra aqui traduzida por “prisão” vem de uma raiz grega (desmon) que significa “grilhões feitos de correntes”. Em outra passagem, Paulo se identifica como “embaixador em cadeias” (Ef 6.20). Então, por dois anos, Paulo esteve preso com correntes que provavelmente eram algemas estendidas, com cerca de 45 cm de comprimento.

Dia e noite, Paulo estava a 45 cm de um soldado romano. Paulo não se vê como um prisioneiro de Roma. Em vez disso, ele se identifica como “prisioneiro no Senhor” (Ef 4.1). Crendo que está lá por determinação divina. Sua prisão é “pela causa de Cristo” (Fp 1.13), e essa prisão e aquela causa se tornaram conhecidas porque as novas se espalharam. Até mesmo os filipenses, a mil quilômetros de distancia, tinham ouvido sobre isso.

Em Roma, o confinamento de Paulo em cadeias era bem conhecido por “toda a guarda pretoriana”. Essa tropa de elite havia se tornado audiência cativa de Paulo – afinal, ele estava algemado aos soldados, mas os soldados também estavam algemados a ele! Paulo não podia fugir deles, mas eles também não podiam fugir de seu testemunho de Cristo.

Adoniran Judson foi um grande missionário que trabalhou na Birmânia, de 1813 à 1831, quase 18 anos. Quando chegou na Birmânia começou a aprender a língua birmanesa, para traduzir a Bíblia. Ele perdeu sua esposa, dois de seus filhos morreram e foi encarcerado e torturado várias vezes. Teve que andar descalço por cima de brasa, a ponto de perder a pele de seu pé. Foi virado de cabeça para baixo, e assim, dormia a noite toda, pendurado. Mas, ele não desistiu. Deixou a Birmânia, com 63 igrejas plantadas; hoje Myanmar tem quase 4 milhões de cristãos. 

E, nós? Não importa o quanto seja ruim nossa situação, Deus pode nos usar para levar adiante sua palavra em tais circunstancias. Em que aspecto de sua vida você se sente limitado? Será que é o seu trabalho? Enfim, todos nós, temos limitações, mas, não importa qual seja a dificuldade, será uma oportunidade de dar testemunho de Cristo.

4)   Um coração em chamas

“A maioria dos irmãos, confiando no Senhor por causa de minha prisão, tem mais coragem para falar a palavra de Deus sem medo” (Fp 1.14). Muitos irmãos foram estimulados, por causa da prisão de Paulo, falar a palavra de Deus. Paulo relata que eles dão testemunho do evangelho “sem medo”. Não mais sentem hesitantes em mencionar o nome de Cristo. Veem que Paulo disposto a sofrer pelo evangelho, consegue regozijar-se até mesmo de perder a liberdade e a segurança – e esse exemplo e desafio tem um efeito enorme sobre eles. 

Os crentes em Roma dão testemunho de Cristo “confiando no Senhor”. Ou seja, se Paulo não tivesse sido preso, a igreja em Roma seria muito mais fraca em seu esforço evangelístico. Sem sua prisão, a cada de Cesar continuaria sendo uma pocilga, e os cidadãos de Roma não estariam falando abertamente sobre o evangelho.

Por causa dos grilhões de Paulo, a guarda pretoriana está sendo ganha para a fé em Jesus Cristo e a palavra está se espalhando como fogo descontrolado dentro da própria casa de César. Então, por causa da prisão de Paulo, a igreja em Roma está imbuída de uma ousadia nova para falar a palavra de Deus sem temer o homem.

Conclusão: ardendo em chamas

Um crente em chama pode transmitir a milhares uma ousadia renovada para dar testemunho de sua fé em Cristo. O mesmo aconteceu com Martinho Lutero na Alemanha e John Knox na Escócia, século XVI. Aconteceu também com George Whitefield e John Wesley, no século XVIII. Um homem ou uma mulher que esteja ardendo em zelo por Deus tem a capacidade de forjar em aço a espinha de inúmeros crentes que vivem, trabalham e testemunha ao redor. 

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Razão e sensibilidade Fp 1.3-11 


Introdução: O ministério inevitavelmente gera conflitos. Se não existir nenhuma resistência ao seu trabalho, é porque ele não está avançando. Por isso, pastores, presbíteros, diáconos, diaconisas, lideres de departamentos, precisam ser pessoas resilientes, de pele dura, para resistir à oposição. Portanto, é preciso ter uma casca grossa (razão), se quiser levar a cabo a obra que Deus nos confiou.

Essa rara combinação de razão e coração mole (sensibilidade) se apresenta com clareza na vida do apostolo Paulo. Em meio às exigências de seu trabalho árduo, jorra de seu coração a virtude do amor fraternal. Paulo está na prisão, algemado, esperando para ser julgado por Nero, mas com o coração cheio de amor, afeto.

1)    Gratidão

Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós”(Fp 1.3). Uma década depois de pregar para eles, o apostolo guardava um carinho muito grande por aquele grupo de irmãos tão especial. Apesar de encarcerado, Paulo exala uma atitude de altruísmo, “fazendo sempre súplicas” (Fp 1.4) por eles. Aqui “fazendo sempre súplicas” o apostolo usa a linguagem de levítico, como se fosse um sacerdote levando uma oferta ao altar para apresentar a Deus. A intercessão orar a Deus em beneficio de outros – é o seu sacrifício por eles. 


Portanto, não devemos jamais deixar de orar uns pelos outros. Ao oferecermos orações intercessórias, o foco da nossa atenção é tirado de nossas dificuldades e concentrado na vida de outras pessoas. Deixamos de olhar para nós mesmos e pomos o foco nos outros.

2)    Alegria

Por todos vós, em todas as minhas orações, com alegria”(Fp 1.4). Paulo está transbordando de uma alegria triunfante. O tom dessas palavras nos leva a pensar que ele deve estar participando de um festival ou comemorando alguma coisa com os amigos em casa. Quem poderia imaginar que, na verdade, ele está algemado a soldados, em prisão domiciliar? 


 Essa alegria é um fruto do Espírito que só Deus pode produzir. Tal exuberância interior não é um sentimento que depende de circunstancia favorável. A alegria genuína é algo mais profundo. A alegria do mundo é condicionada ao momento. Mas, a verdadeira alegria não depende dos acontecimentos terrenos. É uma confiança profunda e permanente de que, independente do que esteja acontecendo na vida de um filho de Deus...continua existindo por causa daquele eterno bem estar gerado pela graça de Deus na salvação. 

Aliás, alegria é um dos temas principais dessa carta. “Alegria” (chara) é usada quatro vezes (1.4,25;2.2;4,1); “regozijar-se” (chairo) ocorre oito vezes (1.18; 2.17,18;3.1;4.4,10). Para muitos, o versículo chave do livro é “regozijai-vos, sempre no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos”(Fp 4.4). Portanto, ao longo de toda esta carta, percebe-se uma nota triunfante de alegria na vida e no texto de Paulo.

O que pode roubar nossa alegria? O primeiro ladrão da alegria chama-se PREOCUPAÇÃO. O segundo é a TENSÃO. E o terceiro é o TEMOR. A preocupação é uma ansiedade desordenada acerca de algo que pode ocorrer ou não. Aquilo com que nos preocupamos geralmente não acontece. A TENSÃO é uma preocupação intensificada sobre uma situação que não podemos mudar ou controlar – algo que saiu do nosso controle. E então, em lugar de entregarmos a questão a Deus, nós nos encrespamos. O TEMOR, trata-se da temida consciência da presença de perigo, mal ou dor. O temor faz as coisas parecerem piores do que elas realmente são. 


3)    Cooperação e Esperança

Cooperação na causa do evangelho, desde o primeiro dia até agora”(Fp 1.5). A palavra traduzida por “cooperação” significa o ato de partilhar algo com outra pessoa. Essa parceria ocorre quando duas pessoas ou mais pessoas se envolvem num mesmo empreendimento. Foi o que aconteceu a Pedro, Tiago e João. Esses quatro homens eram parceiros no mesmo empreendimento de pesca (Lc 5.3-11). Eles estavam literalmente no mesmo barco. 


Assim, essa cooperação é o que todos os crentes compartilham entre si. Todo nós, coletivamente, pusemos nossa confiança no mesmo Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Portanto, temos a incumbência de levar essa mensagem ao mundo, somos testemunhas de Cristo. Estamos no mesmo barco, dedicados à mesma profissão de fé... “Ide por todo mundo...”

 “...Certo disto: aquele que começou a boa obra em vocês, vai completa-la até o dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6). Olhe de novo as palavras “começou” e “completar”. Começou na cruz, onde Cristo foi crucificado, colocando suspenso na cruz, pagando pelos pecados do mundo. No seu ultimo suspiro declarou: “Tetelestai!” “Está consumado”!, “Está terminado”! Paulo, pois, estava dizendo: aquele que começou uma boa obra quando vocês se converteram, faz agora uma década, filipenses, ele levará a bom termo. Essa obra será terminada. 

4)    Afeição

“...estais em meu coração, já que todos sois participantes comigo da graça, tanto nas minhas prisões quanto na defesa e na confirmação do evangelho” (Fp 1.7). Essa expressão “estais em meu coração...”, é uma paixão profunda que o apostolo mantinha por anos. Era como duas peças de metal soldada uma à outra, todo o seu ser está preso a eles pelo vinculo inquebrável do Espírito.



Paulo valoriza cada um dos crentes da igreja como troféu de graça, todos foram alcançados pela graça de Deus, todos. E, ele participou da conversão e do discipulado de muitos. Essa afeição genuína por eles enche todo o seu ser. “Deus é a minha testemunha de como tenho saudades de todos vocês, com a profunda afeição de Cristo Jesus” (Fp 1.8). “Afeição” significa “intestinos” e transmite a de forma vivida a profundidade de sua afeição por eles, do mais intimo do seu ser.

Conclusão: “essa é a minha oração”

Que o vosso amor aumente cada vez mais”. Aqui, é o amor pelos irmãos. Quanto mais amamos a Deus, maior será a nossa capacidade de amar o próximo.

 Quanto mais amamos a Deus, maior será nossa capacidade de amar o próximo. Jesus afirmou essa relação de causa e efeito. Obedecer ao maior de todos os mandamentos, que é amar a Deus com todo o nosso ser, é a chave para cumprir o segundo maior mandamento, que é amar o próximo (Mt 22.37-40). Onde o amor pelos irmãos aumenta, a igreja é semelhante ao céu e se torna mais atraente para o mundo.

“No pleno conhecimento e em todo entendimento” (Fp 1.9). É um entendimento da vida das pessoas que vem do coração, consegue perceber suas necessidades mais intimas e saber qual é a melhor maneira de supri-las.

“A fim de sermos sinceros e irrepreensíveis até o dia de Cristo” (Fp 1.10). Sincero é retidão, sem cera, uma cara somente, sem religiosidade. Sem interrupção entre o domingo e a segunda feira. Sem incoerência entre o que confessamos crer e como vivemos.  “Irrepreensíveis”, não tropeçar, buscar a santidade pessoal para não causar escândalos aos outros por causa de alguma queda de natureza moral.

“Cheios do fruto da justiça, fruto que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus” (Fp. 1.11). Essa justiça vem de Jesus Cristo e se manifesta em nossas vidas para glória e louvor de Deus.