terça-feira, 17 de agosto de 2021

 Viver é Cristo, morre é lucro – Fp 1.22-26

Introdução

“Porquanto, para mim o viver é Cristo...”. Infelizmente, para alguns:

Para mim o viver é o dinheiro, é o ganho, é a ambição, é o acumular... e morrer é deixar tudo para quem fica...

Para mim o viver é a fama, o holofote, aparição...e morrer é ser esquecido rapidamente.

Para mim o viver é o poder, orgulho, nunca me satisfaço com nada....e morrer é perder tudo....

Para mim viver é possessões, casas, fazendas, etc ....e morrer é partir daqui nada levando nas minhas mãos.

1)    Viver é Cristo

“Para mim o viver é Cristo...”. Em outras palavras, independemente do que meus amigos, familiares ou inimigos estejam fazendo, eu vou viver para Cristo. Viver para Cristo não significa uma mera existência; porque nem todo mundo que está vivo, realmente vive. Em vez disso, ele se refere a viver a vida segundo a vontade de Deus, isto é, para Cristo. O seu único objetivo é fazer tudo, absolutamente tudo para Cristo.

“...o viver é Cristo”. O verbo “é” foi acrescentado pelos tradutores, massoretas, para facilitar o entendimento do texto. Mas, não se acha na língua original; literalmente é: “...para mim viver é Cristo”. Ou seja, sua vida inteira está dedicada a Cristo. Tudo em sua vida está entregue a Cristo. O proposito apaixonado de todo seu ser é conhecer e glorificar Cristo. Cada momento de sua vida é vivido exclusivamente para Cristo.

Então, eu lhes pergunto? “O que significa ser cristão?” Significa viver primordialmente para Cristo. Tudo o mais é secundário. Aliás, o termo “cristão” foi usado pela primeira vez em Atos 11.26: “Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos”; e, significa “um pequeno Cristo”. Neste contexto de Atos ser cristão era ser insultado e ridicularizado pela sociedade vigente, era um termo pejorativo.


Dessa mesma cela da prisão, Paulo escreveria que Cristo “é a nossa vida” (Cl 3.4). Isto é, a vida inteira de um cristão encontra-se em Cristo. Anteriormente, na cartas aos gálatas, ele havia afirmado:  “Portanto, não sou mais eu quem vive, mas é Cristo quem vive em mim. E essa vida que vivo agora no corpo, vivo pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2.20). Em outras palavras, a vida inteira de Paulo era Cristo VIVENDO NELE.

Vejam a história de Robert Murray Mccheyne, que foi designado por uns homens simples de: “O homem que não era como os demais”. Nasceu na Escócia, em 1813 e, com oito anos de idade já meditava nas Sagradas Escrituras. No dia da sua conversão, ele escreveu em seu diário: “Senhor queria ser mais santo e mais sábio, menos como eu sou e mais como o meu Senhor é”. Em 1831, ele começou seus estudos de teologia, e meditava profundamente nas línguas originais; seu maior desejo era aprender a palavra de Deus, viver em santidade e pregar o evangelho aos mais simples. Em 1846, depois de fazer pregações para pessoas com febre infecciosa, adoeceu e depois de alguns dias morreu. Toda sua cidade parou diante do seu enterro, e diziam: “Um príncipe de Deus havia caído”. 


E, você? Será que sua vida tem esse mesmo foco exclusivo? Para você, viver é Jesus Cristo? Você considera que Cristo é tudo em sua vida? Você consegue dizer que viver é Cristo? É isso que significa ser um verdadeiro cristão. Viver em Cristo e para Cristo.

2)    O morrer é lucro

Vejam a confiança: “O viver é Cristo, o morrer é lucro”. Agora, vejam o ceticismo do cineasta Woody Alen, mais do que ceticismo, terror, ou o medo de morrer tornou-se uma obsessão para ele: “Não é que eu tenha medo de morrer, eu simplesmente não quero estar lá quando isso acontecer”. Em um artigo de 1977, ele escreveu: “Ela (a morte) é absolutamente assustadora em seu terror e transforma as conquistas de qualquer pessoa em algo totalmente sem sentido” 

Mas, para Paulo “o morrer é lucro” (Fp 1.21). Mais uma vez, o verbo “é” foi acrescentado pelos tradutores. Mais uma vez, o verbo é intencionalmente omitido por Paulo. Portanto, para ele morrer é um lucro muito maior do que viver.

“Lucrar” significa receber um grande beneficio. O tumulo promoverá a glória. Como Jesus afirmou à Marta: “Eu sou a ressureição e a vida. Aquele que crê em mim, mesmo que morra viverá” (Jo 11). E, afirmou diante dos fariseus: “Eu lhes asseguro: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida” (Jo 5.24). A morte o levará à presença imediata de Jesus Cristo. A morte significa lucro inestimável porque o introduzirá na sala do trono de Jesus Cristo. A morte para nós, não é um terror, mas um triunfo.

O mais importante no céu não são as ruas de ouro nem os portões de perólas. O maior lucro de estar no céu não é mesmo sermos reunidos aos nossos entes queridos. O maior lucro será estar diante de Cristo e vê-lo como ele é. A gloria do céu se encontra no próprio Jesus Cristo. O apóstolo João no livro de apocalipse nos antecipou sobre a presença de Jesus glorificado: seus cabelos são brancos como lã, seus olhos como chama de fogo, seus pés como latão reluzente, usa uma roupa sacerdotal branca e carrega uma cinturão no peito. Quando o apostolo se deparou com Cristo, dobrou-se e o adorou!  Poder haver lucro maior que esse?

O mundo procura negar a morte ou ignorá-la, ou desesperar-se com a morte ao ser esmagado por essa dura realidade. Nós, contudo, vivemos com o conhecimento libertador de que o melhor desta vida será o ultimo. O tumulo não é soberano, mas, sim, um servo para nos levar a Cristo. Você tem essa confiança? Voce crê que a morte é lucro? Se você vive para Cristo, então morrer será lucro!

3)    Dilema de Paulo

“Mas, se continuar vivo, posso trabalhar e produzir fruto para Cristo. Na verdade, não sei o que escolher” (Fp 1.22 NVT). Permanecer com vocês significa que vou poder pregar o evangelho e mais pessoas serão salvas, alcançadas. Além disso, mais igrejas serão abertas, mais crentes amadurecerão e mais jovens como Timoteo serão discipulados, treinados para o trabalho do Senhor.

Diante desse dilema, Paulo admite: “Não sei então o que escolher”. Contudo, “de ambos os lados sou pressionado, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, porque ISTO É MUITÍSSIMO MELHOR” (Fp 1.24).

Por meio dessas imagens, Paulo retrata a si mesmo como se estivesse andando numa estrada estreita, apertada, espremido entre dois muros. De um lado, está a morte, do outro, a continuação da vida. Ele está preso, indeciso. Uma parte dele quer está com o Senhor “que é muito melhor”. É muito melhor do que ficar sentando e acorrentado na cela de uma prisão (e, na verdade, e muito melhor do que estar sentado no trono de um palácio, com todo luxo). O coração de Paulo está ansiando pelo céu e por estar na presença de Cristo.

“Todavia, por vossa causa, acho mais necessário permanecer no corpo” (Fp 1.24). Há um conflito interno entre o que é “muito melhor” e o que “é mais necessário”. Paulo, portanto, é puxado de uma lado para o outro entre a superioridade de estar com Cristo e a necessidade de viver para o bem espiritual de outros. Para o apostolo, o “mais necessário” para outros supera o que é “muito melhor” para si mesmo.

Conclusão:

“Convencido disso, sei que ficarei e continuarei com todos vós, para vosso progresso e regozijo na fé”. “Convencido”, Paulo sabe que é mais necessário que ele fique e sirva às igrejas. Esse é um ato de autonegação, pois ele põe as necessidades de outros crentes antes de seu próprio desejo. Paulo explica que sua libertação da cadeia será “para vosso desenvolvimento” (Fp 1.25). Se ele viver, isso será providencial para que eles cresçam na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo. 


 

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