terça-feira, 30 de janeiro de 2018

A leveza do pecado  - Isaias 1:1-8



INTRODUÇÃO: Ninguém realmente acredita na mensagem do evangelho até que tenha experimentado tudo o mais e descoberto que é tudo um fracasso. Portanto, a maneira certa de levar pessoas a Cristo é lhes mostrar o que são sem Ele.

Nos versículos 7 e 8 Isaías coloca fatos políticos, sociais e econômicos diante do povo, ele diz: “A vossa terra está assolada, e as vossas cidades, abrasadas pelo fogo; a vossa região, os estranhos a devoram em vossa presença; e está devastada, como num subversão de estranhos. E a filha de Sião (os filhos de Israel ) ficou como a cabana na vinha, como a choupana no pepinal, como cidade sitiada". 

“Cabana” e “Choupana”. Em seus vinhedos e campos costumava-se construir um tipo de abrigo temporário aos trabalhadores. No entanto, o vinhedo está devastado e o abrigo esta só; o mesmo acontece com a choupana entre os pepinos. Nos dois casos, a figura é de uma coisa isolada em meio à desolação. E isto, diz Isaías  ao povo, é a situação de vocês.

1)    O pecado conduz a miséria
“Vossa terra está assolada”. Notem como Isaías repete a palavra assolada: “Vossa terra está assolada... os estranhos a devoram em vossa presença; e está devastada (assolada). ASSOLADA, RUÍNA, MISÉRIA! É Exatamente aqui que vemos a SUTILEZA e a ASTUCIA DO PECADO. O pecado é sutil e oferece “vida”, sempre oferece diversão, sempre oferece sucesso, sempre oferece felicidade, SE NÃO FOSSE ASSIM, NINGUÉM OLHARIA PARA O PECADO. 



Atentemos para o terceiro capítulo de Genesis. Lá estavam ADÃO E EVA no paraíso – PERFEIÇÃO – não precisando trabalhar com o suor dos seus rostos, não precisando debater-se com a natureza, não precisando lutar contra espinhos e cardos, UMA VIDA DE BEM AVENTURANÇA e regozijo. Quando a tentação veio a Eva e Adão será que o tentador disse: “Façam o que lhes digo e vocês serão INFELIZES. Façam o que lhes digo e perderão tudo. Terão dor. Terão de trabalhar para conseguir seu pão e ganhar seu sustento.

ELE DISSE NA VERDADE: “É tudo muito bonito como é agora, mas apesar de tudo, esta vida é muito insignificante, e muito limitada. E aquela grande proibição, o mandamento que lhes proíbe comer do fruto, daquele arvore em particular? Ah, como vocês são tolos!

Escutem-me, diz o diabo. “Não deem ouvidos a Ele. Se comerem do fruto daquela arvore SEUS OLHOS SE ABRIRÃO. Serão como deuses. Coisa alguma terá condição de permanecer em pé diante de vocês. Serão mestres do saber, tanto quanto o próprio Deus. Terão controle absoluto sobre si mesmos” (Gn 3.5).

E, Eva olhou para o fruto e viu que era muito bonito (1 João 2.16) à vista. Parecia ser o fruto mais maravilhoso de todo o jardim, na sua cor, forma e perfeição. E é dessa maneira que o pecado sempre se aproxima de nós – ENGANANDO, SEDUZINDO, CATIVANDO, CHEIO DE BELEZA E ATRAÇÃO. Oh, o interesse e o excitamento sempre algo melhor do que já temos.

“Venha comigo”, diz o diabo, “se somente me escutar, você terá uma vida maravilhosa”. ISSO É O QUE ELE SEMPRE OFERECE, MAS NUNCA O QUE ELE DÁ, NUNCA! Adão e Eva habitavam com Deus. Nada os agradava mais do que aquelas ocasiões em que Deus descia e andava com eles e falava com eles. Mas após terem cometido este pecado, quando ouviram sua VOZ no jardim correram e se esconderam cheios de medo e alarmados. O que poderiam fazer com respeito a sua nudez? A sugestão do diabo que parecia, tão atraente, tão sedutora, tão encantadora, tão maravilhosa, simplesmente os levou ao que sempre nos leva, sem nenhuma exceção: “O CAMINHO DOS PREVARICADORES É ASPERO” (Pv 13.15) 



2)    O pecado é social
“Donde vêm as guerras e peleja entre vós” (Tg 4.1). Guerras são devastadoras; trazem muita tristeza e desolação. São a maior praga que o mundo já conheceu. “Donde vem?” E Tiago responde: “Porventura, não vem disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais e nada tendes?”. Guerras tem sua origem na soberba e na arrogância, e na arrogante ambição de certas pessoas e nações.

Consequências do pecado: lascívia, cobiça, pessoas esmagando coisas debaixo dos seus pés e dizendo: Quero isso; preciso disso. Porque não posso ter isso? E assim quebram seus votos e quebram as leis, gratificando sua luxuria, seus desejos e suas paixões. Resultado: criancinhas sofrendo, mulheres sofrendo, famílias inteiras sofrendo.

3)    O pecado leva a perda
Isaías diz: “A terra que vos pertence foi subvertida e conquistada por estranhos”. Voces nada mais são do que miseráveis, servos deploráveis e escravos em sua própria terra. “VOSSAS CIDADES FORAM ABRASADAS PELO FOGO”. Sua terra que manava leite e mel, terra que era tão frutífera, na qual viviam, e do fruto dela da qual desfrutavam, olhem só como está agora: “os estranhos devoram em vossa presença e está devastada”. TIRAM TUDO O QUE PODEM E NÃO REPOEM NADA.

O PECADO TRAZ SEMPRE PERDA TOTAL. VEM NOS OFERECENDO TUDO, MAS O QUE REALMENTE FAZ É NOS ROUBAR DE TUDO O QUE TEMOS – NOSSAS CIDADES, NOSSA TERRA, TOMADAS, ARRUINADAS E TRANSFOMADAS EM DESOLAÇÃO.

O PECADO, mesmo nos oferecendo muito, não nos dá absolutamente nada de valioso. O pecado é como os objetos de consumo anunciados nas propagandas. Maravilhoso! Olhe as cores. Maravilhosas! Mas não são nada. Pareciam ser algo concreto, mas não são nada mais que AR, INSUFLADOS, e desmoronam.

“Quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. E que fruto tínheis, então, das coisas, que agora vos envergonhais?” (Rm 6.20-21). “Olhem aqui”, diz Paulo, “deixem-me retroceder no tempo de suas vidas. Havia coisas que vocês praticavam e que agora não mais praticam; atualmente, estão envergonhados dessas coisas, mas me digam isto: que proveito havia nelas, mesmo quando praticavam?”

Exemplificando: o álcool está em todo o lugar. Do ponto de vista mundano, bebidas alcoólicas são obviamente a coisa que faz com que a vida seja vida. Ou seja, homens e mulheres são tão infelizes que precisa se drogar para poderem ser persuadidos de que estão contentes. Todavia, o álcool não é um estimulante, é um depressivo – está é uma declaração farmacológica e cientifica. O álcool libera o que há de mais primitivo em você, eliminando seus mais elevados centros de controle.

O pecado não somente NUNCA ME DÁ NADA, ele sempre rouba as minhas POSSESSÕES mais VALIOSAS. Está é a coisa mais terrível quanto ao pecado. Isaías nos diz: OLHEM PARA O SEU PAÍS. ONDE ESTÃO SUAS CIDADES? ONDE SEUS EDIFICIOS? OLHEM SUA TERRA, FICOU UM DESERTO.



4)    O pecado escraviza
“Vossa região, os estranhos a devoram em vossa presença; e está devastada”. Isaías diz: Ainda no seu próprio país, mas ao invés de serem donos são escravos. Numa linguagem neotestamentária, seria: Voces são dominados por um poder alienígena, são dominados por estranhos, por seus inimigos: o diabo, o mundo e a carne, e todos os principados e as potestades e poderes do mal. SÃO ESCRAVOS DOS DESEJOS, ESCRAVOS DA LASCÍVIA, ESCRAVOS DA BEBIDA, ESCRAVOS DO JOGO, ESCRAVOS DA MODA. 



São totalmente impotentes, são incapazes de fazer algo a respeito. Se pudessem,  fariam alguma coisa. Alguns deles, se veem tão desesperados que cometem suicídio numa tentativa de encontrar liberdade. Querem se libertar de tudo isso, mas não conseguem. Alguns emigram, alguns renunciam posições importantes e retiram-se para algum lugar do interior, tudo isso por causa da escravidão que os mantém inúteis.

Conclusão: E a ultima palavra nestes dois versículos: “A filha de Sião se ficou como a cabana na vinha, como a choupana no pepinal”. O pecado, tendo tirado tudo de mim, tendo me enganado, me roubado e me tornado um escravo miserável e terrível, me deixa, ao final, um destroço solitário, isolado e amargurado. No entanto, O EVANGELHO DÁ, DÁ CONTINUAMENTE, DÁ INFINITAMENTE. 





terça-feira, 2 de janeiro de 2018


Sobre a contribuição cristã – 2 Corintios 8


 Introdução:  o homem é julgado pelo seu dinheiro tanto no reino deste mundo quanto no reino dos céus. O MUNDO PERGUNTA: quanto esse homem possui? CRISTO PERGUNTA: Como esse homem usa o que tem? O mundo, pensa, sobretudo, em ganhar dinheiro; Cristo, na forma de dá-lo. E quando um homem dá, o MUNDO AINDA PERGUNTA: quanto dá? Cristo pergunta: Como dá? O mundo leva em conta o dinheiro e sua quantidade; Cristo, o homem e seus motivos. Nós perguntamos QUANTO UM HOMEM DÁ. Cristo pergunta quanto lhe resta. Nós olhamos a oferta. Cristo pergunta se a oferta foi um sacrifício.

1)    A contribuição cristã é uma graça de Deus concedida à igreja (8.1).
“Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia” (8.1). Paulo ensinou à igreja que contribuir é um ato de graça. Neste texto o apóstolo usa a palavra graça seis vezes em relação ao ato de contribuir (8.1, 4, 6, 9, 19; 9.14). A graça de Deus , é sua compaixão pelo que são indignos. Sua graça é MARAVILHOSAMENTE GRATUITA. A contribuição não é um favor que fazemos aos necessitados, MAS UM FAVOR IMERECIDO QUE DEUS FAZ A NÓS. A graça é a força, o poder, a energia da vida cristã. A graça ama e se regozija em dar, em oferecer. 



2)    O mistério da contribuição cristã (v.2)
Os irmãos da Macedônia enfrentavam tribulação e pobreza. Eles eram perseguidos pelas pessoas e oprimidos pelas circunstancias. Em primeiro lugar, tribulação versus alegria. “Porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundancia de alegria”. Os macedônios tinham muitas aflições. Eles foram implacavelmente perseguidos (Fl 1.28-29). Longe de se capitularem à tristeza, murmuração e amargura, exultavam com abundante alegria. 



Em segundo Lugar, profunda pobreza versus grande riqueza. “...e a profunda pobreza  deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade” Os macedônios não ofertaram porque eram ricos, mas apesar de serem pobres. Eles eram pobres, mas enriqueciam a muitos; nada tinham MAS possuíam tudo (2 Co 6.10). A expressão “profunda pobreza” significa “miséria absoluta” e descreve um mendigo que não tem coisa alguma, nem mesmo esperança de receber algo. Os romanos haviam tomado posse das minas de ouro e prata, e controlavam o país, deixando-o pobre e miserável.

3)    A contribuição cristã é transcendente em sua oferta (8.3-5)
Primeiro, os macedônios deram além do esperado. “Porque eles, TESTEMUNHO EU, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários” (8.3). A oferta deles foi uma de fé, pois deram além de sua capacidade. João Calvino lamentava, no seu tempo, que os pagãos contribuíssem mais aos seus deuses para expressar suas superstições, do que o povo cristão contribuía para Cristo, para expressar seu amor.
“OS QUE MAIS CONTRIBUEM NÃO SÃO OS QUE MAIS TEM, MAS OS QUE MAIS AMAM E OS QUE MAIS CONFIAM NO SENHOR”. 



Segundo, disposição de dar mesmo quando não é solicitado. “Pedindo-nos, com muitos rogos, a graça (charis)  de participarem (koinonia) da assistência (diakonia)  aos santos” (8.4). TRES PALAVRAS MAGNIFICAS: CHARIS, KOINONIA, DIAKONIA. A contribuição financeira era entendida como um ministério cristão. Na vida cristã existem três motivações: 1) Voce precisa fazer: É A LEI; 2) Voce deve fazer: É A RESPONSABILIDADE MORAL; 3) você quer fazer: É A GRAÇA. A mulher que ungiu os pés de Jesus e derramou um perfume valiosíssimo, que custava 300 denários (Lc 7.36...).

Terceiro, disposição de dar a própria vida, e não apenas dinheiro. “E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também se deram a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus (8.5). Precisamos investir não apenas dinheiro, mas também vida. Jim Elliot, o mártir do cristianismo entre os índios aucas do Equador, afirmou: “NÃO É TOLO AQUELE QUE DÁ O QUE NÃO PODES RETER PARA GANHAR O QUE NÃO PODES PERDER”. Quando perguntaram para o missionário Charles Studd, que deixara as glórias do mundo esportivo na Inglaterra para ser missionário na China, se não estava fazendo um sacrifício grande demais, ele respondeu: “Se Jesus Cristo é Deus e ele deu a sua vida por mim, não há sacrifício tão grande que eu possa fazer por amor a ele”. 



4)    A contribuição cristã é progressiva em sua prática (8.6,7,10,11)
Primeiro, um bom começo não é garantia de progresso na contribuição. “O que nos levou a recomendar a Tito que, como  começou, assim também complete esta graça entre vós”  (8.6). A igreja de Corinto manifestara um bom começo na área de contribuição, mas depois retrocedeu.

Segundo, progresso em outras áreas da vida cristã não é garantia de crescimento na generosidade. “Como, porém, em tudo, manifestai superabundância, tanto na fé e na palavra como no saber, e em todo cuidado, e em nosso amor para convosco, assim também abundeis nesta graça” (8.7). A igreja de Corinto demonstrou progresso em quatro áreas: 1) ela era ortodoxa: abundava em fé; 2) ela era evangelística: abundava em Palavra; 3) ela era estudiosa: abundava em ciência; 4) ela era bem organizada: abundava em cuidado. MAS havia uma deficiência na igreja. Ela não estava crescendo na graça da generosidade, a graça da contribuição.

Terceiro, o inferno está cheio de boas intenções (8.10). No ano anterior, os crentes de Corinto tinham começado não só a prática da contribuição, mas também tinham o desejo sincero de prosseguir nessa graça. Mas, agora, por lhes faltar o QUERER, a prática estava inativa (2 Co 8.11 – ler).

5)    A contribuição cristã e o exemplo de Cristo.
A contribuição deve ser motivada pelo amor ao próximo. Paulo diz que devemos contribuir não por constrangimento, mas espontaneamente, não com tristeza, mas com alegria, porque Deus ama a quem dá com alegria. Agora o apostolo Paulo diz: “Não vos falo na forma de mandamento...” (8.8). A motivação da contribuição é o amor. Paulo prossegue: “... mas, para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor” (8.8 b). Sem amor, até mesmo nossas doações mais expressivas são pura hipocrisia. A palavra SINCERO vem de duas palavras latinas que significam SEM CERA.

Conclusão:  a contribuição é resultado do exemplo de Cristo. O apostolo Paulo escreve: “Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornastes ricos” (8.9). Graça por graça. Damos dinheiro! Cristo deu sua vida! Damos bens materiais? Ele nos deu a vida eterna. Cristo, sendo rico, fez-se pobre para nos fazer ricos. Cristo esvaziou-se, deixando as glórias excelsas do céu para se fazer carne e habitar entre nós.