terça-feira, 31 de março de 2015

Um cristão chamado Estevão  (Atos 6.8-15).



Introdução:  Em Atos 6:5 a igreja primitiva separou alguns homens para o cargo de diácono. O vocábulo grego original é DIAKONEIN (Diáconos) que significa “servidores” ou “ministros” e foi usado por Lucas para descrever o trabalho de “servir às mesas”, ou seja, zelas e prover às viúvas o sustento de cada dia (Fl 1.1).
·        Entre os diáconos, Lucas destaca Estevão. COROA  é o significado do nome de Estevão, o diácono que se tornou o primeiro mártir do cristianismo, ou seja, o primeiro em dar a sua vida por sua fé.

1)    Marcas de Estevão.

·        Sua vida era irrepreensível (Atos 6.3) 

“... homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria. Não havia um abismo entre sua vida e seu trabalho, suas palavras e sua obras, seu caráter e seu desempenho (Dn 6.4).

·        Era cheio do Espírito Santo (Atos 6.3). Todo homem está cheio de alguma coisa. Está cheio do Espírito Santo ou de si mesmo (Ef. 5.18).

·        Estevão era cheio de fé (Atos 6.5). Fé vem do grego “pistis” e no Novo Testamento se utiliza para expressar a idéia de um movimento de confiança que se dirige ao objeto da confiança e que descansa no mesmo. Portanto, Estevão fora salvo pela fé, vivia pela fé, vencia o mundo pela fé e era cheio de fé (Hb 11.6).

·        Estevão era cheio de sabedoria (Atos 6.3). A palavra sabedoria vem do hebraico “hokhma” e é sempre prática, sempre vivencial, e nunca especulativa. Sabedoria é olhar para a vida com os olhos de Deus (Tg 3:13-18).

·        Estevão era cheio de graça (Atos 6.8). Havia em Estevão abundante graça. Sua vida era uma fonte de benção. Seu coração era generoso, suas mãos eram davidosas, e sua vida, um vaso transbordante de graça.

·        Estevão era cheio de poder (Atos 6.8). Estevão era um homem revestido com poder de Deus para fazer milagres e muitos sinais entre o povo. Suas palavras eram irresistíveis, e suas obras, irrefutáveis. Até o momento, Lucas creditara prodígios e sinais apenas a Jesus (Atos 2.22) e aos apóstolos (Atos 2.43; Atos 5.12); agora, pela primeira vez, diz-se que outros os realizavam.

“Portanto, Estevão era cheio do Espírito, cheio de sabedoria, cheio de fé, cheio de graça e cheio do poder, é evidente que causava uma impressão de plenitude ao povo”.

2)    Estevão e a perseguição (Atos 6.9).

·        Quem eram os judeus de Cirene, Alexandria, Cilícia e Ásia? Os membros da sinagoga de “libertos”. Eram descendentes dos judeus levados cativos para Roma pelo imperador Pompeu (63 a.c) e que logo foram libertos, junto com outros judeus mencionados nessa passagem bíblica.
·        Por terem sido libertos da escravidão, seriam judeus estrangeiros que haviam se mudado para Jerusalém. Era possível até que Saulo de Tarso estivesse entre os da Cilícia.

·        Esses homens começaram a discutir com Estevão (Atos 6.9) mas não tinham reconhecido o calibre do homem que estavam enfrentando, pois não podiam sobrepor-se à sabedoria e ao Espírito com que ele falava (6.10; Lc 21.15).

·        Os adversários de Estevão deram inicio a uma campanha de difamação contra ele, pois quando faltam os argumentos, muitas vezes a lama parecem ser um excelente substituto (Atos 6.11-12). Os inimigos não podendo vencê-lo pela razão, recorreram à mentira, à calúnia, e ao suborno, conseguindo assim ajuntar o povo, os anciãos e os escribas.

·        ACUSAÇÃO: “...Este homem não cessa de falar contra o lugar santo e contra a lei (Atos 6.13). Os judeus entendiam que só no templo podiam oferecer sacrifícios  e só ali podiam adorar verdadeiramente a Deus. A lei jamais poderia ser mudada, mas eles acusavam Estevão de dizer que o Templo desapareceria e a leia nada mais era do que um passo para o evangelho. FALAR CONTRA A CASA DE DEUS E CONTRA A PALAVRA DE DEUS ERA BLASFÊMIA, um pecado sentenciado com a morte.

·        É importante dizer que Jesus foi condenado pelo pecado de blasfêmia por esse mesmo Sinédrio. Eles haviam interpretado de forma errada as palavras de Jesus tanto sobre o templo quanto sobre a lei (Mc 14.58). Eles julgaram que Jesus estivesse conspirando contra o templo para substitui-lo. No entanto, Jesus estava falando do santuário do seu corpo (Jo 2.21). Jesus é maior do que o templo e, de fato, é o novo templo de Deus, que substituiria o antigo (Mt 12.6).

·        Os judeus acusaram Jesus, de igual modo, de desrespeitar a lei. Na verdade, Jesus não foi um transgressor da lei. Ele não veio para violar a lei, mas para cumpri-la (Mt 5.17-18). Jesus é o fim da lei (Rm 10.4).  Ele cumpriu a lei por nós e morreu por nós (Rm 8.2-3). Nele somos aceitos por Deus. Sendo assim, Jesus é o substituto do templo e o cumprimento da lei.

Conclusão: “todos os que estavam assentados... viram o seu rosto como se fosse rosto de anjo”. Quando o conselho, olhando para o prisioneiro no banco dos réus, viram seu rosto brilhando como se fosse de um anjo, pois foi exatamente isso o que aconteceu ao rosto de Moisés quando ele desceu do monte Sinai com a lei (Ex 34.29). Não terá sido propósito deliberado de Deus dar a Estevão, acusado de se opor à lei, o mesmo rosto radiante dado a Moisés quando este recebeu a lei? Dessa forma, Deus estava mostrando que tanto o ministério da lei de Moisés quanto a interpretação de Estevão tinham sua aprovação.


terça-feira, 24 de março de 2015

Um cristão chamado Barnabé (At 4:32-37).



Introdução:  O Espírito Santo tem nos movido a alcançar os perdidos, cumprindo assim nossa missão, a grande comissão dada por Jesus. Quando uma criança nasce, traz alegria para a sua família. Gerar filhos para Deus, também, nos dá muita alegria! Queremos chamar sua atenção neste estudo para um princípio: quem gera, cuida. Não podemos apenas nos alegrar quando as vidas se rendem a Jesus e esquecê-las: “Se em uma semana dois deixaram de ir, na próxima, outros virão…”.
Este pensamento errado tem ocupado a mente de muitos. É preciso fechar a porta dos fundos, e se for preciso, soldá-la! É necessário cuidar das vidas, não se ocupando apenas em ganhar, mas empenhando-se para não perder ninguém, fazendo como o Senhor Jesus ensinou: “Quando estava com eles no mundo, eu os guardava pelo poder do teu nome, o mesmo nome que me deste. Tomei conta deles; e nenhum se perdeu, a não ser aquele que já ia se perder para que se cumprisse o que as Escrituras Sagradas dizem” (Jo 17.12).
Pessoas não são números, pois cada um tem valor diante de Deus. Quando cada pessoa é cuidada, consequentemente se torna sadia na fé, e como já disse alguém: “Ovelha sadia, sempre dá cria (filhotes)!”.
1)     Quem era Barnabé?

·        Na Igreja Primitiva encontramos um homem que destacava-se no meio dos irmãos. Ele chamava-se José, um nome muito comum na época. Suas atitudes chamavam a atenção de todos, a ponto de lhe darem um segundo nome: Barnabé. Este sobrenome passou a ser o seu principal nome, em virtude do que ele fazia. O prefixo grego “bar”, significa filho e encontramos no Novo Testamento alguns nomes com esse prefixo: Bartimeu (filho de Timeu); Bartolomeu (filho de Tolmeu ou Ptlomeu). O nome Barnabé, por sua vez, significa “filho da consolação” e está associado ao Espírito Santo, quem em João 14.26, é chamado de consolador (no grego parakletos): “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”.
·        Portanto, o nome Barnabé, poderia ser também entendido, como filho do Espírito Santo! É claro que todo filho de Deus tem o Espírito Santo dentro de si, mas a ênfase neste caso é para o caráter e atitudes. O povo via em Barnabé, coisas inerentes ao Espírito Santo, como: apoio, consolo, doação e instrução. Ele era natural de Chipre 



 A ilha de Chipre fica no Mediterrâneo oriental, cerca de 97 Km  a oeste da costa da Síria, e a cerca da mesma distância da costa turca. A ilha possui 225 quilômetros de comprimento por 97 quilômetros na parte mais larga, e de acordo com At 13.4-13, Paulo e Barnabé atravessaram a ilha desde Salamina até Pafos, no início da primeira viagem missionária de Paulo e segundo o historiador Clemente de Alexandria, era um dos 70 discípulos, que Jesus enviou a pregar. Barnabé também é um dos poucos chamados de apóstolos além dos doze que Jesus escolheu (Atos 14.14).

1) Qualidades de Barnabé.

1.1)          Um homem generoso. 



Em Atos 4.36,37, encontramos Barnabé vendendo a sua propriedade a fim de ajudar a Igreja no desempenho de sua missão. Ele era um homem bom, de coração disposto e de larga visão. Além de todos os outros belos traços de seu caráter, devemos acrescentar seu forte espírito de fraternidade para com seus irmãos em Cristo, pois era guiado pelo Espírito Santo ao ofertar para suprir a necessidade daqueles que não tinham.

 Barnabé e Saulo levam socorro aos irmãos que habitavam na Judéia por ocasião da fome que aconteceu no tempo de Cláudio César. Depois disto, eles retornam para Antioquia (At 11.27-30; 12.25).

1.2)          Ele acreditava na mudança das pessoas.

“E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo. Então, Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor, e este lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus” (At 9.26-27). 


Certo dia, um adesivo em um carro me chamou a atenção: “Quanto mais conheço as pessoas, mas gosto do meu cachorro”. Essa frase retrata o sentimento de muitos em não dar valor, nem acreditar nas pessoas. Parece que no senso comum a idéia é :“todo mundo é culpado, até que se prove o contrário”. É lastimável que a sociedade tenha chegado a esse ponto. A Igreja do Senhor, não pode seguir nesta direção! Imagine se não houvesse alguém que acreditasse nas palavras do apóstolo Paulo… Calcule a perda que ele e a Igreja teriam…

Pregamos um evangelho de restauração, mas muitos irmãos não crêem nela, não dão uma chance de mudança e recomeço a outros e rotulam as pessoas como: “o infiel; o desobediente; o caloteiro; o frouxo; o sem visão; o enrolado;o sem pegada etc”. É preciso acreditar na mudança das pessoas, assim como o Senhor fez conosco. Lembremos do diálogo de Jesus, com o homem que há poucos dias, havia negado por três vezes que o conhecia:“E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21.15-17). Jesus acreditou tanto na mudança de Pedro, que confiou suas ovelhas a ele! Para muitos, Pedro sequer poderia ser considerado novamente uma ovelha. Pense nisso…
1.3)         Era um homem cheio da graça de Deus.
 A Igreja de Antioquia ( Atos 11.22,23) formou-se por causa dispersão dos judeus depois da morte de Estevão (At 11:19), por apedrejamento. A cidade de Antioquia era  capital da província romana da Síria e também a terceira maior cidade do império, abrigava um santuário dedicado a Apolo, onde eram celebrados ritos orgíacos em nome da religião . No entanto o texto afirma: “A mão do estava com eles, e muitos, crendo se converteram...chegaram aos ouvidos da igreja em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia”. O que Barnabé viu? A graça de Deus. GRAÇA: FAVOR IMERECIDO. Tem que vê somente o que eu faço de errado.

         Experimentar a graça divina é receber uma dádiva que não podemos adquirir por conta própria, e da qual não somos merecedores. Quando recebemos o dom da vida, experimentamos a sua graça. Embora mereçamos o castigo, Ele nos dá a paz e restaura-nos integralmente (Is 53.5; Tt 2.11).

1.4)          Era um homem que criava oportunidades pra outros crescerem.

“E partiu Barnabé para Tarso à procura de Saulo; tendo-o encontrado, levou-o para Antioquia..." (Atos 11.25). Viagem de Antioquia para Tarso levava três meses para ir e três meses para voltar . Entre a conversão de Saulo até esse dias passaram-se 10 anos.
Em Atos 13:1, Fala sobre alguns homens de Antioquia: Barnabé, Simeão, Manaém e Paulo (o primeiro nome era o mais importante), v.7: Barnabé e Saulo; (At 13:2). Barnabé queria que os outros crescessem, desenvolvesse ministerialmente,  não competia e querua anda com eles.

Em  Atos 15:36, naa primeira viagem João Marcos voltou. Amarelou. Desistiu. Na segunda ele quis ir de novo e Paulo não aceitou. (Atos 15..39), separaram. Paulo escolheu Silas e partiu pra segunda viagem.( 2 Tm 4:10-11). Todo mundo me abandonou, Demas e Alexandre. “João Marcos é muito útil no meu ministério”. “Quem é capaz de ver a graça de Deus é capaz de ver quem a gente pode se tornar”. Barnabé não desistiu de João Marcos.

Conclusão: 

·         Quando uma criança nasce, traz alegria para a sua família. Gerar filhos para Deus, também, nos dá muita alegria!
·         Pessoas não são números, pois cada um tem valor diante de Deus. Quando cada pessoa é cuidada, consequentemente se torna sadia na fé.
·         O povo via em Barnabé, coisas inerentes ao Espírito Santo, como: apoio, consolo, doação e instrução. Devemos olhar o exemplo de Barnabé e pedir ao Senhor que nos ajude a imitá-lo, pois com estas qualidades conseguiremos discipular com eficiência e não perderemos as pessoas no meio da caminhada.




sábado, 21 de março de 2015

O Que É Pornografia?

Alguém já disse que é mais fácil reconhecer a pornografia do que defini-la. De forma geral, podemos dizer que pornografia é a representação da nudez e do comportamento sexual humano com o objetivo de produzir excitamento sexual. Esta representação é feita através de imagens animadas (filmes, vídeos, computador), fotografias, desenhos, textos escritos ou falados. A pornografia explora o sexo, tratando os seres humanos como coisas e, em particular, as mulheres como objetos sexuais.

A palavra pornografia vem do grego e significa literalmente “escrever sobre prostituta”. Com o tempo, passou a referir-se a qualquer material, escrito ou gráfico, de conteúdo sexual. O termo é usado hoje de forma negativa. A indústria pornográfica que produz filmes, revistas, vídeos e sites na Internet, prefere usar outros termos, como “material adulto”. Esta manobra é um eufemismo que visa retirar deste sórdido comércio a pecha negativa que ele possui.

É importante, porém, fazer uma distinção entre erotismo e pornografia. Existe um erotismo saudável, que consiste na exploração da sexualidade dentro do casamento. O livro de Provérbios nos traz um exemplo disto:

“Bebe a água da tua própria cisterna e das correntes do teu poço. Derramar-se-iam por fora as tuas fontes, e, pelas praças, os ribeiros de águas? Sejam para ti somente e não para os estranhos contigo. Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias. Por que, filho meu, andarias cego pela estranha e abraçarias o peito de outra?” (Pv 5.15-20)

Ou ainda, o livro de Cantares de Salomão:
“Beija-me com os beijos de tua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho” (Ct 1.2).

“Que belo é o teu amor, ó minha irmã, noiva minha! Quanto melhor é o teu amor do que o vinho, e o aroma dos teus ungüentos do que toda sorte de especiarias! Os teus lábios, noiva minha, destilam mel. Mel e leite se acham debaixo da tua língua, e a fragrância dos teus vestidos é como a do Líbano” (Ct 4.10-11).

“Os teus beijos são como o bom vinho, vinho que se escoa suavemente para o meu amado, deslizando entre seus lábios e dentes. Eu sou do meu amado, e ele tem saudades de mim. Vem, ó meu amado, saiamos ao campo, passemos as noites nas aldeias. Levantemo-nos cedo de manhã para ir às vinhas; vejamos se florescem as vides, se se abre a flor, se já brotam as romeiras; dar-te-ei ali o meu amor” (Ct 7.9-12).
Estas passagens mostram que o Senhor nos criou com sexualidade e que a mesma pode ser explorada e desfrutada dentro do ambiente do casamento. A pornografia é diferente, pois visa o excitamento sexual através da exibição de imagens explícitas de sexo, nudez e órgãos sexuais sem fazer qualquer distinção moral ou levar em conta adultério, prostituição, lesbianismo, além de formas pervertidas de relações sexuais.

Breve Histórico da Pornografia

A representação gráfica da nudez humana, bem como das relações sexuais, é algo bem antigo na história do homem. A arqueologia revelou que em muitas das paredes dos templos pagãos cananitas, que foram destruídos pelos israelitas quando conquistaram a terra por volta de 1.300 anos antes de Cristo (Lv 26.1; Nm 33.52), havia desenhos de órgãos sexuais masculinos e femininos. Essas são as formas mais antigas de pornografia que conhecemos. Os cananitas aparentemente representavam os órgãos genitais nas paredes para excitar os adoradores e estimulá-los à prática da prostituição sagrada. Os israelitas, em contraste, tinham uma atitude totalmente diferente quanto à exposição dos órgãos sexuais. Em suas Escrituras Sagradas estava escrito que Deus cuidou em cobrir a nudez do primeiro casal após a Queda (Gn 2.25; 3.7-10). Havia uma preocupação em que as vestimentas cobrissem os órgãos genitais (Ex 28.42-43), a ponto de existir uma determinação na lei de Moisés de que o sacerdote deveria ter cuidado para não subir as escadas do altar de forma a deixar que seus órgãos genitais ficassem expostos (Ex 20.26). Cão, o filho de Noé, foi condenado por ter visto a nudez de seu pai. A própria Bíblia se refere à genitália de forma reservada, usando às vezes eufemismos como “nudez” (Lv 18), “pele nua” (Ex 28.42), “membro viril” (Dt 23.1), “entre os pés” (Dt 28.57) e “parte indecorosa” (1Co 12.23), só para citar alguns exemplos.

Os gregos antigos usavam temas pornográficos em canções empregadas nos festivais em honra ao deus Dionísio, séculos antes de Cristo. Nas ruínas romanas de Pompéia, destruída na erupção do Vesúvio em 79 d.C., há pinturas pornográficas nas paredes de algumas edificações representando órgãos sexuais masculinos e propaganda de serviços de prostituição.

A pornografia também era usada em algumas culturas orientais antigas como Índia, Japão e China. Bastante antiga e amplamente divulgada é a obra Kama Sutra, escrita na Índia por volta do ano 2500 a.C., um manual contendo gravuras das mais grotescas formas de relação sexual. Na Europa medieval, o Decamerão (1353) do italiano Giovanni Boccaccio, obra abertamente pornográfica, tinha grande circulação.

Com o advento da mídia eletrônica em décadas recentes, a pornografia passou a ser um problema social de grandes proporções. O cinema, a televisão, o vídeo e a TV a cabo se tornaram canais poderosos pelos quais todos os tipos de pornografia se tornaram amplamente disponíveis ao grande público. A partir daí a indústria pornográfica cresceu de forma massiva, pois as pessoas passaram a consumir pornografia em suas próprias casas, sem precisar ir ao cinema ou à banca de revistas. Surgiram também jogos pornográficos de computador. E mais tarde, com o advento da Internet, a disponibilidade e a facilidade de acesso à pornografia multiplicou-se de forma inimaginável. Devido ao acesso internacional e ao custo zero de copiar e baixar imagens na Internet, a cyber-pornografia tornou-se a forma mais popular de pornografia hoje.


Os Diversos Tipos de Pornografia
Os estudiosos do assunto, bem como os legisladores, fazem geralmente uma distinção entre diferentes tipos de pornografia, para fins de estudo e compreensão:

1. Softcore – Refere-se a material pornográfico que apresenta imagens de nudez e cenas que apenas sugerem a relação sexual.
2. Hardcore – Contém representação explícita dos órgãos genitais em cópula e de relações sexuais de toda a sorte.

3. Snuff – Fala-se ainda de vídeos snuff, onde pessoas praticam atos sexuais e depois são assassinadas. Entretanto, não se conhece nenhum exemplar destes vídeos que tenha sido distribuído comercialmente.

4. Pornografia infantil – É a representação, sob qualquer forma, de criança em ato sexual implícito ou explícito, simulado ou real, ou qualquer representação dos órgãos sexuais da criança para fins sexuais.

5. Erótica – Algumas feministas fazem uma distinção entre pornografia, que é a sujeição e degradação sexual da mulher através de imagens que representam o homem dominando e humilhando a mulher sexualmente, e a erótica, que é a representação sexual de homem e mulher em posição de igualdade e respeito mútuo.

Estas distinções podem nos ajudar a entender melhor o assunto e a perceber como diferentes pessoas entendem a pornografia. Entretanto, todas as diferentes formas de pornografia têm em comum a exposição pública da nudez e das relações sexuais humanas, com vistas ao despertamento sexual indiscriminado. Por este motivo, os cristãos não devem se deixar iludir por estas distinções, como se alguma forma de pornografia fosse menos errada do que outras.

A Situação Legal da Pornografia em Alguns Países

A pornografia é uma das formas mais polêmicas de expressão. As sociedades vêm debatendo há muito se material pornográfico deveria ser censurado e como fazer a distinção entre nudez artística e pornografia. No ocidente, onde a liberdade de expressão é uma marca distintiva das democracias, o assunto tem se tornado ainda mais agudo. Além disto, discute-se a realidade das conseqüências sociais e psicológicas da pornografia.

A situação legal da pornografia depende do país. A pornografia infantil é considerada ilegal na totalidade dos países. A legislação brasileira define pornografia infantil como sendo “cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente”. A pena de reclusão é de um a quatro anos para a produção e publicação da pornografia infantil.

Entretanto, a maioria dos países permite a comercialização e a distribuição de alguma forma de pornografia. No Brasil, bem como na maioria dos países, a pornografia softcore é geralmente permitida nas bancas de revista, videotecas, televisão e cinemas. A hardcore é permitida da mesma forma, mas com algumas restrições, como por exemplo, uma capa de plástico com tarjeta preta para as revistas hardcore. A maioria dos países tenta restringir o acesso de menores à pornografia hardcore, permitindo a sua comercialização somente em seções “adultas” de videotecas, livrarias e em TV a cabo. Entretanto, estes esforços têm se mostrado ineficazes para restringir o acesso da população em geral às formas de pornografia consideradas mais danosas, por causa da grande disponibilidade deste material na Internet e, obviamente, pela inclinação do coração humano a toda sorte de obscenidade.

A maioria dos países ocidentais tem restrições à pornografia que envolva violência e bestialismo (sexo com animais). A Holanda e a Suécia, entretanto, permitem a venda deste material abertamente nos sex-shops e após os 15 anos de idade, os jovens podem assistir filmes pornográficos de qualquer tipo. Na Grã-Bretanha, a pornografia hardcore continua sendo ilegal, embora tolerada. No Japão, até recentemente, a exibição dos órgãos genitais era proibido, e a softcore permitida.

Pode parecer, pelas diferentes atitudes dos países, que os aspectos morais relacionados com o consumo da pornografia seja uma questão cultural. Entretanto, não são apenas questões culturais que levam esses países a restringir ou permitir a pornografia. Questões financeiras e econômicas influenciam os governos. A pornografia é uma grande indústria que gera milhões de dólares anuais em impostos. A venda de material pornográfico em sex-shops – que inclui vídeos e acessórios encomendados pela Internet – representa uma boa porcentagem do dinheiro movimentado pelo e-commerce (comércio pela Internet). E estes números estão aumentando com a crescente enxurrada de obscenidade no mundo.

O Crescimento da Pornografia no Mundo

Uma estatística de 1995 revelou que os americanos gastam mais em pornografia do que em Coca-Cola. Não é difícil imaginar que a situação no Brasil não é muito diferente. Um país antigamente fechado, como a China, em 1993 assistiu a uma enxurrada de material pornográfico em seus limites após ter aberto, mesmo que um pouco, as suas fronteiras para receber ajuda estrangeira. Mensalmente, cerca de 8 milhões de cópias de revistas pornográficas circulam no Brasil. Em 1994 a venda de vídeos pornôs chegou perto de 500 milhões de dólares. Não é de se admirar que as locadoras reservem cada vez mais espaço nas prateleiras para vídeos pornôs. Segundo uma pesquisa em 1992, um em cada quatro brasileiros assistiu a um filme de sexo explícito. O mesmo fizeram 13% das mulheres entrevistadas. Em 1995 esse número dobrou para os homens e aumentou um pouco em relação às mulheres. Recentes estatísticas mostram o crescimento destes números.

Diversos acontecimentos recentes ao redor do mundo indicam o avanço contínuo da pornografia. O mundo está sendo inundado com uma enxurrada de imundícia. Vejamos alguns destes indícios.

1) Os governos aumentam cada vez mais a legalidade da pornografia ­– Um exemplo é que em abril de 2002 o Supremo Tribunal dos Estados Unidos revogou a Lei da Prevenção da Pornografia Infantil que havia sido promulgada pelo Congresso em 1966. O argumento usado pelo Supremo Tribunal foi que a liberdade de expressão estava sendo suprimida. A decisão reflete a tendência cada vez maior para a legalização de todas as formas de pornografia.

2) As estatísticas mais recentes mostram o crescimento vertiginoso da indústria pornográfica – Segundo estudos publicados em maio de 2002, há mais de 400.000 sites pornográficos na Internet em todo o mundo, e cerca de 70 milhões de pessoas visitam ao menos um site pornográfico por semana.

Este crescimento é atestado por outras estatísticas. Em 2002, o Observatório para a Publicidade do Instituto da Mulher, em Paris, recebeu 710 denúncias contra mensagens sexistas, o dobro das denúncias recebidas em 2000. 80% destas denúncias tinham a ver com a exploração do corpo feminino em propaganda de produtos. Neste mesmo ano, em Bruxelas, a ONU publicou relatório denunciando que milhões de pessoas em todo o mundo – a metade sendo de crianças e uma outra grande parte de jovens mulheres – são exploradas sexualmente, o que obviamente se refere não somente à prostituição, mas à pornografia. Ainda em outubro de 2002, em Barcelona, a Feira Internacional do Cine Erótico exibiu ao vivo relações sexuais pervertidas aos participantes da Feira.

3) O fracasso das estratégias governamentais em conter o avanço da imoralidade – Conforme estudo do Jornal Médico Britânico publicado na Inglaterra em 2002, as campanhas governamentais de prevenção da gravidez de adolescentes estavam fracassando redondamente. A famosa rádio BBC de Londres veiculou em 2002 que o governo inglês estava preocupado por não conseguir conter a enxurrada de material pornográfico que atinge diariamente os adolescentes ingleses pela Internet. De cada dez mensagens que recebem, uma delas é pornográfica ou remete a algum site pornográfico. A mesma frustração do governo inglês certamente se sente nos governos de outros países.
4) A constatação de danos cada vez maiores causados pela pornografia – Continuamente surgem relatórios de diversos quadrantes mostrando novos danos causados pela pornografia. Por exemplo, os estudos do professor Richard Drake da Universidade Brigham Young nos Estados Unidos, indicam que a pornografia pode ter efeitos na mente similares ao da cocaína, produzindo dependência e distúrbios mentais.

Em Paris, numa reunião com mais de 1700 psicanalistas de 31 paises para tratar de novas formas de neuroses, destacou-se o fato de que cresce cada vez mais o número de pessoas viciadas em sexo, um problema que foi considerado como uma enfermidade psicológica, cujas conseqüências são a ruína econômica, problemas no casamento e em relações, problemas no trabalho, ansiedade e depressão.
Todas estas evidências apontam para uma avalanche da imoralidade em todo o mundo, da qual a pornografia é o carro chefe. Além dos evidentes problemas espirituais que a pornografia causa, também contribui largamente para o crescimento da violência em todo o mundo.

Não são poucos os relatórios feitos por comissões de pesquisadores que denunciam a estreita relação entre a pornografia e a crescente onda de estupros, assédio sexual e exploração infantil nos países “civilizados”. Vários dos temas mais comuns em pornografia do tipo hardcore incluem cenas de seqüestro e estupro de mulheres, geralmente com espancamento e tortura, além de outras formas obscenas de degradação. A mensagem que a pornografia passa aos consumidores é que quando a mulher diz “não” na verdade está dizendo “sim”, e que se o estuprador insistir, ela não somente aceitará como também passará a gostar. Assim, a violência contra a mulher é exposta como algo válido e normal. Estudos de especialistas mostram que 82% dos encarcerados por crimes sexuais contra crianças e adolescentes admitiram que eram consumidores regulares de material pornográfico. Só nos Estados Unidos, o número conhecido de estupros pela polícia cresceu 500% em menos de 30 anos, o que corresponde ao aumento da popularidade do material pornográfico e da facilidade para ser encontrado. Cerca de 86% dos condenados por estupro admitiram imitação direta das cenas pornográficas que assistiam regularmente.

Movimentos Anti-Pornografia

O crescimento vertiginoso da disponibilidade da pornografia e os seus efeitos tem levantado reações no mundo todo. As críticas e ataques à indústria pornográfica e aos seus consumidores vêm geralmente de religiosos conservadores e do movimento feminista. Evangélicos e católicos têm atacado fortemente a indústria da pornografia, especialmente nos países onde o cristianismo conservador exerce alguma força política. Os argumentos usados pelos religiosos contra a pornografia é que a mesma é imoral, que o sexo é reservado para o casamento e que a pornografia aumenta o comportamento imoral e a violência da sociedade.

No Brasil há esforços isolados por parte dos evangélicos, já que não têm um representante nacional. Por exemplo, o deputado evangélico Pastor Daniel Marins lançou na Assembléia Legislativa de São Paulo, em 2001, um projeto de lei que proíbe a exposição de modelos, masculinos ou femininos, despidos ou seminus em placas publicitárias instaladas em vias públicas. Segundo o Pastor Daniel, o projeto é resultado da luta do povo evangélico contra a propaganda aberta e explícita de revistas, produtos e sites na Internet destinados à exploração comercial da nudez e da pornografia, e foi elaborado em conjunto com líderes de diversas denominações, comunidades e associações evangélicas de todo o Estado de São Paulo.

O outro ataque à pornografia vem de uma ala do movimento feminista que a considera como parte da agenda machista, que degrada a mulher e induz à violência contra ela. Esta ala do movimento feminista é contra a pornografia, não por valores morais ou convicções cristãs, mas porque a considera como essencialmente machista, já que são os homens que mais a consomem e são as mulheres as que mais são exploradas e humilhadas nesta indústria. Estas feministas não representam, porém, a totalidade do movimento, onde existem outras feministas que defendem a pornografia.

Existem ainda movimentos isolados, dirigidos por indivíduos ou organizações não governamentais. Um exemplo é Linda Boreman, ex-atriz pornô, que usava o nome de Linda Lovelace. Após abandonar a carreira de estrela pornô, passou a atacar a indústria pornográfica por causa da exploração das mulheres. Outro exemplo é o grupo “Guerreiros Independentes contra a Pornografia Infantil”, que se dedica a caçar consumidores e divulgadores da pornografia infantil pela Internet. Existem várias outras organizações sem fins lucrativos batalhando nessa cruzada. Uma delas, chamada de “Exército Cibernético de Caçadores de Pedófilos”, tem mais de 10 mil membros cadastrados enviando dicas à polícia. Esses grupos são compostos por Internautas que dedicam seu tempo livre procurando manter contato com consumidores de pornografia infantil pela Internet, para afinal entregá-los à polícia.

Muito embora os ataques à pornografia venham em grande parte dos círculos evangélicos, é uma triste realidade que a pornografia tem suas vítimas também dentro das igrejas evangélicas, como veremos a seguir.

Evangélicos “voyeurs”?

Voyeur é termo usado para descrever aqueles que têm prazer sexual observando outras pessoas nuas ou praticando relações sexuais. O voyeur não interage diretamente com o objeto do seu prazer, mas reage a ele através da masturbação. Este é o nome que se dá geralmente ao consumidor secreto de pornografia. É uma boa descrição para cristãos viciados em pornografia.

Há boas razões para acreditarmos que o número de evangélicos no Brasil viciados em pornografia é preocupante. Pesquisadores estimam que nos Estados Unidos cerca de 40% dos evangélicos estão afetados. Há quem ache que este número é bem maior. Considerando que no Brasil a facilidade de se obter material pornográfico é a mesma ou até maior que nos Estados Unidos, considerando que a igreja evangélica brasileira não tem a mesma formação protestante histórica da sua irmã americana, considerando a falta de posição aberta e ativa das igrejas evangélicas brasileiras contra a pornografia como acontece nos Estados Unidos, não é exagerado dizer que provavelmente cerca de 50% dos homens evangélicos no Brasil são consumidores de pornografia. Talvez esse número seja ainda conservador diante do fato conhecido que os evangélicos no Brasil assistem mais horas de televisão por dia que muitos países de primeiro mundo, enchendo suas mentes com programas que promovem a violência e o erotismo, e assim abrindo brechas por onde a pornografia penetra e se enraíza.

Mais preocupante ainda é a probabilidade de que grande parte desse percentual é de jovens adolescentes evangélicos. Uma pesquisa feita por Josh McDowell em 22 mil igrejas americanas revelou que 10% dos adolescentes haviam aprendido o que sabiam sobre sexo em revistas pornográficas. 42% deles disseram que nunca aprenderam qualquer coisa sobre o assunto através de seus pais. E outros 10% confessaram ter assistido a um filme de sexo explícito nos últimos 6 meses. Uma extrapolação, ainda que conservadora, para a realidade das igrejas brasileiras é de deixar pastores e pais em estado de alerta!

Aqui no Brasil, segundo pesquisa da revista Eclésia em setembro de 2002, feita entre jovens evangélicos de 22 denominações, 52% deles já praticaram sexo pré-marital. Destes, cerca da metade mantêm uma vida sexual ativa com um ou mais parceiros. A idade média em que perderam a virgindade é de 14 anos para os rapazes e de 16 anos para as moças, o que coloca as igrejas evangélicas cada vez mais próximas dos padrões mundanos. Um detalhe: estes jovens foram todos criados nas igrejas! Infere-se que em comunidades evangélicas onde as noções de moralidade são tão mundanas quanto as dos incrédulos, não é para duvidar que o consumo de pornografia seja corrente, aceitável e tolerado.

É preciso ainda notar que não são somente os homens que consomem pornografia. Mulheres cristãs também incorrem neste hábito, embora certamente numa proporção menor. Uma evangélica que se identifica como “Solitária” dá o seguinte depoimento num site evangélico: “Tenho 30 anos de idade e nunca consegui casar. Pensei que tinha direito de ser sexualmente feliz, mesmo que o Senhor não tenha me dado um marido. Isto me levou a uma longa e profunda batalha com a masturbação e a pornografia na Internet. No ano passado, quebrantei-me após ouvir um sermão sobre pureza sexual em minha igreja. Após isto, comecei um curso de 60 dias baseado em leituras da Bíblia e acompanhamento de um mentor. Finalmente me vi livre. Também coloquei um filtro contra a pornografia em meu computador.”

Escândalos envolvendo líderes evangélicos revelam abertamente uma outra face do problema. Há pastores evangélicos que também são viciados em pornografia. Por causa do receio de serem apanhados e de estragarem seus ministérios, muitos pastores preferem optam por consumir pornografia como voyeurs do que praticar o adultério de fato, embora alguns acabem eventualmente caindo na infidelidade prática.
Uma mulher escreve num site evangélico: “Sou divorciada, mãe de três adolescentes. Fui casada por dez anos, até que meu marido, pastor, teve um caso extra-marital. Ele era viciado em pornografia desde os doze anos de idade e lutou contra isto por muitos anos.”

Há diversos artigos sobre pornografia publicados em revistas americanas e européias de aconselhamento pastoral abertamente dirigidos a pastores viciados em pornografia, visando ajudá-los. Uma destas revistas, Leadership, realizou uma pesquisa entre pastores de diversas denominações evangélicas e chegou a conclusões terríveis: a cada dez pastores, quatro já haviam visitado um site pornográfico. As seguintes perguntas e respostas compuseram a pesquisa:

Você já visitou um site pornográfico na Internet?
57%
Nunca
7%
Faz mais de um ano
9%
Uma vez no ano passado
21%
Algumas poucas vezes no ano
6%
Duas vezes ao mês ou mais
 
Em geral, segundo Leadership, pastores que gastavam mais tempo diante da Internet eram os que mais provavelmente visitariam sites pornográficos.

Pastores são vulneráveis à tentação de entrar num site pornográfico como qualquer outra pessoa. No caso deles, talvez sejam ainda mais vulneráveis. O isolamento e a solidão geralmente acompanham o ministério pastoral. Além disto, muitos pastores negligenciam seus casamentos dedicando-se por demais às demandas do ministério.
Alguns pastores podem cair nesta armadilha satânica simplesmente por curiosidade em saber o que membros da sua igreja estão consumindo na Internet e acabam sendo atraídos e enlaçados pelo poder da pornografia. Além do mais, líderes que jamais ousariam entrar numa videoteca para adquirir um vídeo pornográfico, no segredo e intimidade de seus lares e escritórios acabam cedendo às facilidades da cyber-pornografia, que é acessível, barata e anônima. As igrejas devem orar por seus pastores e líderes para que sejam livres de toda tentação.

Análise Crítica dos Argumentos em Favor da Pornografia

Existem diferentes argumentos usados para defender o consumo livre da pornografia. Analisemos alguns deles.

1) A pornografia como arte – Os defensores deste ponto de vista argumentam que a maldade está na mente dos que vêem material pornográfico. Em si, defendem eles, a pornografia simplesmente explora a beleza natural da nudez humana e das relações sexuais, e deveria ser vista como arte. Os que sustentam este ponto insistem que a nudez é inofensiva e também uma forma de arte. Entretanto, este argumento erra ao deixar de reconhecer que a indústria pornográfica produz bastante material sexualmente explícito onde a mulher é degradada e humilhada, onde o foco são os órgãos genitais humanos, onde adolescentes são violentados e a sodomia e o homossexualismo são divulgados. Se por um lado a nudez humana é bela, após a Queda (pecado de Adão e Eva) o Criador determinou que ela fosse encoberta (Gn 3.21), pois a inocência em que esta beleza podia ser apreciada e desfrutada (Gn 2.25) foi corrompida pelo pecado (Gn 3.7-11). A nudez, como preparação para o ato sexual, fica reservada para o casamento (cf. Levítico 18).

2) A Bíblia está muito mais preocupada com dinheiro e materialismo do que com nudez e cobiça – De acordo com este argumento, os cristãos conservadores são obcecados contra a pornografia que existe nos filmes, mas esquecem que estes também divulgam muita violência, materialismo e bruxaria. Entretanto, o argumento não é inteiramente verdadeiro. Embora a Bíblia tenha muitas passagens contra o mal uso do dinheiro, ela também tem muitas passagens contra a imoralidade sexual e a impureza mental. Devemos combater ambas as coisas.

3) Não há provas conclusivas de que a pornografia seja prejudicial – Este argumento tem sido usado pelos defensores da pornografia em resposta a relatórios de comissões governamentais de diversos países para analisar os efeitos sociais, psicológicos e econômicos da pornografia. Muitas destas comissões concluíram que existe uma relação entre o consumo da pornografia e a violência contra mulheres e crianças, o crescimento dos índices de divórcio, de doenças venéreas e da AIDS, de abortos e de mães solteiras. Os defensores da pornografia argumentam, entretanto, que esta relação não pode ser provada com critérios científicos. Porém, não são necessários critérios científicos para provar o que é óbvio, ou seja, o papel decisivo da pornografia na escalada da imoralidade e suas conseqüências danosas. Muito embora não se possa responsabilizar exclusivamente a pornografia por todos os males da sociedade, ela certamente tem contribuído para os mesmos. Ela provoca a excitação e o despertamento sexual através de imagens que contêm cenas de nudez, sexo deturpado, homossexualismo, lesbianismo, degradação e humilhação da mulher e de crianças, criando nos consumidores uma inclinação para realizar na prática aquilo que seus olhos e mentes consomem.

4) O direito de livre expressão assegura a publicação e o consumo de material pornográfico – segundo os defensores da pornografia, à censura é coisa de regimes autoritários. Nas democracias modernas se assegura o direito de expressão a todos. Isto inclui, argumentam eles, o direito de se publicar material pornográfico e o direito de se consumir este material. Porém, os cristãos submetem suas consciências primeiramente à Lei de Deus. Se por um lado as Escrituras reconhecem a individualidade e a liberdade, por outro elas traçam muitos limites claros sobre o que se pode ver e meditar e aquilo com que ocupar a mente. Por exemplo, o Senhor Jesus proíbe que se tenha fantasia sexual olhando para uma mulher com intenção impura (Mt 5.28; cf. Ex 20.17; 2Sm 11.2; Jó 31.1; Fp 4.8; etc). A liberdade individual é controlada pela Lei de Deus. O crente não é livre para ocupar sua mente com qualquer coisa que deseje o seu coração. Muito embora as leis de um país assegurem a liberdade de expressão, para os cristãos tal liberdade é regulada pelos princípios da Palavra de Deus.
Outro aspecto é que em nome da liberdade de expressão os adolescentes ganham cada vez mais acesso à pornografia. Meninos de 12 a 17 anos são os maiores consumidores de pornografia, segundo estatísticas recentes. Por isto, a indústria pornográfica procura viciá-los cada vez mais, para ter uma clientela segura com o passar dos anos.

5) A pornografia pode ser usada como terapia – Esta é uma defesa radical da pornografia apresentada inclusive por setores feministas. De acordo com esta posição, o uso da pornografia, que é acompanhado geralmente pela masturbação, provê uma forma de escape sexual para aqueles que – por quaisquer motivos – não têm um parceiro sexual, como as pessoas que estão longe de casa, pessoas que enviuvaram recentemente, estão isoladas por causa de alguma enfermidade ou simplesmente porque escolheram ficar sozinhas. Entretanto, o uso de pornografia e masturbação como meio de extravasamento do impulso sexual viola os princípios da Palavra de Deus quanto à pureza sexual e o emprego da mente e de nossa sexualidade. Além da determinação das Escrituras para que os cristãos exerçam o domínio próprio nestas questões, existem outras maneiras de aliviar-se o impulso sexual, como a prática de exercícios físicos.
Também, de acordo com esta argumentação, casais podem usar pornografia para melhorar suas relações, assistindo juntos a vídeos eróticos, e experimentando variação em sua vida sexual, sem ter que cometer adultério. Entretanto, do ponto de vista bíblico, o fato de um cristão assistir com seu cônjuge a vídeos pornográficos não diminui a imoralidade do ato. Continua sendo adultério uma pessoa casada excitar-se sexualmente mediante as imagens de outros homens e mulheres mantendo relações sexuais, mesmo que faça isto junto com seu cônjuge.

6) É uma forma segura de sexo – Um outro benefício da pornografia, de acordo com grupos feministas, é que permite que as mulheres descubram e experimentem a sexualidade sem correr o risco de envolver-se com parceiros que as contagiem com doenças venéreas e AIDS, engravidem ou as sujeitem a humilhações e degradação. A isto respondemos que existem alternativas bíblicas para que as mulheres desenvolvam sua sexualidade de forma saudável e correta sem ter que recorrer à pornografia e à masturbação. Por exemplo, na escolha acertada de seus cônjuges e desfrutando o sexo dentro do casamento.
Podemos perceber que os argumentos em favor da pornografia não levam em conta qualquer questão de valor moral. Enfocam apenas as questões sociais e psicológicas. Os cristãos, entretanto, devem analisar esta questão e outras à luz da Palavra de Deus. Apesar de todos os argumentos em contrário, a pornografia em todas a suas formas continua sendo uma violação dos princípios bíblicos de pureza moral e sexualidade saudável e correta. Infelizmente, a consciência desta realidade nem sempre tem sido suficiente para evitar que cristãos se tornem consumidores de pornografia.

O Que Tem de Mais em Ver Pornografia?

Muito embora os evangélicos em geral sejam contra a pornografia (alguns apenas instintivamente) nem todos estão conscientes do perigo que ela representa. Mencionamos alguns deles em seguida:
1) Consumir deliberadamente material pornográfico é contribuir para uma das indústrias mais florescentes do mundo e que, não poucas vezes, é controlada pelo crime organizado – A indústria pornográfica é uma grande fonte de renda para o crime organizado em todo o mundo, juntamente com o jogo e as drogas, movimentando bilhões de dólares por ano. A indústria da pornografia apóia e promove a indústria da prostituição e da exploração infantil. O dinheiro que pais de família gastam com pornografia deveria ir para o sustento de suas famílias. Alguns podem alegar que consomem apenas material soft contendo somente cenas de nudez — esquecendo que esse material é produzido pela mesma indústria ilegal que comercializa a pornografia infantil.

2) Consumir deliberadamente material pornográfico deixa cicatrizes para o resto da vida – As imagens ficam gravadas a fogo na mente e continuam lá para sempre, e vêm à tona com a excitação sexual. É similar a fumantes, que mesmo tendo deixado o cigarro, permanecem com manchas nos pulmões. É isto que testemunha um ex-viciado em pornografia, cujo depoimento anônimo na revista Leadership chocou o mundo evangélico: “Trago ainda hoje as cicatrizes do meu vício, apesar de já tê-lo vencido. Há a cicatriz da ‘inocência corrompida’. A pornografia se alimenta de nossa fascinação pelo que é proibido, e sempre estamos querendo mais. Minha vida de fantasia sexual extrapolava em muito a minha vida sexual real no casamento. Eu era um ‘voyeur’, experimentando sexo na solidão e isolamento, cada vez mais me afastando da minha esposa”.

Mencionamos abaixo outras seqüelas da pornografia:

a) Insensibilidade para com as perversões sexuais, fazendo-as parecer cotidianas e rotineiras.

b) Comparação injusta entre o corpo do nosso cônjuge e aquele dos modelos apresentados no material pornográfico, provocando impotência e desinteresse sexual dentro do casamento.

c) O hábito da masturbação que se alimenta da pornografia, sua matéria-prima.

d) Despersonificação dos seres humanos, ao exibir seus corpos e órgãos genitais, sem que o rosto apareça.

e) Hábito de desnudar as pessoas com a imaginação, ou de entreter fantasias sexuais enquanto conversa com pessoas do sexo oposto.

3) O consumo de pornografia abate e escraviza o crente – Há muitos servos e servas de Deus que estão vivendo um conflito: querem servir ao Senhor de todo coração, mas se vêem escravizados à pornografia. Esta derrota tira-lhes a vontade de ir à Igreja, participar da Escola Dominical, ler a Bíblia e orar e de testemunhar de Cristo a outros. Sobre isto, escreve o Pr. Jorge Luiz César Figueiredo em artigo na Internet: “Quando a prática [da pornografia] torna-se um círculo vicioso, torna-se algo terrível. Tenho ouvido testemunhos de jovens que lutaram muito para vencer, alguns tiveram que ser radicais e pediram aos pais para tirar o computador do quarto. Esse quadro também cria uma falta de compromisso com Deus; o jovem não quer compromisso, pois não quer pagar o preço da renúncia. Se você enquadra-se nesse perfil sabe bem do que estamos falando. O sentimento de fracasso às vezes toma conta de você e até pensa em desistir, em largar Jesus, mas como você pertence ao Cristo de Nazaré, não pode mais voltar atrás”.

4) Consumir deliberadamente material pornográfico é violar todos os princípios bíblicos estabelecidos por Deus para proteger a família, a pureza e os valores morais. A própria palavra “pornografia” nos aponta essa realidade. Conforme já vimos, ela vem da palavra grega pornéia. Juntamente com mais outras três palavras (pornos, pornê e pornéuo) ela é usada no Novo Testamento para se referir à prática de relações sexuais ilícitas, imoralidade ou impureza sexual em geral. Freqüentemente essas palavras de raiz porn- aparecem em contextos ou associadas com outras palavras que especificam mais exatamente o tipo de impureza a que se referem: adultério, incesto, prostituição, fornicação, homossexualismo e lesbianismo. O Novo Testamento claramente condena a pornéia: ela é fruto da carne, procede do coração corrupto do homem, é uma ameaça à pureza sexual e devemos fugir dela, pois os que a praticam não herdarão o reino de Deus. A pornografia explora exatamente essas coisas — adultério, prostituição, homossexualismo, sado-masoquismo, masturbação, sexo oral, penetrações com objetos e — pior de tudo — pornografia infantil.

De Onde Procede o Desejo de Ver Pornografia?

A pergunta que fazemos é: de onde procede este desejo de olhar e consumir material obsceno? Encontraremos as repostas na Bíblia, a Palavra de Deus.

Ela nos ensina que na criação Deus fez o homem e a mulher perfeitos e sem pecado e lhes deu alguns mandatos que deveriam ser obedecidos, mostrando-lhes que eram criaturas, apesar de terem sido criados perfeitos, sem pecado. Os mandatos foram estes, os quais continuam em vigor até hoje:

1. Mandato Cultural – “Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar” (Gn 2.15). O homem foi colocado por Deus no jardim para cuidar das coisas criadas.

2. Mandato Espiritual – “E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16-17). O homem foi criado para ter comunhão com Deus. Esta comunhão estava condicionada à obediência ao que Deus havia determinado quanto a não comer da árvore.

3. Mandato Social – “Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.21-24). O homem foi criado com a capacidade de ter uma família. Este privilégio, porém, dar-se-ia dentro de algumas regras que estavam implícitas na sua própria criação:

a) Monogâmico. O casamento deveria ser monogâmico, isto é, entre um homem e uma mulher (“deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher”, Gn 2.24).

b) Heterossexual. O casamento deveria também ser entre pessoas de sexos diferentes.

c) Sexo. As relações sexuais estão diretamente ligadas ao casamento. O plano de Deus foi que o sexo fosse desfrutado dentro do ambiente seguro do casamento. Isto fica implícito na expressão: “deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.24).

Porém, depois da entrada do pecado no mundo todos esses valores foram distorcidos e os mandatos divinos para o homem foram atingidos:

Quanto ao mandato cultural, o homem que havia sido criado por Deus para cuidar das coisas criadas, tornou-se o próprio predador do universo. Veja como está a situação do mundo, da natureza, dos rios, dos mares! Estão todos sendo degenerados por causa do pecado do homem, por causa do próprio homem. O mandato espiritual foi igualmente atingido. O homem foi criado por Deus para ser obediente à sua vontade. Entretanto, hoje ele anda fazendo a vontade do mundo, do diabo e da carne (Ef. 2.1-3). O mesmo pode-se dizer do mandato social. O homem foi criado para ser monogâmico, heterossexual e conhecer a sua esposa sexualmente somente no casamento. Seguindo o que ocorreu com os dois primeiros mandatos de Deus depois da Queda, o mandato social foi duramente atingido pelo pecado. O homem começou a casar-se com mais de uma mulher e a cometer adultério. O apóstolo Paulo condena essa atitude: “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não. Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne” (1Co 6.16).

Depois do pecado, o homem é escravo do pecado de tal forma que as suas paixões e desejos são contrários à vontade de Deus, pois são carnais (Gn 6.1-3). Longe de Deus e da sua vontade, o homem cada vez mais se afasta das verdades de Deus e se entrega aos desejos do seu coração.

Deus na sua sabedoria criou o casamento para ser fonte de procriação (Gn 1.28), de companheirismo (Gn 2.18) e de prazer (1Co 7.4-5), indicando desta maneira que o sexo não foi criado para ser fonte de prazer sem compromisso. No entanto, por causa do pecado, o homem tornou-se amante dos prazeres (2Tm 3.4), vivendo a vida para a sua própria satisfação. O descumprimento do mandato social e sua degeneração por causa do coração do homem têm levado à prática de toda sorte de imoralidades (adultério, homossexualismo e toda sorte de bestialidades).

Portanto, a culpa primária pela difusão e consumo da pornografia não é da televisão nem das revistas do gênero, mas de um coração morto nos seus delitos e pecados. “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mt 15.19). Claramente Deus afirma na sua Palavra que os que praticam tais coisas não herdarão o reino dos céus: “... prostituição, impureza, lascívia... a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” (Gl 5.19-21).

A pornografia utiliza a criação de Deus, que é o próprio ser humano, para se levantar contra Deus de tal forma que os seus membros são usados para a iniqüidade. A Bíblia, entretanto, nos convoca a oferecermos nossos membros ao serviço de Deus: “nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça” (Rm 6.13).

Como Evitar e Libertar-se da Pornografia?

Não precisaremos de argumentos sociais, médicos e psicológicos para justificar a necessidade de evitarmos e nos libertarmos da pornografia tais como AIDS, destruição familiar, vício, desvio financeiro para esse fim, a falta de segurança e higiene nos locais destinados a esse fim, entre muitos outros. Acreditamos que as razões bíblicas nos são suficientes para dizermos não, mesmo que tenhamos de lutar contra a nossa própria vontade e nosso próprio coração. “Aquele que quer vir após mim, a si mesmo se negue...” são as palavras de Cristo para a nossa reflexão.

Uma vez que entendemos que a nossa natureza pecaminosa nos impulsiona para o mal (Rm 3.10-12), temos que buscar meios pelos quais possamos não sucumbir às muitas tentações que nos sobrevirão, cientes de que “não nos vem tentação que não seja humana, mas Deus é fiel e não permitirá que sejamos tentados além das nossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação nos proverá também o livramento, de sorte que podemos suportar” (1Co 10.13); e ainda: “naquilo que ele mesmo (Cristo) sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hb 2.18).
Tais promessas de Deus são como lenitivo para a alma. Mesmo que o salário do pecado seja a morte, “o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23). Confiados nessas verdades ficamos fortalecidos para lutar contra as nossas concupiscências e fazer a vontade de Deus, pois “Ele é poderoso para nos guardar de tropeços e para nos apresentar com exultação, imaculados, diante da Sua glória” (Jd 24).
Gostaríamos, portanto, de oferecer aos nossos leitores algumas sugestões de como podemos evitar o mal que chamamos de pornografia:

1. Ter cuidado com o legalismo. Paulo escrevendo aos Colossenses diz que as doutrinas dos homens como: “não manuseies isso ou não toques naquilo... não terão valor nenhum contra a sensualidade” (Cl 2.21-23). A mera letra não nos fará fugir da tentação, se não for acompanhada de uma disposição muito forte do nosso coração de abandonarmos o prazer que a pornografia porventura nos proporcione.

2. Evitar lugares que inspirem sensualidade. Uma vez livres do legalismo, cada homem ou mulher deve conhecer suas limitações e jamais provar seus limites. Temos que deixar morrer a nossa natureza terrena (Cl 3.5-8). Aqui cabem as palavras do Salmo 1: “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”. Baseados nestas palavras sugerimos as seguintes atitudes:

a) Escolher bem as amizades. Evitar aqueles amigos que tentam nos desviar, não fazendo caso da Palavra de Deus.

b) Aconselhar-se com pessoas crentes e sábias, e não com os ímpios.
c) Elevar os nossos pensamentos a Deus. Meditar dia a dia na Sua Palavra (Salmo 1:2).

d) Fazer nosso culto particular a Deus e encher nossos pensamentos com coisas edificantes. Em Filipenses 4.8, Paulo nos ensina em que pensar: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso que ocupe o vosso pensamento”.

3. Uma mudança de hábitos. É necessário fugirmos da tentação, antes que ela bata à nossa porta. Adquirir os seguintes hábitos pode ser muito proveitoso na hora de evitar e libertar-se da pornografia:

a) Dormir cedo, evitando assim os programas televisivos noturnos, que, via de regra, possuem conteúdo sexual.

b) Ficar na Internet apenas o tempo necessário. Não ficar muito tempo sozinho diante do computador.

c) Ocupar o tempo livre (isso não inclui nossa devocional) com atividades esportivas e edificantes.

d) Evitar envolver-se em qualquer tipo de conversação torpe (Ef 5.3-7).

4. Muito importante é evitar radicalmente o acesso a revistas, vídeos, programas televisivos e sites pornográficos.

5. Estimular o culto doméstico. É sempre bom a família estar unida em torno da Palavra de Deus. Este hábito fortalece o cristão.
Poderíamos colocar aqui muitas outras formas para ajudar cada um a fugir da pornografia, mas o mais importante de tudo, muito além de se colocar regras e estabelecer limites, é deixar muito claro que a raiz do problema não é nenhum desses fatores externos, mas o próprio coração do homem que é depravado e descomprometido com Deus, o Criador de todas as coisas. O antídoto é a fé confiante no poder do evangelho de Cristo que pode e muda o nosso caráter, imprimindo em nós uma nova natureza, regenerada e capaz, pela graça de Deus, de dizer não ao pecado.

Ouçamos a voz de Deus, através das Sagradas Escrituras, e busquemos a santidade oferecida no sangue de seu Filho Jesus Cristo: “tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (1Co 7.1).

Conclusão

Ao final do nosso estudo, concluímos que a pornografia é um mal que deve ser enfrentado e combatido. Acreditamos que os pastores e as igrejas evangélicas no Brasil podem fazer algumas coisas, como por exemplo:

1. Ler os estudos e relatórios sobre os efeitos da pornografia feitos por comissões especializadas;

2. Pregar sobre o assunto e especialmente dar estudos para grupos de homens;

3. Desenvolver uma estratégia pastoral para ajudar os membros das igrejas que são adictos à pornografia;

4. Não esquecer que muitos pastores podem precisar eles mesmos de ajuda;

5. Criar comissões que se mobilizem ativamente contra a pornografia, utilizando-se dos dispositivos legais que o permitam (uma possibilidade é encorajar os políticos evangélicos a tomarem posições bem definidas contra a pornografia);

6. Desenvolver uma abordagem que trate da sexualidade de forma bíblica, positiva e criativa;

7. Tratar desses temas desde cedo com os adolescentes da igreja, expondo o ensino bíblico de forma positiva;

8. Orar especificamente pelo problema.

Não estamos pregando uma cruzada de moralização, embora evidentemente a igreja evangélica brasileira poderia tirar bastante proveito de uma. A pornografia é um mal de graves conseqüências espirituais e sociais embora não acreditemos que devamos fazer dela o inimigo público número um, como algumas organizações moralistas e fundamentalistas dos Estados Unidos. Afinal de contas, a raiz desse problema — e de outros — é o coração depravado e corrompido do homem que só pode ser mudado pelo Evangelho de Cristo. Hitler conseguiu em quatro anos banir da Alemanha todas as formas de pornografia e perversão e incutir na geração jovem de sua época a aspiração por altos valores morais e pela pureza da raça ariana. Os motivos eram errados e o projeto de Hitler acabou no desastre que conhecemos. Não acabaremos com a depravação moral somente com leis e discursos políticos. Jack Eckerd, um empresário milionário dono de um negócio que rendia mais de 2,5 milhões de dólares por ano, ao se converter a Cristo em 1986, determinou que todas as publicações pornográficas vendidas em suas 1.700 lojas fossem retiradas, mesmo que isso significasse a perda de alguns milhões de dólares anuais. Quando o coração é mudado as mudanças morais seguem atreladas.

Perguntas e Respostas Sobre Pornografia
Nesta seção de nosso Caderno procuramos responder às perguntas mais comuns sobre a pornografia.

1) O que é pornografia?
Resposta: É a representação da nudez e do comportamento sexual humano com o objetivo de produzir excitamento sexual. Esta representação é feita através de imagens animadas (filmes, vídeos, computador), fotografias, desenhos, textos escritos ou falados. A pornografia explora o sexo tratando os seres humanos como coisas e as mulheres, em particular, como objetos sexuais.

2) Quais os fatores que contribuíram para o crescimento vertiginoso da indústria da pornografia?
Resposta: São diversos: (1) a liberação sexual iniciada nos anos 60, trazendo libertinagem e permissividade; (2) a crescente exposição da mulher, desde o surgimento do biquíni; o advento da pílula anticoncepcional; o movimento feminista; (3) a ênfase das novas democracias em liberdade de expressão; (4) o surgimento da Internet e do vídeo-cassete. No Brasil, após a queda da ditadura, veio a liberdade de expressão e com ela a banalização da pornografia.

3) A cultura e o clima do Brasil, aliados ao temperamento do povo brasileiro, favorecem a pornografia?
Resposta: Provavelmente. Concordamos com a opinião do pastor batista Neander Kraul, publicado na revista Eclésia: “Em termos culturais, temos uma miscigenação muito grande. Além disso, vivemos num clima tropical, onde existe a tendência natural de querer expor o corpo. Mas, se no Brasil existe a exposição exacerbada do nu, e até o modo de falar sobre o tema ‘sexo’ é escrachado [sic], o mesmo problema existe na Europa, na Dinamarca, na Suécia, com outras características. É o mesmo pecado, só que com outros rótulos. Na sociedade americana, o problema da pornografia é tão grave quanto aqui. Mas aqui existe também um traço cultural: nós, latinos, temos facilidade para banalizar as coisas. O sexo se torna jocoso, e o esdrúxulo é bem aceito. Tudo é admissível. A sociedade banaliza a pornografia como mecanismo de validação para que ela mesma possa engolir tudo isso”.

4) Por que as igrejas não falam mais deste assunto, já que certamente existem muitos membros viciados em pornografia?
Resposta: Primeiro, porque é considerado como assunto melindroso de ser tratado em público; segundo, alguns líderes receiam despertar o interesse das pessoas pela pornografia se começarem a falar sobre ela; terceiro, pode ser que a própria liderança de algumas igrejas não se sinta autorizada a falar contra isto pelo fato de estarem, eles mesmos, lutando contra a adição à pornografia. Ao final, é dever da Igreja orientar seus membros quanto ao ensino bíblico da sexualidade. E neste mister terá de encarar a realidade da pornografia entre cristãos. Uma abordagem honesta, firme e bíblica instruirá a comunidade sem despertar curiosidades indevidas.

5) Músicas populares com letras explicitamente sexuais são também consideradas como pornografia?
Resposta: Sim. A letra destas músicas contém convites à relação sexual, expressa os desejos e taras sexuais dos autores, descreve as relações sexuais. É inimaginável que cristãos se divirtam ao som de músicas assim.

6) É lícito a casais cristãos usarem material erótico (como revistas e vídeos) em busca de maior enriquecimento das relações sexuais dentro do casamento?
Resposta: Não, pelas seguintes razões: (1) Produzirá uma comparação injusta do casal com os modelos que posam e encenam para material pornográfico; (2) Abrirá as portas para uma dependência da pornografia, pois aumentará a tolerância para com este tipo de material; (3) Acima de tudo, se constitui em violação do ensino do Senhor Jesus sobre a pureza das intenções no olhar para uma mulher (Mt 5.28), do ensino de Paulo sobre ocupar a mente com coisas aprovadas por Deus (Fp 4.8) e do décimo mandamento “não cobiçarás a mulher do teu próximo” (Ex 20.17). Em busca de maiores esclarecimentos e melhoria na vida sexual, casais cristãos podem utilizar livros sobre a sexualidade escritos da perspectiva bíblica, que ajudam a aprofundar a intimidade marital e melhorar a técnica sexual no casamento, sem incorrer em adultério e nos riscos envolvidos no uso de material pornográfico.

7) É errado fantasiar durante as relações maritais, trazendo à mente imagens de relações sexuais?
Resposta: Sim, conforme resposta dada à pergunta anterior. É uma violação de Mateus 5.28 e de Filipenses 4.8.

8) A pornografia vicia?
Resposta: A julgar pela quantidade de pessoas que consomem regularmente material pornográfico anos a fio e pela quantidade de cristãos que lutam durante muito tempo para se libertar do hábito de ver pornografia, respondemos que sim. Da mesma forma que fumantes estão conscientes dos males que o fumo causa à sua saúde, porém não conseguem renunciar ao prazer que fumar lhes traz, os adictos à pornografia, mesmo conscientes dos males que ela traz para sua alma e para sua família, não conseguem com facilidade renunciar ao seu prazer, ainda que pecaminoso. Adictos da pornografia precisam de ajuda para vencer o hábito.

9) Por que cristãos, que sabem que a pornografia é danosa e pecaminosa, se aventuram ainda a visitar sites pornográficos na Internet?
Resposta: Vários aspectos da pornografia pela Internet a tornam uma tentação ainda maior para os cristãos: ela é acessível, barata ou grátis, e seu consumo é absolutamente anônimo. Os cristãos não mais precisam sair de suas casas e enfrentar a vergonha de ir a uma banca de revista ou videoteca para adquirir pornografia – a mesma é abundantemente disponível em sua casa, sob todas as formas, num clique do computador. A razão primordial, porém, é a degradação do coração humano. Tal corrupção permanece no cristão e o inclina a todo mal. Conforme ensina o Senhor Jesus, “de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, … os adultérios … as malícias … a lascívia…” (Mc 7.22-23). Ensina ainda o apóstolo Paulo: “as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia…” (Gl 5.19).

10) O que caracteriza um cristão viciado em pornografia?
Resposta: A principal característica é o consumo regular de material pornográfico. A freqüência pode variar, desde diário até uma ou duas vezes ao mês. O que importa é que o cristão, apesar de sentir-se culpado, acaba sempre retornando para mais uma olhada. Não estamos dizendo que olhar uma vez por ano é permitido. Continua sendo pecaminoso da mesma forma, mas não caracteriza o vício.

11) Quando alguém viciado em pornografia deveria procurar ajuda pastoral?
Resposta: Tão logo perceba que realmente se tornou um hábito que não consegue vencer sozinho, ou no caso de casados, quando percebe que não consegue libertar-se somente com a ajuda do cônjuge. Muito embora alguém relute, envergonhado, em revelar seu problema secreto, é preferível sofrer esta humilhação do que mergulhar mais e mais neste vício danoso.

12) O consumo de pornografia é um problema que afeta somente os homens cristãos?
Resposta: Infelizmente, não. Mulheres cristãs também têm sido afetadas e se tornam consumidoras de pornografia. Há um número crescente de mulheres envolvidas, de acordo com estatísticas recentes. Antes, as mulheres eram mais viciadas em novelas e romances. Com o advento da Internet, são as principais freqüentadoras das salas de chat (bate-papo), onde tudo pode acontecer. Em tempos recentes, mais e mais mulheres – inclusive cristãs – têm se tornado consumidoras de pornografia pela Internet. Para alguns pesquisadores, as mudanças culturais pós-modernas têm engendrado mudanças na mente feminina, de forma neuroquímica e neuroanatômica, tornando-as mais propensas a consumir imagens e a ser mais agressivas.

13) Se uma pessoa casada está tendo problemas com pornografia, deveria confessar ao cônjuge?
Resposta: Sim. No processo de vencer este hábito pecaminoso é importante ter alguém – de preferência o cônjuge – a quem prestar contas dos seus atos e pedir orações e apoio. Além disto, consumir pornografia é pecado contra o cônjuge, pois se constitui em adultério. Biblicamente, deveríamos confessar ao cônjuge e pedir-lhe perdão, além de seu apoio e ajuda para vencer o hábito.

14) Todas a formas de nudez são pornográficas?
Resposta: Não necessariamente. Um dos ingredientes da pornografia é a intenção deliberada de provocar o despertamento sexual mediante a exposição do corpo humano. Existem obras de arte, chamadas de “nus”, cuja intenção não é esta, e que não provoca qualquer reação de caráter sexual nos observadores. Também, a nudez no ambiente do casamento certamente não pode ser considerada como pornográfica.

15) É lícito ao cristão ver imagens de nudez apenas para apreciá-las como arte?
Resposta: Devido ao fato que somos seres sexuados, é praticamente impossível se expor à nudez sem que haja despertamento sexual, fantasias, desejos, impulsos e intenções. Isto é agravado pela presença da natureza pecaminosa no cristão, tornando-se praticamente impossível para um homem apreciar a nudez feminina sem o despertamento da lascívia e intenções sexuais. Além disto, a indústria pornográfica produz imagens de mulheres e homens nus, não para serem apreciados como arte, mas para provocarem o excitamento sexual e a masturbação. Por fim, ao cobrir a nudez de Adão e Eva (Gn 3.21), Deus já indicou que a nudez deve ser velada e desfrutada apenas no ambiente de casamento.

16) Em muitas tribos indígenas é comum se ver homens e mulheres nus. A nudez e o conceito de pornografia não são, portanto, uma questão cultural?
Resposta: Sem dúvida há um aspecto cultural da nudez, mas a pornografia transcende aos limites culturais. A nudez em si, se não for comercializada ou usada para fins eróticos – que é o caso de uma tribo indígena – não é necessariamente pornográfica, muito embora reflita os efeitos do pecado na cultura. Deus, ao cobrir Adão e Eva após a Queda, nos deu um padrão a ser seguido quanto à exposição dos nossos órgãos sexuais. Desta forma, podemos considerar que a nudez entre índios é um aspecto da pecaminosidade da cultura diante dos padrões de Deus, mesmo atenuada por gerações e gerações mergulhadas na ignorância. A pornografia, por sua vez, é intencionalmente maliciosa e perversa, em qualquer cultura.

17) Por que Deus cobriu a nudez de Adão e Eva?
Resposta: De acordo com a Bíblia, o homem e a mulher viviam nus, ao serem criados, e não se envergonhavam (Gn 2.25). Um dos primeiros efeitos do pecado foi passarem a ter vergonha de si mesmos, o que os levou a se cobrirem com folhas (Gn 3.7). A nudez, antes inocente, agora estava marcada pelo estigma do pecado, como se ambos passassem a ter vergonha de expor seus órgãos genitais e sua intimidade diante um do outro e do próprio Deus (Gn 3.10). Caridosamente, Deus confirmou a necessidade do casal em encobrir a sua nudez, dando-lhes uma cobertura mais duradoura, de peles, antes de expulsá-los do jardim (Gn 3.21). Não sabemos ao certo porque o primeiro pecado trouxe a vergonha da nudez. Certamente não foi porque tal pecado residiu nas relações sexuais, conforme popularmente difundido. Provavelmente porque os órgãos genitais expressam a intimidade maior de uma pessoa. E agora que estavam manchados pelo pecado, Adão e Eva não desejavam ser vistos em sua intimidade.

18) A linguagem de textos bíblicos que falam das relações sexuais e do amor erótico pode ser considerada como pornográfica?
Resposta: Não, pois tratam da sexualidade e das relações sexuais no contexto do casamento, onde estas coisas podem ser expressas com gratidão a Deus.

19) A masturbação é errada?
Resposta: Este hábito está profundamente ligado à pornografia. A masturbação é errada porque envolve o uso de imagens mentais eróticas e fantasias sexuais, violando Mateus 5.28. Dificilmente alguém se masturbaria pensando nas cataratas do Niágara.

20) Já que a pornografia é legal no Brasil, por que um cristão, que também é cidadão brasileiro, não pode consumi-la?
Resposta: O motivo é que o cristão se rege primeiramente pela Palavra de Deus. Ainda que no Brasil seja legal a publicação, veiculação e consumo de material pornográfico, contudo as Escrituras condenam a prostituição, a perversão sexual, o adultério, a sodomia, o lesbianismo, e outras práticas sexuais que são objeto da pornografia.
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Nota sobre o autor: Augustus Nicodemus Lopes, doutor em Novo Testamento, é professor de Exegese do Sem. Presbit. José Manoel da Conceição, em São Paulo e Diretor do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper.