terça-feira, 24 de junho de 2014


Características de uma igreja contagiante. 2 TM 2:1-4.



O que torna um ministério tão atrativo e tão importante para nós a ponto de administrarmos nossa vida de modo a participar das programações, trazer nossas crianças e inclusive convidar outras pessoas?

A melhor palavra para descrever esse tipo de atração é contagiante, da raiz latina contagium, que o dicionário Aurélio define como: “transmissão de doença dum individuo a outro por contato imediato ou mediato”.  Quando uma igreja se encontra nessa categoria, as notícias se espalham rapidamente: as pessoas vêem o fervor do nosso entusiasmo e ouvem o regozijo em nossa voz. 

Não devemos olvidar dos quatro fundamentos bíblicos de uma igreja prescritos no livro de Atos: ensino, comunhão, partir do pão e oração (At 2:42).

1)    A ultima carta de um mentor a seu amigo.
·        Paulo e Timóteo eram como pai e filho, dois homens crescendo em intimidade ao longo de vários anos de ministério, amizade e aconselhamento. Como você se sentiria no lugar de um Timóteo, sabendo que o grande apostolo lhe escreveu sua ultima carta? Essa carta foi escrita na prisão de Roma. Paulo estava sozinho em um calabouço escuro nos subterrâneos de Roma.

2)    Qualidades de uma igreja contagiante.

2.1) Local de graça (2 Tm 2:1). O verbo fortifique-se fornece a primeira característica de uma igreja contagiante: é sempre necessário permanecer forte na graça. Paulo proclamava e promovia a graça: vivia de graça; sua mensagem era o evangelho da graça, FAVOR IMERECIDO (Rm 3:23-24; Ef. 2:8; Tito 3:4-7).

·        Essa é a primeira grande parte dá grande comissão de Cristo à igreja (cf. Mt 28:18-20). Imagine o impacto que nossas congregações teriam em nossas comunidades se cada cristão se dispusesse a compartilhar o evangelho da graça de Deus uma vez por semana com alguém que estivesse necessitado.

·        A igreja orientada pela graça é uma igreja viva, disposta a correr riscos, livre de julgamentos e cheia de esperança de realizar a obra de Deus... mas não se engane: não é uma igreja desprovida de santidade. Eis a grande diferença (2 Tm 4.1-2). Lembre-se das palavras de Paulo: “pregue, repreenda, exorte”. Infelizmente, em um numero alarmante de igrejas, hoje o povo de Deus está ouvindo o que deseja ouvir, e não o que precisa ouvir. 

2.2) Local de mentoria (Mt 28:19-20).A ordem para “fazer discípulos” tem duas partes. A primeira, “batizando-os”, presume compartilhar nossa fé com o ímpio. A segunda, “ensinando-os a obedecer” orienta-nos a compartilhar nossa vida de fé com os que creram em Jesus.
·        2 Timóteo 2:2: igrejas contagiantes orientam fielmente aqueles que estão trilhando a vida cristã. Essa diretriz é fornecida por meio do verbo “confie”, cujo termo original significa literalmente entregar “algo a alguém, como custódia”.
·        PAULO --- TIMÓTEO ---- HOMENS E MULHERES FIÉIS --- OUTROS.
·        O apostolo Paulo transmitiu a Timóteo seu coração, sua alma, suas verdades, suas confrontações, seus estímulos e suas asserções, enfim, sua vida. Timóteo era um recebedor, da mesma maneira que, em uma corrida de revezamento, o segundo corredor recebe o bastão do primeiro. Mais tarde, Timóteo também passaria o bastão a outros fieis, que, por sua vez, fariam o mesmo, um movimento que vem desde Jesus e seus apóstolos, incluindo Paulo.

·        Todo cristão precisa, de pelo mesmo, três pessoas na vida. Primeiro, alguém que lhe mentoreie; segundo, alguém com quem compartilhar as dificuldades; e terceiro, alguém a quem possa servir de mentor. Do contrário, não cresceremos. 

·        “precisamos de alguém que acredite em nós, permaneça ao nosso lado, oriente-nos e seja um modelo de Cristo para nós. Precisamos do estímulo, da sabedoria, do exemplo e do acompanhamento de outra pessoa. Precisamos de seus sorrisos, abraços, correções e lágrimas”. O dicionário define a palavra mentor como: “pessoa que serve a alguem de guia, de sábio e experiente conselheiro”. 

2.3) Local de sofrimento e comunhão (2 Tm 2:3).
·        A igreja, justamente o local em que deveria haver autenticidade, infelizmente é onde exibimos um sorriso falso no rosto, damos tapinhas nas costas e usamos de dissimulação para esconder o que temos no coração: o fato de que estamos verdadeiramente machucados. 

·        “suporte COMIGO os meus sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus”. Quando alguém se machuca, todos sofrem juntos. Ninguém sofre sozinho.

2.4) local de resistência abnegada (2 Tm 2:10). A idéia é permanecer firme sob a pressão das dificuldades e sofrimentos decorrentes da lealdade. Enfrentamos todos os transtornos juntos, sem reclamar e sem desistir. Líderes que não renunciam quando a situação se torna difícil. Mantemos nossa palavra e integridade; não servimos por interesse próprio.

CONCLUSÃO: GRAÇA, MENTORIA, COMUNHÃO, RESISTENCIA. SE NOSSAS IGREJAS ACRESCENTASSEM ESSAS CARACTERISTICAS AOS FUNDAMENTOS DE ATOS 2:42, NÃO HAVERIA ESPAÇO PARA RECEBER AS MULTIDÕES. NOSSAS REUNIÕES SERIAM INCRIVELMENTE DIFERENTES E MARAVILHOSASAMENTE ATRAENTES. EM UMA PALAVRA, CONTAGIANTE.

terça-feira, 17 de junho de 2014

O início da igreja primitiva: perseguição, comunhão e pecado (Atos 4.13, 5:1-10)



Introdução: O primeiro milagre na igreja primitiva e repercussão. (Atos 3 e 4). Nesta passagem vemos vividamente tanto o ataque inimigo como a defesa cristã. No ataque inimigo há duas características.

Primeiro, há  desprezo (Atos 4.13). O Sinédrio considerava Pedro e João homens iletrados e incultos. A palavra traduzida "iletrados" significa que não tinham nenhuma educação técnica, especialmente nas intrincadas normas e a casuística da Lei. A palavra que se traduz por "incultos" significa que eram leigos sem nenhuma qualificação profissional. O Sinédrio, tal como era, considerava-os homens sem educação superior e sem status profissional.

O segundo dos ataques consistiu em ameaças (Atos 4.18). Foi-lhes dito o que lhes aconteceria se continuassem no caminho que escolheram. Mas as ameaças do homem são impotentes para dobrar o cristão porque ele sabe que o que o homem lhe fizer será momentâneo, enquanto que as coisas de Deus duram para sempre.

Pedro e João, ao enfrentar estes ataques, tinham certos argumentos em sua defesaPrimeiro, contavam com um fato indisputável (Atos 4.16)


Era impossível negar que o homem ficou curado. A defesa e a maior prova incontrovertível do cristianismo é um cristão. Em última análise as palavras não importam muito. Só podemos comprovar o cristianismo apresentando aos que nos rodeiam evidências inegáveis do caráter cristão.

"o maior argumento do evangelho é um homem transformado, um coxo andando, um cego vendo, um bêbado sóbrio, um drogado cheio do Espírito, um blasfemo reverente, um avarento honesto. O ateu desafiou o crente acerca de sua fé. O crente respondeu: "Traga-me um homem que foi transformado pelo ateísmo e lhe apresentarei um séquito de ladrões, prostitutas e avarentos que foram transformados por Jesus".

 Segundo, tinham o argumento de uma fidelidade total a Deus (Atos 4.19-20). Tinham que escolher entre obedecer ao homem ou obedecer a Deus. Pedro e João não duvidavam do caminho que deviam seguir. O verdadeiro segredo do cristianismo descansa nesse grande tributo que recebeu uma vez John Knox: Temia tanto a Deus que nunca teve medo de enfrentar o homem". Quando o carrasco de Perpétua (uma jovem cristã martirizada em Cartago (século III) a estava intimidando na arena da morte, ela disse: "Viva, eu te vencerei; na minha morte, vencer-te-ei ainda mais". 

Uma vez o enviado papal ameaçou Martinho Lutero com o que aconteceria se continuava em seu caminho e o preveniu que no final todos os seus seguidores o abandonariam. "Para onde irão então?", perguntou-lhe. Lutero respondeu: "Então como agora estarei nas mãos de Deus". Para o cristão os que são por nós são sempre mais que os que são contra nós.

Mas o terceiro ponto de sua defesa era o mais grandioso. Era o argumento de uma experiência pessoal de Jesus Cristo (Atos 4.20). Como disseram Pedro e João, não podiam deixar de falar a respeito daquelas coisas que tinham visto e ouvido pessoalmente. Sua mensagem não era uma história que lhes tinha irradiado. Sabiam que era certo em forma direta; e estavam tão seguros disso que estavam dispostos a arriscar a vida.

Uma igreja que ora (Atos 4:23-31) 


 Primeiro, Ele é o Deus da criação (v.24); Segundo, ele é o Deus da revelação, que falou por intermédio do Espírito Santo por boca de ...Davi, e que no Salmo 2 tinha predito a oposição do mundo ao seu Cristo, com os gentios enfurecidos, povos imaginando coisas vãs, reis se levantando e autoridades ajuntando-se contra o Ungido do Senhor (vs. 25-26); Terceiro: Ele é o Deus da história, que fez com que até os seus inimigos (Herodes e Pilatos, os gentios e judeus, unidos numa mesma conspiração contra Jesus, v.27) fizessem tudo o que a mão e o propósito de Deus predeterminaram.  Vemos, tres verbos: "fizeste"(v.24), "disseste" (v.25) e "predeterminaste" (v.28).

A igreja fez tres pedidos principais: O primeiro era que OLHASSE PARA SUAS AMEAÇAS (v.29 a). O segundo pedido era que Deus os capacitasse a serem seus servos (literalmente "escravos") para falar da sua Palavra com toda a intrepidez (v.29 b). A terceira petição era para que Deus lhes estendesse a mão para fazer curas, sinais e prodígios, por intermédio do nome... Jesus (v.30, Atos 5.12).

Em resposta a essa oração sincera e unânime: 1) tremeu o lugar e, segundo comentou Crisóstomo "aquilo os tornou mais inabaláveis"; 2) todos ficaram cheios do Espírito Santo; e 3) em resposta aos seu pedido especifico  (v.29), anunciavam a palavra de Deus, com intrepidez (v.31). 

1)    Uma comunidade que amava (Atos 4:32-36) e Barnabé.
Ø 1) Eles tinham tudo em comum (v.32); ninguém considerava  suas as propriedades; 2) uma decisão radical: “porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes, e depositavam aos pés dos apóstolos, para que pudessem distribuí-los (VS. 34b-35); 3) a atitude radical e a ação prática baseavam-se no principio de que a distribuição seria proporcional à necessidade real “conforme alguém tinha necessidade” e Lucas declara a consequência da distribuição criteriosa de ajuda: nenhum necessitado havia entre eles (v.34ª).

1.1)         Barnabé – um exemplo.
·        Quem era Barnabé? Barnabé (filho da consolação) era cognome dado pelos apóstolos a José, levita, levita natural de Chipre (At 4:36), devido a sua prontidão em ajudar. Filho da consolação. Encorajador. Companheiro. Parceiro. Que está ao lado.  O que ele fez? : o espírito coletivo dos primeiros cristãos que ninguém considerava seu, tudo era compartilhado com os mais necessitados. Barnabé vendeu um campo e colocou aos pés dos apóstolos. Generosidade É a capacidade de voluntariamente querer ter menos.

2)    Ananias e Safira.
·        A história da mentira e morte desse casal é importante por vários motivos. Ela ilustra a honestidade de Lucas como historiador; ele não omitiu este sórdido episódio. Nem tudo era romântico e justo!

“Uma vez um pintor da corte pintou o retrato de Oliver Cromwell. Cromwell tinha a cara desfigurada por verrugas. O pintor, pensando agradar o grande homem, omitiu as verrugas. Quando Cromwell viu o retrato disse: "Leva-o, e me pinte com verrugas e tudo"

·        Esta história é mais um exemplo da estratégia de Satanás. Esse relato é um paralelo entre Ananias e Acã – aquele que roubou dinheiro e roupas após a destruição de Jericó (Js 7: 20-22).  O PECADO DE ANANIAS. Ananias reteve parte do dinheiro, o verbo empregado por Lucas é “apropriar-se indevidamente”. A mesma palavra usada na Septuaginta em relação ao roubo de Acã, esse verbo significa roubar.

·        Antes da venda, Ananias e Safira, assumiram algum tipo de compromisso no sentido de darem à igreja todo o dinheiro. HIPOCRISIA. 


A apóstolo não denunciou a falta de honestidade mas a falta de integridade (trazer apenas uma parte, fingido que era todo o dinheiro). Eles não eram avarentos; eram ladrões e sobretudo – mentirosos. Querem o crédito e o prestigio sacrificial, sem incoveniências. “A motivação do casal, não era aliviar os pobres, mas inflar o próprio ego” (Atos 5:3-11).

Conclusão: lições.

·        Em primeiro lugar, a gravidade do pecado de Ananias e Safira. A mentira deles não foi dirigida ao Espírito Santo, isto é, a Deus. E Deus odeia a hipocrisia. Mas Ananias e Safira também pecaram contra a igreja (v.11). A falsidade acaba com a comunhão.

·        Em segundo lugar, a importância da consciência humana. Lucas registra a afirmação de Paulo perante Festo de que ele sempre procurou manter sua “consciência” pura diante de Deus e dos homens (Atos 24.16). Parece ser isto o que João quis dizer com “andar na luz”. É ter uma vida transparente diante de Deus, sem engano ou evasivas, cuja consequência é termos “comunhão uns com os outros”.  “Viver numa casa sem telhados, ou seja, de não permitir que nada se ponha entre eles e Deus ou entres eles e outras pessoas. Essa abertura que Ananias e Safira não conseguiram manter”.

·        Em terceiro lugar, esse incidente nos ensina que é necessário haver disciplina na igreja. Nessa área,  a igreja tem oscilado entre a severidade extrema (disciplinando membros pelas ofensas mais triviais) e a permissividade extrema (não exercendo nenhuma disciplina, mesmo em casos de ofensas sérias).