terça-feira, 26 de maio de 2015

Antioquia, onde o cristianismo mudou de rumo. At 13:1-3.



Introdução: o que é a igreja?

·        Formada por gente limitada e imperfeita, a igreja é, em sua própria essência, um espaço muito propicio para decepções. Especialmente quando nos aproximamos dela com grandes expectativas. Comunidades cristãs não são lugares de pessoas resolvidas e acabadas, mas de gente que reconhece sua impotência e, por isso, entrega-se à graça de Deus. A Igreja torna-se então um ajuntamento de agraciados, mas que continuam lutando com suas imperfeições. São homens e mulheres “em obras” (1 Co 6:9-11).

·        Ou seja, assim foram alguns de vocês. Alguns daqueles que estão assentados nos bancos da igreja de Corinto são ex-perversos, ex-imorais, x-idólatras, ex-caluniadores, e ex-trapaceiros. Você já imaginou estar sentado aos domingos no meio de uma turma com este currículo? Três noticias: 1)  quando assentados num dos bancos de uma igreja, encontra-se sim sentado no meio de um bando de ex-perverso, ex-imorais, ex-idolatras, ex-homossexuais, ex-ladrões, ex-avarentos, ex-alcoolatras, ex-caluniadores, ex-trapaceiros; 2)  eu e vocês, somos um deles. Nós não gostamos de sermos confrontados pelo nosso passado, mas cada um de nós, em sua própria fraqueza, carrega uma destas marcas; 3)  alguns de nós que estamos sentados domingos após domingo nos bancos de nossas igrejas não são tão “ex” como deveriam ou como parecem ser. Outros, até são, mas vivem tendo recaídas.

·        Deus transforma a igreja numa comunidade de gente que traz profundas marcas em seu passado (1 Co 1:26-31), grandes lutas no presente e a esperança de redenção de suas vidas e histórias no futuro. No entanto, esta esperança não faz deles gente acabada, mas ainda em obras. Quem foi Abraão? Quem foi Jacó? E os discípulos de Jesus: Mateus, Simão o zelote, Pedro? Gente limitada, imperfeita e falha. Por isso, ao lermos a história de suas vidas, o que nos salta aos olhos não é: quão virtuoso ele eram. Mas, quão gracioso Deus foi para com eles.

·        No entanto, Fomos lavados. O verbo era usado para se referir ao ato de pegar determinados utensílios, objetos ou roupas, para lavá-los com água corrente. Esse verbo tem o prefixo que indica “lavar completamente” (Ap 7:9,13-14). Fomos santificados. No Antigo Testamento os utensílios do Templo eram santificados para Deus. As peças eram separadas para o uso exclusivo de Deus. Assim, também em relação a sua igreja. O que faz das pessoas especiais não é sua essência, mas o fato de estarem engajadas neste processo. Fomos Justificados. Tem sua origem no mundo jurídico. Quando alguém cometia um deslize contrariando a lei, passava a ter uma pendência para com a justiça. Jesus levou a nossa dívida no calvário (Rm 8:1).

·        William Temple: “A igreja é a única sociedade cooperativa no mundo, que existe em beneficio dos que não são membros”. Dietrich Bonhoeffer: “a igreja só é igreja quando o é para os de fora”. Ou seja, estes homens estão apontando para o fato de que a igreja é, essencialmente, uma comunidade de discípulos de Jesus em missão no mundo.

1)    Um exemplo bíblico de tensão: Atos dos Apóstolos.
·        Um bom exemplo bíblico de tensão podemos encontrá-lo no livro de Atos dos Apóstolos (At 1:8). Duas coisas: 1) Avançar na direção daqueles que ainda não ouviram, não compreenderam ou não acolheram o evangelho de Deus, rompendo barreiras geográficas, socioeconômicas, étnicas e culturais; 2) seria uma comunidade capacitada e orientada pelo Espírito Santo de Deus. 



1)    A Igreja de Jerusalém (Atos 4.32,33).

·         A comunidade dos discípulos de Cristo tem sua primeira reunião com a conversão de 3 mil pessoas. Por toda a cidade a noticia se espalha e vidas vão sendo, dia após dia, agregadas ao movimento cristão. Entretanto, gradativamente, aquela igreja passa a abraçar uma agenda muito mais atrelada à visão de seus membros e associados do que à do Espírito Santo (At 10:27; At 11:20-23). 


1.1)         A Igreja de Antioquia (At 13:1-3).

“Capital da província da Síria, com uma população em torno de 500 mil pessoas. Riquíssima, cosmopolita, medianamente dissoluta como a maioria das cidades gregas, era um desses lugares de encontro, de misturas e de sincretismo, como havia tantos no Oriente”.

·        A igreja de Antioquia representa a resposta de Deus aos cristãos de Jerusalém que tentavam transformar a comunidade dos discípulos de Jesus em um espaço para seu próprio bem-estar e subjugado pelas suas preferências pessoais (v.1).

·        Foi em Antioquia que pela primeira vez se usou o nome de cristãos. Perguntavam: como se havia de designar aquela gente que aumentava em numero e que dava que falar? Judeus? Nem todos o são, antes parecem ser de uma espécie particular. Reclamam para si o Chestos? Sejam então cristãos!

·        Barnabé (“encorajador” ou “consolador”) era originário de Chipre, ilha na parte leste do Mar Mediterrâneo. Segundo Atos 4:36, ele era um levita, grupo judaico responsável pelo cuidado com o templo e com os ritos que nele aconteciam. Simeão, apesar do nome hebreu, era conhecido pelo apelido “Níger”, o que significa que era de raça negra e proveniente da África (Lc 23.26), foi ele quem ajudou Jesus a carregar a cruz. Lúcio de Cirene, era do norte da África. Manaém, era irmão de leite de criação com Herodes Antipas, filho de Herodes o Grande.  Saulo era um judeu formado numa das escolas mais conservadoras e radicais da época, era fariseu.    Neste pequeno grupo está exemplificada a influência unificadora do cristianismo. Homens de muitas terras e de distintos passados tinham descoberto o segredo de estar juntos devido a que tinham descoberto o segredo de Cristo.

1.2.1) Unidade de propósito.



·        “Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo”. A unidade entre os homens que formavam a liderança da igreja de Antioquia era nutrida e fortalecida porque constantemente estavam juntos adorando a Deus e individualmente dedicando-se ao mesmo Senhor.

·        “Disse o Espirito Santo: Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado”. Diferentemente da Igreja de Jerusalém, que tenta fazer de suas vontades e preferencias a pauta da agenda da missão de Deus no mundo, a igreja de Antioquia demonstra:

·        1) grande atenção ao mover de Deus;

·        2) prontidão em submeter-se ao mesmo. Deus queria que, a partir de Antioquia, muitas outras igrejas fossem plantadas e muita gente tivesse a oportunidade de ouvir, compreender e render-se ao Evangelho.

Conclusão: Desejamos realmente ser igreja? Desejamos ser capacitados e orientados pelo Espírito? Ouve a voz do Espírito Santo?


sábado, 23 de maio de 2015

Testemunhas de Jeová.( 1 João 2:19: “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos”). 


O que eles dizem: “ (...) as Testemunhas de Jeová não são uma ramificação de alguma igreja, mas entre elas há pessoas procedentes de todas as rodas da vida e de muitas formações religiosas. Não consideram nenhum humano como seu líder, mas unicamente Jesus Cristo”.

Analisando a frase: 1) Afirmam que “não são uma ramificação de alguma igreja (1 jo 2:19). O fundador Charlez Taze Russel foi da igreja Prebisteriana e da Congregacional; o segundo líder, Rutherford, foi da igreja Batista; o terceiro, Knorr, foi da igreja Reformada; o quarto, Franz da igreja Presbiteriana. Ora saíram do nosso meio, e o que é mais grave: são apostatas, pois repudiaram a verdadeira fé, que inclui a crença na doutrina trinitária, na divindade de Jesus e do Espírito Santo.
 2) Os Testemunhas de Jeová afirmam que “não consideram nenhum humano como seu líder mas unicamente Jesus Cristo”.  Eles são governados mundialmente  por um grupo de quase dez homens, conhecidos como “corpo governante” , que é porta-voz do “escravo fiel e discreto” (os 144 mil) e o “canal de comunicação de Jeová”.  Afirmam: a menos que estejamos em contato com este canal de comunicação usado por Deus, não avançaremos na estrada da vida, não importa quanto leiamos a Biblia (Sentinela 01/08/1982).

·        Quando a vida de alguém entra em jogo e quem dá as cartas é o corpo governante (e até mesmo acima da Bíblia) muitos morreram por recusar transfusão de sangue; e no passado a liderança já proibiu vacinas (1931 – 1952) e transplantes de órgãos (1968 -1980). Se seguissem somente Jesus, não poriam a própria vida e a de entes queridos em risco.

1)    Os fundadores.

            )Charles Russel( 1852 -1916)  Em 1874 ele profetizou a vinda visível de Jesus para o ano de 1914, as instituições políticas e religiosas seriam destruídas, os judeus seriam repatriados e Jeová e Jesus implantariam a era do julgamento final ou milênio. Contudo, 1914 chegou e passou! A profecia não se cumpriu. Em vez de reconhecer seu erro, Russel remarcou a data para 1918.


            Joseph Franklin Rutherford (1869 – 1942). Ele profetizou, em 1920, que os patriarcas hebreus Abraão, Isaque e Jacó e outros fieis do antigo testamento seriam ressuscitados em 1925 para governarem a terra na qualidade de “príncipes”. O ano de 1925 veio e passou sem que os “príncipes” ressuscitassem, e os “milhões” que então viviam e que jamais morreriam jazem no tumulo. Antes de sua morte, em 1942, ele havia remarcado o Armagedom para 1941. Outro fracasso.        Foi dele a iniciativa de proibir a comemoração de aniversários natalícios, do Natal, a participação no serviço militar e o uso de vacinas, em 1931, todos vistos como atos de rebeldia contra Deus. Destacou-se também que Jesus Cristo não morrera numa cruz, mas numa estaca de tortura. 


             Nathan Homer Knorr(1905 -1977). No campo da literatura, criou-se a tradução do Novo Mundo. Foram proibidos as transfusões de sangue, em 1945, e o uso do tabaco, em 1973. Em 1952, foi revogada a proibição das vacinas; mas em 1967 os transplantes de órgãos foram proibidos. Nathan também navegou e afundou nas águas das profecias. Dessa vez, o Armagedom e o inicio do reinado de Cristo foram agendados para 1975.


Conclusão
Doutrinas principais. Jeová não é onipotente nem onisciente. A Trindade é uma invenção de Satanás; Jesus foi criado por Jeová, portanto não é eterno, ele é um deus, assim como Satanás é um deus; o Espírito Santo é uma força ativa de Jeová, uma força impessoal; A organização de Jeová é a única religião verdadeira, a restauração do Cristianismo primitivo; Crêem na ressurreição espiritual para quem é da classe dos 144 mil e na ressurreição física em outro corpo para os que viverão para sempre na terra. Para o céu irão 144 mil pessoas, que, assim como Jesus, terão o poder de purificar do pecado e da imperfeição as pessoas que viverão para sempre no paraíso na terra.



 Testemunha de Jeová – Deturpando a Palavra de Deus. 2 Tm 3:15.


·        Baseando-se em Mt 24:45-47, os testemunhas de Jeová ensinam que Jesus profetizou a existência de uma classe chamada “escravo fiel e discreto”. Essa classe teria como porta-voz um colegiado conhecido como Corpo Governante, que se encontra na sede mundial da organização, No Brooklyn, Nova York, EUA. Composto por nove homens, a tarefa desse grupo é interpretar a Bíblia para os testemunhas de Jeová, os quais não podem contrariar suas interpretações. “a menos que estejamos em contato com esse canal de comunicação usado por Deus, não avançaremos na estrada da vida, não importa quanto leiamos a Bíblia”.

·        As Testemunhas de Jeová são levados a crer que não existe vida fora da religião. Abandona-la é abandonar o próprio Jeová. A conseqüência disso é imediata: fora da organização, não há salvação. “Não há outro lugar onde se possa obter o favor divino e a vida eterna” (A sentinela 15/11/1992).

1)    Fabricando testemunha de Jeová.

·        O que faz de alguém um testemunha de Jeová não é realmente a leitura da Bíblia, mas é o estudo da literatura produzida pelo Corpo Governante. Essas publicações – A Sentinela, Despertai!, Raciocínios à base das Escrituras etc – são vistas como o “alimento espiritual”.

·        Tudo começa quando a pessoa se torna um “estudante” (pessoa que recebe um estudo domiciliar da seita). Em seguida, a pessoa será incentivada a freqüentar uma das seguintes reuniões semanais: 1) reunião publica. Consiste num sermão. 2) Estudo da Revista A Sentinela; 3) Estudo Bíblico de Congregação. Estuda-se uma publicação por meio de perguntas e respostas; 4) Escola do Ministério Teocrático. Voltado especialmente para os “publicadores” ( que trabalha de casa em casa); 5) Reunião do Serviço. Estuda-se o periódico Nosso Ministério do reino.

·        A liderança alerta os adeptos de não lerem a Bíblia em particular, pois isso pode conduzi-los a algo muito “estranho”. “Dizem que basta ler exclusivamente a Bíblia, quer em particular, quer em pequenos grupos em casa. Mas, o que é estranho é que por meio de tal “leitura bíblica” voltaram novamente para trás, para as doutrinas apostatas” (A Sentinela 01/06/1982). Ou seja, se alguém deixar do alimento espiritual do “escravo fiel e discreto” e passa a ler somente a Bíblia, deixa de crer no corpo doutrinário da seita.

2)    A suficiência das Escrituras.

·        “as escrituras tem suficiente autoridade por si mesma. E nestas Escrituras Sagradas a igreja universal de Cristo tem uma completa exposição de tudo o que se refere à fé salvadora e ao padrão de uma vida aceitável a Deus” (2 Tm 3:15-17). Portanto, “as Escrituras Sagradas do Antigo e do Novo Testamento são a Palavra de Deus, a única regra de fé e prática”.

CONCLUSÃO: Textos mal interpretados. Lc 23:26: “..puseram Jesus numa estaca”. João 1:1: “No principio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus e a Palavra era (um) deus. João 8:58: “Digo-vos em toda a verdade:Antes de Abraão vir a existência, eu tenho sido”. A expressão ego eimi utilizada por Jesus, equivale a mesma expressão empregada pelo Todo- poderoso no Antigo Testamento (Ex 3:14), ou seja, Jesus estaria afirmando sua divindade, ao identificar-se com o “Eu sou” do Antigo Testamento.


terça-feira, 19 de maio de 2015

Discípulo ou cristão? Atos 11.26


Introdução:

·        No Novo Testamento, os seguidores de Jesus Cristo são chamados de “cristãos” apenas três vezes. A ocorrência mais significativa é aquela encontrada em Atos 11.26 que se deu  em Antioquia da Síria, depois temos em Atos 26.28 e, 1 Pedro 4.15-16. Ambas as palavras “cristão e discípulo” implicam relacionamento com Jesus. Porém, “discípulo” talvez seja mais forte, pois inevitavelmente implica em relacionamento entre aluno e professor (Lc 6.46, Mt 7.21).

·        Os discípulos de Jesus estiveram com ele dia e noite por três anos. Escutavam seus sermões e memorizavam seus ensinamentos. Viram-no viver a vida que ele ensinava. Então, após a sua ascensão, confiaram as palavras de Cristo a outros e encorajaram-nos a adotar o seu estilo de vida e a obedecer o seu ensino. PORTANTO, discípulo é aluno que aprende as palavras com a finalidade de ensinar os outros (II Tm 2:1-2). 



“O discipulado cristão é um relacionamento de mestre e aluno baseado no modelo de Cristo e seus discípulos, no qual o mestre produz tão bem no aluno a plenitude da vida que tem em Cristo que o aluno é capaz de treinar outros para que ensinem outros”.

·        Um estudo cuidadoso do ensino e da vida de Cristo revela que o discipulado possui dois componentes essenciais: a morte de si mesmo e a multiplicação.

1)    Morrer para si mesmo. 



·        O chamado de Cristo para o discipulado é um chamado para a morte de si mesmo (Lc 9.23,24; II Co 5.17). Seu chamado a Pedro e André (Mt 4.18-19) e Tiago e João (Mt 4.2) foi uma ordem. “SIGA-ME” sempre tem sido uma ordem, nunca um convite (Jo 1.43).

·        JESUS NUNCA IMPLOROU QUE ALGUÉM O SEGUISSE. Ele confrontou a mulher no poço, com seu adultério; Nicodemus, com seu orgulho intelecutal; os fariseus com sua justiça própria; quando o jovem rico recusou a vender tudo o que possuía para segui-lo (Mt 19.21) Jesus não foi correndo atrás dele tentando conseguir um acordo. NINGUÉM  PODE INTERPRETAR “arrependam-se, pois o reino dos céus está próximo” (Mt 4.17) como uma SÚPLICA.

·        Assim, quando é que vocês se torna um discípulo de Cristo? Quando vai à frente em resposta a um apelo? Quando se ajoelha diante do altar? Quando chora sinceramente? Nem sempre. Os primeiros seguidores de Cristo tornaram-se discípulos quando lhe obedeceram. O cristianismo sem obediência é apenas uma religião, como qualquer outra. É um cristianismo sem Cristo!

·        Morrer para Cristo é como se tivéssemos sofrido um acidente de carro numa rodovia. Seu carro bateu de frente com um caminhão e você, morreu. Não há mais vida, esperança. Quando todo mundo pensa que você morreu, Jesus então lhe diz: “Meu filho, você está morto. Sua vida sobre a terra acabou, mas eu soprarei um fôlego de nova vida em você se prometer fazer qualquer coisa que eu pedir e ir a qualquer lugar que eu mandar”. Desse momento em diante, toda sua vida pertence totalmente, exclusivamente a Jesus (Gl 2.20).

2)    Multiplicação. 


·        Cristo ordenou que seus discípulos reproduzissem em outros a plenitude de vida que encontraram nele (João 15,2 e 8). Um discípulo maduro tem de ensinar outros cristãos como viver uma vida que agrade a Deus, equipando-os a treinar outros para que ensinem outros.  JESUS TREINOU pessoalmente um pequeno grupo de homens e equipou-os para que treinassem outros que pudessem ensinar outros (Mt 28.19).

·        O discipulado não pode ser separado da paternidade responsável. O pai espiritual, como o pai biológico, é responsável perante Deus pelo cuidado e pela alimentação do seu filho (1 Co 4.15; 1 Ts 2.11,12). Paulo chamou os gálatas “meus filhos” a Timóteo “verdadeiro filho na fé” (1 Tm 1.2). Ele rogou em favor de Onésimo, “meu filho, que gerei enquanto estava preso” (Fm 10).

·        O discipulador sabe que a responsabilidade continua até que seu discípulo chegue à maturidade espiritual, à capacidade de reproduzir. Ele investe grande parte do tempo no seu discípulo, dando toda atenção às suas necessidades. Paulo nos ensina (Tm 2.2) que a relação do discipulador com o seu discípulo estende-se por quatro gerações: Aqui, Paulo (primeira geração) instrui seu filho espiritual; Timóteo (segunda geração) a ensinar o que tinha aprendido a homens fiéis (terceira geração), os quais, por sua vez, ensinariam outros (quarta geração).

Quatro Gerações 

Paulo —>   Timóteo —>   Homens fiéis—>Outros
CONCLUSÃO: Há dois mil anos, Jesus dirigiu-se a uma grande multidão e declarou: “E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo” (Lc 14.27). Jesus limitou as opções de cada ouvinte a apenas duas. Se a resposta do homem for incredulidade, ele desobedece e morre, é inimigo da cruz (Mt 12.30). Se responder pela fé, ele obedece e torna-se discípulo: morre para si mesmo e reproduz. Para Jesus, não há alternativas.


terça-feira, 12 de maio de 2015

Quando Deus não recebe nossa adoração. Ml 1:6-14.


Introdução.

Esses versículos do Profeta Malaquias falam dos pecados dos sacerdotes que eram responsáveis pela condução moral e espiritual da nação. Eram líderes decadentes, quer do ponto de vista moral, quer do ponto de vista espiritual. UM DOS MAIORES PERIGOS PARA O POVO DE DEUS,  AINDA HOJE, É O DE UMA LIDERANÇA RELAXADA, LIDERES ACOMODADOS, SEM VISÃO ALGUMA.

1)    Quando Deus não é honrado.
“O filho honra ao pai, e o servo ao seu amo”. Aqui, Deus levanta duas questões. Ele é Pai e Senhor. Onde estão a honra e o temor que lhe são devidos pelo filho e servo Israel?

“Se eu, pois, sou o pai, onde está a minha honra?” O hebraico nos traz KÂBHÔDH, que é traduzido por GLÓRIA. Veja a história da arca tomada pelos filisteus (1 Sm 4.21) que o filho de Finéias recebeu o nome de ICABÔDE que significa “foi-se a glória”. KÂBHÔDH, literalmente, tem o sentido de “dar peso”, “mostrar atenção”, “considerar como importante” (Ex 20.12; Dt 5.16). O Senhor esperava que o seu povo o considerasse como importante, que lhe desse atenção. No entanto, ele é um pai desprezado (Ex 4.22; Dt 32.6).

1.1)         Cinismo da liderança.

“Em que temos nós desprezado o teu nome?”. É uma pergunta que equivale a “Não, nós não temos desprezado o teu nome. Tu estás exagerando!”. Então vejamos:

·        “ofereceis sobre o meu altar pão profano, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que pensais, que a mesa do Senhor é desprezível”. O desprezo ao nome de Deus é mostrado pelo oferecimento de pão profano, ou “alimentos impuros”, ou “sacrifícios impuros”. Os sacerdotes pensavam que a mesa do Senhor era “desprezível”. A palavra hebraica traduzida por “desprezível” é a mesma encontrada em Daniel 11.21 e ali é traduzida por “vil”, numa referencia a Antíoco Epifânio, um rei Sírio que sacrificou um porco dentro do templo de Jerusalém. Era um conceito muito baixo de Deus que os sacerdotes estavam fazendo.

·        A impureza ou o caráter profano da oferta fica patente nos versículos 8,13 e 14. “Cego, coxo, doente e roubado” são os adjetivos empregados para mostrar o que estava sendo dado ao Senhor. Esclareça-se que “roubado” o hebraico traz Gazûl, que significa “dilacerado pela fera” que provavelmente o roubara do rebanho. O que estava sendo oferecido a Deus era a carniça! A que ponte descera o povo! E como os sacerdotes compactuavam com isso, aceitando oferecer tais coisas ao Senhor! (Lv 22.18-22).

“Com muita freqüência, os cristãos acham que podem ofertar qualquer coisa a Deus. Contanto que alguém ou alguma atividade seja dedicada a Deus, mesmo sem entusiasmo, imaginam que Deus ficará contente.  Temos dado o melhor para Deus, ou, como os judeus, temos dado o resto? Tem ele o melhor das nossas emoções, o melhor do nosso tempo, o melhor dos nossos bens? Ou cuidamos da nossa vida e lhe damos o restolho?”.

·        Aborrecido, Deus lhes diz que ofereçam animal doente ao governador (v.9). Era também costume presentear autoridades com animais e cereais. E pergunta: “terá ele agrado em ti? Ou aceitará ele a tua pessoa”? A resposta a ambas as perguntas é um sonoro não.

·        O versículo 9, NOS ENSINA que Deus não aceita nada menos do que o melhor. Ele não precisa de restos, ou seja, “vocês me dão o que não presta e querem receber a benção por isso? Supliquem para ver se eu dou!

·        No versículo 10, Deus prefere o ter o seu templo fechado a receber nele um culto hipócrita! Deus não precisa do nosso culto. Quando nós o cultuamos, não o tornamos melhor porque ele não tem como melhorar. JÁ É TOTALMENTE BOM. Se o deixarmos de cultuar, não o fazemos piorar. Simplesmente porque ele nunca pode deixar de ser totalmente bom. Nós é que precisamos cultuá-lo!

·        “...eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão” (Is 1.13). Mais do que ofertas, mais do que culto, Deus espera obediência do seu povo (1 Sm 15.22). Obedecer é mais valioso do que cultuar.


Conclusão:  O adorador de Malaquias estava prometendo um macho e oferecendo ao Senhor um animal imprestável. A expressão com mácula indica doente ou defeituoso, aquele que o dono do rebanho sabe que vai perder logo e no qual não vale a pena investir. E, “quando fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. O que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votares e não pagares (Ec 5.4-5). 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Paulo discorda de Pedro em Antioquia. Gálatas  2:11-16.



Ø Este é sem dúvida um dos episódios mais tensos e dramáticos do Novo Testamento. Temos aqui dois lideres  apostólicos de Jesus Cristo, face a face em um conflito total e franco.  Tanto Paulo como Pedro eram cristãos, homens de Deus; ambos eram apóstolos de Jesus Cristo; ambos eram respeitados nas igrejas por sua liderança; ambos haviam  sido poderosamente usados por Deus. Na verdade o livro de Atos está virtualmente dividido no meio pelos dois, a primeira parte contando a história de Pedro e a segunda parte, a história de Paulo.
Ø  
1)    A conduta de Pedro (VS. 11-13).

ü Quando Pedro chegou a Antioquia, ele comia com os cristãos gentios. Na verdade, o tempo imperfeito de verbo indica que este era o seu comportamento regular. “Pedro tinha o hábito de se sentar à mesa com os gentios”.  Então, um dia, chegou a Antioquia um grupo de Jerusalém. Eram todos crentes cristãos professos, mas eram de origem judaica, escrupulosos fariseus (At 15:5) e vinham “da parte de Tiago”, sem a sua autoridade (At 15:24). E diziam, que era impróprio sentar junto para cear. 



1.1)                    Por que ele o fez? Lembremos que havia pouco tempo (At 10:9-16), Pedro recebera uma revelação direta e especial de Deus exatamente sobre esse assunto. “Pedro estava mais desejoso de agradar do que edificar, e visava mais ao que gratificaria os judeus do que ao que seria conveniente a todo o corpo de Cristo”. (Calvino). V. 13: “dissimulação” é “hipocrisia” , que significa “fazer fita”. Eles fingiram. O mesmo Pedro que negou o seu Senhor com medo de uma criada, negou-o agora com medo do partido da circuncisão. 



2)    A conduta de Paulo (VS. 14-16). 


ü O versículo 11 diz que Paulo “resistiu” ou “enfrentou” a Pedro “face a face”  A razão da atitude drástica de Paulo foi que Pedro “se tornara repreensível”. Isto é, “ele estava inteiramente errado”. Além disso, Paulo repreendeu Pedro “na presença de todos” (v. 14), franca e publicamente.

2.1) Por que ele o fez? Por que Paulo se atreveu a contradizer um companheiro  seu, apostolo de Jesus Cristo, e isto publicamente? Sempre por causa do seu temperamento? Seria ele um exibicionista? Será que considerava Pedro como um perigoso rival? Não! Paulo “viu” que Pedro e os outros não estavam procedendo “corretamente segundo a verdade do evangelho” (v.14). A verdade do evangelho parece estar sendo comparada a um caminho reto e estreito. Em vez de se manter nele, Pedro estava se desviando.

ü Qual é, então, essa verdade do evangelho? São as boas novas de que nós, os pecadores, culpados e sob o julgamento de Deus, podemos ser perdoados e aceitos pela sua plena graça, pelo seu favor livre e imerecido, com base na morte do seu Filho e não através de quaisquer obras ou méritos nossos.  Os VS. 15 e 16 dizem: Nós (isto é, Pedro e Paulo)...sabendo, contudo, que o homem (qualquer homem, judeu ou gentio) não é justificado por obras da lei, e , sim, mediante a fé em Cristo Jesus...”


Conclusão:  Não basta que creiamos no evangelho (Pedro cria, v. 16), nem mesmo que lutemos por preservá-lo, como Paulo e os apóstolos de Jerusalém fizeram, e os judaizantes não. Temos que ainda mais adiante. Temos de aplicá-lo, foi o que Pedro deixou de fazer. 

quinta-feira, 7 de maio de 2015

CARTA A UM EX-GAY TENTADO A VOLTAR ATRÁS


[A carta é fictícia bem como as personagens aqui mencionadas].

Meu caro Sandro,

Espero que esta o encontre bem, com muita saúde e alegria em todas as coisas.

Soube pelo seu pastor que você está pensando em desistir da fé e sair da igreja porque, passados já cinco anos que você recebeu Jesus como seu Senhor e Salvador, você continua a sentir desejos homossexuais e atração por homens. Ele me disse também que sua esposa, a Rita, tem sofrido muito com tudo isto, muito embora você tenha sido bastante honesto com ela e não tenha, em nenhum momento, sido infiel no casamento.

Seu pastor, que foi meu aluno no seminário teológico, me pediu para escrever para você, especialmente pelo fato de que fui eu quem lhe ajudou nos primeiros dias depois da sua experiência de conversão. Espero que esta carta seja usada por Deus para ajudar você neste momento difícil.

Sei que você ficou ainda mais confuso por causa do alarde da imprensa sobre um projeto que os ativistas gays apelidaram de “cura gay”. A verdade dos fatos é que esta designação irônica é a reação deles ao Projeto de Decreto Legislativo 234/11 do deputado João Campos, do PSDB, que suspende dois itens da resolução do Conselho Federal de Psicologia que proibiam psicólogos de atender pacientes que buscassem ajuda para se libertar dos impulsos e desejos homossexuais. O PDC 234 foi aprovado recentemente na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara de Deputados. Os ativistas gays apelidaram o PDC 234 de "cura gay", uma designação irônica e maliciosa, pois o projeto não é sobre isto. Ele apenas restabelece o direito dos pacientes de pedirem ajuda e dos psicólogos de ajudarem e não usa o termo "cura". Se você quiser mais detalhes sobre os fatos, recomendo o artigo de Reinaldo Azevedo sobre o assunto. 

Mas, minha carta não é sobre os fatos acima mencionados, mas sobre a crise que você está passando com estes desejos homossexuais, mesmo sendo um crente em Jesus Cristo. Você se lembra que eu lhe alertei para o fato de que crer em Jesus como Senhor e Salvador não significaria a imediata libertação de todas as consequências espirituais, psicológicas e mentais dos anos em que você viveu como homossexual praticante. O pecado deixa profundas cicatrizes em nossas vidas, marca a ferro e fogo nossa consciência com imagens, impressões, experiências, gostos e desejos, que levam muitos anos para serem vencidos.

Seu pastor me falou que você vinha lendo material de determinados autores que afirmam que homossexuais, uma vez convertidos, se tornam completamente libertados não somente da prática de relações com pessoas do mesmo sexo como também da atração por pessoas do mesmo sexo. Sandro, não duvido que em alguns casos isto possa acontecer. Sei que há casos concretos de pessoas que viviam na homossexualidade e que, depois da conversão a Jesus Cristo, libertaram-se inclusive da atração por pessoas do mesmo sexo. Todavia, isto nem sempre é o que acontece, como, infelizmente, é o seu caso. Você precisa entender, contudo, que a continuidade de desejos homossexuais depois de uma legítima conversão não significa necessariamente uma derrota e nem que Deus falhou com você.

Acho que você está esquecendo um ponto básico da doutrina cristã, que é a diferença entre pecado e tentação. A atração por pessoas do mesmo sexo é diferente da prática de relações sexuais entre elas. A primeira é uma tentação, a segunda é pecado. Tentação e pecado são duas coisas diferentes. Sandro, eu tenho um coração corrompido pelo pecado, a minha natureza é pecaminosa a despeito da minha justificação pela fé em Cristo e da presença do Espírito de Deus em mim. Diariamente, do meu coração corrompido procedem desejos, intenções, reações e pensamentos carnais e pecaminosos. Associado a isto, há as tentações externas trazidas pelo mundo, pelas pessoas e por Satanás.

Diariamente homens cristãos casados se sentem tentados a olhar uma segunda vez para mulheres que não são sua esposa e se sentem tentados a imaginar e desejar ter relações com elas. Todavia, ser tentado a fazer isto não é a mesma coisa que fantasiar estas relações ou tê-las na prática. Diariamente cristãos verdadeiros reprimem estes desejos, dizem não a estes pensamentos e evitam a segunda olhada. Pensam na esposa, nos filhos e particularmente em Deus, que odeia e abomina o adultério, e no Senhor Jesus que morreu exatamente por causa destes pecados. Cada dia em que resistem a estes impulsos e vontades é um dia de vitória e de libertação.

Caro Sandro, creio que o mesmo pode se aplicar a outras vontades pecaminosas, como desejos homossexuais, desejos de machucar outras pessoas, a cobiça por coisas... a lista é grande. A conversão a Cristo não significa a expulsão do pecado aqui e agora do nosso coração. É isto que você precisa entender. 

Mas agora me deixe voltar a um daqueles estudos bíblicos que lhe passei no início do discipulado e que, pelo jeito, você esqueceu. Lembre que o processo estabelecido por Deus para libertar pessoas do pecado é realizado por ele em três etapas que acontecem em sequência e nesta ordem. Na primeira, Deus nos liberta da culpa do pecado - justificação. Na segunda, do poder do pecado - santificação; e na terceira, da presença do pecado em nós - glorificação. Lembra do quadro que desenhei para você naquele domingo?

Libertação da:
Designação
Quando:
Como:
Culpa do pecado
Justificação
Passado
Ato único realizado uma única vez
Poder do pecado
Santificação
Presente
Processo incompleto e imperfeito
Presença do pecado
Glorificação
Futuro
Ato único realizado de uma vez para sempre


Só recordando: a primeira etapa, a libertação da culpa do pecado, é a justificação, que é um ato de Deus, único e pontual, no qual ele nos considera justos diante dele mesmo com base nos méritos de Cristo. Corresponde, na nossa experiência, à conversão, arrependimento e fé. É um ato legal de Deus feito de uma vez para sempre e é a base das etapas seguintes. Foi o que aconteceu com você naquele dia que você, arrependido e quebrantado por seus pecados, voltou-se para Cristo em fé suplicando o seu perdão.

A etapa seguinte é libertação do poder do pecado.  Trata-se da santificação, que é um processo que se inicia imediatamente depois da justificação e que dura nossa vida toda. Ele consiste, não na erradicação do pecado e de nossa natureza decaída, mas em mortificar esta natureza, dominá-la, subjugá-la e mantê-la sob controle. Essa é a etapa do processo de salvação que você está vivendo agora. Lembra da ênfase que dei à necessidade de usar os meios de graça como oração, meditação e comunhão com outros irmãos em Cristo? Lembra que oramos para que o Espírito de Deus produzisse diariamente em você o fruto do domínio próprio? Sandro, neste processo há uma luta constante, ferrenha e interminável que você tem que travar contra o pecado que habita em você, contra as tentações de Satanás e do mundo. Todavia, esta luta em si não é pecado. Ser tentado não é pecado. Sentir desejos pecaminosos, vontade de fazer o mal, disposição para o que é errado, estas coisas vão nos acompanhar todos os dias de nossa vida e não são pecado – a não ser que cedamos a elas. A vitória consiste em dizer "não" a todas elas, diariamente, todos os dias de nossa vida, pelo poder do Espírito. 

A terceira etapa que lhe falei é a glorificação, quando ocorrerá a libertação da presença do pecado em nós. Ela ocorrerá quando morrermos ou se estivermos vivos quando da vinda do Senhor Jesus. Haverá a ressurreição dos mortos e a transformação dos crentes que estiverem vivos. Todos os filhos de Deus serão transformados para serem como o Senhor Jesus, num corpo glorificado e sem pecado, glorioso, imortal e incorruptível, com o qual os filhos de Deus viverão eternamente no novo céu e na nova terra onde habita a justiça. Só então, Sandro, você e eu seremos finalmente livres dos desejos carnais que habitam em nosso coração.

Deus não prometeu que você ficaria livre de toda tentação e de todos os desejos a partir do momento que você cresse em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Você foi perdoado e justificado de seus pecados – inclusive do pecado do homossexualismo. Mas isto representou apenas o início do seu processo de libertação do poder do pecado que habita em você, processo este que é incompleto e imperfeito nesta vida, embora bastante real. Você precisa aprender a lutar e a dominar todos os seus desejos pecaminosos, inclusive o desejo de ter relações com pessoas do mesmo sexo, da mesma forma que os crentes heterossexuais lutam e dominam seus desejos de prostituição, fornicação, adultério, impureza e pornografia.

No seu caso, após a conversão você recobrou a atração pelo sexo oposto, casou com a Rita e tiveram dois filhos. Mas isto nunca significou que você ficaria livre da tentação pelo mesmo sexo, como você está sendo tentado agora. Outros, não conseguiram casar e optaram por viver solteiros, no celibato, sem relações sexuais com qualquer pessoa. Resolveram renunciar a tudo para se manterem fiéis a Cristo que disse que o caminho é estreito e a porta é apertada. Em qualquer situação, Sandro, a vitória consiste em resistir ao desejo e seguir o caminho da obediência, que é a mesma coisa para os heterossexuais.

Acredito que você está desanimando desnecessariamente pois de alguma forma foi levado a pensar que a conversão lhe libertaria completamente dos desejos que você tinha antes de conhecer a Jesus Cristo. Espero que esta carta seja útil para trazer verdadeira libertação.

Por favor, não interprete minha carta erroneamente. Não estou limitando o poder de Deus ou dando brecha para que você volte aos seus antigos pecados com a consciência tranquila. Como eu disse, as relações homossexuais, na prática ou nas fantasias eróticas de quem se masturba diante de um computador, são pecado e iniquidade. Ser tentado a fazer isto não é. Portanto, fique firme, continue a praticar as disciplinas e exercícios espirituais, continue a conversar com a Rita e a abrir seu coração para ela e a ver seu pastor regularmente. Conte comigo em tudo que precisar. Acima de tudo, não desista, pois Deus nunca nos prometeu uma viagem tranquila, somente uma chegada certa.

Termino declarando a minha mais completa confiança na veracidade destas promessas bíblicas, que deixo para sua meditação:

Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça (Rm 6.14). Porque, quando éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação à justiça. 21 Naquele tempo, que resultados colhestes? Somente as coisas de que, agora, vos envergonhais; porque o fim delas é morte. 22 Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna; 23 porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 6:20-23).

Do seu irmão e amigo,