terça-feira, 22 de outubro de 2013


O Poder que Se Aperfeiçoa na Fraqueza




Texto: 2 Co 12:1-10  


Paulo escreveu essa segunda carta numa tentativa de resolver uma crescente tensão que havia entre ele e a igreja de Corinto. Parte disto é porque os coríntios estavam dando guarida para alguns falsos pregadores que estavam questionando os ensinos de Paulo. O apostolo então responde aos falsos mestres, mostrando sua superioridade como verdadeiro enviando de Jesus. Constrangido e com humildade, ele fala de uma experiência tão extraordinária que ele sequer poderia falar muito sobre o assunto. Então, ele conta que Deus lhe entregou um espinho na carne, que Deus entregou para humilhá-lo. Ele agora se gloria nas suas fraquezas, pois quando ele é fraco, é que ele é forte.

Narrativa da revelação (v. 1-6)

Paulo diz que não convém ficar falando de suas revelações. Ele sempre tomou precauções para que as pessoas não se aproximassem do evangelho por causa dele. Por isso que ele fala de Cristo crucificado, e só. Ele sabe que não convém ao ministro se gloriar de determinadas coisas, mesmo que verdadeiras. Devemos nos preocupar em não fazer discípulos de si mesmos, mas discípulos de Jesus.

A revelação de Paulo havia ocorrido 14 anos antes. Isso nos ensina que ele não possuía revelações todos os dias, constantemente. Paulo também fala de si mesmo na terceira pessoa, mostrando humildade e relutância. Ele evita por os holofotes sobre si. Ao contrário de muita gente que vai de igreja em igreja dando testemunho sobre o que viu e sobre o que lhe foi revelado, Paulo não sai contando sua experiência como um troféu. A preocupação de Paulo é que ele não seja colocado em uma posição que a ele não pertence. Ele não queria tietagem nem um fã clube.

O espinho na carne (v. 7)

  • Quando volta da presença dos anjos dos céus, existe um anjo do diabo esperando por ele. Ele poderia estar se referindo a uma aflição física ou uma aflição de natureza espiritual. Sabemos que era alguma coisa extremamente dolorosa.
  • A palavra “espinho” era usada para as estacas que eram introduzidas nos corpos de condenados para produzir uma morte lenta e agonizante, era um empalhamento. E isso fazia 14 anos. 
  • A segunda coisa que podemos perceber é que era algo humilhante. Este mensageiro de satanás foi mandado para o “esbofetear”, que é uma referência àquele tapa que você dá com as costas da mão.
  • Terceiro, podemos perceber que satanás fazia parte deste sofrimento. Era uma ação maligna que tinha como objetivo produzir dor e humilhação ao apóstolo Paulo. Se era assim com ele, imagine conosco. 
  • A quarta coisa que aprendemos é que quem estava por traz de tudo isso era Deus. Deus estava no controle da situação.
  • O quinto ponto que podemos ver é que o propósito de Deus era que Paulo não se exaltasse.

A primeira reação quanto ao espinho (v. 8)

A reação de Paulo foi a reação natural diante da dor e do sofrimento: ele orou por três vezes. Não é errado pedir a Deus para que ele te livre do sofrimento e da humilhação. O problema é o falso evangelho que diz que a vontade de Deus sempre é fazer você se sentir bem e te fazer feliz. Aprendemos também que Deus nem sempre responde, que o silencio também é resposta e que quando ele responde, talvez não seja como nós esperamos. É preciso mais fé para dizer “seja feita a tua vontade” do que para dar ordens a Deus.

A resposta de Deus (v. 9a)


Deus respondeu a Paulo dizendo que a graça de Deus o bastava, porque o seu poder se aperfeiçoa na fraqueza. A intenção de Deus não é nos fazer grandes, fortes e poderosos, mas fieis. A compreensão que ele teve do propósito de Deus (v. 9b-10)

A compreensão de Paulo é que o pastor bem sucedido não é aquele que em bens posses ou reconhecimento, mas alguém que permanece fiel diante de Deus. Muitos querem o poder de Deus para realizar seu ministério e pensam que a aquisição deste poder estar relacionado a seguir determinados rituais. Porém, só há um caminho: é Deus lhe quebrar para você saber que você não é nada. Quando você está naquela condição que não importa o que lhe aconteça de benção é por causa de Deus, então Deus está pronto para te abençoar. Antes disto, ele não dividir a glória dele com ninguém, quanto mais com você.

crédito: Augustus Nicodemus.


terça-feira, 8 de outubro de 2013

O Novo céu e os desafios dos cidadãos. Ap. 22



“O céu, segundo imagino, vive-se e trabalha-se em lugar de jogar e fingir. Lá encaramos as coisas como elas são; escapamos de tudo, exceto do fascínio; e a constância e o risco são nossa glória”. Eugene Petersen – O trovão inverso.

 “Então o anjo me mostrou o rio da água da vida...”. O rio da vida flui do trono de Deus. Ele simboliza a vida eterna, a salvação perfeita  e gratuita, o dom da soberana graça de Deus (Gn 2:10, Sl 46.4; Ez 47:1-12). Os versículos 1 e 2 apresentam riqueza de água e alimento, nossas duas necessidades básicas.

1)    Os habitantes da Nova Jerusalém devem guardar a Palavra do seu Senhor (Ap. 22.6-11,18,19).
1.1)         A revelação do apocalipse é absolutamente confiável (Ap. 22.6). Este livro não é o Apocalipse de João, mas é o Apocalipse de Jesus.

1.2)         A observância da revelação do Apocalipse produz bem-aventurança (Ap. 22.7 b). Guardar significa aceitar o conteúdo como legitimo, não mudar, não acrescentar nem subtrair nada a ele (Dt 4.2; Pv 30:5-6). Guardar também significa obedecer, praticar, observar.

1.3)         A mensagem do Apocalipse vem de Deus, é sobre Jesus, por meio do anjo a João, para a igreja (Ap 22.8-9). É a segunda vez que o apóstolo tenta adorar o anjo em vez do Deus revelado (Ap. 19.10). Por que tanta dificuldade para entender? Por quê acontece o mesmo conosco? Simples: porque é mais fácil se entregar ao êxtase do que obedecer, perseguir o fascínio com o sobrenatural do que servir a Deus. A censura veio imediata e grave: levante-se. Fique de pé. Adore a Deus, e somente a Deus.

1.4)         A mensagem do Apocalipse não deve ser selada, mas proclamada (Ap. 22.10). A Daniel foi ordenado selar o livro até ao tempo do fim. A mensagem da vitória de Cristo e da Sua igreja precisa ser publicada, anunciada, pregada, a todo o povo.

1.5)         A mensagem do Apocalipse precisa ser mantida intacta (Ap. 22:18-19). Dois perigos rondam a igreja: o primeiro deles é o liberalismo, ou seja, nega a inspiração da Palavra de Deus. O segundo é o misticismo, ou seja, tenta acrescentar algo à escritura. Paulo diz que ainda que venha um anjo do céu para pregar outro evangelho deve ser rejeitado (Gl. 1.8).

2.        Os habitantes da Nova Jerusalém devem estar preparados para o julgamento do Senhor (Ap. 22:12-15).
2.1)         Jesus virá como aquele que julga retamente (Ap. 22.12). ele vem julgar. Ele tem galardão. Ele vem retribuir a cada um segundo as suas obras.

2.2)         Jesus é o juiz que tem credencial para julgar retamente (Ap. 22.13). Ele está no começo e no fim. Ele conhece tudo. Ele é o Pai da eternidade, a origem e a consumação de todas as coisas. Os homens ímpios vão se desesperar (Ap. 6.16-17).

2.3)         O critério para a salvação não são as obras, mas a obra de Cristo na cruz (Ap. 22.14). Os habitantes da Nova Jerusalém, entrarão na cidade pelas portas, não por causa das suas obras, mas por causa do sangue do cordeiro (Ap. 12:11).

2.4)         Todos aqueles que não foram lavados pelo sangue do Cordeiro ficarão de fora da cidade santa (Ap. 22.15). os pecados relacionados são de impiedade (relacionamento com Deus – feitiçaria e idolatria) e perversão (relacionamento com homens), ver Ap. 21.8,27.

2.5)         Depois do juízo é impossível mudar o destino das pessoas (Ap. 22.11). Em Genesis 2:1-2 a obra da criação foi concluída. Em João 19.30 a obra da redenção é consumada. Em apocalipse 21.6, a consumação de todas as coisas é declarada. Agora, o destino final das pessoas é selado (Ap. 22.11). Só há dois grupos na humanidade: os que fazem injustiça e são imundos e os que praticam justiça e são santos. HAVERÁ UMA hora que será tarde demais para o arrependimento.

Conclusão: chronos e kairos. Chronos se relaciona a duração; Kairos, a oportunidade. Costumamos medir o primeiro friamente com relógios e calendários. Perdemo-nos com fervor no segundo quando nos aproximamos ou abraçamos a fé. Se somos dominados pelo senso de chronos, o futuro é uma fonte de ansiedade, que suga energia do presente ou deixa-nos queixosos e descontentes com o que acontece agora, como crianças ansiosas que não podem esperar pelo presente de Natal. Mas, se formos dominados por kairos, o futuro será fonte de expectativa que infunde energia no presente (Mt 13:26; Mc 13.33; Ap 1:7; Ap 3.3; Ap. 16.15).

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O esplendor da Nova Jerusalém. Ap. 21:9-27.




“Conheço um jardim”. Martinho Lutero.


Carta escrita em 1530 ao filho Hans Lutero, então com quatro anos de idade.

“Filhinho querido do meu coração: soube que você estuda muito e ora com devoção. Continue assim, meu filho. Quando eu voltar para casa, vou levar um lindo presente para você. CONHEÇO UM JARDIM, cheio de crianças alegres, vestidas com casaquinhos de ouro, que colhem belas maçãs, peras, cerejas e ameixas das arvores. Elas cantam, pulam e brincam. E tem lindos cavalinhos com sela de ouro e arreios de prata. Perguntei ao homem que cuidava do jardim que eram aquelas crianças e ele respondeu: _ Sãs as crianças que gostam de estudar, de orar e de ser boazinhas. Então eu disse: _ Caro senhor, tenho um filhinho chamado Hans Lutero. Ele pode vir a esse jardim, colher lindas maçãs  e peras, andar nesses belos cavalinhos e brincar com essas crianças? Ele respondeu: _ Se ele quiser estudar, orar e ser bonzinho, pode vir a esse jardim. E pode trazer os amigos dele, Lippus e Justus, também. Se vierem juntos podem tocar e ouvir flautas, tambores, alaúdes e muitos outros instrumentos. Vão pode dançar e atirar com arco e flecha. Então ele me mostrou um lugar para dançar, bem no meio do jardim, cheio de flautinhas de ouro, tamborezinhos e arcos de prata. Mas era muito cedo para ver a dança, porque as crianças ainda iam almoçar. Eu disse: _Ah, senhor, vou escrever agora mesmo ao meu filhinho Hans, para ele estudar, orar e ser bonzinho para poder vir a esse jardim. Ele tem uma prima, chamada Lena, que vai querer vir junto com ele. Ele então me disse: _ Muito bem. Vá para casa e escreva para ele”.

1)    A Nova Jerusalém (Ap. 21:-10).
·        No apocalipse, o nome Jerusalém ocorre somente aqui e em Apocalipse 3.12. É uma alusão não à capital de Israel, mas à cidade espiritual de Deus. A cidade eterna não é somente o lar da noiva, ela é a noiva. A cidade não sãos os edifícios, mas pessoas. A cidade é santa e celestial. Ela desce do céu. Sua origem está no céu. Ela foi escolhida por Deus. Diz Russel Shedd que tanto a noiva (Ap. 21.9) como a “cidade santa” (21.2) são figuras pra representar a igreja.

·        A Nova Jerusalém é bonita por fora – ela reflete a glória de Deus (Ap. 21.11).  Quando João tentou descrever a glória da cidade, a única coisa que pode fazer foi falar em termos de pedras preciosas, como quando tentou descrever a presença de Deus no trono (Ap. 4.3).

·        A nova Jerusalém tem 12 portas – são as 12 tribos de Israel.  São três portas ao leste, três portas ao oeste, três portas ao sul e três portas ao norte.  Espantoso foi Deus ter decidido usar vidas humanas tão obstinadas e destituídas de atrativos para formar a base da grande obra de salvação que completou em Jesus. O pai dos 12, Jacó, depois Israel, tinha poucas qualidades a recomendá-lo, e sua semente não melhorou em seus filhos. Encontramos histórias de brutalidade, fraude, violência, abuso sexual e covardia. Contudo, nessas vidas e através delas, Deus persistentemente trouxe salvação a miseráveis que não mereciam ser salvos e revelou, assim, sua glória. 
“Doze portas  fala da oportunidade de entrar nesse glorioso e maravilhoso companheirismo com Deus. Venham de onde vierem, as pessoas podem entrar. Os habitantes dessa cidade são aqueles que procedem de toda tribo, povo, língua e nação”.

·        A Nova Jerusalém não é aberta a tudo (AP. 21:12,27).  A cidade tem uma grande e alta muralha. A muralha fala de proteção, de segurança. Embora haja portas (21.13) e portas abertas (21.25). o muro demarca a santidade de Deus (Ap. 21.10), separando o puro do impuro (21.27). Deus é o muro de fogo que protege Sua igreja (Zc 2:5). Aqueles que se mantém no seu pecado não podem entrar na Jerusalém celeste, mas somente aqueles cujos nomes estão no Livro da Vida (AP. 21.27).

·        A Nova Jerusalém está construída sobre o fundamento da verdade (Ap. 21:14). A igreja está edificada sobre o fundamento dos apóstolos (Ef 2.20). A pedra sobre a qual está edificada não é Pedro nem nenhum papa. Jesus Cristo é o único fundamento da igreja (1 Co 3:11).
·        Os fundamentos adornados de pedras preciosas (AP. 21:18-21): Jaspe: uma pedra translúcida de tonalidade esverdeada, capaz de refletir a luz. Safira: azul celeste com mancha dourada; calcedônia: cobre azulado; A esmeralda: a mais verde de todas as pedras; O sardônio: tinha o aspecto do ônix branco como jaspe com vermelho e marrom.; O sárdio: uma cor vermelha escura; O crisólito: uma pedra preciosa da cor do ouro; O berilo: azul marinho ou verde-mar; O topázio: era uma pedra transparente de cor verde-dourada; O crisópraso: verde-clara; O jacinto: azul celeste; ametista: azul mais forte.

·        A Nova Jerusalém tem espaço para todos os remidos (Ap. 21:15-17). A cidade é quadrangular: comprimento, largura e altura iguais. A cidade tem doze mil estádios, ou seja, 2.200 km de comprimento, de largura e altura. É uma cidade que vai de São Paulo a Aracaju. Esses números simbolizam a simetria, a perfeição, a vastidão e a totalidade ideais da Nova Jerusalém.
“Não existe bairros ricos e pobres nessa cidade, toda a cidade é igual. Não há casebres nessa cidade. Existem, sim, mansões, feitas não por mãos. Deus é o arquiteto e fundador dessa cidade. A muralha da cidade mede 144 côvados, ou seja, 70 metros de altura. A medida da cidade é um símbolo da sua majestade, magnificência, grandeza e suficiência”.

Conclusão: (Ap: 21:23-27).
·        João afirma que na cidade não haverá noite (AP. 21.24).Não haverá escuridão. Na história sucedeu repetidas vezes que uma  idade de luz foi seguida por uma idade de trevas.
·        João, como os antigos profetas, fala muitas vezes dos gentios e os reis dos gentios que trazem seus dons a Deus (Ap. 21. 24). Todo homem, quando entra a igreja, deve trazer sua melhor qualidade como oferta, e pô-la  aos pés de Cristo e ao seu serviço.Não há dom que Cristo não possa usar, e cada homem, quando entra na igreja, deve trazer o que é e o que saber fazer.
·        Este capítulo termina com uma ameaça (v. 27). Ficarão excluídos os que, deliberadamente e com os olhos bem abertos, continuam no pecado, aqueles que conhecendo o caminho de Cristo, contando com a oferta de Cristo, decidem, entretanto, seguir seu próprio caminho, rejeitando a graça que poderia limpá-los de todo pecado.