terça-feira, 29 de setembro de 2015

A casa do oleiro. Jr 18.1-18.


Introdução:  Quem foi Jeremias? O significado do seu nome é:   “AQUELE QUE EXALTA O SENHOR” ou, ainda “O SENHOR LANÇA”. O certo é que “O Senhor”, o nome pessoal de Deus, está no nome desse profeta. Dados históricos: : 1) o nome de seu pai, Hilquias (sacerdote) ; 2) a vocação deste sacerdote

; 3) e o local de nascimento, Anatote.

Vocação do profeta: duas visões. 1) (Jr 1:11-12). Bíblia King James: “E a Palavra de Yahweh veio a mim indagando: O que estás vendo, Jeremias? Ao que respondi: Vejo uma ramo de SHAKED, AMENDOREIRA. Então Yahweh replicou-me: Viste bem, porque Eu estou SHOKED, vigiando, a fim de que minha palavra se cumpra”.  A Palavra do Senhor como a flor da amendoeira (Jr 18.1) são promessas, uma antecipação do que está para acontecer.
 2 ) “A Palavra do Senhor foi dirigida pela segunda vez, nestes termos: “O que estás vendo? Ao que respondi: “Vejo uma panela fervendo, ela está inclinada do Norte para cá” (Jr 1.13). São inimigos marchando para uma invasão (Jr 1: 14-16). Esta guerra iminente está relacionada ao julgamento de Deus. A água fervente irá lavar a terra. “A água quente tem o dom de purificar”.

1)    “Levante-te, e desce à casa do Oleiro”.
A tarefa de Deus, por intermédio de Jeremias, era esta: COMO POSSO FAZER COM QUE AS PESSOAS ME LEVEM A SÉRIO, EXATAMENTE ONDE ELAS ESTÃO? Ou, como posso fazer com que elas se dispam de seus tediosos egos, dando lugar à minha gloriosa vontade, aqui e agora? “Levante-te, e desce à casa do oleiro”. Nos dias hodiernos, Deus poderia nos dizer: Vá ao sapateiro, ou desce ao estábulo do açougueiro. Ou, vá à banca de doces. Vá onde o trabalho cotidiano está sendo realizado.

A Olaria estava localizada no vale de Bem-Hinon, ao sul de Jerusalém, perto da chamada Porta dos cacos (Jr 19.2). Com acesso ao vale e aos poços de Siloé. Incluia um grande terreno para guardar e amassar a argila, o forno e o monturo (lixão) municipal. Toda a área denominava-se Campo do Oleiro; no novo testamento é chamado de "campo de sangue" (Atos 1.17-19). . O oleiro era um artífice, cuja casa todos conheciam, cuja atividade era familiar a todos e necessária para a manutenção cotidiana da vida.  Os oleiros estão sempre experimentando, criando novos contornos, tamanhos, processos de modelação para dar a forma e o acabamento finais em uma combinação agradável de curvas. 



            A imaginação de Jeremias começou a trabalhar quando ele se postou diante daquele oleiro, enquanto este manuseava o monte de barro, ainda disforme na roda. Jeremias viu algo mais: ELE VISLUMBROU DEUS MODELANDO UMA PESSOA PARA SUA GLÓRIA! Homens e mulheres criados à imagem divina. Necessários, porém não apenas isso – também belos. Bonitos, mas não apenas isso – também úteis. Não há ser humano que não seja útil, que não tenha seu papel dentro do que Deus está realizando. E não há ser humano que não seja único, dotado de linhas, cores e formas, totalmente distintas de qualquer outro. IMAGINEM A CENA NA OLARIA: o aspecto bruto do barro, inerte e letárgico, modelado com propósito pelas habilidosas mãos dos oleiro e, enquanto o barro ia adquirindo forma, veio a compreensão da singular individualidade e ampla utilidade que aquele monte de barro assumiria quando todo o processo, da modelagem ao acabamento final, passando pela pintura e cozimento, fosse concluído. O PÓ DE ONDE VIEMOS E A IMAGEM DE DEUS NA QUAL FOMOS FEITOS SÃO UM E OS MESMOS! (Is 64.8)

 2)    O vaso estragado.

E, então, algo saiu errado: “Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão...”.  Jeremias sabia que poderia haver vasos ruins e danificados – homens e mulheres com impurezas, com pequenos defeitos e trincas que resistem às mãos do divino oleiro. 


Dia após dia, Jeremias convivia com pessoas que não eram úteis: as imperfeições tornaram suas vidas em recipientes danificados, incapazes de reter o liquido. Suas vidas se tornaram inconstantes e independentes. Em outras palavras, pecado, rebelião, vontade própria, desvio. Ele, porém, nunca tinha presenciado tão perturbadora imagem para isso (Jr 18.13-16).

O que o oleiro iria fazer, agora? Chutar a roda e soltar palavras pesadas, expressando a sua contrariedade? Arremessar o monte de barro contra a parede e ir busca de um novo barro? NADA DISSO: “... tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu”. Deus amassa e pressiona, estica e comprime. Deus não desiste de fazer bons vasos. Deus não joga fora o vaso que foi danificado.

3)    Esperança e Advertência.

Nesta mensagem, encontramos a esperança e a advertência de mãos dadas: ESPERANÇA: “Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel” (Jr 18.6), ou “Será que eu não posso fazer com o povo de Israel o mesmo que o oleiro faz com o barro”? (NTLH). O profeta avança nas duras direções: “Se a tal nação (pessoa) se convencer da maldade contra a qual eu falei, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe” (Jr 18.8). ADVERTÊNCIA: “Se ele fizer o que é mal perante mim e não der ouvidos à minha voz, então, me arrependerei do bem que houvera dito lhe faria” (Jr 18.10).

O barro pode frustrar a intenção do oleiro e fazê-lo mudar de idéia: assim como a qualidade do barro determina o que o oleiro pode fazer com ele, também a qualidade de uma pessoa determina o que Deus pode fazer com ela.

“Eles vão responder: Não adianta; nós vamos seguir os nossos planos. Todos nós vamos agir de acordo com a teimosia e a maldade do nosso coração” (Jr 18.12, 18). SERÁ QUE AS PESSOAS SENTEM-SE APRISIONADAS ÀS SUAS VIDAS E, SIMPLESMENTE, TENTAM FAZER O MELHOR (OU O PIOR) COM O QUE TEM EM MÃOS? Jeremias não concordará com tal fatalismo.

Conclusão: Deus, o oleiro.

A primeira palavra que Jeremias recebeu de Deus foi esta: “Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci...” (Jr 1.5). O verbo formasse é yatzar. Agora que Jeremias está preparado para estabelecer uma imagem mediante  a qual o povo é capaz de compreender sua posição em relação a Deus, ele vai à casa do yotzer, o oleiro. 



A primeira palavra que Jeremias aprendeu para compreender a sua própria vida, yatzar, é a palavra agora utilizada para levar as pessoas a entenderem suas vidas: Deus moldou Jeremias; Deus está moldando as pessoas. Ele é o oleiro, um yotzer, trabalhando em Sua divina roda um Jeremias de barro, moldando pessoas que são como o monte de barro, Ele dá forma, yatzar, a elas. Jeremias prega ao povo a sua própria experiência.





terça-feira, 22 de setembro de 2015

Não confie em Falsas Palavras  - Jr 7:1-15.


Introdução: “Há muitas pessoas hoje que amam o reino celestial de Jesus, PORÉM POUCAS QUE CARREGAM A SUA CRUZ; muitas ansiando por conforto, MAS POUCAS QUE SUPORTAM SOFRIMENTOS. Longa é a fila das pessoas que compartilham de seu banquete, PORÉM CURTA É A FILA DOS QUE COMPARTILHAM DE SEU JEJUM. Todos desejam tomar parte em seu júbilo, MAS SOMENTE UNS POUCOS ESTÃO DISPOSTOS A SOFRER POR SUA CAUSA. Há muitos que seguem a Jesus até o partir do pão, POUCOS QUANDO O MOMENTO É DE BEBER O CÁLICE DO SOFRIMENTO. Muitos que reverenciam seus milagres, POUCOS QUE SEGUEM NA INDIGNIDADE DE SUA CRUZ”.  Thomas à Kempis.
1)    O reinado de Manassés.

Manassés foi o pior dos reis a reinar sobre os hebreus. Ele reinou em Jerusalém por 55 anos, uma metade  de século maligna e sombria. Ele incentivou a prática de cultos pagãos, envolvendo todas as comunidades em orgias sexuais. Ele  Instituiu prostitutas em santuários espalhados por todo o país. Ele importou mágicos e feiticeiros dos povos vizinhos que escravizaram o povo com toda a sorte de superstições, manipulando-os com suas magias e encantos. Certo dia, o rei Manassés, colocou seu próprio filho no altar durante um ritual de magia negra e o queimou como sacrifício (2 Rs 21.1-6).


O grande Templo de Salomão em Jerusalém fora profanado. Ídolos sob forma de bestas e monstros, a luxuria e o desejo desenfreado profanavam aquela santo lugar. Os assassinatos eram frequentes. Manassés arrastou o povo para um lamaçal muito mais fétido do que qualquer coisa já vista no mundo (2 Rs 21.7-9).

Jeremias nasceu na última década do reinado de Manassés. Este era o mundo onde Jeremias aprendeu a andar, falar a brincar. Não há como imaginar um lugar pior e mais impróprio para uma criança crescer (Sl 12.8).

Os 55 anos de caos moral quase levaram a fé no verdadeiro Deus ao esquecimento total. Algumas pessoas idosas recordavam os oráculos proféticos e os atos do verdadeiro culto. Rumores de santidade eram, sem dúvida, motivo de fofoca e comentários maldosos. AS POUCAS PESSOAS A MANTER A FÉ REAL VIVIAM DE MANEIRA SOLÍTÁRIA. Então, Manassés morreu e seu filho, Amom, o sucedeu no trono. O mal continuou, o rei foi assassinado. Então, Josias, filho de Amom, com apenas oito anos de idade, herdou o trono.

2)    As reformas de Josias.

Dá-se inicio, então, a um dos mais notáveis capítulos na história do povo judeu. Neste precoce rei havia um espírito inocente e incorrupto que Deus usou para trazer vida nova a Israel. A pergunta era: “Como estabelecer um sistema de governo melhor? O que ele, como rei, poderia fazer para restaurar a saúde e a bondade naquela lixeira moral que Jerusalém se tornara? Então, Josias escolheu o lugar de culto.

As vidas das pessoas são reflexos do culto que praticam. O sentido da vida e os valores foram estabelecidos naquele local sagrado. O tipo de culto define o tipo de vida. Se o culto prestado for corrupto, a vida será corrupta. Por 55 anos, a luxúria e a violência nas dependências da casa do Senhor tinham ultrapassado os limites daquele local e corrompido as vilas, ruas e lares da nação. Josias começou a restauração por uma faxina completa no templo.

Hilquias, o sumo sacerdote, encontrou um antigo livro (2 Rs 22.8). Era o livro de Deuteronômio. Imagine o impacto que aquela leitura provocou (2 Rs 22:10-13). E agora, Josias? A única coisa que havia herdado de seus antecessores no trono foram 55 anos de corrupção moral. Mas, agora, ele tinha diante de si aquele poderoso documento que falava sobre o amor de Deus e nosso culto a Ele. Aos ouvidos de Josias, aquela leitura foi como “um raio a atingir-lhe diretamente”.


Diante disso, Josias baniu todo e qualquer vestígio de uma falsa adoração. As prostitutas, que desfrutavam um lugar especial no Templo, foram completamente banidas. Os magos e os adivinhos que haviam estabelecido seus negócios dentro do templo foram expulsos. Toda a imundície gerada em meio século de corrupção foi varrida para fora da cidade e para fora do país.  Nos antigos lugares era possível obter-se a realização de qualquer desejo repulsivo, a libertação de qualquer ambição assassina. A religião nada mais era do que um auxilio sobrenatural para realizar tudo o que se desejasse: poder econômico, garantir uma boa colheita, sentir-se bem, assassinar a pessoa odiada, ter vantagens sobre seu vizinho etc. AGORA, SOBRE O REINADO DE JOSIAS, A RELIGIÃO ERA CENTRALIZADA EM TORNO DE UM SÓ DEUS.

3)    Jeremias na tribuna de honra.
Durante essa reforma a Bíblia nos fornece fragmentos de seus sermões. “Poluíste a terra com as tuas devassidões e com a tua malicia” (Jr 3.2). O povo havia abandonado o Deus que os amou e os chamou para Seu povo, entregando-se, inconsequentemente, a qualquer deus ou deusa que conheciam. Jeremias rogava ao povo: “Lavrai para vós outro campo novo e não semeeis entre espinhos”. O arado é uma figura metafórica simbolizando o arrependimento que prepara o solo do nosso coração para receber o que Deus tem para nós. Jeremias foi ferino e sarcástico em suas palavras: “Agora, pois, ó assolada, por que fazes assim, e te vestes de escarlata, e te adornas com enfeites de ouro, e alargas os olhos com pintura, se debalde te fazes bela?” (“Jerusalém, voce está condenada! Por que se veste de vermelho? Por que usa joias e pinta os olhos? Não adianta nada você querer ficar bonita! Os seus amantes a rejeitaram, e o que eles querem é matá-la, BNTH) (Jr 4.30). Ou seja, você acha que pode mudar seu destino com o uso de cosméticos? Você precisa mudar interiormente. Em tudo, Jeremias trazia uma luz de esperança: “Assim diz o Senhor: ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma” (Jr 6.16). Ou seja, existem antigos caminhos, bem marcados e sinalizados, que conduzem à excelência e a Deus.

4)    Apenas uma reforma superficial.
Não demorou muito para Jeremias perceber que a reforma fora apenas de fachada, sem profundidade. Tudo parecia ter mudado, mas, na essência, nada realmente mudara. As transformações exteriores haviam sido tremendas, porém, as internas eram imperceptíveis.

Encontramos Jeremias nos portões do templo de Jerusalém pregando um estranho sermão. “Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este” (Jr 7.1-4). Eles estavam no lugar certo, diziam as palavras corretas, mas ELAS é que não estavam certas. A reforma era necessária, porém não era suficiente. Porque a religião não é uma questão de arranjos, lugares ou palavras, mas tem a ver com a vida e amor, com misericórdia e obediência e com pessoas dotadas de uma fé passional.


Ir à igreja para cantar hinos não nos torna mais santos como, da mesma forma, ir a uma cocheira e relinchar não nos transformem em um cavalo. As palavras também são relevantes, igualmente importantes. O que e como nos expressamos verbalmente exterioriza o que há de mais intimo e pessoal em nós. Porém, a continua repetição de palavras sagradas não cria um relacionamento pessoal com Deus, da mesma forma que repetir “eu amo você” vinte vezes ao dia não nos torna apaixonados fenomenais.

O local e as palavras podem apenas servir de fachada respeitável para um eu interior corrupto. Esta é, exatamente, a acusação que Jeremias faz contra o povo, de estarem usando o Templo de Deus como covil de salteadores (Jr 7.11). Esta foi a acusação de Jeremias: “Voces encontraram um abrigo seguro, não foi? Este templo limpo e acima de qualquer suspeita. Vocês passam toda a semana lá fora, fazendo o que bem entendem, aproveitando-se do próximo, explorando os fracos, amaldiçoando as pessoas que não se sujeitam aos seus planos, e então, retornam para este local sagrado, onde tudo está em ordem, protegido e insuspeito” (Jr 7.9,10; 2 Tm 3.5).

O lado exterior é muito fácil de reformar do que o interior. Frequentar assiduamente uma boa igreja, e repetir certas palavras assiduamente mais fácil de se fazer do que se esforçar para manter uma vida de justiça e amor entre as pessoas com as quais trabalha e convive.

Conclusão: “Mas ide agora ao meu lugar que estava em Siló, onde, no principio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo de Israel” (Jr 7.12). Siló, o maior centro de culto do povo hebreu, teve um começo esplendoroso. No entanto, tudo o que silo representou resumia-se agora a um monte de pedras em meio a um campo de ervas daninhas. 











terça-feira, 15 de setembro de 2015

Deus tem saudade de você. Jr 2.1-13. 



Introdução:  Como nos afastamos de Deus? Tudo começa no coração, ou seja, nos afetos e pensamentos, no interior da pessoa (Hb 3.8). Primeiro, o coração se torna endurecido diante dos mandamentos de Deus; recusa-se a acatá-los (Hb 3.13,15), porque, com toda franqueza, o pecado parece ser mais atraente (Hb 3.13). Em seguida, vem a provocação, murmuração, insatisfação, reclamação e rebeldia. Isso conduz ao pecado, ou seja, fazer aquilo que é proibido. Isto leva a incredulidade, descrença, ou seja, o afastamento final do Senhor ocorreu.  

I. A SAUDADE DE DEUS – V. 1-3 


1. Deus sente saudade dos tempos áureos de afeição do seu povo por ele – v. 2.  “Lembro-me de ti, da tua afeição…” (v. 2). O coração de Deus se move de amor por você. Ele tem saudade daquele tempo quando você o conheceu, quando você se afeiçoou a ele e entregou-lhe seu coração. Deus tem saudade daquele tempo em que você se deleitava nele e tinha prazer de ler sua Palavra e falar com ele em oração. Deus tem saudade daquele tempo que você vinha a sua casa exultando de alegria e cantava louvores a ele com todo o fervor da sua alma. Deus tem saudade daquele tempo quando seu coração era totalmente dele e você descansava nele nas horas da sua aflição.


2. Deus sente saudade dos tempos do seu primeiro amor por ele – v. 2
• Naquele tempo você tinha afeição por Deus. Naquele tempo você estava encantando com a graça de Deus. Você se assentava aos seus pés para adorar. Você não cessava de falar do seu doce nome. Naquele tempo seu coração exultava com as coisas de Deus. 

• Hoje, as coisas acontecem. Você vem ao templo, você gosta dos rituais. Você mantém um compromisso externo, mas o seu coração está frio. Sua alma já não está enamorada de Deus. O ritual tomou o lugar da devoção. O templo substituiu a comunhão com o Senhor do templo. Tudo continua acontecendo, mas seu coração já não é mais puro, sua vida já não é mais santa, Deus não é mais o prazer da sua alma (Jr 7:4).

3. Deus sente saudade daquele tempo que você tinha comunhão com ele – v. 2. Deus sente saudade daquele tempo que você era noiva. Oh como você se preparava para encontrar-se com o Senhor. Como você tinha prazer de estar com ele. Como gostava de ouvir sua voz. Oh! Como se deleitava nos seus conselhos! Deus se alegrava em você como o noivo se alegra com a sua noiva. Deus tinha em você todo o seu prazer. Você era a delícia de Deus. A menina dos olhos de Deus. 



4. Deus sente saudade daquele tempo que você o seguia no deserto – v. 2.  Andar com Deus era uma aventura. Seu coração confiava no Senhor sem duvidar. Você saiu do cativeiro e mergulhou na aventura do deserto confiante no cuidado, no livramento, na proteção e na providência divina.   Deus tem saudade desse tempo que não havia rebeldia no seu coração, nem incredulidade, nem dúvida. 



5. Deus tem saudade daquele tempo que você era consagrado a ele – v. 3.  Você se entregou a Deus sem reservas. Seu coração, sua vida, seu destino, seu futuro: tudo você entregou ao Senhor. Você era totalmente dele. Deus tem saudade desse tempo quando Deus era o seu maior tesouro, maior riqueza, maior alegria, sua grande recompensa.

6. Deus tem saudade daquele tempo ele tinha profundo zelo pela sua vida – v. 3.  Tocar em você era tocar na menina dos olhos de Deus. Aqueles que declaravam guerra contra você, declaravam guerra contra Deus. Ele ia à sua frente para lhe defender. Ele desalojava os seus inimigos. Ele guerreava as suas guerras. Ele desbaratava os seus adversários. Sua confiança não estava na sua força, nem na sua riqueza, nem na sua inteligência, mas no Senhor. Você confiava nele e Deus defendia você. Sua caminhada com Deus era uma aventura deleitosa.

II. O LAMENTO DE DEUS – V. 4-8
1. O povo de Deus de forma ingrata o abandonou a despeito da redenção de Deus – v. 5-6.
• A noiva amada de Deus tornou-se infiel. Ela se enamorou pelos seus muitos amantes e se afastou do amado da sua alma. A causa da sua infidelidade não estava em nenhuma injustiça do seu noivo, mas na sua própria infidelidade.
• Deus tirou o povo do Egito, debaixo do chicote, das algemas de ferro, da escravidão opressa. Deus quebrou os seus grilhões, tirou-o das gargantas do inferno, mas agora, o seu povo o abandona apesar de tão grande redenção. 

• Deus nos tirou do império do império das trevas, da potestade de Satanás. Ele quebrou os nossos grilhões, perdoou-nos, remiu-nos. Éramos escravos e ele nos amou, mas muitos hoje o abandonam e o trocam por outros deuses.

2. O povo de Deus de forma ingrata o abandonou a despeito da proteção de Deus – v. 6
• Deus não só tirou o seu povo do cativeiro, mas o guiou pelo deserto. Deus o livrou dos seus inimigos. Deus lhe deu vestes e sandálias que não ficaram rotas. Deus lhe deu água no deserto. Deus lhe deu maná do céu. Deus lhe abriu fontes nas rochas. Deus estampou diante deles milagres extraordinários. Deus guerreou suas guerras e lhes deu grandes vitórias. Mas apesar de tão grande amor, o seu povo o deixou e o trocou por outros deuses.

• Deus também tem nos abençoado. Ele tem nos dado a vida, saúde, a família, o alimento, o abrigo, a proteção. Ele tem nos guiado e nos livrado do mal. Mas, apesar da proteção divina, nós também o temos deixado.

3. O povo de Deus de forma ingrata o abandonou a despeito da provisão divina – v. 7
• Deus introduziu o seu povo em Canaã, uma terra deleitosa. Deus foi fiel em todas as suas promessas. A terra foi presente de Deus, não conquista do povo. A entrada na terra foi ação divina, não obra humana. Tudo foi feito por Deus. Tudo veio de Deus. 
• Mas quando o povo entrou na terra prometida, em vez de dar a glória devida ao Senhor, contaminaram a terra. Em vez de serem luz entre as nações, corromperam-se como as outras nações. Em vez de influenciar as outras nações, foram influenciadas por elas.

4. O povo de Deus de forma ingrata o abandonou por causa da corrupção de sua própria liderança – v. 8
• O povo é um retrato da sua liderança. Enquanto estamos buscando melhores métodos, Deus está buscando melhores homens. Aqueles que deveriam conduzir o povo a Deus, a liderança desviou o povo de Deus. Tornaram-se laço, em vez de canais. Tornaram-se lobos, em vez de pastores.  Os sacerdotes tornaram-se omissos;  Os mestres da Palavra tornaram-se ímpios;  Os pastores tornaram-se aproveitadores;  Os profetas tornaram-se apóstatas. 

III. A INDIGNAÇÃO DE DEUS – V. 9-13
1. O povo de Deus tornou-se mais infiel do que os pagãos – v. 10-11
• Os ímpios, mesmo adorando ídolos mudos, que não deuses, não trocavam esses ídolos por outros deuses. Mas, Israel mesmo servindo o Deus vivo, abandonou o Senhor e o trocou por ídolos de nenhum valor. A fidelidade dos ímpios aos seus deuses reprovava a infidelidade de Israel. 
 
2. O povo de Deus abandonou o Senhor, a fonte das águas vivas – v. 13
• O pecado do povo de Deus é tão grave que até os céus ficam espantados. É algo inacreditável. O povo de Deus abandonou o seu Senhor. Que Senhor?  Jeremias retrata a Deus com uma figura. Para Davi Deus é o bom pastor. Para Moisés é um fogo que consome. Para Jeremias é a fonte das águas vivas. 
a) Deus é a fonte da vida, nossa vida depende dele – A alma afastada de Deus já está morta. Sem Deus você não vive. Só na presença de Deus tem plenitude de alegria. 
b) Deus é a fonte de vida abundante – Deus não é uma cisterna, mas uma fonte. Uma cisterna apenas armazena água, mas uma fonte produz água. A água corre da fonte. A fonte é inesgotável. A fonte tem água viva, água limpa, água que flui abundantemente. Isso é símbolo da vida que Cristo oferece. Quem nele crê tem uma fonte a jorrar para a vida eterna. Quem nele crê nunca mais tem sede. Quem nele crê, rios de água viva fluem do seu interior. Jesus veio para lhe dar vida em abundância.

3. O povo de Deus cavou cisternas rotas que não retém as águas – v. 13
• Ilustração: O povo que vive no vale: de um lado tudo seco, do outro tudo exuberante. O povo vive do lado seco em vez de viver no pomar frutuoso. De repente o povo começa a cavar a areia dura do deserto. Abre uma cacimba. Todos gritam: água! O povo desesperado de sede corre. Ao chegar, descobre que a cisterna está rachada e não pode reter as águas. Apesar de tanto trabalho, não há esperança para essas pessoas. Isso é um símbolo da insensatez do povo que abandona o Senhor e busca satisfação em outras fontes. 



CONCLUSÃO: 
a) Se Deus é o manancial das águas vivas, por que seu o povo o abandona? – Muitas vezes, o povo de Deus tem se cansado de Deus. Tem sido atraído e seduzido pelo pecado, pelo mundo, pelas cisternas rotas. Miquéias pergunta: “Povo meu, que te tenho feito? Por que te enfadaste de mim? Responde-me” (Mq 6:3). O Filho Pródigo sentiu-se insatisfeito na casa do Pai e foi para um país distante, onde gastou tudo que tinha vivendo dissolutamente. Hoje, trocamos a Deus pelo prazer, pelo dinheiro, pelo sucesso, pelos ídolos modernos.



b) O perigo de ser seduzido por algo artificial – Israel deixou o Senhor e se deixou seduzir por ídolos. Israel pensou: O nosso Deus é muito exigente. Queremos uma religião que nos custe menos, que nos dê mais liberdade, que não nos cobre tanto. Queremos ser livres como os outros povos para fazermos tudo sem drama de consciência. Trocaram a verdade pela mentira e Deus pelos ídolos.

c) Alimentando-se de pó em vez de beber da fonte – Quem troca o Senhor por outras fontes começa a morrer de sede. Só o Senhor tem a água da vida. Só Ele pode matar a nossa sede. Só nele a sua alma pode dessedentar-se. Só ele satisfaz a sua alma.



sábado, 12 de setembro de 2015

Escola Dominical: A minúscula semente de mostarda que se transformou numa grande árvore

Sentado a sua mesa de trabalho num domingo em outubro de 1780 o dedicado jornalista Robert Raikes procurava concentrar-se sobre o editorial que escrevia para o jornal de Gloucester, de propriedade de seu pai. 


Foi difícil para ele fixar a sua atenção sobre o que estava escrevendo, pois os gritos e palavrões das crianças que brincavam na rua, debaixo da sua janela, interrompiam constantemente os seus pensamentos. Quando as brigas tornaram-se acaloradas e as ameaças agressivas, Raikes julgou ser necessário ir à janela e protestar o comportamento das crianças. Todos se acalmaram por poucos minutos, mas logo voltaram às suas brigas e gritos. 

Robert Raikes contemplou o quadro em sua frente; enquanto escrevia mais um editorial pedindo reforma no sistema carcerário. Ele conclamava as autoridades sobre a necessidade de recuperar os encarcerados, reabilitando-os através de estudo, cursos, aulas e algo útil enquanto cumpriam suas penas, para que ao saírem da prisão pudessem achar empregos honestos e tornarem-se cidadãos de valor na comunidade. Levantando seus olhos por um momento, começou a pensar sobre o destino das crianças de rua; pequeninos sendo criados sem qualquer estudo que pudesse lhes dar um futuro diferente daquele dos seus pais. Se continuassem dessa maneira, muitos certamente entrariam no caminho do vício, da violência e do crime.
A cidade de Gloucester, no Centro-Oeste da Inglaterra, era um polo industrial com grandes fábricas de têxteis. Raikes sabia que as crianças trabalhavam nas fábricas ao lado dos seus pais, de sol a sol, seis dias por semana. Enquanto os pais descansavam no domingo, do trabalho árduo da semana, as crianças ficavam abandonadas nas ruas buscando seus próprios interesses. Tomavam conta das ruas e praças, brincando, brigando, perturbando o silêncio do sagrado domingo com seu barulho. Naquele tempo não havia escolas públicas na Inglaterra, apenas escolas particulares, privilégio das classes mais abastadas que podiam pagar os custos altos. Assim, as crianças pobres ficaram sem estudar; trabalhando todos os dias nas fábricas, menos aos domingos. 

Raikes sentiu-se atribulado no seu espírito ao ver tantas crianças desafortunadas crescendo desta maneira; sem dúvida, ao atingir a maioridade, muitas delas cairiam no mundo do crime. O que ele poderia fazer?

Por um futuro melhor
Sentado a sua mesa, e meditando sobre esta situação, um plano nasceu na sua mente. Ele resolveu fazer algo para as crianças pobres, que pudesse mudar seu viver, e garantir-lhes um futuro melhor! Pondo ao lado seu editorial sobre reformas nas prisões, ele começou a escrever sobre as crianças pobres que trabalhavam nas fábricas, sem oportunidade para estudar e se preparar para uma vida melhor. Quanto mais ele escrevia, mais sentia-se empolgado com seu plano de ajudar as crianças. Ele resolveu neste primeiro editorial somente chamar atenção à condição deplorável dos pequeninos, e no próximo ele apresentaria uma solução que estava tomando forma na sua mente. 

Quando leram seu editorial, houve alguns que sentiram pena das crianças, outros que acharam que o jornal deveria se preocupar com assuntos mais importantes do que crianças, sobretudo, filhos dos operários pobres! Mas Robert Raikes tinha um sonho e este estava enchendo seu coração e seus pensamentos cada vez mais! No editorial seguinte, expôs seu plano de começar aulas de alfabetização, linguagem, gramática, matemática, e religião para as crianças, durante algumas horas de domingo. Fez um apelo, através do jornal, para mulheres com preparo intelectual e dispostas a ajudar-lhes neste projeto, dando aulas nos seus lares. Dias depois um sacerdote anglicano indicou professoras da sua paróquia para o trabalho.
O entusiasmo das crianças era comovente e contagiante. Algumas não aceitaram trocar a sua liberdade de domingo, por ficar sentadas na sala de aula, mas eventualmente todos estavam aprendendo a ler, escrever e fazer as somas de aritmética. As histórias e lições bíblicas eram os momentos mais esperados e gostosos de todo o currículo. Em pouco tempo, as crianças aprenderam não somente da Bíblia, mas lições de moral, ética, e educação religiosa. Era uma verdadeira educação cristã.
Robert Raikes, este grande homem de visão humanitária, não somente fazia campanhas através de seu jornal para angariar doações de material escolar, mas também agasalhos, roupas, sapatos para as crianças pobres, bem como mantimentos para preparar-lhes um bom almoço aos domingos. Ele foi visto frequentemente acompanhado de seu fiel servo, andando sob a neve, com sua lanterna nas noites frias de inverno. Raikes fazia isto nos redutos mais pobres da cidade para levar agasalho e alimento para crianças de rua que morreriam de frio se ninguém cuidasse delas; conduzindo-as para sua casa, até encontrar um lar para elas.
As crianças se reuniam nas praças, ruas e em casas particulares. Robert Raikes pagava um pequeno salário às professoras que necessitavam, outras pagavam suas despesas do seu próprio bolso. Havia, também, algumas pessoas altruístas da cidade, que contribuíam para este nobre esforço.

Movimento mundial
No começo Raikes encontrou resistência ao seu trabalho, entre aqueles que ele menos esperava - os líderes das igrejas. Achavam que ele estava profanando o domingo sagrado e profanando as suas igrejas com as crianças ainda não comportadas. Havia nestas alturas algumas igrejas que estavam abrindo as suas portas para classes bíblicas dominicais, vendo o efeito salutar que estas tinham sobre as crianças e jovens da cidade. Grandes homens da igreja, tais como João Wesley, o fundador do metodismo, logo ingressaram entusiasticamente na obra de Raikes, julgando-a ser um dos trabalhos mais eficientes para o ensino da Bíblia.
As classes bíblicas começaram a se propagar rapidamente por cidades vizinhas e, finalmente, para todo o país. Quatro anos após a fundação, a Escola Dominical já tinha mais de 250 mil alunos, e quando Robert Raikes faleceu em 1811, já havia na Escola Dominical 400 mil alunos matriculados.
A primeira Associação da Escola Dominical foi fundada na Inglaterra em 1785, e no mesmo ano, a União das Escolas Dominicais foi fundada nos Estados Unidos. Embora o trabalho tivesse começado em 1780, a organização da Escola Dominical em caráter permanente, data de 1782. No dia 3 de novembro de 1783 é celebrada a data de fundação da Escola Dominical. Entre as igrejas protestantes, a Metodista se destaca como a pioneira da obra de educação religiosa. Em grande parte, esta visão se deve ao seu dinâmico fundador João Wesley, que viu o potencial espiritual da Escola Dominical e logo a incorporou ao grande movimento sob sua liderança.
A Escola Bíblica Dominical surgiu no Brasil em 1855, em Petrópolis (RJ). O jovem casal de missionários escoceses, Robert e Sarah Kalley, chegou ao Brasil naquele ano e logo instalou uma escola para ensinar a Bíblia para as crianças e jovens daquela região. A primeira aula foi realizada no domingo, 19 de agosto de 1855. Somente cinco participaram, mas Sarah, contente com “pequenos começos”, contou a história de Jonas, mais com gestos,do que palavras, porque estava só começando a aprender o português. Ela viu tantas crianças pelas ruas que seu coração almejava ganhá-las para Jesus. A semente do Evangelho foi plantada em solo fértil.
Com o passar do tempo, aumentou tanto o número de pessoas estudando a Bíblia, que o missionário Kalley iniciou aulas para jovens e adultos. Vendo o crescimento, os Kalleys resolveram mudar para o Rio de Janeiro, para dar uma continuidade melhor ao trabalho e aumentar o alcance do mesmo. Este humilde começo de aulas bíblicas dominicais deu início à Igreja Evangélica Congregacional no Brasil.
No mundo há muitas coisas que pessoas sinceras e humanitárias fazem sem pensar ou imaginar a extensão de influência que seus atos podem ter. Certamente, Robert Raikes nunca imaginou que as simples aulas que ele começou entre crianças pobres e analfabetas da sua cidade, no interior da Inglaterra, iriam crescer para ser um grande movimento mundial. Hoje, a Escola Dominical conta com mais de 60 milhões de alunos matriculados, em mais de 500 mil igrejas protestantes no mundo. É a minúscula semente de mostarda plantada e regada, que cresceu para ser uma grande árvore cujos galhos estendem-se ao redor do globo.
Ruth Dorris Lemos é missionária norte-americana em atividade no Brasil, jornalista, professora de Teologia e uma das fundadoras do Instituto Bíblico da Assembleia de Deus (IBAD), em Pindamonhangaba (SP)


terça-feira, 8 de setembro de 2015

“Eu não passo de uma criança”. Jr 1:5,6-8,18.



Introdução:
“Eu não fui criado para correr perigos – chorou Frodo – Eu gostaria de jamais ter visto o anel! Por que veio até mim? Por que eu fui escolhido?
tais questões não podem ser respondidas – disse Gandalf. Pode estar certo de que não foi por qualquer mérito que os demais não possuem; não pelo poder ou sabedoria, de forma alguma. O fato é que você foi escolhido e, portanto, deve utilizar toda a força, o coração e a inteligência que possui”. O Senhor dos Anéis.



1 )    SOU APENAS UM JOVEM!

·        A missão que Jeremias recusou foi a de ser um profeta, duas convicções: A primeira,  Deus vive, que é pessoal e ativo. A segunda é a de que o mundo está atravessando um momento difícil e complexo. Um profeta é obcecado por Deus e vive intensamente para o agora. A  função do profeta é convocar as pessoas a viverem bem, da forma certa – a serem humanos. Não podemos ser humano se não temos relação com Deus! O profeta procura encanar em sua vida a Palavra de Deus (Jr 27.2).

·        UM PROFETA leva as pessoas a conhecer a Deus; quem Ele é, suas características, palavras e ações.        o Profeta suscita nossa ira ao rejeitar nossos eufemismos, revelar nossos disfarces (hipocrisias)  e, então, trazendo à tona nossos atos mais cruéis e motivos egoístas, exibindo-os onde todos possam ver” (Ez 3:7-11).

2)    ALEGANDO INCAPACIDADE, CASUÍSMO·        “...Ah! Senhor Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança”.

·        OU SEJA, Nossas desculpas, para fugirmos do chamado de Deus: “Eu não tenho experiência, sou apenas uma dona de casa; não fiz nenhum curso de teologia; sou apenas um humilde pregador e não tenho suficiente escolaridade; não tenho tempo disponível, me falta autoconfiança!” (Ex 4.10) Muito se tem exigido de nós, mas nunca estamos à altura das exigências ou não somos capazes de lidar com elas.

·        Subterfúgios:  “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerás?” (Jr 17:9).         Existe uma enorme diferença entre o que nós pensamos que podemos fazer e o que Deus nos  chama a realizar (Is 55.9).



·        NÃO DIGAS: “Não passo de uma criança, porque a todos a quem eu te enviar irás, e tudo quanto eu te mandar falarás, porque eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor. Eis que ponho na tua boca as minhas palavras. Olha que hoje te constituo sobre as nações sobre os reinos para arrancares e arruinares e também para edificares e plantares (Jr 1:9-10)”.

Verbos: arrancar, derribar, destruir, arruinar, edificar e plantar, estão intimamente ligados. No caminho da fé não devemos fugir porque nos parece demasiadamente difícil; enfrentamos o desafio porque somos ordenados e equipados a fazê-lo.  DEUS É QUEM DECIDE A NOSSO RESPEITO. Deus nos escolhe com o propósito de nos capacitar o que Ele deseja que façamos ou sejamos: “Eis que ponho na tua boca as minhas palavras... Olha que hoje te constituo sobre as nações” (Jr 1.18-19).


Deus chama o pregador para ser sua boca; e Deus fala por intermédio dele. Deus chama quem Ele quer e como Ele quer para ser o seu pregador. O profeta Amós disse: “Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros. Mas o SENHOR me tirou de após o gado e me disse: Vai e profetiza (prega) ao meu povo Israel” (Amós 7.14,15).



)    Duas visões:

3.1) VARA DE AMENDOEIRA “Veio ainda a palavra do Senhor, dizendo: Que vês tu, Jeremias? Respondi: vejo uma vara de amendoeira. Disse-me o Senhor: Viste bem, porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr 1:11-12).


·        A amendoeira é uma das primeiras árvores a florescer na região da Palestina. Antes de estender as folhas, flores, brancas como a neve, desabrocham. Enquanto a terra ainda está sob os efeitos gélidos do inverno, as acalentadores flores surgem naturalmente, sem avisar, surpreendendo-nos com a promessa da primavera.

·        “Por que eu velo sobre a minha palavra para cumprir”. Estas palavras, como a flor da amendoeira, são promessas, uma antecipação do que está para acontecer. Elas se transformam em algo. Amendoeira (hebraico: Shaqued) e Velo (shoqued): na língua hebraica são parecidas: “Que vês tu, Jeremias? Respondi; vejo uma vara de amendoeira (shaqed). Disse-me o Senhor: Viste bem, porque eu shoqed (velo) sobre a minha palavra para cumprir”.

·        Ou seja, Estou velando a minha palavra como um pastor vela por seu rebanho. Nenhuma das palavras, que me ouviste dizer deixará de se cumprir (Hb 4.12).

3.2 ) PANELA DE ÁGUA FERVENTE:   Outra vez, me veio a palavra do Senhor, dizendo: que vês? Eu respondi: vejo uma panela ao fogo, cuja boca se inclina do norte”.  (Jr 1:13).


A panela encontrava-se inclinada de modo que a água fervente estava sendo derramada sobre o sul. A cidade de Anatote e as ruas de Jerusalém estavam diretamente no curso das águas. ·        São inimigos marchando para uma invasão (Jr 1:14-16). Esta guerra iminente está relacionada ao julgamento de Deus. A água fervente irá lavar a terra. “A água quente tem o dom de purificar”.

O julgamento escaldante estava para acontecer porque o povo tinha abandonado o relacionamento de amor com Deus e se envolvido com rituais religiosos a deuses estranhos (Jr 1.16, Jr 3.21 e 22). A NATUREZA, INCLUINDO, A HUMANA, NÃO SUPORTARÁS QUALQUER CONTRADIÇÃO ABSOLUTA. ELA DEVE SER CONVERTIDA, NÃO VIOLADA". Os exércitos neobabilônicos estavam em marcha e nenhuma pessoa dotada de inteligencia mediana poderia ficar alheio a isso.  

·        “A guerra viria interromper aquele modo de vida inútil, tolo, impuro e indolente, obrigando-o a voltar seus olhos para o que é essencial e eterno: vida e morte, Deus e a humanidade, fé e descrença, aliança e obediência”.

 CONCLUSÃO: "eis que hoje te ponho por cidade fortificada, por coluna de ferro e por muros de bronze".