terça-feira, 25 de fevereiro de 2020


Uma nova identidade. Efésios 4.17...

Introdução:
Somos a igreja de Cristo, composta de “judeus, gentios, servos, escravos”.  Temos unidade: há um só corpo, um só Espírito, uma só esperança; um só Senhor, uma só fé e um só batismo. Um só Deus, que é Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos em todos. Temos diversidade de dons: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Para que? Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do serviço, para edificação do corpo de Cristo.

1)    A vida sem Cristo
Nos versículos 17-19 vemos uma representação do homem sem Cristo. “Vaidade dos seus próprios pensamentos”, “obscurecidos de entendimento”, “ignorância que vivem”. Dureza de seus corações (v.18), a palavra no grego usada por Paulo é porosis, poros era um “tipo de mármore”, logo o verbo significa “petrificar” “tornar-se duro”, ou “insensível”. Em Marcos 3.5, Jesus vislumbra o coração: “...olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza de seus corações”. São obtusos, mentes fechadas deliberadamente. Portanto, a imoralidade em que vivem é vista como deliberada e culpável. 


A ordem é assim: Primeiro, vem a dureza dos seus corações, em seguida, sua ignorância, estando obscurecidos de entendimento e, depois, alheios à vida de Deus, até que finalmente, se tornaram insensíveis, se entregaram á dissolução para com avidez, cometerem toda sorte de impureza.

2)    A vida com Cristo
“Vós, porém, não aprendeste assim a Cristo”, “aprendestes a Cristo”, “o tendes ouvido” (v.21) e “nele fostes instruídos” (21).

Estas expressões são notáveis e “trazem a mente o quadro de uma escola”. O próprio Cristo é a substancia do ensino cristão. Assim seus ouvintes aprendem a Cristo e o recebem. Mas, que tipo de Cristo aprendem? Não apenas o verbo feito carne, o Deus-Homem sem igual que morreu, que ressuscitou e que reina. Mas, um Cristo que os convoca para valores totalmente opostos ao mundo.

Como acontece o aprendizado? “Fostes ensinados a vos despirdes do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos....a vos revestirdes do novo homem criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade” (vs. 22-24)
Envolve o repúdio do nosso próprio eu antigo, da nossa humanidade caída, e a adoção de um novo eu (2 Co 5.17), uma novo eu criado em Cristo Jesus, pela habitação do Espírito Santo. Então, somos convocados a despir nossa natureza corrupta – “vos despojeis do velho homem” -, com uma roupa esfarrapada e suja. E, assim requer de nós que nos revistamos da nossa natureza com uma veste de luz. A primeira era um velho homem, decrépito, deformado, e tendendo a corrupção; a segunda, é um novo homem, viçoso, belo e vigoroso, como Deus.

Entre o velho e o novo “despojamos” e que “revestimos” coloca-se o versículo 23: “E vos renoveis no espírito da vossa mente”, ou “Deixem que o Espírito renove seus pensamentos e atitudes” (versão transformadora). Temos uma equivalência em Romanos 12.2: “Não imitem o comportamento e os costumes deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma mudança em seu modo de pensar, a fim de que experimentem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para vocês”. Além da rejeição decisiva do velho a aceitação do novo, é necessário uma renovação interior diária e até mesmo contínua da nossa mente. 



3)    Seis exemplos concretos de mente renovada
“Não contém mentiras, mas, sim, falem a verdade (v.25). “Portanto, cada um de vós deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo”. (v.25)
Os seguidores de Jesus devem ser conhecidos na sua comunidade como pessoas honestas e fidedignas, em cuja palavra se pode confiar. A razão dada não é somente que a outra pessoa é o nosso próximo, a quem as escrituras ordenam que amemos, mas que, na igreja, o nosso relacionamento é ainda mais estreito, porque somos membros uns dos outros. “UMA MENTIRA É UMA FACADA NAS PARTES VITAIS DO CORPO DE CRISTO”. 



Não perca a calma, mas, sim, tenha certeza de que sua ira é justa” (vs 26-27). “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo”.
Primeiro, não pequeis. Devemos assegurar-nos de que a nossa ira esteja livre de orgulho magoado, do despeito, da malicia, da animosidade e do espírito de vingança. Segundo, não se ponha o sol sobre a vossa ira, ou seja, não devemos acalentar, acariciar; raras vezes é seguro deixar a brasas arderem. Um conselho aos casais: “nunca vá zangado para cama”. Terceiro, nem deis lugar ao diabo (v.27), porque ele sabe quão fina é a linha entre a ira justa e a injusta e quão difícil os seres humanos encontram um uso responsável para sua ira.

“Não furtes, mas, sim, trabalhe e contribua” (v.28) “Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” (v.28). 

“Não furtarás”, foi o oitavo mandamento da lei de Moisés. E não é somente não furtar dinheiro ou os bens de outras pessoas, mas também com respeito a sonegação de impostos. “Aquele que furtava, não furtes mais”. Agora, deve começar a trabalhar, fazendo com as próprias mãos o que é bom, ganhando a própria vida. SOMENTE CRISTO PODE TRANSFOMAR UM ASSALTANTE EM BENFEITOR.

“Não use a boca para o mal, mas, sim, para o bem” (vs. 29-30). “Não saia da vossa boca palavra torpe e, sim, unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e assim transmita graça aos que ouvem”
“Torpe” é uma palavra que se emprega para arvores podres ou frutos que não prestam mais. Quando é aplicada a conversa torpe, prejudica os ouvintes. Inversamente, devemos empregar o nosso dom da fala de modo construtivo, para edificação. Em Colossenses 4.6, Paulo exorta que “a vossa palavra que seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um”. Portanto, não devemos prejudicar ou destruir as pessoas.

“Se somos verdadeiramente uma nova criação de Deus, desenvolveremos novos padrões de conversação. Ao invés de ferir as pessoas com nossas palavras, desejaremos usá-las para ajudar, encorajar, animar, consolar e estimular tais pessoas” (Pv 12.18)

“E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção” (v.30). Por trás das ações humanas, personalidades invisíveis estão presentes e ativas. Não devemos dar lugar ao diabo (v.27); agora somos exortados a não entristecermos o Espírito Santo. Mas o que entristece o Santo Espírito? Visto que ele é o Espirito Santo, sempre está entristecido pela falta de santidade, e sendo ele “um só Espírito”, a desunião também lhe causará tristeza.

Não sejam maldosos ou amargos, mas, sim, bondosos e amorosos (v. 31, 5.2). “Toda amargura, cólera, ira, gritaria e blasfêmia sejam eliminadas do meio de vós, bem como toda maldade”.
Aqui há uma série de seis atitudes que devem ser lançada para longe de nós. Amargura é um espírito azedo e uma conversa azeda. A cólera e a ira são quase semelhantes entre si, sendo que a cólera é uma fúria apaixonada, enquanto que ira é uma hostilidade mais firmada e sombria. A gritaria são pessoas que ficam facilmente nervosas e começar uma gritaria sem fim, todo quarteirão escuta. A blasfêmia é falar mal pelas costas, difamar e destruir reputação de pessoas. E, malicia, é a mesma coisa da inveja, é armar estrategicamente para o mal do próximo.

Mas, devemos ser benignos (Chestos) para com os outros, por causa da associação com o nome de Cristo. COMPASSIVO, que tem ternura de coração e perdoando-vos uns aos outros, agindo com graça uns para com outros, assim como Deus em Cristo agiu de graça para conosco.

Conclusão: Não façam piadas acerca do sexo, mas, sim, deem graças por ele (vs. 5.3-4).

“Entre vós não deve haver nem sequer menção de IMORALIDADE SEXUAL como também de nenhuma espécie de IMPUREZA e de COBIÇA; pois essas atitudes não são adequadas aos santos. Não haja OBSCENIDADES, nem CONVERSAR TOLAS, nem GRACEJOS IMORAIS, que são inconvenientes, mas ao invés disso, portai-vos com ações de graça.

Imoralidade sexual... impureza e cobiça. As duas palavras no grego abrangem juntamente todo tipo de pecado sexual; noutras palavras, todas as relações sexuais fora do seu contexto ordenado por Deus, de um casamento amoroso. Cobiça, que é o desejo do corpo de outra pessoa para ter um prazer egoísta.

Obscenidades, nem conversas tolas, nem gracejos imorais...”. O versículo 4 vai mais longe: da imoralidade para a vulgaridade. Todas as três expressões referem-se a uma mente suja expressando-se em conversa suja. ANTES, pelo contrário, PORTAI-VOS COM AÇÕES DE GRAÇA. 




terça-feira, 18 de fevereiro de 2020


A igreja una e seus dons– Efesios 4.1-6


Introdução: Paulo, o apostolo.

“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro do Senhor” (v.1).  Paulo é um prisioneiro de Cristo como um prisioneiro por amor a Cristo, não somente vinculado a Ele pelas correntes do amor como também detido por causa da sua lealdade ao evangelho.

“...andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados”. Como é esta dignidade? Primeiro, é um só povo, composto igualmente de judeus e gentios “...não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28), a única família de Deus. Segundo é um povo santo, distinto do mundo secular para pertencer a Deus. Portanto, visto que são de Deus são chamados para ser um só povo, devem manifestar a sua união, e porque são chamados para ser um povo santo, devem manifestar sua pureza. A UNIÃO E A PUREZA SÃO DOIS ASPECTOS FUNDAMENTAIS DE UMA VIDA DIGNA DO CHAMAMENTO DIVINO DA IGREJA.

1)    Cinco pedras fundamentais da unidade.

Humildade
Os gregos nunca empregaram a palavra “humildade” num contexto de aprovação, muito menos de admiração. Mas, expressavam com ela uma atitude abjeta, servil “a submissão bajulante de um escravo”. Foi somente na vinda de Cristo que se reconheceu a humildade verdadeira “...embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! (Fl 2.6-8).


A palavra que Paulo emprega aqui é “humildade de mente”, o reconhecimento da dignidade e do valor de outras pessoas. O orgulho fica espreitando por detrás de toda discórdia, ao passo que o maior segredo individual da concórdia é a humildade. É fácil comprovar isto pela experiência. As pessoas de quem gostamos imediata e instintivamente, e com que temos facilidade de conviver, são aquelas que nos tratam com o respeito que julgamos merecer, ao passo que as pessoas com as quais instintivamente antipatizamos são as que nos tratam como lixo. EM OUTRAS PALAVRAS, A VAIDADE PESSOAL É UM FATOR-CHAVE EM TODOS OS NOSSOS RELACIONAMENTOS.

Mansidão
O meio termo ente ser irado demais e nunca ficar irado. É como o homem que trabalha no porto carregando fardos pesados o dia todo e quando chega em casa, abraça carinhosamente sua filhinha. Assim, mansidão não é sinônimo de fraqueza; pelo contrário, é a suavidade dos fortes, cuja força está sob controle. É a qualidade de uma personalidade forte que é, mesmo assim, senhora de si mesma e servas de outras pessoas (1 Co 4.21, 2 Tm 2.25).


HUMILDADE E MANSIDÃO FORMAM UMA PAR NATURAL. É O QUE HOMEM MANSO PENSA BEM POUCO NAS SUAS REINVINDICAÇÕES PESSOAIS, ASSIM COMO O HOMEM HUMILDE PENSA BEM POUCO NOS SEUS MÉRITOS PESSOAIS”. Essas duas pedras harmonizam-se com o caráter do Nosso Senhor Jesus: “manso e humilde de coração” (Mt 11.29).

Paciência e longanimidade
Longanimidade é aguentar com paciência pessoas provocantes, tal como em Cristo Deus nos considerou: “...despreza a imensa riqueza da bondade, tolerância e paciência...” (Rm 2.4). Ao passo que suportando-vos uns aos outros fala daquela mútua tolerância sem a qual nenhum grupo de seres humanos pode conviver em paz. O amor é a qualidade final, é a coroa e a soma de todas as virtudes (Cl 3.14).



2)    A unidade da fé
“Há um só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos” (Ef 4.4-6).

A palavra “um” ou “uma” ocorre sete vezes. Uma leitura cuidadosa revela que três destas sete unidades fazem alusão às três pessoas da trindade (um Espírito, v.4); um só Senhor, v.5, isto é, O Senhor Jesus; e um só Deus e Pai de todos, v.6). Ao passo que as outras quatro dizem respeito à nossa experiência cristã com relação as três pessoas da trindade.   



Primeiro, há somente um corpo porque, há somente um Espírito (v.4). Este único corpo é a igreja de Cristo (Ef 1.23), que é composta por crentes judeus e gentios; e sua unidade ou coesão é devida ao único Espírito Santo que habita nele e que o anima “Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito” (1 Co 12.13).

Segundo, há uma só esperança que pertence à nossa vocação (v.4), uma só fé, um só batismo (v.5) porque há um só Senhor. O Senhor Jesus, pois, é o único objeto da fé “Creia no Senhor Jesus Cristo, e serão salvos, você e os de sua casa” (Atos 16.31), “olhando para Jesus, autor e consumador da nossa fé...” (Hb 12.2). Ele é o único objeto da fé, da esperança e do batismo de todos os cristãos. Cremos em Jesus Cristo, esperamos sua volta e vivemos com uma Viva Esperança.

Terceiro, há uma só família cristã, que abrange todos que vivem dessa esperança (v.6), porque há um só Deus e Pai... o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.

Então a ordem, seria: Primeiro, o único pai cria a única família. Segundo, o único Senhor cria a única fé, a única esperança e o único batismo. Terceiro, o único Espírito cria o único corpo. Portanto, devemos afirmar que só pode haver uma única família cristã, uma só fé, uma só esperança e um só batismo cristãos, e um só corpo cristão, porque há um só Pai, Filho e Espírito Santo. Logo, multiplicar a igreja é tão absurdo como multiplicar a Deus.

EXORTAÇÃO: “procurando cuidadosamente manter a unidade do Espírito no vinculo da paz”. Ou, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vinculo da paz”. Ou seja, NÃO DEVEMOS POUPAR ESFORÇO ALGUM, E POR ISSO CABE BEM A PALAVRA ADICIONAL “DILIGENTEMENTE”. O MODO IMPERATIVO EU SE ACHA NO TEXTO EXCLUI PASSIVIDADE, O QUIETISMO, UMA ATITUDE “VAMOS VER COMO FICA”. MAS, FAÇA-O AGORA! SEJA SINCERO! VOCE DEVE FAZÊ-LO!

Conclusão: a diversidade da igreja nos dons
“Mas a graça foi dada a cada de nós segundo a medida do dom de Cristo” (v.7). Os versículos 8 a 11 falam da morte e da ressureição de Cristo e sua vitória “subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens”. 


“Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (v.11)

Para que? “Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (v.12)

Para que não sejamos mais como meninos inconstantes, levado em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente”. 





terça-feira, 11 de fevereiro de 2020


Jefté: um guerreiro corajoso. Jz 11.1-10


Introdução: o que é rejeição?

Jefté era filho de Gileade, um homem respeitado, possuía riquezas, status porém sua mãe era prostituta. Tem um porém na vida de muitas pessoas. Por causa de ser filho de uma prostituta ele foi para a terra de Tobe, um lugar desértico, árido, inóspito, selvagem e solitário.

Há feridas que não são vistas, mas que podem se alojar profundamente em nossa alma e conviver conosco pelo resto das nossas vidas. São feridas emocionais, adquiridas no decorrer da vida, que determinam a qualidade de vida que temos no presente. A rejeição é uma ferida emocional profunda; rejeitar é resistir, desprezar ou recusar.  

1)    Mais uma vez”
“Mais uma vez”, o povo adora ídolos. “Serviram aos baalins, às imagens de Astarote, aos deuses de Arão, aos deuses de Sidom, aos deuses de Moabe, aos deuses dos amonitas e aos deuses filisteus” (Jz 10.6)

Os baalins e as imagens de Astarote eram deuses os cananeus “nativos”. Mas os deuses e Arã e de Sidom ou de Amom e Moabe e dos filisteus eram adorados pelas nações que invadiram Canaã e oprimiram os israelitas. Resumindo, sempre que o povo adorava ídolos de uma nação, essa nação acabava por oprimi-los. Desta vez, Israel adorou também deuses dos amonitas e dos filisteus – e, como resultado, o povo foi oprimido por esses povos. 


“O coração humano é enganoso...” (Jr 17.9) e continua o mesmo. Ele nos assegura que, quando um ídolo nos escraviza, precisamos adorá-lo ainda mais. Se uma pessoa busca valorização e proposito em um relacionamento – por exemplo -, sacrifica tudo em favor de um casamento que se desfaz -, é muito natural que ela pense: tenho de ter outro relacionamento, preciso de um companheiro (a) melhor.

“Vendidos”
Deus, em sua ira profunda contra a idolatria, “vendeu (Israel) em mão dos seus inimigos” (Jz 10.7). Quando vendemos nosso carro a alguém, o novo dono pode fazer com ele o que bem entende. Sabemos que quando Deus “vendeu” os israelitas ficaram desprotegidos (Sl 91.1). Deus permitiu que as coisas as quais serviam os dominassem e “possuíssem”.

Em Romanos 1.23-25, Paulo fala sobre idolatria. Fala sobre pessoas que “trocaram a grandeza do Deus imortal por imagens de seres humanos mortais, bem como de aves, animais e repteis” (v.23) (Versão Transformadora). “Trocaram a glória de Deus, que sustenta o mundo, por imagens baratas vendidas na feira” (A mensagem). 


Qual foi o resultado? “Pelo que Deus os entregou às concupiscências do seu coração” (v.24). “...Deus os entregou aos desejos pecaminosos de seu coração” (Transformadora). “Não demorou muito tempo para que fossem viver num chiqueiro, enlameados, sujos por dentro e por fora”. (A mensagem). No grego, a palavra “concupiscência” é epithumia, que significa desejo avassalador, escravizante, incontrolável. “Entregar” significa que Deus permite que as coisas nas quais confiamos, em vez de confiarmos nele, governam poderosamente nossas vidas.

“Se você quer viver para o dinheiro em vez de viver para Deus, o dinheiro irá governar sua vida. Irá controlar o seu coração e seus sentimentos. Se você quer viver para fama em vez de viver para Deus, então a aclamação popular irá governar e controlar você. Se você quer outro deus além além de Jesus, vá em frente. Veremos o quanto ele é misericordioso com você e que poder ele tem para salvar, guiar e ensinar”.

“Não os salvarei mais”
A opressão sobre os israelitas é a pior até agora – eles foram “despedaçados” (Jz 10.8). A opressão foi longa (18 anos); universal , pois abrangeu os que habitavam nas duas margens, do leste e oeste do Jordão (vs. 8-9). O povo, então, BUSCOU AO SENHOR, CONFESSANDO: “Pecamos contra ti, pois abandonamos o nosso Deus e cultuamos os baalins” (v.10).

Quando o povo BUSCOU OU CLAMOU a Deus e, em resposta, ele enviou uma severa advertência. Ele afirmou que salvou os israelitas inúmeras vezes: “vocês me abandonaram e cultuaram outros deuses” -, e em uma frase devastadora, Deus avisa eu povo: “...não os livrarei mais” (v.13). Ele não lhes dará mais atenção – que clamem aos deuses quem adoram “que eles vos livre no tempo do vosso aperto” (v.14).

“Quando os egípcios, os amorreus, os amonitas, os filisteus, os sidônios – até os amalequitas e midianitas – os oprimiram, vocês clamaram a mim e eu os libertei: agora, vocês me abandonaram outra vez, adorando outros deuses. Não vou ajudar desta vez. Façam assim: Clamem aos deuses que vocês escolheram, para que os livre da encrenca em que vocês se meteram” (A mensagem).

Quando Deus diz: “Ide e clamai aos deuses que escolhestes” (v.14), ele quer dizer que o clamor deles nada mais é que o clamor de um fraco pedindo que alguém mais forte o livre da desgraça em que se encontra. O povo responde: “Já entendemos! Estamos num beco sem saída! Estamos encrencados porque pecamos em suas leis. Agora, dê uma mãozinha, por favor; livre-nos desta enrascada”.

Arrependimento é convicção profunda do erro e aversão pelo que foi feito. O povo estava preocupado com a consequência do pecado, mas não verdadeiramente arrependido do pecado cometido.

O pedido que o povo faz no versículo 15 é diferente do que foi feito no versículo 10. Dizer: Faça conosco o que bem entendes, mas continuamos implorar misericórdia evidencia mudança de coração. Ou seja, queremos o Senhor mesmo que tenhamos de continuar sofrendo (embora não seja o que queremos).  “Sim, pecamos! Castiga-nos como te parecer melhor, mas livra-nos hoje de nossos inimigos” (v.15). Será que o povo se arrependeu?

Primeiro, se dissermos a Deus: Quero o Senhor porque desejo/preciso que Ele me dê “X”, estamos mostrando que “X” é o nosso deus supremo e verdadeiro. Quando dizemos: Quero o Senhor, independentemente de o Senhor me dar X, Y ou Z, estamos aceitando novamente o Deus verdadeiro como o Nosso Deus.

Segundo, quando os israelitas “se desfizeram dos deuses estrangeiros” (v.16), deixaram nítido que estavam indo além da superfície, que queriam uma mudança de coração, não apenas de comportamento externo. Diante do arrependimento Deus “teve profunda compaixão deles e não suportou mais o sofrimento do seu povo”.

2)    Jefté
“Jefté era um guerreiro corajoso. Era filho de Gileade, mas sua mãe era uma prostituta” (v.1). Era filho de Gileade, homem importante, possuía riquezas e projeção social.  Mas, o porém é significativo.  Aos olhos do mundo, lideres são pessoas que estudaram em universidades, tem linhagem familiar centenária e poderosa, sem antecedentes criminais. Então, os “filhos legítimos” de Gileade expulsaram Jefté de casa, dizendo-lhe: “Não herdarás na casa de nosso pai, porque és filho doutra mulher” (v.2). 



“Quando Eliabe, irmão mais velho de Davi, o ouviu falando com os soldados, ficou furioso e perguntou: “O que está fazendo aqui? Não devia estar tomando conta daquelas poucas ovelhas? Conheço sua arrogância e suas más intenções. Você quer apenas ver a batalha” (1 Sm 17.28).

A Bíblia diz que Jefté fugiu para a terra de TOBE, um principado aramaico situado a leste do rio Jordão e ao norte de Gileade. Tobe era um deserto, um lugar árido, inóspito, selvagem e solitário. ADEMAIS, o texto conta que ‘homens levianos se ajuntaram com ele e com ele saiam” (v.3).

No entanto, Deus escolheu Jefté para ser libertador. Quando os amonitas “entraram em guerra contra Israel” (v.4), os líderes de Gileade (seus irmãos) “foram buscar Jefté” e pediram que ele comandasse seu exército na luta contra o inimigo (v. 5,6).  NOSSO DEUS É AQUELE QUE JOGA POR TERRA TODAS AS PREVISÕES, DIAGNÓSTICOS, PROGNÓSTICOS, EXPECTATIVAS E PROFECIAS DOS HOMENS.

"Lembrem-se de quem voces eram quando foram chamados para esta vida. Não vejo entre voces muitos representantes da elite intelectual, nem cidadãos influentes, nem muitas familias da alta socidade. Não é obvio que Deus, deliberadamente, escolheu homens e mulheres que a sociedade despreza, explora e abusa? Não é obvio que ele escolheu gente do tipo "zé ninguém" para desmascarar as pretensões vãs dos que se julgam importantes? Fique claro que nenhum de voces pode contar vantagens diante de Deus. Tudo o que temos - cabeça no lugar, vida correta, pecados perdoados e novo nascimento - vem de Deus, por meio de Jesus Cristo. Daí o ditado: "Se alguém se orgulhar, que se orgulhe por causa de Deus".  1 Cor 1.26-30

Conclusão:

O filosofo Jean Paul Satre disse certa vez: “Não importa o que os outros fizeram de você; importa o que você fez com que os outros fizeram de você”. 




terça-feira, 4 de fevereiro de 2020


Gideão: o menor da sua casa – Jz 6


Introdução:

“Mas os israelitas voltaram a fazer o que era mau aos olhos do Senhor” (v.1). Quando o coração do povo de Deus se esquece de quem ele é, e do que tem feito, e volta a adorar ídolos, que é o significado de “fazer o que era mau” aos olhos do Senhor. Isto é, no olhar deles, suas atitudes eram perfeitamente aceitáveis. Mas, “aos olhos de Deus”, o comportamento era mau.

1)    Ao invés de libertação um sermão
Dessa vez, Deus “os entregou nas mãos dos Midianitas” (v.1). Essa é a pior opressão até agora. Os israelitas são forçados a abandonar suas casas e a fazer “esconderijos” nos montes inacessíveis “esconderijos nas montanhas, nas cavernas e nas fortalezas” (v.2). Roubavam as lavouras (v.3); não poupavam nada que tivesse vida (v.4). Em consequência, passavam fome e a terra estava assolada (v. 5). Por fim, “os midianitas enfraqueceram de tal maneira os israelitas que eles clamaram ao Senhor” (v.6).

Em vez de Deus levantar um libertador, “quando os israelitas clamaram ao Senhor por causa dos midianitas, o Senhor lhes enviou um profeta” (vs. 67 e 8). A primeira resposta de Deus ao clamor dos israelitas não é enviar um salvador ou a salvação, mas dar-lhes um sermão! O PROFETA LEVA A ENTENDER PORQUE ESTÃO ENCRENCADOS. O PROFETA QUER QUE SEU POVO VEJA ONDE A IDOLATRIA – O PECADO DELES –FEZ COM QUE TODO ESSE MAU CAISSE SOBRE ELES.

Nesse sermão, Deus, então, lembra duas coisas aos israelitas: O QUE ELE FEZ E O QUE ELES FIZERAM. O que ele fez? “Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Eu os tirei da escravidão no Egito. Eu os livrei dos egípcios e de todos os que os oprimiam. Expulsei seus inimigos e dei a vocês a terra deles.  Disse a vocês: Eu sou o Senhor, seu Deus. Não adorem os deuses dos amorreus, em cujas terras agora vivem”. (vs -10). O QUE ISRAEL FEZ? “...MAS vocês não me deram ouvidos” (v.10)

2)    Arrependimento ou remorso?
Deus manda o profeta convencer do pecado antes de mandar o juiz resgatar da opressão porque o povo sentia remorso, não arrependimento. A Bíblia faz distinção entre essas duas palavras: “Pois a tristeza segundo a vontade de Deus produz o arrependimento que conduz a salvação, o qual não traz remorso; mas a tristeza do mundo traz a morte” (2 Co 7.10). Ou na versão transformadora: “Porque a tristeza que é da vontade de Deus conduz ao arrependimento e resulta em salvação. Não é uma tristeza que causa remorso. Mas a tristeza do mundo resulta em morte”.  Os dois sentimentos são marcados por grande tristeza e aflição, porém são completamente diferentes um do outro.

Primeiro, a tristeza ou remorso “do mundo” não produz mudança verdadeira, mas o arrependimento produz. Por quê? Remorso é tristeza pelas consequências de um pecado, mas não pelo pecado em si. Se não houver consequência, não haverá tristeza. O foco do remorso é todo horizontal – “do mundo” – e nem um pouco vertical – interessado no modo como o pecado afeta nosso relacionamento com Deus. Portanto, assim que as consequências passam, o comportamento ruim ressurge. 



Segundo, o arrependimento sempre nos capacita a aceitar “deixar para trás” o que aconteceu. Ao entender que Deus nos perdoou e que não o “perdemos”, sentimos que os resultados terrenos são mínimos em comparação com as consequências espirituais. Depois do arrependimento e da restauração feita por Deus, não nos detestamos nem deletamos nossa vida. Quando alguém se desespera é porque transformou outra coisa, e não Deus, em seu verdadeiro deus e salvador (exemplos: dinheiro, amigos e profissão e família). Essa pessoa criou um ídolo, e é impossível se recuperar de sua perda se não houver repudio de tal ídolo. 



O remorso tem tudo a ver com nosso ego: estou sendo injustiçado, minha vida está em frangalhos, etc. O arrependimento, porém, tem tudo a ver com Deus: ele foi ferido, sua natureza de criador e redentor está sendo rejeitada, seus atos salvadores banalizados e usados de forma manipuladora.

“SE VOCE CONTINUA CAINDO NA MESMA COVA ESPIRITUAL, E SUAS QUEDAS NÃO DIMINUEM EM NUMERO OU INTENSIDADE, TALVEZ SINTA REMORSO E NÃO ARREPENDIMENTO”.

3)    Gideão
Encontramos o jovem Gideão num pequeno vale, às escondidas, malhando o trigo de uma colheita escassa. Ele está ansioso, vigiando a sua volta com medo dos midianitas. Lagar era lugar de pisar uvas e não malhar o trigo! Se os inimigos o encontrasse ele perderia trigo e até mesmo sua vida. O Senhor aparece pra Gideão e lhe diz: “O Senhor e contigo, homem valente”. Como assim? “Ai, Senhor meu, se o Senhor é conosco, porque nos sobreveio tudo isto? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? Porém, agora o Senhor nos desamparou, e nos entregou nas mãos dos midianitas” (v.13).

“Então o Senhor se virou para ele” (v.14). O que havia no olhar do Senhor? Indignação pela ira contra seu povo ou ira por causa das palavras de Gideão? No entanto, o Senhor lhe diz: “Vai nessa tua força, e livra Israel das mãos dos midianitas, porventura não te enviei eu?” Então, temos as mesmas desculpas históricas encontradas no texto bíblico: “...minha família é a mais pobre em Manassés, e eu sou o menor da casa do meu pai”. Veja Moisés: “Nunca tive facilidade para falar...” (Ex 4.10). Jeremias: “...não passo de uma criança...” (Jr 1.7).  Mas, o Senhor responde a Gideão: “...ferirás os midianitas como se fossem um só homem”.



“Derrube o altar que seu pai fez para Baal e o poste de Aserá que fica ao lado do altar”.  A primeira ordem do Senhor, depois de sua chamada, foi tomar dez homens e dois bois e derrubar o ídolo no quintal da casa do seu pai. Depois, deveria pegar a madeira do altar de Astarote, construir um altar a Deus e sacrificar um boi de sete anos. Essa ordem era radical, porque isso poderia lhe custar a própria vida. Então, Gideão derrubou o ídolo e sacrificou o boi para gloria de Deus.

Uma pergunta: qual é o nosso ídolo? Uma melhor maneira é considerar o que teria  de dispensar se vivesse apenas na dependência de Deus . Nosso “deus” é tudo o que domina nosso pensamento e exige nossa fidelidade, colocando Deus em segundo lugar. Esse tipo de postura não e popular, hoje em dia. Quando os homens da cidade perceberam o que Gideão havia feito, reuniram uma multidão para linchá-lo, mata-lo: “Leva para fora o teu filho, para que morra; pois derribou o altar de Baal, e cortou o poste-ídolo, que estava junto dele” (v.30). 



Mas, Joás, pai de Gideão disse a multidão: “Contendereis vós por Baal? Livrá-lo-ei vós? Qualquer que por ele contender ainda esta manhã será morto. Se é deus, que por si mesmo contenda; pois derribaram o seu altar”. Então, Gideão ganhou um novo nome: Jerubaal, que significa: “que Baal por si mesmo contenda” (v.31). PRECISAMOS DA CORAGEM DE JOÁS, NOS DIAS DE HOJE.

Conclusão:
O exército midianitas constava com 135 mil homens. Mas, “O Espírito do Senhor revestiu a Gideão, o qual tocou a trombeta”. O Espírito Santo revestiu um homem assustado e inadequado.

Gideão tinha um exército de 32.000 homens. A proporção era de quatro para um. Mas, para Deus era muita gente, então Gideão gritou: “quem for tímido e medroso, volte e retire-se”. Vinte e dois mil voltaram para suas casas!

Sobraram 10.000 homens! Mas, o Senhor não deu o caso por encerrado. Então, como se fossem a guerra, passaram por um rio, alguns homens, pararam, tiraram suas armaduras, puseram de lado suas armas, ajoelharam-se e lamberam a agua com a língua. Outros, firmes à liderança de Gideão e não tirando os olhos dele e nem do inimigo, lamberam a agua levando a mão à boca. Restaram trezentos homens para Gideão! 


Deus deu a Gideão uma visão da vitória. Gideão, segundo a ordem de Deus, entrou furtivamente no acampamento dos midianitas, à noite. Parou e ouviu dois midianitas conversando: Um deles teve um sonho apavorante, no qual um pão de cevada veio rodando contra o arraial e deu de encontro à tenda do comandante, de maneira que esta se virou de cima para baixo. A interpretação: “Não é isto outra coisa, senão a espada de Gideão filho de Joás, homem israelita”.

Batalha: Gideão deu a cada um dos soldados uma trombeta para segurar em uma mão e uma tocha em outra mão.  Cada tocha era colocada dentro de um cântaro. “Olhai para mim e fazer como eu fizer. Chegando eu às imediações do arraial, como fizer eu, assim fareis. Quando eu tocar a trombeta, e todos os que comigo estiverem, então vós também tocareis a vossa ao redir de todo o arraial, e direis: Pelo Senhor e por Gideão” (7.17-18).  Na vigília da meia-noite os homens cercaram o acampamento dos inimigos. Ao sinal de Gideão, quebraram os cântaros, expondo as tochas e tocaram as trombetas. E com a voz triunfante, bradaram: “Espada pelo Senhor e por Gideão” A ÚNICA ESPADA QUE ELES TINHAM ERA A CORAGEM DADA PELO SENHOR