Gideão: o menor da sua casa – Jz 6
Introdução:
“Mas os israelitas voltaram a fazer o que era mau aos olhos
do Senhor” (v.1). Quando o coração do povo de Deus se esquece de quem ele é, e
do que tem feito, e volta a adorar ídolos, que é o significado de “fazer o que
era mau” aos olhos do Senhor. Isto é, no olhar deles, suas atitudes eram
perfeitamente aceitáveis. Mas, “aos olhos de Deus”, o comportamento era mau.
1)
Ao
invés de libertação um sermão
Dessa vez, Deus “os entregou nas mãos dos Midianitas” (v.1).
Essa é a pior opressão até agora. Os israelitas são forçados a abandonar suas
casas e a fazer “esconderijos” nos montes inacessíveis “esconderijos nas
montanhas, nas cavernas e nas fortalezas” (v.2). Roubavam as lavouras (v.3);
não poupavam nada que tivesse vida (v.4). Em consequência, passavam fome e a
terra estava assolada (v. 5). Por fim, “os midianitas enfraqueceram de tal
maneira os israelitas que eles clamaram ao Senhor” (v.6).
Em vez de Deus levantar um libertador, “quando os israelitas
clamaram ao Senhor por causa dos midianitas, o Senhor lhes enviou um profeta”
(vs. 67 e 8). A primeira resposta de Deus ao clamor dos israelitas não é enviar
um salvador ou a salvação, mas dar-lhes um sermão! O PROFETA LEVA A ENTENDER
PORQUE ESTÃO ENCRENCADOS. O PROFETA QUER QUE SEU POVO VEJA ONDE A IDOLATRIA – O
PECADO DELES –FEZ COM QUE TODO ESSE MAU CAISSE SOBRE ELES.
Nesse sermão, Deus, então, lembra duas coisas aos israelitas:
O QUE ELE FEZ E O QUE ELES FIZERAM. O que ele fez? “Assim diz o Senhor, Deus de
Israel: Eu os tirei da escravidão no Egito. Eu os livrei dos egípcios e de
todos os que os oprimiam. Expulsei seus inimigos e dei a vocês a terra deles. Disse a vocês: Eu sou o Senhor, seu Deus. Não
adorem os deuses dos amorreus, em cujas terras agora vivem”. (vs -10). O QUE
ISRAEL FEZ? “...MAS vocês não me deram ouvidos” (v.10)
2)
Arrependimento
ou remorso?
Deus manda o profeta convencer do pecado antes de mandar o
juiz resgatar da opressão porque o povo sentia remorso, não arrependimento. A Bíblia
faz distinção entre essas duas palavras: “Pois a tristeza segundo a vontade de
Deus produz o arrependimento que conduz a salvação, o qual não traz remorso;
mas a tristeza do mundo traz a morte” (2 Co 7.10). Ou na versão transformadora:
“Porque a tristeza que é da vontade de Deus conduz ao arrependimento e resulta
em salvação. Não é uma tristeza que causa remorso. Mas a tristeza do mundo
resulta em morte”. Os dois sentimentos
são marcados por grande tristeza e aflição, porém são completamente diferentes
um do outro.
Primeiro, a tristeza ou remorso “do mundo” não produz mudança
verdadeira, mas o arrependimento produz. Por quê? Remorso é tristeza pelas consequências
de um pecado, mas não pelo pecado em si. Se não houver consequência, não haverá
tristeza. O foco do remorso é todo horizontal – “do mundo” – e nem um pouco
vertical – interessado no modo como o pecado afeta nosso relacionamento com
Deus. Portanto, assim que as consequências passam, o comportamento ruim
ressurge.
Segundo, o arrependimento sempre nos capacita a aceitar “deixar
para trás” o que aconteceu. Ao entender que Deus nos perdoou e que não o “perdemos”,
sentimos que os resultados terrenos são mínimos em comparação com as consequências
espirituais. Depois do arrependimento e da restauração feita por Deus, não nos
detestamos nem deletamos nossa vida. Quando alguém se desespera é porque
transformou outra coisa, e não Deus, em seu verdadeiro deus e salvador
(exemplos: dinheiro, amigos e profissão e família). Essa pessoa criou um ídolo,
e é impossível se recuperar de sua perda se não houver repudio de tal ídolo.
O remorso tem tudo a ver com nosso ego: estou sendo
injustiçado, minha vida está em frangalhos, etc. O arrependimento, porém, tem
tudo a ver com Deus: ele foi ferido, sua natureza de criador e redentor está
sendo rejeitada, seus atos salvadores banalizados e usados de forma
manipuladora.
“SE VOCE CONTINUA CAINDO NA MESMA COVA ESPIRITUAL, E SUAS
QUEDAS NÃO DIMINUEM EM NUMERO OU INTENSIDADE, TALVEZ SINTA REMORSO E NÃO
ARREPENDIMENTO”.
3)
Gideão
Encontramos o jovem Gideão num pequeno vale, às escondidas,
malhando o trigo de uma colheita escassa. Ele está ansioso, vigiando a sua
volta com medo dos midianitas. Lagar era lugar de pisar uvas e não malhar o
trigo! Se os inimigos o encontrasse ele perderia trigo e até mesmo sua vida. O
Senhor aparece pra Gideão e lhe diz: “O Senhor e contigo, homem valente”. Como
assim? “Ai, Senhor meu, se o Senhor é conosco, porque nos sobreveio tudo isto?
E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram,
dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito? Porém, agora o Senhor nos
desamparou, e nos entregou nas mãos dos midianitas” (v.13).
“Então o Senhor se virou para ele” (v.14). O que havia no
olhar do Senhor? Indignação pela ira contra seu povo ou ira por causa das
palavras de Gideão? No entanto, o Senhor lhe diz: “Vai nessa tua força, e livra
Israel das mãos dos midianitas, porventura não te enviei eu?” Então, temos as
mesmas desculpas históricas encontradas no texto bíblico: “...minha família é a
mais pobre em Manassés, e eu sou o menor da casa do meu pai”. Veja Moisés: “Nunca
tive facilidade para falar...” (Ex 4.10). Jeremias: “...não passo de uma
criança...” (Jr 1.7). Mas, o Senhor
responde a Gideão: “...ferirás os midianitas como se fossem um só homem”.
“Derrube o altar que seu pai fez para Baal e o poste de Aserá
que fica ao lado do altar”. A primeira
ordem do Senhor, depois de sua chamada, foi tomar dez homens e dois bois e
derrubar o ídolo no quintal da casa do seu pai. Depois, deveria pegar a madeira
do altar de Astarote, construir um altar a Deus e sacrificar um boi de sete
anos. Essa ordem era radical, porque isso poderia lhe custar a própria vida.
Então, Gideão derrubou o ídolo e sacrificou o boi para gloria de Deus.
Uma pergunta: qual é o nosso ídolo? Uma melhor maneira é
considerar o que teria de dispensar se
vivesse apenas na dependência de Deus . Nosso “deus” é tudo o que domina nosso
pensamento e exige nossa fidelidade, colocando Deus em segundo lugar. Esse tipo
de postura não e popular, hoje em dia. Quando os homens da cidade perceberam o
que Gideão havia feito, reuniram uma multidão para linchá-lo, mata-lo: “Leva
para fora o teu filho, para que morra; pois derribou o altar de Baal, e cortou
o poste-ídolo, que estava junto dele” (v.30).
Mas, Joás, pai de Gideão disse a multidão: “Contendereis vós
por Baal? Livrá-lo-ei vós? Qualquer que por ele contender ainda esta manhã será
morto. Se é deus, que por si mesmo contenda; pois derribaram o seu altar”.
Então, Gideão ganhou um novo nome: Jerubaal, que significa: “que Baal por si
mesmo contenda” (v.31). PRECISAMOS DA CORAGEM DE JOÁS, NOS DIAS DE HOJE.
Conclusão:
O exército midianitas constava com 135 mil homens. Mas, “O Espírito
do Senhor revestiu a Gideão, o qual tocou a trombeta”. O Espírito Santo
revestiu um homem assustado e inadequado.
Gideão tinha um exército de 32.000 homens. A proporção era de
quatro para um. Mas, para Deus era muita gente, então Gideão gritou: “quem for tímido
e medroso, volte e retire-se”. Vinte e dois mil voltaram para suas casas!
Sobraram 10.000 homens! Mas, o Senhor não deu o caso por
encerrado. Então, como se fossem a guerra, passaram por um rio, alguns homens,
pararam, tiraram suas armaduras, puseram de lado suas armas, ajoelharam-se e
lamberam a agua com a língua. Outros, firmes à liderança de Gideão e não
tirando os olhos dele e nem do inimigo, lamberam a agua levando a mão à boca.
Restaram trezentos homens para Gideão!
Deus deu a Gideão uma visão da vitória. Gideão, segundo a ordem
de Deus, entrou furtivamente no acampamento dos midianitas, à noite. Parou e
ouviu dois midianitas conversando: Um deles teve um sonho apavorante, no qual
um pão de cevada veio rodando contra o arraial e deu de encontro à tenda do
comandante, de maneira que esta se virou de cima para baixo. A interpretação: “Não
é isto outra coisa, senão a espada de Gideão filho de Joás, homem israelita”.
Batalha: Gideão deu a cada um dos soldados uma trombeta para
segurar em uma mão e uma tocha em outra mão.
Cada tocha era colocada dentro de um cântaro. “Olhai para mim e fazer
como eu fizer. Chegando eu às imediações do arraial, como fizer eu, assim
fareis. Quando eu tocar a trombeta, e todos os que comigo estiverem, então vós
também tocareis a vossa ao redir de todo o arraial, e direis: Pelo Senhor e por
Gideão” (7.17-18). Na vigília da
meia-noite os homens cercaram o acampamento dos inimigos. Ao sinal de Gideão,
quebraram os cântaros, expondo as tochas e tocaram as trombetas. E com a voz
triunfante, bradaram: “Espada pelo Senhor e por Gideão” A ÚNICA ESPADA QUE ELES
TINHAM ERA A CORAGEM DADA PELO SENHOR
Nenhum comentário:
Postar um comentário