Uma nova
identidade. Efésios 4.17...
Introdução:
Somos a igreja de Cristo, composta de “judeus, gentios,
servos, escravos”. Temos unidade: há um
só corpo, um só Espírito, uma só esperança; um só Senhor, uma só fé e um só
batismo. Um só Deus, que é Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos
em todos. Temos diversidade de dons: apóstolos, profetas, evangelistas,
pastores e mestres. Para que? Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho
do serviço, para edificação do corpo de Cristo.
1) A vida sem Cristo
Nos versículos 17-19 vemos uma representação do homem sem
Cristo. “Vaidade dos seus próprios pensamentos”, “obscurecidos de entendimento”,
“ignorância que vivem”. Dureza de seus corações (v.18), a palavra no grego
usada por Paulo é porosis, poros era um “tipo de mármore”, logo o verbo
significa “petrificar” “tornar-se duro”, ou “insensível”. Em Marcos 3.5, Jesus
vislumbra o coração: “...olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza
de seus corações”. São obtusos, mentes fechadas deliberadamente. Portanto, a
imoralidade em que vivem é vista como deliberada e culpável.
A ordem é assim: Primeiro, vem a dureza dos seus corações, em
seguida, sua ignorância, estando obscurecidos de entendimento e, depois,
alheios à vida de Deus, até que finalmente, se tornaram insensíveis, se
entregaram á dissolução para com avidez, cometerem toda sorte de impureza.
2)
A
vida com Cristo
“Vós, porém, não aprendeste assim a Cristo”, “aprendestes a
Cristo”, “o tendes ouvido” (v.21) e “nele fostes instruídos” (21).
Estas expressões são notáveis e “trazem a mente o quadro de
uma escola”. O próprio Cristo é a substancia do ensino cristão. Assim seus
ouvintes aprendem a Cristo e o recebem. Mas, que tipo de Cristo aprendem? Não
apenas o verbo feito carne, o Deus-Homem sem igual que morreu, que ressuscitou
e que reina. Mas, um Cristo que os convoca para valores totalmente opostos ao
mundo.
Como acontece o aprendizado? “Fostes ensinados a vos
despirdes do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos....a vos
revestirdes do novo homem criado para ser semelhante a Deus em justiça e em
santidade provenientes da verdade” (vs. 22-24)
Envolve o repúdio do nosso próprio eu antigo, da nossa
humanidade caída, e a adoção de um novo eu (2 Co 5.17), uma novo eu criado em
Cristo Jesus, pela habitação do Espírito Santo. Então, somos convocados a
despir nossa natureza corrupta – “vos despojeis do velho homem” -, com uma
roupa esfarrapada e suja. E, assim requer de nós que nos revistamos da nossa
natureza com uma veste de luz. A primeira era um velho homem, decrépito,
deformado, e tendendo a corrupção; a segunda, é um novo homem, viçoso, belo e
vigoroso, como Deus.
Entre o velho e o novo “despojamos” e que “revestimos”
coloca-se o versículo 23: “E vos renoveis no espírito da vossa mente”, ou “Deixem
que o Espírito renove seus pensamentos e atitudes” (versão transformadora). Temos
uma equivalência em Romanos 12.2: “Não imitem o comportamento e os costumes
deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma mudança em seu
modo de pensar, a fim de que experimentem a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus para vocês”. Além da rejeição decisiva do velho a aceitação do novo, é
necessário uma renovação interior diária e até mesmo contínua da nossa mente.
3)
Seis
exemplos concretos de mente renovada
“Não contém mentiras,
mas, sim, falem a verdade (v.25). “Portanto, cada um de vós deve abandonar a mentira e falar a
verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo”. (v.25)
Os seguidores de Jesus devem ser conhecidos na sua comunidade
como pessoas honestas e fidedignas, em cuja palavra se pode confiar. A razão
dada não é somente que a outra pessoa é o nosso próximo, a quem as escrituras
ordenam que amemos, mas que, na igreja, o nosso relacionamento é ainda mais
estreito, porque somos membros uns dos outros. “UMA MENTIRA É UMA FACADA NAS
PARTES VITAIS DO CORPO DE CRISTO”.
“Não perca a calma,
mas, sim, tenha certeza de que sua ira é justa” (vs 26-27). “Irai-vos e
não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo”.
Primeiro, não pequeis. Devemos assegurar-nos de que a nossa
ira esteja livre de orgulho magoado, do despeito, da malicia, da animosidade e
do espírito de vingança. Segundo, não se ponha o sol sobre a vossa ira, ou
seja, não devemos acalentar, acariciar; raras vezes é seguro deixar a brasas
arderem. Um conselho aos casais: “nunca vá zangado para cama”. Terceiro, nem
deis lugar ao diabo (v.27), porque ele sabe quão fina é a linha entre a ira
justa e a injusta e quão difícil os seres humanos encontram um uso responsável para
sua ira.
“Não furtes, mas,
sim, trabalhe e contribua” (v.28) “Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe fazendo
com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado”
(v.28).
“Não furtarás”, foi o oitavo mandamento da lei de Moisés. E não
é somente não furtar dinheiro ou os bens de outras pessoas, mas também com
respeito a sonegação de impostos. “Aquele que furtava, não furtes mais”. Agora,
deve começar a trabalhar, fazendo com as próprias mãos o que é bom, ganhando a própria
vida. SOMENTE CRISTO PODE TRANSFOMAR UM ASSALTANTE EM BENFEITOR.
“Não use a boca para
o mal, mas, sim, para o bem” (vs. 29-30). “Não saia da vossa boca palavra torpe e, sim,
unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e assim
transmita graça aos que ouvem”
“Torpe” é uma palavra que se emprega para arvores podres ou
frutos que não prestam mais. Quando é aplicada a conversa torpe, prejudica os
ouvintes. Inversamente, devemos empregar o nosso dom da fala de modo
construtivo, para edificação. Em Colossenses 4.6, Paulo exorta que “a vossa
palavra que seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos
convém responder a cada um”. Portanto, não devemos prejudicar ou destruir as
pessoas.
“Se somos verdadeiramente uma nova criação de Deus,
desenvolveremos novos padrões de conversação. Ao invés de ferir as pessoas com
nossas palavras, desejaremos usá-las para ajudar, encorajar, animar, consolar e
estimular tais pessoas” (Pv 12.18)
“E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes
selados para o dia da redenção” (v.30). Por trás das ações humanas, personalidades
invisíveis estão presentes e ativas. Não devemos dar lugar ao diabo (v.27);
agora somos exortados a não entristecermos o Espírito Santo. Mas o que
entristece o Santo Espírito? Visto que ele é o Espirito Santo, sempre está
entristecido pela falta de santidade, e sendo ele “um só Espírito”, a desunião
também lhe causará tristeza.
Não sejam maldosos
ou amargos, mas, sim, bondosos e amorosos (v. 31, 5.2). “Toda amargura, cólera, ira, gritaria e
blasfêmia sejam eliminadas do meio de vós, bem como toda maldade”.
Aqui há uma série de seis atitudes que devem ser lançada para
longe de nós. Amargura é um espírito azedo e uma conversa azeda. A cólera e a
ira são quase semelhantes entre si, sendo que a cólera é uma fúria apaixonada,
enquanto que ira é uma hostilidade mais firmada e sombria. A gritaria são
pessoas que ficam facilmente nervosas e começar uma gritaria sem fim, todo
quarteirão escuta. A blasfêmia é falar mal pelas costas, difamar e destruir
reputação de pessoas. E, malicia, é a mesma coisa da inveja, é armar
estrategicamente para o mal do próximo.
Mas, devemos ser benignos (Chestos) para com os outros, por
causa da associação com o nome de Cristo. COMPASSIVO, que tem ternura de
coração e perdoando-vos uns aos outros, agindo com graça uns para com outros,
assim como Deus em Cristo agiu de graça para conosco.
Conclusão: Não façam piadas acerca do sexo, mas, sim, deem
graças por ele (vs. 5.3-4).
“Entre vós não deve haver nem sequer menção de IMORALIDADE
SEXUAL como também de nenhuma espécie de
IMPUREZA e de COBIÇA; pois essas atitudes não são adequadas aos santos. Não
haja OBSCENIDADES, nem CONVERSAR TOLAS, nem GRACEJOS IMORAIS, que são inconvenientes,
mas ao invés disso, portai-vos com ações de graça.
Imoralidade sexual... impureza e cobiça. As duas palavras no
grego abrangem juntamente todo tipo de pecado sexual; noutras palavras, todas
as relações sexuais fora do seu contexto ordenado por Deus, de um casamento
amoroso. Cobiça, que é o desejo do corpo de outra pessoa para ter um prazer egoísta.
Obscenidades, nem conversas tolas, nem gracejos imorais...”.
O versículo 4 vai mais longe: da imoralidade para a vulgaridade. Todas as três expressões
referem-se a uma mente suja expressando-se em conversa suja. ANTES, pelo
contrário, PORTAI-VOS COM AÇÕES DE GRAÇA.
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