terça-feira, 29 de outubro de 2019


Martinho Lutero e a reforma protestante – Rm 1.17 

Introdução: 
A Igreja Católica Apostólica Romana, no século XVI, sob o papado de Leão X, estava apregoando alguns ensinamentos contraditórios, por exemplo: o Papado; a venda de relíquias – pedaço do berço de Jesus, espinho da coroa de Jesus, pedaços da cruz que dava pra fazer uma arca de Noé, etc. E a venda de indulgencias.
Muitos homens antes de Lutero foram levantados para advertir os erros da igreja católica: os albigenses foram mortos na França por ordem do Papa; Wyclif, que traduziu o Novo Testamento para o inglês, também foi morto e suas cinzas lançadas no rio; John Huss, discípulo de Wclif, morreu queimado numa fogueira por pregar a justificação pela fé, somente. E, Savonarola, foi enforcado e seu corpo reduzido a cinzas, por ordem da igreja romana. De todos esses mártires temos Huss que profetizou antes de morrer: “Podem matar o ganso (na língua eslava huss é “ganso”, mas daqui a cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderá queimar.
                  
1)        INFANCIA DE LUTERO e sua religiosidade

Martinho Lutero nasceu em Eisleben, Alemanha, no dia 10 de novembro de 1483, sendo batizado no dia seguinte e recebido o nome de Martinho, em homenagem ao santo do dia. Seus pais, Hans e Margarete Luder, foram agricultores e depois trabalhou em minas de cobre. Veja as palavras do próprio Lutero:  “ Sou filho de camponeses; meu pai, meu avô e meu bisavô eram verdadeiros camponeses". Os pais de Martinho, para vestir, alimentar e educar seus sete filhos, esforçavam-se incansavelmente.

  Educação religiosa. A base da sua religião formava-se mais em que Deus é um juiz vingativo, do que um amigo de crianças. Quando já era adulto, Lutero escreveu: "Estremecia e tornava-me pálido ao ou vir al­guém mencionar o nome de Cristo, porque fui ensinado a considerá-lo como um juiz encolerizado. Fomos ensinados que devíamos, nós mesmos, fazer propiciação por nossos pecados; que não podemos fazer compensação suficiente por nossa culpa, que é necessário recorrer aos santos nos céus, e clamar a Maria para desviar de nós a ira de Cristo." Ele se apresentava constantemente no confessionário, onde o padre lhe impunha a penitencias e o obrigava a praticar boas obras, para obter o perdão dos pecados. 



 Aos dezoito anos, Martinho ansiava estudar numa uni­versidade. Seu pai, reconhecendo a idoneidade do filho, enviou-o a Erfurt, o centro intelectual     do país, onde cursa­vam mais de mil estudantes. O moço estudou com tanto afinco que, no fim do terceiro semestre, obteve o grau de bacharel em filosofia.

2)      Mudanças
         Primeiro, achou na biblioteca o maravilhoso Livro dos livros, a Bíblia completa, em latim. "Oh! se a Providência me desse um livro como este, só para mim!" Continuando a ler as Escrituras, o seu coração começou a perceber a luz, e a sua alma a sentir ainda mais sede de Deus. 


        Segundo,  O  que mais o aba­lou em espírito, foi o que experimentou durante uma terrí­vel tempestade, quando voltava de visitar seus pais. Não havia abrigo próximo. Os céus estavam em brasa, os raios rasgavam as nuvens a cada instante. De repente um raio caiu ao seu lado. Lutero, tomado de grande susto, e sentin­do-se perto do Inferno, prostrou-se gritando: "Sant'Ana, salva-me e tornar-me-ei monge!". "A minha estrada, ca­minho de Damasco"          Na es­curidão da mesma noite, o moço, antes de completar vinte e dois anos, dirigiu-se ao convento dos agostinianos e ba­teu. A porta abriu-se e Lutero entrou. 


         No convento ganhou uma Biblia de Staupitz, seu mentor.  Lutero leu em Romanos “o justo viverá da fé”. Por quanto tempo tinha ele anelado: "Oh! se Deus me desse um livro destes só para mim!" - e agora o possuía!          Depois de completar vinte e cinco anos de idade, Lutero foi nomeado para a cadeira de filosofia em Wittenberg, para onde se mudou para viver no convento da sua ordem.


Terceiro,         Martinho Lutero, em 1510, visita a cidade de Roma. Um dia, subindo a Santa Escada de joelhos, desejando a indulgência que o chefe da igreja pro­metia por esse ato, ressoaram nos seus ouvidos como voz de trovão, as palavras de Deus: "O justo viverá da fé" (Rm. 1.17). Lutero ergueu-se e saiu envergonhado. O Significado: "Desejando ardentemente compreender as palavras de Paulo, comecei o estudo da Epístola aos Romanos. Porém, logo no primeiro capítulo consta que a justiça de Deus se revela no Evangelho (vv. 16,17). Eu detestava as palavras: a justiça de Deus, por­que, conforme fui ensinado, eu a considerava como um atributo do Deus santo que o leva a castigar os pecadores. Apesar de viver irrepreensivelmente, como monge, a cons­ciência perturbada me mostrava que era pecador perante Deus. Assim odiava a um Deus justo, que castiga os peca­dores... Senti-me ferido de consciência, revoltado intima­mente, contudo voltava sempre para o mesmo versículo, porque queria saber o que Paulo ensinava. Contudo, de­pois de meditar sobre esse ponto durante muitos dias e noi­tes, Deus, na sua graça, me mostrou a palavra: 'O justo vi­verá da fé.' Vi então que a justiça de Deus, nesta passagem, é a justiça que o homem piedoso recebe de Deus pela fé, como dádiva."

NO livro "O peregrino" quando o personagem chamado cristão, começa sua trajetória, ele tem um fardo em suas costas – que é o seu pecado. Ele sabe que tem um fardo nas costas; as pessoas da vila não reconheciam esse fardo, mas ele sabia. Então, cristão, começa sua trajetória. A primeiro obstáculo que se depara é uma montanha chamada lei; ele tenta escalar mas não consegue; a lei revela nossa incapacidade de livrar-nos dos nossos pecados. Até, que o cristão, vê a cruz, e a fivela que carregava o fardo caiu das suas costas e cai num cemitério e, então, ele fica livre. Cristo cumpriu a lei e levou nossos pecados (fardos).  



3)     Enfrentando a igreja católica

       Tetzel:  "Ouça a voz de seus entes queridos e amigos que já morreram, suplicando-lhes e dizendo: 'Tenha pena de nós, tenha pena de nós. Estamos passando por tormentos  horríveis dos quais você pode nos redimir, contribuindo com uma pequena esmola'. Vocês não desejam fazer isso?". 




     Por causa das indulgências, Lutero afixou em 31 de outubro de 1517 às 95 teses. Contrapondo os ensinos das indulgências do Papa Leão X. Foi desse ato de afixar as 95 teses da Igreja de Wittenberg, que nasceu a Reforma, isto é, que to­mou forma o grande movimento de almas que em todo o mundo ansiavam voltar para a fonte pura, a Palavra de Deus.
      Quando a bula de excomunhão, enviada pelo Papa, chegou em Wittenberg, Lutero respondeu com um tratado dirigido ao Papa Leão X, exortando-o, no nome do Senhor, a que se arrependesse. A bula do Papa foi queimada fora do muro da cidade de Wittenberg, perante grande ajunta­mento do povo.  
     Dieta de Worms, convocado pelo Imperador Carlos V.  Oração de Martinho Lutero: "Oh! Deus todo-poderoso! A carne é fraca, o Diabo é forte! Ah! Deus, meu Deus, que perto de mim estejas con­tra a razão e a sabedoria do mundo! Fá-lo, pois somente tu o podes fazer. Não é a minha causa, mas sim a tua. - Que tenho eu com os grandes da terra? É a tua causa, Senhor, a tua justa e eterna causa. Salva-me, oh! Deus fiel! Somente em ti confio, oh! Deus! meu Deus... vem, estou pronto a dar, como um cordeiro, a minha vida. O mundo não conse­guirá prender a minha consciência, ainda que esteja cheio de demônios, e, se o meu corpo tem de ser destruído, a mi­nha alma te pertence, e estará contigo eternamente..."

Conclusão:
    É convidado a se retratar mas ele responde: “Se não me refutardes pelo testemunho das Escrituras ou por argumentos - desde que não creio somente nos papas e nos concílios, por ser evidente que já muitas vezes se engana­ram e se contradisseram uns aos outros - a minha cons­ciência tem de ficar submissa à Palavra de Deus. Não pos­so retratar-me, nem me retratarei de qualquer coisa, pois não é justo nem seguro agir contra a consciência. Deus me ajude! Amém."







terça-feira, 22 de outubro de 2019


Quem reina: deus rá ou Javé?  Ex 3


Introdução: A ausência de Deus
Nos dois primeiros capítulos do Exôdo percebemos que o povo de Israel viveu 430 anos em escravidão. Aí surge uma pergunta: Onde Deus estava durante todo esse tempo? Aquelas palavras da aliança que Deus fez com Abraão, Isaque e Jacó ainda vigoravam?

Quando lemos os Salmos, observamos que a ausência de Deus era sentida em muitos Salmos. “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste? ” (Sl 22.1). “Porque, Senhor, te conservas longe? E te escondes nas horas de tribulação? (Sl 10.1). “Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? (Sl 13.1). “Porque te esqueceste de mim? (Sl 42.9). “Desperta! Porque dormes, Senhor? Desperta! Não nos rejeites para sempre! Porque esconde a face e te esqueces da nossa miséria e da nossa opressão? (Sl 44.23-24).

1)    A presença de Deus
Deus se fez presente para Moisés enquanto ele cuidava de um rebanho no deserto de Midiã. Uma sarça ardente que não era consumida pelo fogo chamou a atenção de Moisés; ele se aproximou para ver o que estava acontecendo (Ex 3.2-3). Do meio do fogo, Deus proferiu o nome de Moisés, e Moisés respondeu, iniciando-se, assim um diálogo entre os dois. 


Deus anunciou a intenção de livrar o seu povo da escravidão no Egito e comissionou Moisés a tarefa libertadora (Ex 3.11). Moisés, relutou, mas, depois de uma longa argumentação, concordou e recebeu instruções da parte de Deus.

Moisés, então, indagou (v.13) concernente ao nome de Deus, porque o povo lhe perguntaria. Deus, então, respondeu: EU SOU O QUE SOU. Ouvir e responder ao EU SOU O QUE SOU fazia dos hebreus testemunhas participantes do magnifico drama histórico da salvação, que desafia e, em seu devido tempo, desintegra todos os estilos de vida contrários, os principados e potestades do mundo, contra os quais Paulo posteriormente conclamará os cristãs a lutar (Ef 6.10-20).

EU SOU O QUE SOU, Foi abreviada para o substantivo verbal de quatro letras YHWH – cujo pronuncia é Javé, Senhor. Tornou-se o termo preferido dos hebreus para se dirigirem ou se referirem ao Deus de Israel que se revelou ao seu povo, usado 6.700 vezes no Antigo Testamento, em comparação com 2500 ocorrências para Elohim. Agora, não mais deuses de madeira e pedra; não mais deuses que precisavam ser apaziguados, subornados ou cortejados.

2)    Egito – potestade
O Egito era uma civilização que impressionava por sua civilização, engenharia e sua arquitetura. Sua religião complexa e o respectivo sacerdócio que procurava controlar todos os aspectos da vida diária. E, um exército agressivo e determinado a submeter todos à servidão, o Egito dominava o Oriente Médio. 


No relato bíblico, o Egito é sinônimo de morte. Toda a magnificência e a arrogância egípcias foram reduzidas naquela sarça ardente à sua essência, um montículo de cinzas. O antônimo do Egito que oferecia a morte é Javé, o Deus que oferece vida aqui e agora, o Deus vivo e salvifico.

3)    Purificando as portas da percepção
É neste ponto que entram em cena as dez pragas. Cada uma das dez pragas serviu de água e sabão e alvejante para efetuar uma limpeza completa. Quando Moisés começou a trabalhar com seus irmãos e irmãs hebreus, eles sofriam de uma “ânsia de espírito” (Ex 6.9), ou angustia, e a única “verdade” à qual tinham acesso era essa grande mentira egípcia.

Mas o Egito e o Faraó não eram o “mundo real”. Era o mundo real desfigurado, profanado e endemoninhado. As dez pragas desconstruíram essa mentira gigantesca item por item, peça por peça, até que não sobrasse nada para cativar a imaginação do povo de Deus.  

QUEM ESTÁ NO CONTROLE? QUEM DIRIGE OS ACONTECIMENTOS? ACASO É O DEUS RÁ, REPRESENTADO PELO FARAÓ? OU É JAVÉ, REPRESENTADO POR MOISÉS? O FARAÓ CORPORIFICA A PESSOA DO GRANDE deus EGIPCIO RÁ; MOISÉS É O PROFETA DE DEUS QUE SE REVELOU A ISRAEL COMO EU SOU O QUE SOU. 



Rodada após rodada, o Faraó e Moisés se enfrentam, tendo o país todo como arena abarrotada de espectadores. Tanto egípcios quanto hebreus observam cada movimento. Dois modos de vida estão em jogo. Dez confrontos. Todos na arena – arquibancadas, cadeiras e camarotes lotados – vem que Faraó não tem controle sobre nada.

As pragas são como a produção de uma peça teatral com dez cenas. Em cada uma das cenas, uma bola de aço gigantesco, balançando de uma grande altura, despedaça mais uma parte do modo de vida egípcio.

O mundo egípcio tão poderoso, uma superioridade militar, com suas estátuas colossais de deuses e seus templos sofisticados e, a maior mentira de todas, seus túmulos imensos em forma de pirâmide se elevando no deserto.

O desenrolar da história começa um pouco lento. As duas primeiras que Moisés trouxe ao palco, o sangue e as rãs, são repetidas pelos magos de Faraó, gerando um impasse. Na quarta praga, a das moscas, fica evidente que os magos do Faraó não podem mais acompanha-lo. Depois da sexta praga, a das ulceras, os magos não apenas são vencidos como também estão fora de ação, incapacitados pelas ulceras; portanto, saem de cena. As quatro ultimas, ancoradas pela praga da morte resolvem uma vez por todas a questão da soberania. O Faraó toma uma “lavada”.

Sangue – (bam!)
Rãs – (Bam!)
Piolhos – (Bam!)
Moscas – (BAm!)
Pestilencia – (Bam!)
Ulceras – (Bam!)
Chuvas de pedras ( Bam!)
Gafanhotos ( Bam!)
Trevas (Bam!)
Morte (Bam!)

Conclusão:
O soberano é o grande EU SOU O QUE SOU, mas ninguém! 


terça-feira, 15 de outubro de 2019


As facetas da igreja 1 Corintios 1.1-17

1)    O apostolo de Jesus Cristo (v.1)
“Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus)...”
O uso da palavra apostolo no Novo Testamento se dá em relação aos doze, e aos quais com certeza Paulo e provavelmente Tiago foram mais tarde acrescentados. Eles não eram “apóstolos das igrejas” mas “apóstolos de Cristo”. Algumas qualidades necessárias para se tornar apostolo:

a)     Eles tinham sido pessoalmente escolhidos, chamados e designados diretamente por Jesus Cristo.
b)    Eles foram testemunhas do Jesus histórico – do seu ministério público por três anos (Mc 3.14, Jo 15.27), ou pelo menos sua ressurreição (Atos 1.21,22).
c)     A eles foi prometido uma inspiração especial do Espírito da verdade.

2)    A cidade de Corinto
Por causa de sua localização, a cidade administrava as rotas comerciais tanto no sentido norte-sul por terra, como no sentido leste-oeste por mar. Era, portanto, um centro manufatureiro e comercial.

Corinto era também uma cidade religiosa que adorava “muitos deuses e muitos senhores”. Havia o templo de Afrodite e o templo de Apolo. Era uma cidade imoral, tanto que o verbo “CORINTIANIZAR” era “viver uma vida licenciosa”. Portanto, era uma cidade agitada, progressista, rica, arrogante e permissiva.

Nesta cidade havia um pequeno grupo de pessoas a quem Paulo chamou de “a igreja de Deus que está em Corinto”, a comunidade divina dentro da comunidade humana. Era como uma flor perfumada que brotava da lama mal cheirosa e ali crescia.

No v.2, as facetas aparecem com suas duas moradias – a terrena e a celeste -, e suas duas santidades – santificado em Cristo Jesus e chamado para ser santa. E, dois chamados, pois Deus nos chama a ser santos e nós chamamos a Deus para que nos santifique.

“EU NÃO SOU O QUE DEVERIA SER, NÃO SOU O QUE GOSTARIA DE SER, NÃO SOU O QUE ESPERO SER NUM OUTRO MUNDO. MAS, AINDA ASSIM, NÃO SOU O QUE EU ERA, E PELA GRAÇA DE DEUS SOU O QUE SOU”

3)    PAULO SAÚDA A IGREJA (VS. 1-3)
“...aqueles santificados em Jesus Cristo, chamados para ser santos juntamente com todos os que, em toda parte, invocam o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e o nosso”

“Graça a vós outros, e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”.
4)    Os dons da igreja (vs. 4-9)

“Sempre dou graças a Deus a vosso respeito”. Mas pelo que ele dá graças? Pela graça Que vos foi dada em Cristo Jesus (v.4). “Porque em tudo foste enriquecidos, nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento” (v.5).

“De maneira que não vos falte nenhum dom” (v.7). Será que é possível alguém no corpo de Cristo ter todos os dons enumerados em Corintios 12, o dom da sabedoria, o dom do conhecimento, o dom da fé, o dom da cura, operação de maravilhas, profecia, discernir os espíritos, variedade de línguas e interpretação de línguas (1 Co 12.8-10)?

Isso não quer dizer que cada cristão possua todos os dons espirituais, mas que a igreja local pode receber coletivamente todos os dons de que precisa.

Tendo em vista, “a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual vos confirmará também até o fim, para serdes irrepreensíveis no dia de Nosso Senhor Jesus Cristo” (vs. 7 e 8).

5)    Unidade (vs. 10-17)
“Eu tenho somente uma igreja”. Há apenas uma família, porque há apenas um pai; há apenas um só corpo e um só Espírito que habita nele; e há somente uma fé, uma esperança  um batismo porque há somente um senhor que está sobre todos (Ef 4.4-6). Em Corinto, Paulo mais tarde escreverá: “somos lavoura de Deus” (3.9); “sois santuário de Deus” (3.16) e “vós sois o corpo de Cristo” (12.27).

Mas os coríntios tinham conseguindo dividir o indivisível! Paulo tinha dado graças por eles; agora ele apela para eles. Eles os tinha aprovado; agora ele os reprova.

O que podemos aprender com os apelos de Paulo? Primeiro, devemos notar que por duas vezes ele se dirige a eles como irmãos (vs. 10,11). Olha o apelo: que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisão; antes sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer (v.10).

A seguir, ele entra em detalhes. Alguns membros da casa de Cloe tinham-no informado que há contenda entre vós (v. 11), isto é, refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas (Pedro), e eu de Cristo (v.12).

A questão em Corinto dizia respeito às personalidades, e não as doutrinas. Os grupos eram separados um do outro pelo culto à celebridade, pelo orgulho, pela inveja e pela soberba.

Três perguntas:
1)    Acaso Cristo está dividido? Não!
2)    Foi Paulo crucificado em favor de vós? Não!
3)    Foste, porventura batizados em nome de Paulo? Não!

Conclusão:
“Proclamar o evangelho, não por meio de palavras de sabedoria humana, para que a cruz de Cristo não seja esvaziada”.



terça-feira, 8 de outubro de 2019


Um homem chamado João Batista  Jo 3:22-30.


Introdução:
João Batista era corajoso e ousado em suas palavras (Mt 3.7-8). Ele confrontou os judeus que costumavam justificar-se diante de Deus e levava-os a enxergar, discernir a necessidade que tinham de se arrepender-se moral e espiritualmente, através do batismo.  João nunca media muito as palavras. E as pessoas ou o amavam, ou o odiavam. E foi um dos que o odiavam que um dia mandou cortar a sua cabeça.

Essa firmeza de caráter vemos quando alguém lhe comunica: “Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tu deste testemunho, ei-lo batizando, e todos vão ter com ele (v.26). Mas, respondeu João: “O homem não receber cousa alguma se do céu não lhe for dada. Vós mesmos sois testemunhas de que vos disse: Eu não sou o Cristo, mas fui enviado como seu precursor. O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está presente e o ouve, muito se regozija por causa da voz do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu em mim. Convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.27-30).

1)    Nada é meu, tudo é dEle

Aqueles que foram interpela-lo fizeram suas perguntas com base na suposição de que aquele povo pertencia a João, que ele tinha conquistado para si com seu carisma pessoal. E, se assim o fosse, estava perdendo seu estrelato como profeta.

Mas João sabia que as multidões que o deixavam para seguir a Cristo nunca tinha sido propriedade dele. Deus as colocara sob seus cuidados durante algum tempo, mas agora as estava recolhendo de volta.

      O que as multidões eram para ele, serão para nós nossa carreira, nossos bens, nossos dons naturais e espirituais, nossa saúde. Será que possuímos essas coisas ou apenas as gerimos em nome daquele que confiou a nós?
   
2)    Eu não sou o Cristo

     Vocês estão lembrados que eu lhes falei que não sou o Cristo?”. E saber que não era Cristo, era uma forma de saber quem ele era. Ele não tinha ilusões quanto a sua identidade pessoal. Isso já estava bem claro em seu mundo interior.

Parece estar cada vez mais incapaz de fazer distinção entre a função e a própria pessoa. Para muitos o que fazem se confundem com o que são. É por isso que as pessoas que já detiveram grande parcela de poder tem muita dificuldade em abandoná-lo, e muitas vezes lutam até a morte para retê-lo.

       Em nossos dias, nesse mundo todo dirigido pelos meios de comunicação de massas, muitos homens bons e talentosos, que ocupam posições de liderança, estão constantemente diante de tentação de passarem a crer em seus próprios textos publicitários.

3)   Ele sabia quem era
      Quando indagaram a João acerca de sua opinião a respeito da crescente popularidade daquele Homem de Nazaré, ele comparou sua missão com a de um padrinho de casamento (João 3:29). A função do amigo é estar ao lado do noivo, cuidando para que a atenção de todos esteja voltada para ele.

4)   Ele sabia a quem a honra pertencia
     Convém que ele cresça e que eu diminua” (João 3:30). Um homem “impelido” nunca teria dito o que ele disse, pois esse tipo de individuo é compelido a buscar mais e mais atenção dos outros, mais e mais poder, mais e mais bens materiais. “Que diferença marcante se nota entre a vida do Rei Saul e a de João Batista”. O primeiro tentou defender sua gaiola dourada, e saiu derrotado; o outro se contentou com um lugar no deserto e a oportunidade de servir a Deus, e saiu vitorioso. 


5) Ele se mantinha firme, apesar das adversidades
Vemos no ministério de João Batista uma paz que não depende de segurança profissional, porque sabia que Deus era seu fundamento. E também gozo que não é felicidade. Porque felicidade é um estado emocional que depende de tudo estar correndo bem. Mas gozo, apesar de perder os níveis de audiencia, ele estava muito contente

CONCLUSÃO:  COMO SE TORNAR UM “CHAMADO”
Um fato que serve para explicar a lucidez de João é a influencia de seus pais, que lhe formaram o caráter desde os primeiros dias. A Biblia é límpida em dizer que Zacarias e Isabel eram pessoas profundamente espirituais, com extraordinária sensibilidade em relação ao chamado de João, que lhes fora revelado por meio de diversas visões de anjos. Agora vemos João no deserto (Lc 3:1-3).

César estava em Roma, cuidando das coisas importantes que diziam respeito aos césares. Anás e Caifas se achavam em Jerusalém, procurando manter a ordem e a religião organizada. Mas veio a palavra de Deus a João, um homem insignificante, que se encontrava num lugar sem importância, um deserto.

Por quê João? E por que num deserto? O chamado exigia total submissão aos desígnios de Deus, aos seus métodos de trabalho e ao seu conceito de sucesso. 

E num deserto, pois as pessoas conseguem ouvir e meditar sobre questões que normalmente não ouvem nem examinam com facilidade.

Deserto é um lugar difícil de se viver, seja ele físico ou espiritual. No deserto aprendemos a conhecer a aridez.

No deserto as pessoas aprendem a depender só de Deus. É no deserto que uma pessoa se torna “chamada”.





terça-feira, 1 de outubro de 2019


Barnabé, discipulador. Atos 4.32-37


Introdução: A história de Barnabé evoca o seguinte principio: QUEM GERA, CUIDA. Não podemos nos alegrar quando as vidas se rendem a Jesus e esquecê-las: “Se em vinte quatro horas, ou uma semana, essas pessoas não receberem visitas, a tendência é não se firmar na fé cristã”.  Então, é preciso fechar a porta dos fundos e se preciso, soldá-la!

É necessário cuidar das vidas, não se ocupando apenas em ganhar, mas empenhando-se para não perder ninguém, seguindo o mesmo exemplo do Nosso Senhor Jesus Cristo: “Quando estava com eles no mundo, eu os guardava pelo poder do Teu Nome, o mesmo nome que me deste. Tomei conta deles; e nenhum se perdeu, a não ser aquele que já ia se perder para que se cumprisse o que as escrituras sagradas dizem” (Jo 17.12). Quando a ovelha é cuidada, consequentemente se torna sadia na fé, como alguém disse: “Ovelha sadia, sempre gera filhotes”.

1)    Barnabé
No inicio da igreja primitiva encontramos um homem que se destacava no meio dos irmãos. Seu nome era JOSÉ, um nome muito comum na época. Suas atitudes chamavam a atenção de todos, a ponto de lhe darem um segundo nome: Barnabé. Então, ninguém conhecia mais José, mas Barnabé! O prefixo grego “BAR” significa filho e encontramos no Novo Testamento alguns nomes com esse prefixo: Bartimeu (filho de Timeu); Bartolomeu (filho de Tolmeo). O nome Barnabé, por sua vez, significa “filho da consolação” e está associado ao Espírito Santo (Jo 14.26) é chamado de consolador (parakletos).

Portanto, o nome Barnabé – filho da consolação – poderia ser filho do Espírito Santo. Sabemos que todos que nasceram de novo, tem o Espírito Santo em suas vidas, mas o caso aqui é caráter e atitude. O que povo enxergava em Barnabé eram coisas inerentes ao Santo Espírito: consolo, doação e instrução.

Barnabé era natural de Chipre, que ficava cerca de 97 km a oeste da Síria. A ilha possui 225 quilometros de cumprimento por 97 quilometro na parte mais larga. Segundo a tradição, Barnabé foi um dos setenta que Jesus enviou a pregar.

2)    Atitudes

Generosidade
“Então José, um levita natural de Chipre, a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barnabé, que significa “filho da consolação”, sendo proprietário de um campo, vendendo-o, trouxe o dinheiro da venda e o colocou junto aos pés dos apóstolos” (Atos 4.36-37).

Ou seja, vendeu seu campo a fim de ajudar a igreja a desempenhar sua missão. Ele era um homem bom, generoso e de coração disposto e de larga visão. Também Barnabé e Saulo levam socorro aos irmãos que habitavam na Judéia por ocasião da fome que aconteceu no tempo de Claudio Cesar (Atos 11.29-30).

Acreditava na mudança das pessoas
“E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo. Então, Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor, e este lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus” (Atos 9.26-27).

Certo dia, um adesivo em um carro me chamou a atenção: “quanto mais conheço as pessoas, mas gosto do meu cachorro”. Essa frase retrata, exemplifica o sentimento de muitos em não dar valor, nem acreditar nas pessoas. A sociedade é assim, será que a igreja tem a tendência se vergar ao preconceito da sociedade? IMAGINE SE NÃO HOUVESSE ALGUÉM QUE ACREDITASSE NAS PALAVRAS DO APOSTOLO PAULO...CALCULE A PERDA QUE ELE E A IGREJA TERIAM... É SOMENTE LEMBRAR-SE DA HISTÓRIA DO APOSTOLO PEDRO EM JOAO 21.15-17. VOCE ACREDITARIA EM PEDRO?

Cheio da graça de Deus
A igreja de Antioquia (Atos 11) formou-se por causa da dispersão dos judeus depois da morte de Estevão (Atos 11.19), por apedrejamento. A cidade de Antioquia era a terceira maior cidade do império Romano e abrigava um santuário dedicado a Apolo, onde eram celebrados ritos orgíacos em nome da religião. No entanto, o texto afirma: “A mão do Senhor estava com eles e muitos crendo se converteram. Chegaram aos ouvidos da igreja em Jerusalém. E enviaram Barnabé até Antioquia. O que Barnabé viu? A graça de Deus (Atos 11.23). Graça é favor imerecido.

Experimentar a graça é receber uma dádiva que não podemos adquirir por conta própria, e da qual não somos merecedores. Quando recebemos o dom da vida, experimentamos a sua graça. Embora mereçamos o castigo, Cristo nos dá a paz e restauração (Ef 2.8-10).

Criava oportunidade para outros crescerem
“E partiu Barnabé para Tarso à procura de Saulo; tendo-o encontrado, levou-o para Antioquia...” (Atos 11.25). Viagem de Antioquia para Tarso levava três meses para ir e três meses para voltar. Entre a conversão de Saulo até esses dias passaram-se 10 anos.
Em Atos 13.1, fala sobre alguns homens de Antioquia: Barnabé, Simeão, Menaém, e Paulo (sempre, na tradição judaica, o primeiro nome era mais importante). Veja no v.7 do mesmo capítulo: “...mandou chamar Barnabé e Saulo...”, no v.2: “Separai-me, agora, Barnabé e Saulo...”. Barnabé queria que outros crescessem, desenvolvessem ministerialmente, não competia e queria andar com eles.

Em Atos 15.36, na primeira viagem missionária João Marcos voltou, amarelou, desistiu. Agora, na segunda viagem missionaria, ele queria ir de novo e Paulo não deixou, não permitiu. “Por essa razão, tiveram um desentendimento tão exarcebado que decidiram se separar”. Então, Paulo escolheu Silas e partiu pra segunda viagem missionaria.  Mas, Barnabé ficou com João Marcos, não permitiu que a fé do jovem esfacelasse. Depois de alguns anos, o apostolo Paulo afirma: “João Marcos é muito útil no meu ministério”. QUEM É CAPAZ DE VER A GRAÇA DE DEUS É CAPAZ DE VER QUEM A GENTE PODE SE TORNAR.

Conclusão: Quando uma criança nasce, traz alegria para a sua família. Gerar filhos para Deus, também, nos dá muita alegria”. Vamos cuidar, zelar dos novos convertidos.