Martinho
Lutero e a reforma protestante – Rm 1.17
A Igreja Católica Apostólica Romana, no século XVI, sob o
papado de Leão X, estava apregoando alguns ensinamentos contraditórios, por
exemplo: o Papado; a venda de relíquias – pedaço do berço de Jesus, espinho da
coroa de Jesus, pedaços da cruz que dava pra fazer uma arca de Noé, etc. E a
venda de indulgencias.
Muitos homens antes de Lutero foram levantados para advertir os erros da
igreja católica: os albigenses foram mortos na França por ordem do Papa;
Wyclif, que traduziu o Novo Testamento para o inglês, também foi morto e suas
cinzas lançadas no rio; John Huss, discípulo de Wclif, morreu queimado numa
fogueira por pregar a justificação pela fé, somente. E, Savonarola, foi
enforcado e seu corpo reduzido a cinzas, por ordem da igreja romana. De todos
esses mártires temos Huss que profetizou antes de morrer: “Podem matar o ganso
(na língua eslava huss é “ganso”, mas daqui a cem anos, Deus suscitará um cisne
que não poderá queimar.
1)
INFANCIA DE LUTERO e sua religiosidade
Martinho
Lutero nasceu em Eisleben, Alemanha, no dia 10 de novembro de 1483, sendo
batizado no dia seguinte e recebido o nome de Martinho, em homenagem ao santo
do dia. Seus pais, Hans e Margarete Luder, foram agricultores e depois
trabalhou em minas de cobre. Veja as palavras do próprio Lutero: “ Sou filho de camponeses; meu
pai, meu avô e meu bisavô eram verdadeiros camponeses". Os pais de
Martinho, para vestir, alimentar e educar seus sete filhos, esforçavam-se incansavelmente.
Educação religiosa. A base da sua religião
formava-se mais em que Deus é um juiz vingativo, do que um amigo de crianças.
Quando já era adulto, Lutero escreveu: "Estremecia e tornava-me pálido ao
ou vir alguém mencionar o nome de Cristo, porque fui ensinado a considerá-lo
como um juiz encolerizado. Fomos ensinados que devíamos, nós mesmos, fazer
propiciação por nossos pecados; que não podemos fazer compensação suficiente
por nossa culpa, que é necessário recorrer aos santos nos céus, e clamar a
Maria para desviar de nós a ira de Cristo." Ele se apresentava
constantemente no confessionário, onde o padre lhe impunha a penitencias e o
obrigava a praticar boas obras, para obter o perdão dos pecados.
Aos dezoito anos, Martinho ansiava estudar numa
universidade. Seu pai, reconhecendo a idoneidade do filho, enviou-o a Erfurt,
o centro intelectual do
país, onde cursavam mais de mil estudantes. O moço estudou com tanto afinco
que, no fim do terceiro semestre, obteve o grau de bacharel em filosofia.
2) Mudanças
Primeiro, achou na biblioteca o
maravilhoso Livro dos livros, a Bíblia completa, em latim. "Oh! se a
Providência me desse um livro como este, só para mim!" Continuando a
ler as Escrituras, o seu coração começou a perceber a luz, e a sua alma a
sentir ainda mais sede de Deus.
Segundo,
O que
mais o abalou em espírito, foi o que experimentou durante uma terrível
tempestade, quando voltava de visitar seus pais. Não havia abrigo próximo. Os
céus estavam em brasa, os raios rasgavam as nuvens a cada instante. De repente
um raio caiu ao seu lado. Lutero, tomado de grande susto, e sentindo-se perto
do Inferno, prostrou-se gritando: "Sant'Ana, salva-me e tornar-me-ei
monge!". "A minha estrada, caminho de Damasco" Na escuridão da mesma noite, o
moço, antes de completar vinte e dois anos, dirigiu-se ao convento dos
agostinianos e bateu. A porta abriu-se e Lutero entrou.
No convento ganhou uma Biblia de
Staupitz, seu mentor. Lutero leu em Romanos “o justo viverá da fé”. Por
quanto tempo tinha ele anelado: "Oh! se Deus me desse um livro destes só
para mim!" - e agora o possuía! Depois de completar vinte e cinco
anos de idade, Lutero foi nomeado para a cadeira de filosofia em Wittenberg,
para onde se mudou para viver no convento da sua ordem.
Terceiro, Martinho Lutero, em 1510, visita
a cidade de Roma. Um dia, subindo a Santa Escada de joelhos, desejando a indulgência que o
chefe da igreja prometia por esse ato, ressoaram nos seus ouvidos como voz de
trovão, as palavras de Deus: "O justo viverá da fé" (Rm.
1.17). Lutero ergueu-se e saiu envergonhado. O Significado: "Desejando
ardentemente compreender as palavras de Paulo, comecei o estudo da Epístola aos
Romanos. Porém, logo no primeiro capítulo consta que a justiça de Deus se
revela no Evangelho (vv. 16,17). Eu detestava as palavras: a justiça de
Deus, porque, conforme fui ensinado, eu a considerava como um
atributo do Deus santo que o leva a castigar os pecadores. Apesar de viver
irrepreensivelmente, como monge, a consciência perturbada me mostrava que era
pecador perante Deus. Assim odiava a um Deus justo, que castiga os pecadores...
Senti-me ferido de consciência, revoltado intimamente, contudo voltava sempre
para o mesmo versículo, porque queria saber o que Paulo ensinava. Contudo, depois
de meditar sobre esse ponto durante muitos dias e noites, Deus, na sua graça,
me mostrou a palavra: 'O justo viverá da fé.' Vi então que a justiça de Deus,
nesta passagem, é a justiça que o homem piedoso recebe de Deus pela fé, como
dádiva."
NO livro "O peregrino"
quando o personagem chamado cristão, começa sua trajetória, ele tem um fardo em
suas costas – que é o seu pecado. Ele sabe que tem um fardo nas costas; as
pessoas da vila não reconheciam esse fardo, mas ele sabia. Então, cristão,
começa sua trajetória. A primeiro obstáculo que se depara é uma montanha
chamada lei; ele tenta escalar mas não consegue; a lei revela nossa
incapacidade de livrar-nos dos nossos pecados. Até, que o cristão, vê a cruz, e
a fivela que carregava o fardo caiu das suas costas e cai num cemitério e,
então, ele fica livre. Cristo cumpriu a lei e levou nossos pecados
(fardos).
3) Enfrentando
a igreja católica
Tetzel: "Ouça
a voz de seus entes queridos e amigos que já morreram, suplicando-lhes e dizendo:
'Tenha pena de nós, tenha pena de nós. Estamos passando por tormentos horríveis dos quais você pode nos redimir,
contribuindo com uma pequena esmola'. Vocês não desejam fazer isso?".
Por causa das indulgências,
Lutero afixou em 31 de outubro de 1517 às 95 teses. Contrapondo os ensinos das
indulgências do Papa Leão X. Foi desse ato de afixar as 95 teses da Igreja de
Wittenberg, que nasceu a Reforma, isto é, que tomou forma o grande movimento
de almas que em todo o mundo ansiavam voltar para a fonte pura, a Palavra de
Deus.
Quando a bula de excomunhão,
enviada pelo Papa, chegou em Wittenberg, Lutero respondeu com um tratado
dirigido ao Papa Leão X, exortando-o, no nome do Senhor, a que se arrependesse.
A bula do Papa foi queimada fora do muro da cidade de Wittenberg, perante
grande ajuntamento do povo.
Dieta de Worms, convocado pelo
Imperador Carlos V. Oração de Martinho Lutero: "Oh! Deus
todo-poderoso! A carne é fraca, o Diabo é forte! Ah! Deus, meu Deus, que perto
de mim estejas contra a razão e a sabedoria do mundo! Fá-lo, pois somente tu o
podes fazer. Não é a minha causa, mas sim a tua. - Que tenho eu com os grandes
da terra? É a tua causa, Senhor, a tua justa e eterna causa. Salva-me, oh! Deus
fiel! Somente em ti confio, oh! Deus! meu Deus... vem, estou pronto a dar, como
um cordeiro, a minha vida. O mundo não conseguirá prender a minha consciência,
ainda que esteja cheio de demônios, e, se o meu corpo tem de ser destruído, a
minha alma te pertence, e estará contigo eternamente..."
Conclusão:
É convidado a se retratar mas ele
responde: “Se não me refutardes pelo testemunho das Escrituras ou por
argumentos - desde que não creio somente nos papas e nos concílios, por ser
evidente que já muitas vezes se enganaram e se contradisseram uns aos outros -
a minha consciência tem de ficar submissa à Palavra de Deus. Não posso
retratar-me, nem me retratarei de qualquer coisa, pois não é justo nem seguro
agir contra a consciência. Deus me ajude! Amém."
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