terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O deserto: a escola da autodescoberta. Dt 32:10-12.

Introdução:


 O que é deserto?  O deserto é uma região desolada com rochas escarpadas, calor insuportável. Um lugar seco e devastado. Nenhuma fruta, nenhuma arvore, nada de gramados verdejantes, nenhum riacho, lago, rio, etc.

Espiritualmente falando: é a escola de Deus. Um campo de treinamento, geralmente estéril, em que Deus põe seus filhos com o propósito de prepará-los para uma tarefa especial na vida. Alguns passam umas poucas semanas neste deserto. Outros, meses e outros, anos. Moisés andou por essas terras áridas durante quarenta anos: QUARENTA ANOS!

O termo hebraico para “DESERTO” é midbaar, originário de dahbaar, que significa falar. Partindo disso, deserto é o lugar onde Deus fala, onde ele nos comunica suas mais importantes mensagens. Se não fosse essa experiência do deserto, você  e eu poderíamos passar a vida inteira sem ouvir ou conhecer o que o Deus do universo deseja nos dizer. O deserto muda isso.

Nesse lugar solitário, somos despojados de todas as coisas das quais depende para o seu conforto – tudo o que pensou que precisaria em sua vida, mas na verdade não precisa absolutamente. O silencio reina nessas vastidões de areia – silencio tão profundo que você pode ouvir o som do seu pulso no ouvido, tão quieto que pode ouvir a voz de Deus.

As experiências do deserto são inúmeras: uma investida do adversário contra a sua vida, a perda de alguém querido, o marido que foi embora, o filho que se enveredou pelos caminhos das drogas, o desemprego, mudança de cidade, etc.

1)    Achou-me numa terra deserta...
·        “Achou-me numa terra deserta, e num ermo solitário povoado de uivos, rodeou-o e cuidou dele, guardou-o como a menina dos olhos” (v.10). A mensagem: “Ele o achou no deserto, numa terra árida pelo vento. Ele o abraçou e o encheu de cuidados, guardando-o como a menina dos seus olhos”.

·        O “ele” oculto nesse versículo é Deus, e o “dele” é uma referencia aos judeus. Vamos então personalizar as palavras do Senhor aqui. Vamos por seu nome no versículo em lugar “dele”. Deus em encontrou ___________(o seu nome) num ermo solitário povoado de uivos. Deus rodeou você. Cuidou de você. E guardou-o como a menina dos olhos.

Ø Ele nos rodeia. Segundo, ele cuida de nós. Terceiro, ele nos guarda como a menina dos olhos.
“A menina dos olhos” é a parte mais protegida do corpo. Voce não deixa nada tocá-la. Protege-a com muito cuidado. Protege-a do sol. Se o menor cisco tocar em sua membrana, você toma medidas imediatas para livrar-se dele. Portanto, no deserto você é a menina dos olhos de Deus. Deus tem cuidado mais de você do em que em qualquer outra ocasião de sua vida.

Ø Note os dois versículos que seguem o versículo 10: “Como a águia desperta a sua ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende as suas asas, e, tomando-os, os leva sobre elas, assim, SÓ o Senhor o guiou...” (VV. 11-12). Deus nos guia. Deus não largou mão de sua vida. Voce se sentiu nu e exposto naquela terra vazia, entretanto, ele o cobriu com suas asas o tempo todo.

Ø O versículo 12 tem a palavra “só”. Só ele está guiando você. Não há mais ninguém para conduzi-los através do deserto. Não há sinais, nem informação, nem mapas. Na verdade, você não sabe onde se encontra. Não sabe quando ( ou se) sairá um dia desse deserto opressivo.

2)    Um deserto feito sob medida.

“Recordar-te-ás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos” (Dt 8.2).  A mensagem: “Lembrem-se de todos os caminhos pelos quais o eterno conduziu vocês nesses quarenta anos no deserto, levando vocês ao limite, testando-os para saber de que material vocês eram feitos, se iriam obedecer aos mandamentos dele ou não”.

·        Por que Deus nos guia por lugares  desertos? Isso acontece para que ele possa nos tornar humildes, nos testar e revelar o verdadeiro estado do nosso coração. Não para que Deus possa conhecer você (ele já conhece), mas para que VOCE  possa a vir a se conhecer. Não há nada como o deserto para ajudá-lo a conhecer seu eu verdadeiro.

·        Quando todos os enfeites, as mascaras e os trajes falsos são removidos, você começa a ver uma identidade verdadeira – um rosto que não parecia há anos.  Talvez que nunca tenha aparecido.

Hino: Que firme fundamento

Quando teu caminho estiver cheio de tropeços,
Minha graça toda-suficiente será teu consolo;
As chamas não te ferirão, pois  só quero
Consumir tuas impurezas, refinar teu ouro.

Conclusão: uma especialização em desconforto.

·        Deus precisa primeiro quebrar as várias camadas sólidas externas em nossa vida, antes de poder renovar nossa alma. Seu alvo persistente é chegar à pessoa interior (Sl 51.6).  o que são essas camadas resistentes em nosso coração e como ele as rompe para alcançar essa parte oculta?

Ø Em primeiro lugar, encontra-se o orgulho. E usa a lixa da obscuridade para remove-lo gradualmente.

Ø Em, segundo, Então ficamos paralisados pelo medo – temor do passado, ansiedade quanto ao presente e terror do que nos espera -  E Deus usa o passar do tempo para remover esse medo. Ensinando-nos que tudo está nas mãos dEle!

Ø Em terceiro lugar, nos encontramos com a barreira do ressentimento – a tirania da amargura, do rancor. Deus quebra essa camada com a solidão. No silencio de sua presença, ganhamos uma nova perspectiva, livramo-nos gradualmente dos nossos direitos e abrimos mão das expectativas que nos mantinham como reféns.


Ø Em quarto lugar, Deus chega aos hábitos básicos da vida, bem perto de nosso “eu” interior, e introduz ali o desconforto e as dificuldades para remover essa ultima camada de resistência. Por quê? Para poder renovar-nos bem no âmago do nosso ser. “consumir nossas impurezas... refinar nosso ouro”. 

terça-feira, 6 de janeiro de 2015


A guerra de Josafá e as nossas guerras. 2 Cr 20:1-30.



Introdução:

A PARABOLA DO OCEANO :
Apesar da calmaria, o barco da vida sempre navega rumo a uma ameaça qualquer .
Estamos sempre navegando em direção de algum perigo.
Quanto mais percorremos milhas, mais nos aproximamos de tempestades.
Sempre corremos riscos.

ILUSORIO :
Imaginar que porque você tem : tantos anos de experiência, muita saúde, muito dinheiro, um trabalho a prova de demissão, um dinheiro guardado que garante a sua existência, etc, de que você esta imune as tempestades.
Porque a vida tem as suas CONTINGENCIAS.


AMEAÇAS :
Sempre estamos a mercê de ameaças.
VEM CONTRA TI UMA GranDE MULTIDÃO !
De repente a sua vida esta numa boa, tudo bem, no trabalho, na saúde, nas finanças, na família, na igreja, com os amigos ; você é obrigado a ouvir : OLHA, VEM CONTRA TI UMA GranDE MULTIDÃO.


03 FONTES DE AMEAÇAS :
DE NÓS MESMOS = as vezes nós somos a nossa própria ameaça
DOS QUE ESTÃO AO NOSSO REDOR = dos que nos assessora, em quem confiamos, com quem nós compartilhamos nossas partes frágeis, para quem contamos algum segredo.
DO INESPERADO = circunstancias ( uma enfermidade – um noticia de morte – uma noticia de um acidente – uma atitude do governo )

O contexto de Josafá:
Temos aqui, nesse texto, a história de uma guerra que os filhos de Deus viram-se obrigados a enfrentar, desguarnecidos de qualquer recurso.  Essa história descreve exatamente o que acontece no mundo espiritual. Existe agora mesmo um exército infernal, organizado e munido de estratégias terríveis, sob o comando de príncipes tenebrosos – do reino das trevas – cujo objetivo é matar, roubar e destruir.

1)    Reconhecendo o terreno.

1.1)         Primeira regra: não menosprezar o inimigo.
·        Veja os versículos 2 e 12. O rei Josafá, no v.2, toma ciência de que os exércitos rivais são muito mais numerosos (o reconhecimento do poder do inimigo) e, no v.12, ele admite não possuir força, a nível militar, suficiente para vence-los (o reconhecimento de nossa insuficiência à parte de Cristo). Olhe nesse momento, pela fé, para o mundo espiritual. Você é um só, sua família são alguns e sua igreja uns poucos mais. Mas o exercito de Satanás monta a legiões. Literalmente, uma legião dessas compreende cerca de seis mil demônios. (Dn 10:10-13)

·        Quem era Josafá? Alguém cujo coração fora preparado para buscar a Deus, uma exceção entre os reis de Judá. Assim, acabara com os pontos de adoração a deus falsos e destruirá os bosques da idolatria, varrendo da terra toda sua contaminação religiosa (2 Cr 19:3). Só quem trabalha primeiro seu próprio coração é que pode conduzir sua família, sua igreja e seu povo a uma conversão genuína e comunhão efetiva com o Senhor. O inferno se levanta quando a Igreja se põe de pé; o diabo cochila quando a Igreja dorme.

2)    Traçando estratégias.
2.1) Josafá teve medo (v.3). O medo é um sentimento normal diante de inimigos tão poderosos. Mas o rei não fez questão de ocultá-lo a ninguém, evidenciando toda a sua transparência de caráter. Não temos de nos manter mascarados, escondendo do povo as nossas verdadeiras emoções. O medo ajuda. Depois que sentiu medo, Josafá  apregoou jejum e oração em todo o Judá (v.3).

“Sempre tive medo. Mas meu compromisso sempre foi maior. Quem não tem medo, deve ser internado”. Marina Silva

2.2) O povo se junta e pede socorro a Deus (v.4). As pessoas vieram de todas as cidades de Judá para juntas, clamar a Deus por vitória. Alguém já disse que o diabo está muito perto para que nós, os cristãos, estejamos longe uns dos outros. Irmãos, precisamos nos ajuntar mais (para orar, para batalhar, para ajudar-nos mutuamente). Jesus orou para que a Igreja se mantivesse unida (João 17). O resultado, quando nos falta unidade, é enfraquecimento espiritual generalizado. Por causa da falta de unidade estamos com as armas voltadas uns contra os outros, esquecendo-nos de combater nosso inimigo comum.

2.3) Josafá pediu socorro à pessoa certa (v.5). Do versículo 5 ao 12 o rei Josafá busca socorro em Deus, reconhecendo sua incapacidade (bélica e humana) de vencer a guerra que se desenhava no horizonte. Simplesmente se pôs a orar. Vendo que o inimigo se chegava cada vez mais perto, prestes a atacar, não teve dúvidas: correu para os braços de Deus e começou a demandar sua graça, rogando para que manifestasse o seu poder. Temos que avaliar a situação e constatar que o que temos, à parte de Deus, nada é para enfrentar tão fortes inimigos (Lm 3:22).

2.4) Uma postura correta diante do inimigo. Veja a afirmativa do rei no versículo 9. “Mesmo que tenhamos de amargar algumas derrotas, sob a permissão do Senhor, por causa de nossos pecados, ainda assim viremos à sua presença e clamaremos pela sua  misericórdia” (Hc 3:17).

2.5) Os olhos fitos em Deus. Do versículo 5 ao 12 o rei está orando. Em sua oração ele rende glória ao Senhor Deus de Israel (v.6) e suplica a sua misericórdia. Mas há algo tremendo no versículo 12, na sua ultima frase: “...porém os nossos olhos estão postos em ti”. Segundo a Bíblia, um dos nomes divinos é “Jeová-Jireh” (Gn 22:13,14). Este nome retrata Deus como provedor das nossas necessidades. Ele virá em nosso auxílio!

CONCLUSÃO: O LOUVOR PRIMEIRO. (vs. 19,21 e 22). O Louvor do povo fez com que Deus colocasse armadilhas contra os inimigos (vs.22,23). Satanás costuma nos armar emboscadas, mas quando assumimos uma atitude de louvor, Deus é quem arma emboscadas contra Satanás.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Deus é conosco – Salmo 46.



Introdução: O nome Martinho Lutero sempre será associado com esse salmo. Por causa do seu hino, Castelo Forte: Castelo Forte é o nosso DEUS,  Escudo e boa espada, Com seu poder defende os seus, a sua igreja amada, Com força e com furor, nos prova o tentador, Com artimanhas tais, e astucias infernais,  Iguais nao há na Terra”. Ele e Philip Melanchthon o cantavam juntos nas horas de desanimo sombrio.

Este salmo é uma expressão sublime da confiança tranqüila na soberania de Deus em meio aos tumultos da natureza e da história.

O contexto original sugere a derrota do exercito de Senaqueribe em 701 a.C. Ezequias era vassalo de Senaqueribe, isto é, era obrigado a pagar imposto a ele. Quando Ezequias se rebelou, Jerusalém se viu cercada pelos exércitos assírios. O Rei Senaqueribe gabou-se de que havia cercado Ezequias “como um pássaro numa gaiola” e exigiu que se rendesse.

O rei apelo ao profeta Isaias, que falou a ele a palavra do Senhor: “Não temas... porque eu defenderei esta cidade, para livrar”.

1)       Uma confiança geral (VS. 1-3).

Deus é nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade.
2Portanto, nada temeremos, ainda que a terra trema e os montes afundem no coração do mar,
3ainda que se encrespem as águas e se lancem com fúria contra os rochedos.

·        O Salmista afirma que “DEUS É O NOSSO REFÚGIO E FORTALEZA SOCORRO BEM PRESENTE NAS TRIBULAÇÕES. Portanto, não temeremos”. “Ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares e ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremecem”.  

2)    Uma experiência especial (VS. 4-7).

Há um rio cujos canais alegram a cidade de Deus, o Santo Lugar onde habita o Altíssimo.
5Nela habita o Eterno e, por isso, não poderá ser atingida! Ao romper da aurora Ele virá em seu socorro.
6Nações se agitam, reinos se abalam; Ele ergue a voz, e a terra se derrete.
7O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é a nossa torre segura!
·        Em contraste com o “mar cujas águas tumultuam e espumejam (v.3)”, o salmista menciona outras e calmas águas, aquelas do rio “cujas correntes alegram a cidade de Deus” (v.4).

·        Sob o reinado gracioso de Deus, sua cidade se alegra e simplesmente não pode ser abalada porque Deus está no meio dela para protegê-la e ajudá-la.

3)    A segurança fina (VS. 8-11).

Vinde e contemplai as obras do Eterno, seus feitos estarrecedores por toda a terra.
9Ele dá fim às guerras até os confins da terra; quebra o arco e despedaça a lança; com chamas destrói os carros de combate.
10“Cessai as batalhas! Sabei que Eu Sou Deus! Serei exaltado entre todas as nações, serei louvado na terra!”
11O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é a nossa fortaleza segura.
·        O autor agora convida para notar a intervenção notável de Deus na proteção de Jerusalém e a assolação de seus inimigos (v.8).

“Ele quebra o arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo” (v.9).

“Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus”. Foi a voz de Deus que destruiu os assírios (v.6).É  a sua voz que pacifica o seu povo.

“O Senhor dos exércitos está conosco”.