terça-feira, 29 de setembro de 2020

 Somos sacrifícios vivos. Rm 12.1-2 


Introdução:

“Rogo-vos, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresentei o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (v.1).

O Apostolo Paulo está falando sobre “apresentar” seu corpo como sacrifício vivo ao Senhor, uma ação que segue a decisão de tornar-se cristão; requer que o cristão “separe” para o Senhor de uma maneira “santa” aos olhos de Deus. Portanto, trata-se de um compromisso com Deus, separado da decisão de crer em Jesus Cristo, e que leva o crente adiante, no caminho da santificação.

1)    O convite para consagração

A apresentação não é uma ordem, mas um convite.

“Rogo-vos, pois”. Em vez de uma ordem, o apostolo “roga” – o que significa “suplicar” ou “pedir com insistência” – para que façam algo. Paulo reconhece que para que a apresentação de alguém a Deus tenha significado e cause mudanças na vida, tem de ser de coração. “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne” Ez 36.26 



A apresentação é oferecida aos cristãos nascidos de novo.

“A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos” (Rm 1.7). Os cristãos são chamados de “santos” , são nascidos de novo e separados na mente e no coração de Deus. Além de serem nascidos de novo, Paulo vai adiante, descrevendo-os em termos radiantes: “Em todo mundo, é anunciada a vossa fé”. Portanto, a audiência original da epistola era formada pelos salvos. De fato, Paulo refere-se a eles como “os amados de Deus” (Rm 1.7) e “irmãos” (Rm 12.1).

 Se uma pessoa não é “santa” ou “amada de Deus”, ou parte dos “irmãos” busca devotar-se ao Senhor, não será recebida. Por quê? A única forma válida e aceitável de aproximar-se de Deus é por meio do sangue de Jesus Cristo. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, ao que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.12-13).

A apresentação é separada da salvação e segue a ela.

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.

Paulo exorta os cristãos de Roma como grupo, usando o plural “irmãos”, vários cristãos naquela igreja ainda não tinham se apresentado a Deus. Vamos aos fatos:

O livro de Romanos 12.1 exorta os cristãos a se apresentarem a Deus.

Com base nisso, concluímos que alguns cristãos ainda não tinham se apresentado a Deus.

Assim, a apresentação a Deus não é exigida para se ter uma experiência de salvação.

Desde que cristãos nascidos de novo são exortados a se apresentarem a Deus, a apresentação pode seguir e não tem de ocorrer simultaneamente.

Além disso, desde que Romanos 12.1 exorta os cristãos de Roma como grupo, usando o plural “irmãos”, vários cristãos naquela igreja ainda não tinham se apresentado a Deus. 



Desde que Romanos foi escrito a vários cristãos que tinham sido salvos num período que podia variar de alguns dias a muitos anos, pode haver um extenso período de tempo entre a decisão de crer em Cristo como Salvador e a decisão posterior de se devotar totalmente a Deus.

 Resumindo: a consagração ao Senhor não ocorre necessariamente ao mesmo tempo que a salvação e não é uma exigência para que ela realize. Consagração é um ato voluntário de um cristão verdadeiro e pode ocorrer no momento da salvação, logo depois ou muitos anos mais tarde. Ou, talvez nunca ocorra!

2)    Tomando a decisão

Paulo “rogou” aos cristãos nascidos de novo para que se consagrassem. Quantos cristãos nascidos de novo, em determinada igreja, já experimentaram esta “apresentação de compromisso”? Uma pergunta: Você já se consagrou ao Senhor, plena e completamente? A consagração nem sempre acontece ao mesmo tempo da salvação; mas é uma decisão que todo cristão deve tomar e que muitas vezes ocorre muitos anos mais tarde.

MOTIVAÇÃO PARA DECISÃO

Um adulto sempre se debatia num carrossel espiritual – andando em círculos sem sair do lugar, sem progredir em sua vida cristã. Ele cresceu bastante como novo convertido, mas finalmente parou, estacionou e começou a declinar. Ele nunca havia chegado a um ponto de sua vida em que tivesse se entregado totalmente ao Senhor. Ao menos, que ele coloque Cristo em primeiro lugar, será incapaz de experimentar uma vida de vitória constante.

“TODA VEZ QUE TENTO DEDICAR MINHA VIDA AO SENHOR, ACABAVA SEMPRE PISANDO NO FREIO, TERMINANDO SEMPRE NO FUNDO DO POÇO”.

“ROGO-VOS, PELAS MISERICÓRDIAS DE DEUS”.

Qual era a razão usada pelo apostolo Paulo para encorajar a igreja de Roma a se consagrar? “Rogo-vos, pois irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo...”. A CONSAGRAÇÃO NÃO É CAUSADA POR UM SENSO DE RESPONSABILIDADE OU DE DEVER, MAS POR UM SENSO DE GRATIDÃO.

 Em vez de “eu sei que devo...”, a idéia é: “sou grato pelo que ele fez; por isso quero...”. A maior motivação para a dedicação a Deus baseia-se unicamente no que Deus fez por nós.  As misericórdias de Deus e a consagração do cristão são sempre inseparáveis. Quanto maiores as misericórdias de Deus, maior a consagração. 



Se você conhece alguém que está lutando para se consagrar, automaticamente conhece algum cujo “banco de dados das misericórdias” tem poucas informações. Do mesmo modo, se você pergunta a uma pessoa altamente consagrada o que o Senhor tem feito por ela, é provável que fique tocado com a abundancia de testemunhos.

“PELAS MISERICÓRDIAS DE DEUS ... QUE É O VOSSO CULTO RACIONAL”.

Quanto mais nós conhecemos a misericórdia de Deus e sua compaixão e as traz à memória, mas racional será seu ato de apresentação. O ato de entrega a Deus deve ser a coisa mais lógica e racional que fazemos. Se a apresentação é feita numa base emocional, em vez de racional, a “vida de entrega” pode fracassar. Por isso Paulo diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (v.1).

Conclusão: Sacrifício vivo e santo e agradável a Deus

Quando uma pessoa apresentava ao sacerdote seu cordeiro, sem defeito, para ser morto, era um ato oficial e definitivo pelos pecados cometidos até aquele momento. O Senhor busca nossa decisão mais importante de apresentarmos a nós mesmos como “sacrifício vivo”. 


“Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque foste comprados por preço. Agora, pois, glorifica a Deus no vosso corpo” ( 1 Co 6.19-20).

 

 

sábado, 26 de setembro de 2020

 A chamada do profeta Ezequiel – Ez 1.1-2



Introdução:

O profeta Ezequiel é um dos profetas mais complexos do Antigo Testamento, porque pouco sabemos de sua vida. Diferente, do profeta Jeremias, cuja vida pessoal é desnudada diante dos nossos olhos. Seu livro é apocalíptico, como Daniel, Zarcarias e Apocalipse e muito do que lemos aqui, vemos reflexos no livro de Apocalipse.

1)    Circunstancias da chamada

“Ezequiel estava “entre os exilados junto ao rio Quebar”(Ez 1.1). Foi levado para Babilônia pelo Rei Nabucodonosor junto com o jovem rei Joaquim e “todos os lideres e os homens de combate todos os artesãos e artífices” (2 Rs 24.14), em 593 a.C. 



“Era 31 de julho do meu trigésimo ano” (Ez 1.1 NVT). Provavelmente o profeta havia atingido 30 anos, essa era a idade da maturidade. Por ser sacerdote, era com trinta nos que assumia os deveres sacerdotais.

“Foi no quinto ano do rei Joaquim, no quinto dia do quarto mês” (Ez 1.2). Pano de fundo pessoal e político da visão.

2)    A glória do Senhor

Ele viu uma nuvem vindo do Norte e no meio das nuvens “quatro seres vivos de aparência humana” (NVT). “Cada um dos quatro seres tinha rosto humano na frente, rosto de leão à direita, rosto de boi à esquerda e rosto de águia atrás” (Ez 1.10). 



“Aquilo metia medo”. Literalmente criava o temor e o terror que são sentidos diante de toda grandeza de Deus. A palavra medo ou temor, inclui todas as emoções que surgem quando se fica apavorado – desorientado, incapacidade de saber o que vai acontecer em seguida e a constatação de que existe algo mais que não pensávamos existir.

O TEMOR DO SENHOR É O QUE NOS IMPEDE DE PENSAR QUE SABEMOS TODAS AS COISAS. E, PORTANTO, IMPEDE QUE FECHEMOS NOSSA MENTE E NOSSA CAPACIDADE DE PERCEBER O QUE É NOVO. O TEMOR DO SENHOR NOS IMPEDE QUE NOS COMPORTEMOS COM ARROGANCIA, DESTRUINDO OU VIOLANDO ALGUM ASPECTO DO QUE É BELO, VERDADEIRO OU BOM E QUE NOS PASSA DESPERCEBIDO OU FICA ASSIM DA NOSSA CAPACIDADE DE COMPREENSÃO.

O temor do Senhor é o medo sem o elemento do pavor. Temos sempre essa palavra: “Não temas”. Esse “Não temas” não é alguma coisa que acarreta ausência de medo, mas ele transforma o medo em temor do Senhor. Daniel teve a mesma reação (Dn 10.7-9), Isaias (6) e também João (Ap 1.17).

A “glória” mencionada no v. 28 aparece em pontos chaves do livro e em locais diferentes. Aparece na Babilônia, junto ao rio Quebar. De novo, se manifesta no Templo em Jerusalém (Ez 8). E, ainda o profeta escreve: “A mão do Senhor esteve ali sobre mim, e ele me disse: “Levante-se e vá para a planície e lá falarei com você. Então me levantei e fui para a planície e lá estava a glória do Senhor, glória como a que eu tinha visto junto ao rio Quebar. Dobrei-me, rosto em terra” (Ez 3.22-23).

3)    O chamamento

O profeta só pode receber sua chamada depois que o Espírito entrou nele e o fortaleceu: “Enquanto ele falava, o Espírito entrou em mim e me pôs de pé, e eu ouvi suas palavras com atenção” (Ez 2.1-2).

Pregar aos israelitas seria como habitar entre escorpiões e ser cercado de espinhos (Ez 2.6). “São um povo teimoso, de coração duro. Mas eu o envio para lhes dizer: Assim diz o Senhor Soberano! E quer eles ouçam quer não – lembre-se de que são rebeldes -, pelo menos saberão que tiveram um profeta no meio deles”.

Ezequiel não procura evitar a tarefa que lhe foi proposta, discutindo com o Senhor como Moises: “No entanto, argumentou Moisés a Deus: Perdão, ´´o meu Senhor! Todavia eu não tenho facilidade para expressar-me, nem no passado nem agora que falaste ao teu servo. Não consigo falar bem, pesada é a minha língua” (Ex 4.10). Ou, como Jeremias: “Ah, Soberano Senhor! Eu não sei falar, pois ainda sou muito jovem” (Jr 1.6).

Todavia, o Senhor lhe garantia proteção e capacidade de aguentar a oposição dura que havia de encontrar, de suportar os “espinhos e escorpiões”. “Toda nação de Israel está endurecida e obstinada. Porém eu tornarei você tão inflexível e endurecido quanto eles. Tornarei a sua testa como a mais dura das pedras, mais dura que a pederneira” (Ez 3.7-9). VALE NOTAR QUE O PROPRIO NOME EZEQUIEL SIGNIFICA “DEUS FORTALECE”

Conclusão. Come o livro

O rolo de um livro é oferecido: “Filho do homem, coma o que lhe dou. Coma este rolo! Depois vá e fale ao povo de Israel. Então abri a boca, e ele me deu o rolo para eu comer. Filho do homem, encha seu estomago com ele, disse a voz. Quando eu comi; o sabor era doce como mel em minha boca” (Ez 3.1-3). 



Em Apocalipse, temos semelhança: “Peguei o livrinho da mão do anjo e o comi depressa. E, de fato, ele era doce como mel ao paladar; contudo, assim que o engoli, meu estomago ficou muito amargo”

O profetizar, envolve, comer a Palavra de Deus em sua inspiração total e, ao mesmo tempo, saber que essa palavra, para muitos ouvintes, torna-se um fel, amarga. Eles não aceitam a revelação de Deus pra vida deles. Mas, não vamos desanimar.   O testemunho sempre envolve as polaridades de doçura e amargura (Mt 11:28; Cl 3:5-6).

 “Diga-lhes as minhas palavras”.

 


 

 

 

 

 

 

terça-feira, 22 de setembro de 2020

 A um passo do pecado – Tiago 1. 13-17


Introdução: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar. 1 co 10, vs, 12 e 13

1)    Deus – o doador de toda boa dádiva

“Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em que não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17). 

A tentação busca somente nosso pecado, e o pecado busca nossa destruição. Deus não está por trás da tentação, senão, Ele seria contraditório em seu caráter. Alguém que caiu em pecado,  expressou-se: “Se Deus me amasse, não permitiria que aquela tentação me atacasse”, ou “ Se Deus realmente se preocupasse comigo, saberia como sou fraco e certamente teria me ajudado – mesmo que só um pouco -, mantendo a tentação longe de mim”.

TENHA ISSO EM MENTE: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito”. Ele sempre é o autor de todo bem em nossa vida. Tiago utiliza duas vezes a palavra “Todo” num grupo de sete palavras. “Toda” – isso mesmo: “Toda” é o que tem em mente. Toda boa dádiva, e todo dom perfeito – procedem do alto. Podemos receber uma “dádiva” de outro ser humano, entretanto, se ele é “boa” e “perfeita”, você pode estar absolutamente certo de que em ultima analise “desceu do Pai das luzes”.

2)    Os sete estágios da tentação

Número

Texto Bíblico

Estágio

Estágio 1

“Quando esta o atrai,

OLHAR

Estágio 2

a própria cobiça,

COBIÇA

Estágio 3

e seduz

SEDUÇÃO

Estágio 4

a cobiça, depois de haver concebido,

CONCEPÇÃO

Estágio 5

dá a luz o pecado;

NASCIMENTO

Estágio 6

e o pecado, uma vez consumado,

CRESCIMENTO

Estágio 7

gera a morte”

MORTE

Tiago 1.14-15 tem apenas três dezenas de palavras, mas desvenda completamente a obra interior de toda tentação: “Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte”. Ou: “A tentação vem de nossos próprios desejos, que nos seduzem e nos arrastam. Esses desejos dão à luz o pecado, e quando o pecado se desenvolve plenamente, gera a morte” (NVT).

 ESTÁGIO 1: OLHAR – “Quando esta o atrai”.

O olhar desempenha o papel da porta de entrada na terra da tentação. “Os olhos...dizem que são as janelas da alma...” ou “Seus olhos são como uma lâmpada que ilumina todo o corpo. Quando os olhos são bons, todo o corpo se enche de luz” (Mt 6.22). 



“Cada um é tentado...quando esta o atrai”. A palavra “atrai” é emprestada da caça e da pesca, quando um peixe vai saindo lentamente para fora do seu esconderijo, ou quando um animal vai até o local onde há uma armadilha pronta para pegá-lo.

Pense sobre ser “atraído” – trata-se de uma linha sutil, quase imperceptível, entre estar num estado seguro e protegido, cuidando de sua vida, e escorregar para um estado de risco. Veja a sutileza da tentação: um ruído;  alguém que passa por você; uma mensagem no whatassap; um pensamento distraído que parece surgir do nada; um perfume que traz lembranças de pecados anteriores; um cheiro de maconha, etc

Estágio 2: COBIÇA – “a própria cobiça”.

Faça uma checagem da tentação: “Aquela garrafa é uma tentação”; “Aquele dinheiro sobre a mesa era uma tentação muito forte”; “Se meu cônjuge fosse mais romântico, eu não seria tão tentado a buscar satisfação com outra pessoa”; “Ela se insinuou para mim de maneira tão forte, sábado à noite, que não consegui resistir à tentação”. 



“Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz”. QUAL É A FONTE DE TODA TENTAÇÃO QUE VOCE ENFRENTA? Voce mesmo! Eu??? Sim, você! A única razão pela qual a tentação “tenta” você é sua própria cobiça. A tentação só é eficaz por causa do que há dentro de você e não fora.

 Portanto, quando o jovem afirma: “Aquela garota me tenta demais!”, qual era a verdade? Ou no caso da diarista que diz: “Não pide me controlar: aquele dinheiro sobre a mesa era tentador demais”. A mulher não era a fonte de tentação, mas sim seu próprio coração cheio de cobiça. O dinheiro esquecido sobre a mesa não era a fonte de tentação, mas sim seu coração ganancioso. “COBIÇA” significa  algo que nos atrai, qualquer coisa que desperta em nos um desejo incontrolável.

ESTÁGIO 3: SEDUÇÃO: - “E seduz”

Este é o estágio em que o desejo em você cresce de uma pequena atração para uma vontade avassaladora. É quando você é seduzido, aliciado e atraído com destreza para cada vez mais perto do objeto de desejo. Um versículo interessante em Provérbios mostra os dois lados da sedução: o interior e o exterior. “Não cobices no teu coração (sedução interior) a sua formosura, nem te deixes prender com as suas olhadelas (sedução exterior)” Pv 6.25 


QUAL É O PROPOSITO DE TODA SEDUÇÃO? Aumentar seu desejo, de forma que ele influencie seus pensamentos e atitudes. Este é o estágio em que você realmente “quer” fazer algo. Quando seu desejo torna-se mais forte, você se torna cada vez menos consciente de tudo o mais em sua vida e concentra-se no objeto do desejo.

Era o crepúsculo, o anoitecer, quando caía a escuridão profunda. A mulher se aproximou dele, com roupas provocantes e coração malicioso. Era ousada e inquieta, do tipo que nunca para em casa. Está sempre nas ruas e nos mercados, à espreita em cada esquina. Abraçou o rapaz e o beijou e, sem a menor vergonha, lhe disse: “Hoje apresentei uma oferta de paz e cumpri meus votos. Por isso, estava à sua procura; saí para encontrá-lo, e agora o achei! Estendi lindas cobertas sobre minha cama e lençóis coloridos de linho egípcio. Perfumei minha cama com mirra, aloés e canela. Venha, vamos nos embriagar de amor até o amanhecer!  Vamos desfrutar as carícias um do outro, pois meu marido não está em casa. Ele partiu numa longa viagem; levou consigo uma bolsa cheia de dinheiro e só voltará no fim do mês”. Assim ela o seduziu com palavras agradáveis e com elogios doces o atraiu. Ele a acompanhou de imediato, como boi que vai para o matadouro, como cervo que caiu na armadilha à espera da flecha que lhe atravessará o coração, como o pássaro que voa direto para o laço, sem saber que lhe custará a vida. Provérbios 7:9-23

Todas as ações externas da sedução focalizam-se em apenas uma coisa: fazer seu desejo crescer a tal ponto que você não se importa mais com o preço que terá de pagar para satisfazê-lo. A sedução pode ser interrompida. Se a tentação é externa, fuja. Se é interna, pare com aquela conversa interior imediatamente. Quanto mais rápido você extingue as chamas do desejo, mais rápido você o controla.

ESTÁGIO 4 – CONCEPÇÃO – “A COBIÇA, DEPOIS DE HAVER CONCEBIDO”.

Primeiro, a tentação o atrai; então seu desejo responde; depois, seu desejo cresce com a sedução e finalmente “concebe” a decisão de pecar. “Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá luz ao pecado”. 


Fase 1 da sedução: foco emocional – “sentimentos”

Fase 2 da sedução: Foco mental – “pensamentos”

Fase 3 da sedução: Foco volitivo – “escolhas”

Ou seja, você começa ficando emocionalmente atraído pelo pecado; segundo, você começa a elaborar razões para cometer pecado; terceiro, começa a planejar como cometer o pecado. Todos os três – sentimentos, pensamento e planejamento – ocorrem dentro de você.

ESTÁGIO 5 – “DÁ À LUZ O PECADO”

Em alguns casos, ocorre uma lacuna entre a “concepção” e o “nascimento”, durante o qual o cristão tem uma ultima oportunidade de mudar de idéia e evitar o pecado. Durante esta “janela de oportunidade”, o Espírito Santo frequentemente opera com poder, insistindo com o cristão para que ele interrompa o pecado.

 Conclusão: “E O PECADO, UMA  VEZ CONSUMADO GERA A MORTE”

Todo pecado cresce. Se você se entrega à ira, ela cresce. Se você se entrega a cobiça, ela cresce. O pecado não se satisfaz numa única vez. O pecado é um vicio. O pecado não se satisfaz no mesmo nível de pecado e degenera-se em pecados maiores e mais longos. O pecado busca o controle.

 Reafirme seu compromisso com a verdade e sua obediência a ela, dizendo em voz alta:

1. Tenho compromisso em ser “santo em todo o meu procedimento”.

2. Submeto-me ao Senhor e escolho fazer sua vontade para minha vida.

3. Sujeito-me ao Espírito Santo e à sua obra em minha vida.

4. Renuncio a todas as paixões da carne.

5. Reconheço que esta é uma tentação comum, que todos enfrentam.

6. Creio que o Senhor está limitando esta tentação, para que eu possa resistir.

7. Creio que o Senhor está providenciando um meio de livramento.

8. Sei que o Senhor não é o causador desta tentação.

9. Sei que o Senhor é o doador de toda boa dádiva e todo dom perfeito.

10. Sei que o Senhor me ama e deseja o melhor para mim.

11. Sei que este pecado entristece a Deus e me causará dores.

12. Fui seduzido por esta tentação.

13. Sinto meus desejos me impelindo na direção da tentação.

14. Levo “cativo todo pensamento a Cristo” e paro com todos os pensamentos sobre este pecado.

15. Afirmo que estou plenamente consciente desta tentação e não estou sendo enganado.

16. Sei que esta tentação tem como alvo minha destruição.

17. Portanto, escolho voltar as costas para ela.

18. Submeto-me totalmente a Cristo e resisto ao diabo.

19. Apresento todos os meus membros como armas da justiça.

20. Agradeço ao Senhor o seu sangue derramado e a minha salvação eterna.

 


terça-feira, 15 de setembro de 2020

 Quem está de pé, vigia, para não cair. 1 Co 10.12-13


 Introdução:  Qual é a principal estratégia do inimigo para levar as pessoas ao pecado? É uma palavra de oito letras: “Tentação”. Se você conseguir anular a habilidade do inimigo em usar a tentação em sua vida, ele ficará imediatamente impotente.  Pense um instante sobre como as tentações operam realmente. Como uma pessoa como você, nascida de novo e que ama aos Senhor, passa de santa a profana? Qual é o passo inicial ou a estratégia que leva o cristão da santidade à impureza, da obediência à desobediência e da justiça à iniquidade?

 1)    Tentação

Quando estudamos sobre a tentação, a passagem-chave bíblica é 1 Coríntios 10. Leia os versículos 12 e 13 atentamente, antes de ver as sete verdades sobre tentação e sua aplicação: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” (ARC)

Quando você abre as primeiras páginas da Bíblia, o que encontra satanás fazendo? Tentando Adão e Eva, induzindo-os a desobedecer às instruções de Deus para não comerem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.  Note a tentação sutil ou o incentivo que ele usou contra Eva: 



“É certo que não morrereis” – Satanás incentiva Eva a duvidar da advertência clara de Deus: não deviam comer, porque senão morreriam. E outras palavras, a tentação tem de negar a verdade conhecida que se opõe ao pecado, ou este não será cometido. . A tentação sempre minimiza os perigos reais e maximiza os benefícios imaginários.

“Se vos abrirão os olhos” – Satanás sutilmente dá a entender que os olhos deles estavam fechados e como seria maravilhoso abri-lo! Por falar nisso, quem mantinha os olhos deles “fechados”, em primeiro lugar? Que ataque sutil ao caráter de Deus, insinuando que ele deliberadamente os mantinha cegos! A tentação sempre gera a dúvida sobre a palavra e o caráter de Deus.

“Sereis como Deus” – Satanás incita a imaginação de Eva com o pensamento de se tornar “semelhante a Deus”. O que poderia ser mais excitante do que ser “como” Deus? Neste ponto, a tentação dá um passo ousado. Naquele momento, Adão e Eva eram mais “semelhantes a Deus” do que qualquer outra criatura em todo o universo, e por toda a eternidade! Foram criados por Deus, de forma sobrenatural, à sua imagem e semelhança! Entretanto, ao comerem o fruto, escolheram tornar-se o mais “diferente de Deus” possível!

“Sereis conhecedores do bem e do mal” – Satanás sabe o que representa para o ser humano a tentação do “conhecimento proibido”. O que poderia ter mais poder do que conhecimentos secretos? Com esta tentação é enganadora! Adão e Eva já tinham a plenitude do conhecimento do “bem”: estavam no jardim do Éden, andando com o Deus Todo-Poderoso! Adão e Eva caíram no mesmo pecado do próprio Satanás, o desejo de independência e de subverter os limites da soberania divina. A tentação sempre incita a cobiça de se conhecer e experimentar o “mal” proibido por Deus, na falsa busca daquilo que é “bom”!

 2)    Cuidado

1 Coríntios 10:12 começa com uma forte advertência sobre tentação: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia”. Quanto mais forte você pensa ou sente que é, usando frases como: “Nunca cometerei este pecado!”, “Jamais poderei fazer isso!”, “Como aquela pessoa pôde fazer aquilo?” ou “Sinto-me tão perto do Senhor que acho que hoje não pecarei”, são sinalizadores gigantes e sirenes gritando, avisando do perigo iminente.

Por que não devemos nos sentir fortes e poderosos diante de alguma tentação?“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Pv 16:18). Quando achamos que não podemos cair, o orgulho impera. Quando o orgulho impera, a destruição vem logo atrás. Sempre que vemos a arrogância, seja explícita, seja cuidadosamente escondida, podemos ter certeza de que em breve haverá uma “queda”. 


Quais são a atitude  e a ação corretas em face da tentação que nos levam à vitória e não à destruição, para uma posição firme e não à queda? Os versículos abaixo revelam que a resposta é vigilância, oração e dependência ativa do Senhor. “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” Mateus 26:41; “Chegando ao lugar escolhido, Jesus lhes disse: Orai, para que não entreis em tentação.” Lucas 22:40; “O Senhor sabe livrar da provação os piedosos e reservar, sob castigo, os injustos para o Dia do Juízo.” 2 Pedro 2:9

 3)    Humana

 A tentação não é inativa, mas ativa. Ela não foge de você – procura “vencer” você. Experimentar uma tentação é sentir-se “vencido”: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia. Não veio sobre vós tentação...” As palavras usadas por Paulo, “veio sobre”, dá idéia de alguém vindo sobre você rápida e inesperadamente, como um inimigo.

 Ela sobrevém – se abate, assalta e prende – e tenta nos pressionar até que pequemos. Você pode notar, em todas as tentações descritas na Bíblia, bem como em sua própria experiência, que quando você cede, ela deixa de existir. A tentação só existe de um lado do pecado: antes de ele acontecer! A tentação vem antes de todo pecado. Se você derrotar a tentação, não cometerá o pecado!

 “Nenhuma tentação se abateu sobre você, exceto aquelas que são comuns a todos os homens.” Um jovem com dificuldades na área sexual, certa vez afirmou: “Meu apetite sexual é tão poderoso que a tentação torna-se forte demais”. Em outras palavras, ele estava afirmando que seu pecado não era culpa dele, mas “aquelas gigantescas tentações” que o atacavam. Mas o texto de 1 Corintios 10.13, afirma: “Não veio sobre vós tentação, senão humana...”. Todas as tentações são normais e humanas para todos, indistintamente.


Pense nas mentiras que dizemos a nós mesmos:

·        “A tentação foi muito forte; não pude fazer nada!”

·        “Sou diferente, ninguém enfrenta tentações como as minhas!”

·        “Faz parte de minha herança familiar – meus ‘genes’ me obrigam a agir assim!”

·        “Sempre fiz isto – é tarde demais para parar agora.”

·        “O diabo me obrigou a fazer aquilo.”

·        “Não me preocupo com as tentações; sou forte.”

·        “Não é minha culpa; fui tentado além de minhas forças.”

·        “Orei sobre a tentação, mas não consegui parar.”

·        “É culpa de Deus; ele sabia que eu era fraco demais.”

·        “Deixe para lá – ninguém é perfeito.”

 Não veio sobre vós tentação exceto aquela que é humana”. O texto não somente ensina que não existe tentação “incomum” com acrescenta uma verdade mais profunda – a tentação que nos sobrevém é especialmente “comum”! O sentido literal de “humana”, neste versículo é “comum a todos os homens”. Toda tentação é normal e, portanto, totalmente resistível. Como, então, podemos explicar como “nos sentimos” quando formos assaltados por tentações “incomuns”? Talvez um pequeno cão possa terá resposta.

 Você lembra do mago que dominava a terra de Oz? Todos tinham medo dele e tremiam por causa de sua força e poder. Até que um cão pequeno e sujo passou por baixo da cortina sagrada! Ali Dorothy e seus amigos descobriram um homem velho, pequeno e fraco, que mudava a voz e se cercava de efeitos especiais. Você lembra o que ele fizeram, ao descobrir a verdade sobre o “poderoso mago”? Eles se entreolharam irados, chocados e caíram na gargalhada! Imediatamente a verdade os libertou. Quando o engano da tentação vem à luz, ela perde seu poder. A verdade sempre nos liberta.

 4)    Limite

“Mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além do que podeis resistir”. No meio da tentação, o Senhor se aproxima de você para protegê-lo e ajuda-lo. Ele está ao seu lado, no meio da batalha, assegurando que você não está sendo forçado a nenhuma tentação. Alguém pode ser tentado pela gula, outro pela pornografia, outro pela fofoca e outro pela ira. Ou seja, você está no supermercado com um amigo comum. A tua fraqueza, digamos, é a gula, e a do seu amigo é a luxuria. Então, diferentes tentações tentam diferentes tipos de pessoas.

 Nessa hora, o Senhor coloca um regulador divino nas tentações, isto é, Deus desenha uma linha e ordena que a tentação chegue até ali, mas não ultrapasse. Por quê o Senhor estabelece essa linha, para você e para mim? Porque, se não o fizesse, certas tentações nos subjugariam e não seriamos capazes de dizer “não”.  PORTANTO, EM SUA VIDA PASSADA, PRESENTE, FUTURA, O SENHOR JAMAIS PERMITIRÁ QUE ENFRENTE UMA TENTAÇÃO QUE NÃO TENHA CONDIÇÕES DE RESISTIR. 


 Por que o Senhor intervém em seu favor centenas  - talvez milhares – de vezes durante sua vida? Deus é fiel a você. Deus é fiel à sua Palavra. Deus é fiel a seus propósitos. Deus é fiel às suas promessas. Deus é fiel à sua justiça. Uma outra pergunta: O QUE ACONTECE QUANDO NÓS SOMOS INFIÉIS REPETIDAS VEZES E ESCOLHEMOS PECAR QUANDO TENTADOS? “Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo” ( Tm 2.13).

 5)    Escape

“Fiel é Deus que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes com a tentação dará também o escape...”.

 Portanto, a primeira ação de Deus em face da tentação é a limitação. Ele não permite que você seja tentado além de sua capacidade de suportar. A segunda ação de Deus em face da tentação é a provisão: Ele providencia o meio de livramento.  O versículo 13 não deixa uma idéia vaga, que junto “com a tentação” talvez haja um escape, mas diz “com a tentação” haverá também o escape.

A palavra “escape” da a idéia de uma passagem secreta entre as montanhas. Imagine um exercito emboscado entre as montanhas, sem nenhuma rota de fuga, subitamente encontram uma passagem estreita e todo o exercito foge por ela, sem nenhum dano. Veja como o apostolo Pedro descreveu o ensinamento de Paulo: “Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos” (2 Pe 2.9). 


Qual é a mentira? “Não posso dizer não a tentação, não importa quanto me esforce”. Voce sabe que isso não pode ser verdade, do contrário o Senhor seria totalmente infiel.  A BIBLIA ENSINA ABERTAMENTE QUE, SEJA QUAL FOR A TENTAÇÃO, VOCE SEMPRE SERÁ CAPAZ DE SUPORTÁ-LA SEM SER FORÇADO A PECAR. MAS, NEM SEMPRE SERÁ FACIL!

“Considerai, pois, atentamente, aquele (Jesus) que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo ... na nossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até o sangue” (Hb 12.3-4).

 Conclusão:

Em muitos casos, o livramento está bem diante de nós – como “foge das paixões”, o que significa que o livramento está nos pés, movendo-nos na direção oposta! Outras vezes, porém, o livramento exige “resistência” total mesmo até a morte física. 



 

terça-feira, 8 de setembro de 2020

 Os últimos apóstolos – Lc 6-14-16

Introdução

Chegamos aos últimos apóstolos de Cristo. Cada divisão é de quatro apóstolos, aos mais íntimos de Cristo, passando por aqueles citados esporadicamente e, aos últimos quatro, quase sem nenhuma citação nos evangelhos. No evangelho de Lucas, capitulo 6,  a lista aparece da seguinte forma: “Escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos: Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado zelote; Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que se tornou traidor.

1)    Tiago, filho de Alfeu

O nome que ocupa o nono lugar na lista de apóstolos apresentada por Lucas (Lc 6.14-16) é “Tiago, filho de Alfeu” (v.15). A única coisa que as escrituras nos dizem sobre esse homem é o seu nome. Não era o tipo de pessoa que chamava a atenção. Era absolutamente obscuro.

Há vários nomes de Tiago no Novo Testamento. Já falamos sobre Tiago, filho de Zebedeu. Havia outro Tiago que era filho de Maria e José e, portanto, meio irmão de Cristo (Gl 1.19). “E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor”. O Tiago, meio-irmão de Cristo tornou-se líder da igreja em Jerusalém. Ele foi o porta voz que transmitiu a decisão do Concilio de Jerusalém em Atos 15.13-21. Acredita-se que ele foi autor da epistola de Tiago. Portanto, não se trata do mesmo Tiago citado no terceiro grupo de quatro apóstolos. 


Praticamente tudo o que sabemos sobre Tiago em questão aqui é que ele era filho de Alfeu (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13). Marcos 15.40 nos informa que a Mãe de Tiago chamava-se Maria. Fica evidente que sua mãe, Maria, também era uma seguidora devota de Cristo. Ela presenciou a crucificação. Além disso, era uma das mulheres que foram preparar o corpo de Jesus para o sepultamento (Mc 16.1).

Em Marcos 15.40 ele é chamado de “Tiago, o menor”, ou “Tiago, o mais jovem” (NVT). A palavra grega que foi traduzida como “menor” é mikros. Significa, literalmente, “pequeno”. Seu principal significado é “de pequena estatura”, de modo que poderia tratar-se de uma referencia às suas características físicas. Talvez ele fosse um homem baixo ou franzino.

É possível que ele fosse mais jovem que Tiago, filho de Zebedeu; cuja família era abastada e era conhecida do sumo sacerdote e fazia parte do circulo mais intimo de Jesus. Portanto, Tiago, filho de Alfeu, era chamado de “Tiago, o menor”. Mikros, Tiaguinho.

 Então, “Tiaguinho” era uma pessoa franzina, jovem e quieta que, na maior parte do tempo, ficava nos bastidores. Podemos dizer que sua marca era a obscuridade. Ele nos faz lembrar das pessoas de hebreus 11.33-38:

“Pela fé, eles conquistaram reinos, governaram com justiça e receberam promessas. Fecharam a boca de leões, apagaram chamas de fogo e escaparam de morrer pela espada. Sua fraqueza foi transformada em força. Tornaram-se poderosos na batalha e fizeram fugir exércitos inteiros. Mulheres receberam de volta seus queridos que haviam morrido. Outros, porém, foram torturados, recusando-se a ser libertos, e depositaram sua esperança na ressurreição para uma vida melhor. Alguns foram alvo de zombaria e açoites, e outros, acorrentados em prisões. Alguns morreram apedrejados, outros foram serrados ao meio, e outros ainda, mortos à espada. Alguns andavam vestidos com peles de ovelhas e cabras, necessitados, afligidos e maltratados. Este mundo não era digno deles. Vagaram por desertos e montes, escondendo-se em cavernas e buracos na terra. Hebreus 11:33-38

Há indícios de que Tiago, o menor, levou o evangelho à Síria e a Pérsia. Quanto a sua morte, alguns dizem que ele foi apedrejado; outros, que ele foi espancado até a morte; ainda outros dizem que ele foi crucificado como seu Senhor.

2)    Simão, o zelote.

O próximo nome apresentado em Lc 6.15 é “Simão, chamado Zelote”. Em algum momento Simão foi membro de um partido politico de homens conhecidos como zelotes. No tempo de Cristo existiam quatro partidos.  Os fariseus: Eram seguidores inflexíveis da lei. Os saduceus: eram liberais religiosos e detinham o poder do sacerdócio. Os essênios: eram pessoas que viviam no deserto e dedicavam sua vida ao estudo da lei. E, o ultimo grupo, os zelotes, que eram mais voltados para a politica. Ele odiavam os romanos e seu objetivo era livrar-se da ocupação romana. Usavam táticas de guerrilhas através do terrorismo e muita violência.

 Acreditavam que somente o próprio Deus tinha o direito de governar sobre os judeus. Assim, tinham como certo que estavam realizando  a obra de Deus ao assassinar soldados romanos, lideres políticos e qualquer que se opusesse a eles. Os zelotes estavam esperando o Messias que iria libertá-los na expulsão da ocupação romana e restaurar o reino de Israel em sua glória salomônica.

No sexto ano depois de Cristo, um grupo de zelotes rebelou-se contra o imposto censitário romano. O líder e fundador dos zelotes, era Judas, o Galileu, cujo nome é citado em Atos 5.37. Judas, aproveitou a oportunidade, organizou suas forças e iniciou uma revolta de assassinatos, saques e destruição. No entanto, não tardou para que os romanos suplantassem a rebelião, matassem Judas, o galileu, e crucificassem seus filhos. 


 Simão era um deles. É interessante que quando Mateus e Marcos apresentam a relação dos doze, colocam Simão logo antes de Judas Iscariotes. Na ocasião em que Jesus enviou os discípulos dois a dois em Marcos 6.7, é possível que Simão e Judas tivessem formado uma das duplas. No entanto, em algum ponto, ao longo do caminho, Simão tornou-se um verdadeiro crente e foi transformado.

Porque Simão teve que se relacionar com Mateus, o qual encontrava-se ao lado do governo romano, coletando impostos abusivamente. Em certo momento de sua vida, Simão provavelmente teria matado Mateus. No fim, tornou-se irmãos espirituais, trabalhando lado a lado pela mesma causa – a expansão do evangelho – adorando o mesmo Senhor.

Depois da destruição de Jerusalém em 70 d.C., Simão levou o evangelho para o Norte e pregou nas ilhas britânicas. No final, ele foi morto por pregar o evangelho.

 3)    Judas, filho de Tiago

O ultimo nome da lista de discípulos fiéis é “Judas, filho de Tiago”. O nome Judas, em si, significa “Jeová Conduz”. No entanto, por causa da traição de Judas Iscariotes, o nome Judas sempre terá uma conotação negativa.

Judas, filho de Tiago, na verdade tinha três nomes. Em Mateus 10.3 ele é chamado de Tadeu. Lebeu e Tadeu eram, em essência, apelidos. Tadeu significa “criança de peito”, evocando a idéia de um bebê sendo amamentado. Chega a ter quase um tom pejorativo, como “queridinho da mamãe”. Talvez ele fosse mais jovem de sua família e assim, o caçula dentre vários irmãos, recebendo carinho especial de sua mãe. Seu outro nome, Lebeu, é parecido. Vem de um radical hebraico que se refere ao coração – literalmente, “criança do coração”. 


Portanto, os dois nomes sugerem um coração terno e semelhante ao de uma criança. É interessante pensar que uma alma tão gentil poderia estar no meio do grupo de quatro apóstolos como Simão, o zelote. No entanto, o Senhor poderia pode usar os dois tipos de pessoas. Os zelotes podem transformar-se em grandes pregadores. Mas almas gentis, doces, compassivas e meigas, como Judas Tadeu, também podem.

O Novo Testamento registra um episódio envolvendo Judas Tadeu. Em João 14.21 Jesus diz: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele”. 

Então, João acrescenta: “Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: Donde procede, Senhor, que estás para manifestar-se a nós e não ao mundo?” (v.22). Ou, “Por que o Senhor vai se revelar somente a nós, e não ao mundo em geral? (NVT). Ele não diz nada ousado, impetuoso ou excessivamente confiante. Sua pergunta é cheia de brandura e humildade, e desprovida de qualquer orgulho. Ele não pode crer que Jesus iria manifestar-se a esse grupo de onze homens da ralé e não o faria ao mundo todo.

 Afinal, Jesus era o salvador do mundo. Era o herdeiro legitimo da terra, rei dos reis e Senhor dos Senhores. Todos eles haviam partido do pressuposto de que ele havia vindo para fundar o seu reino e subjugar todas as coisas debaixo de si. As boas novas do perdão e salvação certamente eram boas novas para todo mundo. Assim, Judas Tadeu queria saber: Por que você vai se revelar a nós e não ao mundo todo?

Jesus lhe deu uma resposta maravilhosa, que foi tão cheia de ternura quanto a pergunta. “Respondeu-lhe Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e eu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”. Cristo iria manifestar-se a qualquer um que o amasse.

Judas Tadeu ainda estava pensando em termos políticos e materiais: “Como você ainda não dominou o mundo? Por que você não se manifesta para o mundo?” A resposta de Jesus é significativa: “Não vou assumir o controle do mundo exteriormente; vou dominar corações, um de cada vez. Se alguém me ama, vou manter minha palavra. Juntos , meu Pai e Eu vamos estabelecer o reino em seu coração”.

Conclusão:

A maioria das tradições sugerem que Judas Tadeu levou o evangelho para o Norte, para Edessa, uma cidade real na Mesopotamia, na atual região da Turquia. Existem diversos relatos antigos sobre como ele curou o rei de Edessa, um homem chamado Abgar.

O símbolo tradicional de Judas Tadeu é uma clava, pois diz a tradição que, por causa de sua fé, ele foi espancado até a morte com uma clava.