sexta-feira, 31 de agosto de 2018


O rei Canuto à beira-mar

Há muito tempo, a Inglaterra era governada por um rei chamado Canuto. Como costuma acontecer com muitos líderes e homens de poder, Canuto estava sempre cercado de pessoas a enaltecê-lo. Bastava entrar num aposento qualquer e já começavam os elogios.

— Vossa Excelência é o homem mais glorioso que já surgiu na face da terra — dizia um.

— Jamais haverá alguém tão poderoso quanto Vossa Majestade — reforçava outro.

— Nada há que Vossa Alteza não seja capaz de fazer — comentava entre sorrisos um terceiro.

— Grande Canuto, monarca de todos! Nada neste mundo ousa desobedecer a vossas ordens — alguém mais dizia em seu louvor.
O rei era uma pessoa bastante sensata e estava a ficar cansado de todas aquelas tolices.
Um dia, caminhava pela beira-mar, e os seus reais dignitários e fidalgos acompanhavam-no, tecendo-lhe elogios como de costume. Canuto decidiu ensinar-lhes uma lição.

— Pois então, dizeis que sou o maior do mundo? — perguntou a todos os presentes.

— Ó rei — responderam — nunca houve alguém tão poderoso, nem jamais existirá quem tenha tanto valor!

— E dizeis também que tudo me obedece?

— Perfeitamente! O mundo curva-se diante de vós e honra-vos.

— Entendo — disse o rei. — Então, trazei a minha liteira, e vamos para a água.

— Imediatamente, Alteza! — E desceram todos, carregando o assento real pelas areias da praia.

— Vamos mais para perto — ordenou Canuto. — Colocai a liteira aqui mesmo, na beira da água. O rei então sentou-se e ficou a observar o oceano à sua frente. — Vejo que a maré está subir. Deter-se-á, se eu assim ordenar?
Os conselheiros ficaram perplexos, mas não ousaram dizer que não. — Ordenai, ó Grande Rei, e o oceano obedecer-vos-á — garantiu-lhe um deles.

— Pois bem! Oceano — gritou Canuto — ordeno que te detenhas. Maré, interrompe o teu fluxo. Ondas, deixai de rebentar na praia. Não ouseis tocar-me.
Esperou em silêncio alguns instantes, até que uma pequena onda veio espraiar-se aos seus pés.

— Como ousas! — gritou Canuto. — Oceano, afasta-te já. Ordenei que te recolhas diante de mim, e deves obedecer-me. Afasta-te.

E a resposta foi outra onda que veio rebentar ali, bem junto dos pés do rei. A maré subia, tal como sempre fizera. A água aproximava-se cada vez mais. Atingiu a liteira, e molhou não somente os pés do rei, mas também o seu manto. Os conselheiros estavam todos ao seu redor, alarmados, e desejosos de saber se ele não se irritaria.

— Ora, meus amigos — disse Canuto — parece que não tenho tanto poder quanto me fazeis acreditar. Talvez tenhais aprendido algo no dia de hoje. Talvez agora fiqueis a saber que só há um Rei todo-poderoso, que governa o mar e detém o oceano na palma da mão. Sugiro que guardeis as vossas expressões de louvor para Ele.
Os conselheiros e dignitários do rei baixaram a cabeça e sentiram-se ridículos. E dizem por aí que, pouco depois, Canuto tirou da cabeça a coroa e jamais voltou a usá-la.



terça-feira, 28 de agosto de 2018


Sendo igreja  - Efésios 4:1-16


Introdução:
Os primeiros três capítulos de Efésios, apresenta uma visão do todo: “estávamos mortos em delitos e pecados”; “éramos escravizados: mundo, carne e o diabo”; estávamos condenados. Mas, Deus nos salvou. Como? Nos deu vida juntamente com Cristo (2.5), nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais (2.6). Por que? Sua misericórdia, seu grande amor e sua graça.

Agora, a partir do capítulo 4, o destaque é a conduta cristã. A preposição “pois” é uma ponte entre o que Paulo tinha ensinado e o que ele vai pedir (4.1). “Andar de modo digno” significa viver do mesmo jeito que Deus vivo; a palavra “digno” traz a idéia de uma balança, na qual há um equilíbrio entre a vida de Deus e a nossa vida.

1)    A graça na unidade (Efésios 4.1-3)
O apostolo fala sobre unidade, e não sobre uniformidade. Unidade VEM DE DENTRO, É UMA GRAÇA ESPIRITUAL, enquanto que uniformidade é o resultado de uma pressão de fora. A unidade, portanto, é INTERNA E ORGANICA. Não é imposta por força exterior, mas pela virtude do poder de Cristo que HABITA o crente (Zacarias 4.6). COMO ESSA UNIDADE É PRESERVADA? 


AGINDO COM HUMILDADE (V.2). A humildade era muito desprezada no mundo antigo. Para os gregos, era sinônimo de fraqueza, servilismo e subserviência. Mas, HUMILDADE é a RENUNCIA à imposição de interesses pessoais. Em Cristo, a humildade se tornou uma virtude (Fl 2.6). Portanto, humildade significa colocar Cristo em PRIMEIRO LUGAR, os outros em segundo lugar e EU em ultimo lugar. A humildade é a primeira bem aventurança do sermão da montanha (Mt 5.3), “...os humildes herdarão o reino dos céus”. 



O ORGULHO fica espreitando por detrás de toda DISCÓRDIA, ao passo que o maior segredo individual da concórdia é a humildade. As pessoas de quem gostamos imediata e instintivamente, e com quem temos facilidade de conviver, são aquelas que nos tratam com o respeito que julgamos merecer. AO PASSO que as pessoas com as quais instintivamente ANTIPATIZAMOS são as que nos tratam como lixo, poste ou desdém. NOUTRAS PALAVRAS, a vaidade pessoal é um fator-chave em todos os nossos relacionamentos. Se, porém, ao invés de fazer tudo para obter respeito do outro (que é orgulho), nós lhes dermos nosso respeito ao reconhecermos seu valor inerente dado por Deus (humildade), estaremos promovendo a unidade.

AGINDO COM MANSIDÃO (V.2). Mansidão é a qualidade da MODERAÇÃO: “O meio termo entre ser irado demais e nunca ficar irado de modo algum”. Uma pessoa mansa prefere sofrer o agravo a provoca-lo (1 Co 6.7). Abraão é um exemplo de mansidão. Ele deixou Ló fazer a melhor escolhe (Gn 13.7-18). A mansidão é o PODER SOB O CONTROLE. Como um pai de família que trabalha no porto de Santos, carregando sacos de café todos os dias, quando chega em casa abraça docilmente sua filhinha. UMA PESSOA MANSA CONTROLA SEU TEMPERAMENTO, IMPULSOS, LINGUA E DESEJO.

Ao compararmos MANSIDÃO com HUMILDADE, chegamos à conclusão de que o homem manso pensa bem pouco NAS SUAS REIVINDICAÇÕES PESSOAIS, assim como o homem humilde PENSA BEM POUCO NOS SEUS MERITOS PESSOAIS.
AGINDO COM LONGANIMIDADE (V.2). É A atitude de nunca revidar. A palavra grega SIGNIFICA SUPORTAR COM PACIENCIA PESSOAS DESAFIADORAS. É um animo estendido ao máximo. LONGANIMIDADE é o espírito que tem o poder de vingar-se, mas nunca o faz. É a pessoa que suporta o insulto sem amargura nem lamento.

AGINDO COM AMOR QUE SUPORTA OS IRMÃOS (V.2). A palavra SUPORTAR  é servir de amparo e suporte para o outro. Isso não por um dever amargo, mas com amor. “Suportar com amor” significa ser clemente com as fraquezas dos outros, não deixando de amar o próximo ou os amigos devido àquelas faltas que, talvez, nos ofendam ou desagradem. “DEDICANDO-NOS UNS AOS OUTROS COM AMOR, CONSIDERANDO AS DIFERENÇAS ENTRE VOCES, SEMPRE RESOLVENDO LOGO TUDO E QUALQUER DESENTENDIMENTO”. (BIBLIA A MENSAGEM).

2)    O Fundamento da unidade (v. 4-6)
Nestes versículos impressiona-se com o número de vezes que Paulo usa a palavra “UM”; ela ocorre, realmente, sete vezes. Primeiro, três destas sete unidades fazem alusão às três pessoas da trindade (um Espírito, v.4; um só Senhor, v5, isto é, o Senhor Jesus; e um só Deus e Pai de todos, v.6). Ao passo que as outras dizem respeito à nossa experiência cristã com relação as três pessoas da trindade. 



Primeiro, há somente um corpo porque há somente um Espírito (v.4). Este único corpo é a igreja, o corpo de Cristo (Efésios 1.23), que é composto por crentes JUDEUS E GENTIOS; e a sua unidade ou coesão é devida ao único Espírito Santo que habita nele e que o anima (1 Coríntios 12.13). por causa dessa unidade essencial, se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele. Você não pode dizer “Só o meu dedo mínimo está doente”. Não! Se o seu dedo mínimo está doente, você está doente. Se há dor nele, você sente dor. Daí, se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; e se um membro recebe honra, todos os membros se gloriam com ele.

Segundo, há uma SÓ ESPERANÇA que pertence à nossa vocação cristã (v.4), UMA SÓ FÉ, UM SÓ BATISMO (v.5) PORQUE HÁ UM SÓ SENHOR. O Senhor Jesus Cristo, pois, é o único objeto da fé, da esperança e do batismo de todos os cristãos.

Em terceiro lugar, há uma SÓ FAMÍLIA CRISTÃ, que abrange a todos (v.6), porque há um só Deus e Pai... o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.  RESUMINDO: Primeiro, o único Pai cria a única família. Em segundo, o único Senhor Jesus cria a única fé, a única esperança e o único batismo. Em terceiro, o único Espírito cria o único corpo, que somos nós.

3)    Os dons da unidade (44.4-11)
A primeira coisa que Paulo aborda é a variedade na unidade (4.7). Ele se move daquilo que todos os cristãos tem em comum para aquilo que difere um cristão do outro: os dons espirituais. Os DONS SÃO DADOS PARA UNIR E EDIFICAR A IGREJA. É importante ressaltar que: a) todo o cristão possui algum dom; b) existe grande variedade de dons; c) o Senhor glorificado é soberano na distribuição dos dons.

A segunda coisa que Paulo aborda é: Como você pode descobrir e desenvolver os seus dons? Pela comunhão na igreja (4.7). Os dons não são brinquedos particulares para o nosso próprio deleite: são ferramentas com as quais devemos trabalhar em prol dos outros. Se usarmos para nós, viram armas carnais no corpo de Cristo.

A terceiro coisa que Paulo aborda é: Cristo levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens (Ef 4.8-9). Cristo, por meio de sua morte, ressureição e glorificação, tirou as correntes do cativeiro satânico, isto é, a humanidade cativa a Satanás passou então ser o espólio de Cristo. Os pecadores que estiveram sob o domínio da carne, do mundo e do diabo agora são cativos de Cristo. Então, ele deu dons aos homens.

Que dois são esses, chamados dons de Cristo à igreja? 



O dom de Apóstolo (v.11). Jesus tinha muitos discípulos, mas apenas  doze apóstolos. Um discípulo é um seguidor; um apostolo é um comissionado. Para ser apostolo, algumas exigências: 1) ver pessoalmente Cristo (1 Co 9.1-2); 2) ser testemunha ocular da sua ressureição (Atos 1.21-23); 3) ter um ministério autenticado com milagres especiais (2 Co 12.12).

O dom do profeta (v.11). Os apóstolos foram chamados para proclamar a Palavra do Senhor. No Antigo Testamento, os profetas recebiam a revelação do céu no mesmo instante “Veio a mim a Palavra do Senhor”. Nos dias atuais, toda profecia tem que estar de acordo com os 66 livros da Bíblia. E, caso Deus use alguém com o dom da profecia, tem que observar os objetivos (1 Co 14.3).

O dom de Evangelista (v.11). Talvez esse dom se refira ao dom da pregação evangelística, ou de fazer o evangelho especialmente límpido e relevante aos descentes, ou de ajudar pessoas indecisas a dar um passo e entregar sua vida a Cristo. Também, trata-se de pregação nas ruas, nas praças, por literatura, através de filmes, pela música, folhetos, etc.

O dom de pastores e mestres (v.11). “Pastores e mestres” constitui um só oficio com dupla função. O pastor ensina e exorta, alimenta, cuida, protege, vigia, consola as ovelhas (Atos 20.28-30). Embora todo o pastor deva ser um mestre, NEM TODO MESTRE É PASTOR.

CONCLUSÃO: O CRESCIMENTO DA UNIDADE  (12 A 16)
APERFEIÇOAMENTO DOS SANTOS (V.12). A palavra transmite também a idéia de levar os santos a se tornarem aptos para desempenho de suas funções no corpo de Cristo. O DESEMPENHO NO SERVIÇO. A principal função dos pastores e mestres não é fazer a obra, mas treinar os crentes para que eles realizem a obra. A EDIFICAÇÃO DO CORPO DE CRISTO (V.12). Até que cheguemos à unidade da fé  e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura  da plenitude de Cristo. Para que não sejamos mais como meninos, agitados de um  lado para o outro e levado ao redor por todo o tipo de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astucia que induzem ao erro... 



segunda-feira, 27 de agosto de 2018


O que é evangelismo


“Zelo em propagar o evangelho”. Ou, o emprego da palavra de Deus, com o sincero desejo no coração de ganhar almas para Cristo em todos os lugares, em todos os tempos e por todos os meios”

1) tipos de igreja
Igreja Evangélica: é como uma represa de água pura; quem quiser beber da agua pura e potável tem que subir a rampa para chegar a água que está reservada.

Igreja Evangelística: também é como uma represa de água pura mas tem encanamentos que levam água pura para toda a comunidade e as nações do mundo. Os encanamentos são os crentes cheios do amor e da compaixão pelas almas perdidas; cheios do poder do Espírito Santo (Atos 1.8).

Alguns versículos que corroboram com essa visão da igreja evangelística: Mateus 28.19; João 4.35; Lucas 19.10; Atos 8.4, etc

Existem vários tipos de evangelização
1)    Cultos públicos na igreja
2)    Campanhas de Reavivamento
3)    Escola Dominical
4)    Escola Bíblica de férias
5)    Cultos infantis para criança
6)    Cultos em hospitais, asilos, em orfanatos, casa de recuperação, albergue, etc
7)    Cultos nas praças
8)    Através da literatura evangélica: doação de livros, bíblias, etc
9)    Programas radiofônicos
10)                      Evangelismo pessoal
11)                      Cartas de evangelização
12)                      Discipulado nas casas dos novos convertidos

2)    Por que temos que evangelizar?
 Todos os homens são pecadores e precisam de um salvador – Rm 3.23
Cristo morreu por todos os homens – 1 Tm 2.6; Mt 11.26; Is 53.5; II Corintios 5.14,15
Arrependimento é para todos os homens – 2 Pe 3.9; Atos 17.30; Atos 2.38; Lc 13.3
Todos temos recebido, logo, devemos compartilhar – Mt 10.6; 1 Corintios 9.22; Joao 1.16; 1 Co 9.19 




3)    Jesus e o evangelismo pessoal

Jesus e a samaritana
Jesus aproveitou a oportunidade, embora cansado e faminto não deixou de falar
Jesus esperou até ficar a sós com a mulher
Diferença de nacionalidade, ele judeu e ela, samaritana. Isso não é importante.
Jesus entrou logo no assunto da necessidade espiritual dessa mulher – pediu agua com o objetivo de falar-lhe da água da vida.
Ele não discutiu com a mulher e não a deixou-a desvia-lo de seu objetivo
Jesus mostrou compaixão e interesse na vida da mulher


4)    O preparo de Jesus
Ele tinha completo conhecimento da Palavra de Deus
Ele tinha uma vida de oração constante
Ele observou e chamou a atenção à natureza para ilustrar – utilizou-se de parábolas.
Ele fez amizade com o povo de todas as camadas e de todos os ambientes da vida

5)    Pontos a serem considerados na distribuição de folhetos
Conhecer o folheto e sua mensagem; 
Entrega-lo com atitude de interesse
Não insistir para que alguém o tome; 
Manter-se calmo e em atitude alerta
Não discutir com ninguém; 
se alguém jogar fora, tornar a pega-lo; oferecer o folheto com um sorriso e com as seguintes palavras: “Boa tarde, quero lhe oferecer: 
a) Uma mensagem importante;
 b) algo de importância para a sua vida;
 c) um recado de Deus;
 d) um pequeno folheto que explica o caminho da vida eterna.

terça-feira, 21 de agosto de 2018


Dimensões da fé cristã – Jo 17.6-26


Introdução
Neste capitulo existem profundezas que jamais seremos capazes de atingir, o máximo que podemos fazer é pedalar pela superfície. Há aqui altitudes que nunca conseguiremos galgar; o máximo é escalar a encosta da montanha. Se o discurso do cenáculo (João 13 à 17) é o Templo da Escritura , João 17 é o seu santuário íntimo, o santo dos santos. Aqui, nós somos introduzidos à presença, à mente e ao coração de Deus. É nos permitido, espreitar um momento de comunhão entre o Filho e o Pai. PRECISAMOS TIRAR AS SANDALIAS DOS PÉS, POIS ESTAMOS PISANDO EM TERRA SANTA.

1)    Escalando as encostas das montanhas...
Primeiro, Jesus ora primeiro por si (vs. 1 à 5), ao aproximar-se da cruz; Segundo, ele ora por seus apóstolos (vs. 6-19), a quem ele havia revelado o Pai e que estão reunidos ao seu redor enquanto ele ora. E, terceiro, ora por toda a igreja, presente e futura (vs. 20-26), constituída de todos aqueles que hão de crer nele através do ensino dos apóstolos.

Os seus discípulos pertencem a Deus. Tres vezes Jesus repete a verdade de que o Pai os “deu” a ele, tirando-os do mundo (vs. 6-9); portanto, eles lhe pertencem.

Os seus discípulos conhecem o Pai. “Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo” (v.6). E, mais adiante, “eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste e eles as receberam” (v.8).

Os seus discípulos vivem no mundo. “Já não estou no mundo”, diz Jesus, “mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti” (v.11). Embora eles tenham sido dados “do mundo” (v.6) para Cristo, eles contudo continuam “no mundo” (v.6), de onde foram tirados. Eles precisam ser espiritualmente distintos, mas não socialmente separados.

Então, o Pai nos deu ao seu Filho. Em seguida, o Filho, nos revelou ao Pai (João 1.18). Nós vivemos  no mundo (para o Pai, para o Filho e para o mundo) que faz de nós, o povo “santo” que nós somos. Jesus faz uma oração pelos seus discípulos: “Pai santo, guarda-os ... peço ... que os guardes do mal” (vs. 11 e 15).

2)    Verdade (vs. 11-13)
“Guarda aqueles que tu me deste para que sejam fieis a teu nome”. “Guarda”  tem a idéia de nos manter separado dos perigos e dos enganos  do mundo mesmo enquanto eles continuam a viver no mundo hostil. É como se a revelação do nome de Deus fosse o MURO DE PROTEÇÃO DENTRO DO QUAL ELES DEVERIAM SER GUARDADOS (Zacarias 2.5). Afinal de contas, o nome de Deus é o próprio Deus, quem Ele é, seu ser e seu caráter. Então, o Pai revelou ao Filho, e este, por sua vez, revelou-o aos apóstolos (v.6). O principal meio para conservá-los unidos é a sua lealdade à VERDADE REVELADA de Deus em e através de Cristo. Afinal, o propósito de Deus para a sua igreja é que ela seja “coluna e baluarte da verdade” (1 tm 3.15). 


3)    Santidade (vs. 14 – 16)
Jesus não somente orou que o Pai guardasse o seu povo fiel ao seu nome (verdade), mas também que guardasse “do mal” (v.15). O destino final da igreja, Paulo iria declarar mais tarde, é ser apresentada a Cristo “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito”.

Os fariseus achavam que o contato com o mal e com pessoas más resultaria em contaminação. Foram estas as motivações que levaram os Eremitas a fugir para o deserto no século IV, resultando no desenvolvimento do monasticismo medieval. No entanto, a atitude dos saduceus era de “conformação”. Pertencentes a famílias ricas e abastadas, eles colaboravam com os romanos e procuravam manter o status quo político. 


Jesus não encoraja os cristãos a se isolarem nas paredes de um MONASTÉRIO – quer fisicamente quer espiritualmente. Muito menos, que nos conformemos com este mundo. Mas, que as trevas do mundo sejam iluminadas não só do céu pelo Filho, mas pelas multidões de luzes menores. Ele, na verdade, pediu: “ISOLE OS CRISTÃOS PARA QUE POSSAM SE MOVER EM MEIO AO MAL SEM QUE SEJAM QUEIMADOS PELO MALIGNO” (V.15). ENTÃO, precisamos ficar no mundo e permanecer firmes, assim como UMA ROCHA NA CORRENTEZA DA MONTANHA, COMO UMA ROSA QUE DESABROCHA EM PLENO INVERNO E COMO UM LIRIO QUE CRESCE NO MEIO DO ESTRUME.

4)    MISSÃO (VS. 17-19)
Há na oração de Jesus, quinze referências a “o mundo”. Ele apontou para o fato de que eles lhe haviam sido dados “do mundo” (v.6), mas que não deveriam ser tirados do mundo (v.15); que eles ainda estavam vivendo no mundo (v.11), mas não deviam ser do mundo (14 b); que seriam odiados pelo mundo (v. 14 a), mas que, mesmo assim, eram enviados ao mundo (v.18).

A oração de Cristo por seu povo aqui é que o Pai nos “santificou” pela sua palavra, da verdade (v.17), ou melhor, que nós sejamos “verdadeiramente santificados”, assim como Cristo que se santificou a si mesmo por nós (.19). A santificação tem dois aspectos complementares, um negativo e outro positivo. Ser santificado é ser separado do mal em todas as suas formas (positivo). Mas ser santificado é também ser separado para o ministério especifico para o qual Deus nos chamou. Então, fomos “separados do mundo para estar a serviço do mundo”.

FAZER MISSÃO É RENUNCIAR A PRIVILÉGIOS, SEGURANÇA, CONFORTO E DISTANCIA, A MEDIDA QUE MERGULHAMOS NO MUNDO DE OUTRAS PESSOAS, ASSIM, COMO JESUS VEIO FAZER PARTE DO NOSSO MUNDO (João 1.14). 


5)    UNIDADE (VS. 20-26)
“Não rogo somente por ESTES, mas também por AQUELES que vierem a crer em mim, por intermédio de sua palavra” (v.20). ISTO É, todo cristão de todos os tempos e lugares, inclusive nós. Mas, então, o que Jesus deseja para todos os crentes através do mundo e dos séculos?

Versículo 21 a: “a fim de que todos sejam um”. Versículo 22 b: “para que sejam um”. Versículo 23 b: “a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade”.

Jesus orou para que seu povo desfrutasse da unidade com os apóstolos: “Não rogo somente por ESTES, mas também por AQUELES que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um” (vs. 20 e 21). Ele orou para que houvesse uma continuidade histórica entre os apóstolos e a igreja pós-apostólica, que a fé da igreja não viesse a mudar com o passar dos anos.

Jesus orou para que o seu povo desfrutasse de unidade com  o Pai e o Filho: e como  és tu, ó Pai, em mim e eu, em ti, (eu oro que) também sejam eles em nós; para que o mundo creia”. A oração de Jesus é esta: que a união de seu povo com Deus seja comparável à unidade do Pai e do Filho, um com o outro na Trindade. E, acrescenta: “eu neles e tu em mim, que eles sejam levados à perfeita unidade” (v.23)

O principal motivo que leva Jesus a orar pela unidade de seu povo é ‘a fim de que” o mundo creia na origem divina de Jesus e da sua missão. Sua oração é que todos os que no futuro haverão de “crer nele” (v.20) possam desfrutar uma unidade de verdade e uma vida, tal que o mundo também possa “crer” nele. Assim, fé produz fé e os crentes se multiplicam. 




terça-feira, 14 de agosto de 2018


Construindo uma igreja saudável  Lv 21.16-20


Introdução: este texto nos ensina que os sacerdotes que ministravam no altar não podiam contaminar-se nem ser imperfeitos. Um sacerdote impuro era uma grande calamidade (Zc .1-3).

1)    Não serve aquele que é cego (Lv 21.18)
O cego é aquele que não tem visão de crescimento. Não cresce. Jesus disse para os discípulos: “Ainda há quatro meses para a colheita? Eu, porém, vos afirmo: erguei os olhos e vede os campos, pois estão brancos para a colheita” (Lc 4.34-35). Uma igreja que cresce, olha para a cidade como um campo maduro para a ceifa.

Precisamos ter uma visão de uma grande igreja. Isto é, trabalhar para ter uma igreja grande a fim de dar glória ao nome de Deus e impactar a cidade e a nação. Se formos como um sacerdote cego, a igreja não vai crescer.  A IGREJA QUE NÃO EVENGELIZA SE FOSSILIZA. Outrossim, a igreja precisa ter visão além das paredes. Não podemos acomodar-nos. HÁ MUITA GENTE NESTA CIDADE PARA JESUS.

Até 1970, as pessoas pensavam em ganhar outras para Cristo. Epois de 1970, houve forte ênfase em ganhar a família para Cristo. Depois de 1990, a ênfase passou a ganhar a cidade para Cristo. William Carey, o pai das missões modernas, disse que, se Deus é a nosso parceiro, precisamos sonhar grandes sonhos para Deus. PRECISAMOS OLHAR POR SOBRE OS OMBROS DOS GIGANTES.

Precisamos ter objetivos definidos. Primeiro a visão: “os campos estão brancos...”, depois os recursos. Necessitamos, como cristãos, plantar igrejas, receber novos membros. Ampliar nossa tenda e alcançar novas fronteiras. “Alarga o espaço da tua tenda, estende as cordas, reforma as estacas” (Is 54.2).  Vejamos a igreja primitiva. No cenáculo, eram 120 pessoas (Atos 1.15); na descida do Espírito Santo, foram 3000 mil pessoas (Atos 2.41). Em Atos 2.41 há um resumo como viviam os cristãos nos dias apostólicos: “Acrescentava-lhes o Senhor, DIA A DIA, OS QUE IAM SENDO SALVOS”. 




Em Atos 9.19-26, conta a história da igreja em Antioquia. QUEM INICIOU O TRABALHO EM ANTIOQUIA? O versículo 19 diz que “os que foram dispersos” é que pregaram o evangelho naquela cidade. “Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra” (Atos 8.4). Foram convertidos com a pregação do apostolo Pedro no dia do Pentecoste. Pedro, por sua vez, convertera-se com o testemunho de seu irmão André que o levara a Jesus ( Jo 1.40-42). André tinha se despertado para a realidade de Cristo através das pregações de João Batista. Então, notem a corrente: os cristãos de Antioquia, Pedro, André, João Batista e Jesus Cristo. Paulo sintetiza esse princípio: “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de MIM, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros (2 Tm 2.1-2).

2)    Não serve aquele que é coxo
O coxo é aquele que se arrasta. O coxo é aquele que tem pernas, mas elas não suportam o peso do seu corpo. Então, ele se arrasta. O crente não pode arrastar-se. Deus nos tem levantado. PRECISAMOS CAMINHAR. PRECISAMOS FAZER A OBRA DE DEUS ENQUANTO É DIA (Jo 9.4). Tem cristão que vive arrastando-se pela fé, tem um testemunho fraco, uma vida sem fervor (2 Tm 1.7). Precisa ser carregado pelos outros. O coxo não caminha sozinho. INFELIZMENTE, HÁ CRISTÃOS QUE NUNCA APRENDERAM A ANDAR COM SUAS PROPRIAS PERNAS. E, consequentemente, não amadurecem...

3)    Não serve aquele que tem o rosto mutilado
O que tem o rosto mutilado, por definição, tem duas caras. A igreja não pode crescer, quando seus crentes têm duas caras e usam máscaras. Precisamos pregar o que vivemos. Precisamos pregar o que vivemos dentro de casa e no trabalho, na rua, etc.

4)    Não serve aquele que é desproporcional
Deus fez tudo perfeito e lindo. Veja a beleza dos olhos, o nariz, a orelha, as mãos, etc. Tudo na devida proporção. Infelizmente, às vezes crescemos numa área e somos doentes em outras, exemplo, a igreja de Efeso era muito fiel a doutrina mas perdeu o primeiro amor. TEM GENTE QUE CONHECE MUITO E FAZ POUCO. GENTE QUE TEM LUZ NA MENTE E FIREZA NO CORAÇÃO. E, GENTE QUE É VETERANA NA IGREJA MAS AINDA AGE COMO CRIANÇA ESPIRITUAL. HÁ AQUELES QUE QUE CUIDAM DA DOUTRINA E SE ESQUECEM DA VIDA; OUTROS QUE LUTAM PARA CUIDAR DA VIDA, MAS SÃO NEGLIGENTES COM A DOUTRINA.

No livro de Ezequiel, Jesus é representado em quatro imagens (Ez 1.10). Ele é descrito como Leão, Boi, Homem e águia. No evangelho de Mateus, Jesus tem o rosto de leão. É o leão da tribo de Judá, que tem poder para curar e expulsar demônios. Já no evangelho de Marcos, Jesus tem o rosto do boi; Jesus é servo. Em Lucas, Jesus tem o rosto de homem; ele chora, ri, é compassivo, participa de encontros, entra na casa de publicanos. E, finalmente, no evangelho de João, Jesus é a águia que voa nas alturas. Ele é o filho de Deus, ele veio da glória (Jo 1.1-3). Vemos a proporcionalidade em Jesus: se há uma pessoa cativa do diabo, autoridade. Se há um casal em conflito, o rosto do homem. Se há uma necessidade a ser suprida, o rosto de servo. Se há alguém perdido, o evangelho da salvação. 



5)    Não serve aquele que tem o pé quebrado (v.19)
Porque o que tem o pé quebrado vive caindo. O pé quebrado não fica firme, está sempre caindo. A VIDA CRISTÃ É UMA CAMINHADA. Aquele que está em pé veja que não caia. Os crentes têm caído nos mesmos pecados, tem envergonhado o evangelho. Uma igreja não cresce quando seus crentes vivem tropeçando.

6)    Não serve aquele que tem a mão quebrada
Aqueles que tem a mão quebrada não podem impor as mãos sobre os enfermos, não podem adorar, abençoar, tocar, socorrer, ajudar. Precisamos, nesses últimos dias, orar, levantar nossas mãos santas, sem ira e nem contendas. Quando você abençoa outra pessoa, essa benção volta para você. Quem semeia com abundancia, colhe com fartura. O Sonho de Deus é que abençoemos uns aos outros

7)    Não serve aquele que é corcovado (v.20)
Porque ele é profundamente pessimista. O professor perguntou a um menino da sala: “O que é um pessimista?”. O menino respondeu: “Um pessimista é uma pessoa que vive olhando para o pé”. Não podemos ser pessimistas, desanimados, só olhando os gigantes e fugindo deles. 


Gente corcovada não pode ajudar a igreja crescer. Gente desanimada não consegue olhar para o céu. Gente corcovada só olha para as dificuldades. Deus disse a Abraão: “Sai da tua tenda e conta as estrelas. Uma, duas, mil, um milhão... assim será a tua descendência” (Gn 15.5)

8)    Não serve aquele que é anão (v.20)
o anão é aquele que para de crescer. O crente não pode ser anão. O crente precisa crescer na palavra, precisa crescer na oração, precisa crescer no envolvimento com a obra de Deus, precisa crescer nos relacionamentos. HOJE VOCE PRECISA SER MELHOR QUE ONTEM. AMANHÃ, MELHOR QUE HOJE.

9)    Não serve aquele que tem belida nos olhos (v.20)
Quem tem pedras nos olhos vivem em grande desconforto. Jesus disse que, se você tem uma trave no olho, não consegue tirar o cisco no olho do seu irmão. Quando temos pedra nos olhos, tornamo-nos críticos dos outros, mas não podemos ajuda-los a resolves suas dificuldades.

10)                      Não serve aquele que tem sarna (v.20)
Sarna é aquela coceira gostosa que nos distrai. Voce já pegou um bicho de pé? Já ficou coçando, coçando e gostando de coçar? Para uma igreja crescer, seus membros não podem ter sarna. Para o crente, o prazer é so aquele que Deus dá. Hoje existem muitos prazeres que são sarnas para você.

11)                      Não serve aquele que tem impingem (v.20)
Impigem é uma mancha. A igreja não pode crescer quando os crentes em uma mancha na vida, no caráter, na conduta, na família, no trabalho. Mancha é aquilo que tentamos esconder dos outros. É coisa feia. Naamã era herói, mas leproso; tinha marcas feias na pele. O profeta Eliseu pediu que tirasse a armadura e mergulhasse no Jordão. Antes de ser curado, é preciso revelar a mancha.

Conclusão: Não serve aquele que tem testículo quebrado (v.20).
Quem tem testículos quebrado não pode gerar filhos. Quem tem testículo quebrado não se reproduz, não terá filhos. Somos chamados para gerar filhos, para dar frutos. Precisamos gerar muitos filhos espirituais. Precisamos ganhar outros para Cristo. Quantos filhos espirituais você tem? 




terça-feira, 7 de agosto de 2018


Deus é nosso refúgio – Salmo 46


Introdução
O mundo é violento. Há destruição por toda parte. É arriscado sair de casa à noite. O mundo vai mal: os recursos são usados em orgias de glutonaria e a beleza tem sido devastada em uma escala sem precedentes.

As pessoas sofrem torturas, maldições e desprezo em uma epidemia de desumanização. Os números são estarrecedores: assassinatos, estupros, assaltos, roubos, abuso infantil, abuso conjugal, corrupção política, guerra e rumores de guerra.
Diante de um cenário urbano e violento, sentimos vontade de ir morar nas montanhas, na roça. Mas, logo que chegamos lá, descobrimos outro tipo de violência: animais selvagens perigosos, um rio que transborda e inunda tudo ao seu redor, fogo que pega na mata e consome tudo que vem pela frente; um mar hostil de vento sul (Rm 6.22-23).  A TERRA É UM LOCAL VIOLENTO. TANTO NA CIDADE QUANTO NO CAMPO. 


O salmo 46, portanto, é um sussurro da alma do salmista diante de circunstancias adversas. Quando o mundo distribui pancadas e humilhações om liberalidade demais, VAMOS ORAR, em busca de consolo, sabendo que seremos ouvidos por Deus (Sl 39.12). Por todos os séculos, em todos os cantos do mundo, sempre houve gente que ora e que continua a causar um impacto incalculável. Deus requer que demos mais atenção a ele do que à violência. PENSANDO NELE, vejo, o meu mundo caótico, tomando forma (Gn 1.2).

1)    Violência externa e interna
No Salmo 46, temos três conjuntos de imagens: O primeiro mostra a violência na natureza: a terra abre suas mandíbulas em um terremoto (“não temerei as mandíbulas do mundo inferior”), vulcões brotam no oceano, inundações espalham destruição (v. 1 a 3). O segundo apresenta imagens que se refere à violência política: as nações iradas, reinos que se desintegram, conquistas sólidas de governos que se desfazem como figuras de cera sob o sol quente (v.6) 



O terceiro grupo, trata da violência militar: guerras arcos, lanças, carruagens – arsenal assustador para ferir e matar, conquistar fracos e escravizar os indefesos (v.9). Naum 2.4:  “Os carros correrão furiosamente nas ruas, colidirão um contra o outro nos largos caminhos; o seu aspecto será como o de tochas, correrão como relâmpagos”.

Podemos visualizar fatos dos dias atuais: na natureza: as queimadas no continente europeu; vulcão na Guatemala; terremotos no japão; guerras no Iraque, guerras nas favelas do Brasil; fetos que são abortados  e violência dentro de casa. O caso da advogada morta dentro de casa pela namorado em Guarapuava, ela foi asfixiada e jogada do prédio.

Mas,
O Senhor dos Exércitos está CONOSCO; o Deus de Jacó é a nossa TORRE SEGURA (V. 7 E 11).

O nome de Deus foi escolhido aqui com grande cuidado. SENHOR DOS EXERCITOS apresenta uma imagem: imensos batalhões de anjos ligeiros e valentes, obedecendo ao comando divino. Deus de Jacó, traz à  lembrança  uma história: o ser persistente à margem do rio Jaboque, que lutou com Jacó até ele entrar na intimidade da benção (Gn 32.24).  DEUS PODEROSO “SENHOR DOS EXERCITOS” E PESSOAL “DEUS DE JACÓ”. 



Contudo, há uma inversão surpreendente na forma como esses nomes se conectam às nossas expectativas. Induzimos que a metáfora militar se associará a defesa “TORRE SEGURA”, e que a pessoal virá ligada à intimidade, “CONOSCO”. De modo que encontramos intimidade com o guerreiro e defesa no amigo da família. O DEUS PODEROSO SENHOR DOS EXERCITOS TRAVA AMIZADE (está conosco) e o pessoal (Deus de Jacó) protege (TORRE SEGURA).

2)    HÁ UM RIO...
Deus habita no meio da cidade. Ela se localiza no mesmo mundo em que há violência, o que significa que não precisamos sair à procura de Deus em um lugar tranquilo e longínquo.  Agostinho de Hipona do quinto século, usou essa imagem da cidade de Deus, no turbilhão de uma das fases mais violentas da história. Quando Alarico e os bandos de bárbaros vinham do norte e devastaram a civilização romana. A cidade de Deus é visível, histórica e real. Muitos não a enxergam, mas não por ela ser invisível, mas apenas por não terem os olhos treinados para ver essas ações e essa presença (2 Rs 6.17).  


“HÁ UM RIO..” que corre pela cidade. Do jardim do Éden fluíam dois rios. E um outro cruzará a nova Jerusalém. RIOS SIGNIFICAM BEBIDA, LIMPEZA E TRANSPORTE. “Há um rio”. A cidade tem suprimento e, portanto, agradável. Essa cidade-rio: “Não será abalada”.  O verbo foi usado antes, no versículo 2: “os montes afundem no coração do mar”. Voltará aparecer no versículo 6: “reinos se abalam”. Aqui, foi aplicado à cidade que não será abalada (v.5). MONTANHAS DESABAM, REINOS CHEGAM AO FIM, MAS A CIDADE DE DEUS PERMANECE. A criação não é segura, nem a civilização, mas Deus é! Por que?

“Deus é o auxílio sempre”, ou “auxilio desde os tempos antigos”. Em outras palavras, esse socorro tem história longa, com séculos de documentação. O verbo volta a ser usado no versículo 5: “Deus vem em seu auxilio desde o romper da manhã”. Na tradução da Linguagem de Hoje: “de manhã bem cedo” (Lm 3.22-23). Deus conhece o mundo em que vivemos e conhece nossa vulnerabilidade, pois ele mesmo habitou aqui (Jo 1.14). E está sempre pronto a ajudar “de manhã bem cedo”. 



3)    Vejam as obras do Senhor
“Venham! Vejam as obras do Senhor”. Dê uma longa olhada, analise o que ele está fazendo. Isso requer atenção, paciência, energia e concentração.  Todo mundo faz mais barulho que Deus. Ele possui agencia de relações publicas, não monta campanhas publicitárias para chamar a atenção. Simplesmente convida a olhar. ORAÇÃO É OLHAR AS OBRAS DO SENHOR.

Quando não oramos, lemos apenas as letras grandes, reparamos somente nas megatendências e observamos apenas a destruição gigante ao nosso lado (Sl 77. 1-4). Quando oramos, vemos as luzes vindo de toda parte (Sl 77.11 à 19). Ele dá fim as guerras até os confins; quebra o arco e despedaça a lança; destrói os escudos com fogo.

Conclusão:
PAREM DE LUTAR! Saibam que eu sou Deus, chega de pressa, detenha-se para notar que há mais vida do que seus pequenos empreendimentos. No meio do barulho e pressa somos incapazes de cultivar intimidade – relacionamentos pessoais profundos e complexos “nunca se faz nada no meio do estouro da boiada”.