terça-feira, 28 de agosto de 2018


Sendo igreja  - Efésios 4:1-16


Introdução:
Os primeiros três capítulos de Efésios, apresenta uma visão do todo: “estávamos mortos em delitos e pecados”; “éramos escravizados: mundo, carne e o diabo”; estávamos condenados. Mas, Deus nos salvou. Como? Nos deu vida juntamente com Cristo (2.5), nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais (2.6). Por que? Sua misericórdia, seu grande amor e sua graça.

Agora, a partir do capítulo 4, o destaque é a conduta cristã. A preposição “pois” é uma ponte entre o que Paulo tinha ensinado e o que ele vai pedir (4.1). “Andar de modo digno” significa viver do mesmo jeito que Deus vivo; a palavra “digno” traz a idéia de uma balança, na qual há um equilíbrio entre a vida de Deus e a nossa vida.

1)    A graça na unidade (Efésios 4.1-3)
O apostolo fala sobre unidade, e não sobre uniformidade. Unidade VEM DE DENTRO, É UMA GRAÇA ESPIRITUAL, enquanto que uniformidade é o resultado de uma pressão de fora. A unidade, portanto, é INTERNA E ORGANICA. Não é imposta por força exterior, mas pela virtude do poder de Cristo que HABITA o crente (Zacarias 4.6). COMO ESSA UNIDADE É PRESERVADA? 


AGINDO COM HUMILDADE (V.2). A humildade era muito desprezada no mundo antigo. Para os gregos, era sinônimo de fraqueza, servilismo e subserviência. Mas, HUMILDADE é a RENUNCIA à imposição de interesses pessoais. Em Cristo, a humildade se tornou uma virtude (Fl 2.6). Portanto, humildade significa colocar Cristo em PRIMEIRO LUGAR, os outros em segundo lugar e EU em ultimo lugar. A humildade é a primeira bem aventurança do sermão da montanha (Mt 5.3), “...os humildes herdarão o reino dos céus”. 



O ORGULHO fica espreitando por detrás de toda DISCÓRDIA, ao passo que o maior segredo individual da concórdia é a humildade. As pessoas de quem gostamos imediata e instintivamente, e com quem temos facilidade de conviver, são aquelas que nos tratam com o respeito que julgamos merecer. AO PASSO que as pessoas com as quais instintivamente ANTIPATIZAMOS são as que nos tratam como lixo, poste ou desdém. NOUTRAS PALAVRAS, a vaidade pessoal é um fator-chave em todos os nossos relacionamentos. Se, porém, ao invés de fazer tudo para obter respeito do outro (que é orgulho), nós lhes dermos nosso respeito ao reconhecermos seu valor inerente dado por Deus (humildade), estaremos promovendo a unidade.

AGINDO COM MANSIDÃO (V.2). Mansidão é a qualidade da MODERAÇÃO: “O meio termo entre ser irado demais e nunca ficar irado de modo algum”. Uma pessoa mansa prefere sofrer o agravo a provoca-lo (1 Co 6.7). Abraão é um exemplo de mansidão. Ele deixou Ló fazer a melhor escolhe (Gn 13.7-18). A mansidão é o PODER SOB O CONTROLE. Como um pai de família que trabalha no porto de Santos, carregando sacos de café todos os dias, quando chega em casa abraça docilmente sua filhinha. UMA PESSOA MANSA CONTROLA SEU TEMPERAMENTO, IMPULSOS, LINGUA E DESEJO.

Ao compararmos MANSIDÃO com HUMILDADE, chegamos à conclusão de que o homem manso pensa bem pouco NAS SUAS REIVINDICAÇÕES PESSOAIS, assim como o homem humilde PENSA BEM POUCO NOS SEUS MERITOS PESSOAIS.
AGINDO COM LONGANIMIDADE (V.2). É A atitude de nunca revidar. A palavra grega SIGNIFICA SUPORTAR COM PACIENCIA PESSOAS DESAFIADORAS. É um animo estendido ao máximo. LONGANIMIDADE é o espírito que tem o poder de vingar-se, mas nunca o faz. É a pessoa que suporta o insulto sem amargura nem lamento.

AGINDO COM AMOR QUE SUPORTA OS IRMÃOS (V.2). A palavra SUPORTAR  é servir de amparo e suporte para o outro. Isso não por um dever amargo, mas com amor. “Suportar com amor” significa ser clemente com as fraquezas dos outros, não deixando de amar o próximo ou os amigos devido àquelas faltas que, talvez, nos ofendam ou desagradem. “DEDICANDO-NOS UNS AOS OUTROS COM AMOR, CONSIDERANDO AS DIFERENÇAS ENTRE VOCES, SEMPRE RESOLVENDO LOGO TUDO E QUALQUER DESENTENDIMENTO”. (BIBLIA A MENSAGEM).

2)    O Fundamento da unidade (v. 4-6)
Nestes versículos impressiona-se com o número de vezes que Paulo usa a palavra “UM”; ela ocorre, realmente, sete vezes. Primeiro, três destas sete unidades fazem alusão às três pessoas da trindade (um Espírito, v.4; um só Senhor, v5, isto é, o Senhor Jesus; e um só Deus e Pai de todos, v.6). Ao passo que as outras dizem respeito à nossa experiência cristã com relação as três pessoas da trindade. 



Primeiro, há somente um corpo porque há somente um Espírito (v.4). Este único corpo é a igreja, o corpo de Cristo (Efésios 1.23), que é composto por crentes JUDEUS E GENTIOS; e a sua unidade ou coesão é devida ao único Espírito Santo que habita nele e que o anima (1 Coríntios 12.13). por causa dessa unidade essencial, se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele. Você não pode dizer “Só o meu dedo mínimo está doente”. Não! Se o seu dedo mínimo está doente, você está doente. Se há dor nele, você sente dor. Daí, se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; e se um membro recebe honra, todos os membros se gloriam com ele.

Segundo, há uma SÓ ESPERANÇA que pertence à nossa vocação cristã (v.4), UMA SÓ FÉ, UM SÓ BATISMO (v.5) PORQUE HÁ UM SÓ SENHOR. O Senhor Jesus Cristo, pois, é o único objeto da fé, da esperança e do batismo de todos os cristãos.

Em terceiro lugar, há uma SÓ FAMÍLIA CRISTÃ, que abrange a todos (v.6), porque há um só Deus e Pai... o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.  RESUMINDO: Primeiro, o único Pai cria a única família. Em segundo, o único Senhor Jesus cria a única fé, a única esperança e o único batismo. Em terceiro, o único Espírito cria o único corpo, que somos nós.

3)    Os dons da unidade (44.4-11)
A primeira coisa que Paulo aborda é a variedade na unidade (4.7). Ele se move daquilo que todos os cristãos tem em comum para aquilo que difere um cristão do outro: os dons espirituais. Os DONS SÃO DADOS PARA UNIR E EDIFICAR A IGREJA. É importante ressaltar que: a) todo o cristão possui algum dom; b) existe grande variedade de dons; c) o Senhor glorificado é soberano na distribuição dos dons.

A segunda coisa que Paulo aborda é: Como você pode descobrir e desenvolver os seus dons? Pela comunhão na igreja (4.7). Os dons não são brinquedos particulares para o nosso próprio deleite: são ferramentas com as quais devemos trabalhar em prol dos outros. Se usarmos para nós, viram armas carnais no corpo de Cristo.

A terceiro coisa que Paulo aborda é: Cristo levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens (Ef 4.8-9). Cristo, por meio de sua morte, ressureição e glorificação, tirou as correntes do cativeiro satânico, isto é, a humanidade cativa a Satanás passou então ser o espólio de Cristo. Os pecadores que estiveram sob o domínio da carne, do mundo e do diabo agora são cativos de Cristo. Então, ele deu dons aos homens.

Que dois são esses, chamados dons de Cristo à igreja? 



O dom de Apóstolo (v.11). Jesus tinha muitos discípulos, mas apenas  doze apóstolos. Um discípulo é um seguidor; um apostolo é um comissionado. Para ser apostolo, algumas exigências: 1) ver pessoalmente Cristo (1 Co 9.1-2); 2) ser testemunha ocular da sua ressureição (Atos 1.21-23); 3) ter um ministério autenticado com milagres especiais (2 Co 12.12).

O dom do profeta (v.11). Os apóstolos foram chamados para proclamar a Palavra do Senhor. No Antigo Testamento, os profetas recebiam a revelação do céu no mesmo instante “Veio a mim a Palavra do Senhor”. Nos dias atuais, toda profecia tem que estar de acordo com os 66 livros da Bíblia. E, caso Deus use alguém com o dom da profecia, tem que observar os objetivos (1 Co 14.3).

O dom de Evangelista (v.11). Talvez esse dom se refira ao dom da pregação evangelística, ou de fazer o evangelho especialmente límpido e relevante aos descentes, ou de ajudar pessoas indecisas a dar um passo e entregar sua vida a Cristo. Também, trata-se de pregação nas ruas, nas praças, por literatura, através de filmes, pela música, folhetos, etc.

O dom de pastores e mestres (v.11). “Pastores e mestres” constitui um só oficio com dupla função. O pastor ensina e exorta, alimenta, cuida, protege, vigia, consola as ovelhas (Atos 20.28-30). Embora todo o pastor deva ser um mestre, NEM TODO MESTRE É PASTOR.

CONCLUSÃO: O CRESCIMENTO DA UNIDADE  (12 A 16)
APERFEIÇOAMENTO DOS SANTOS (V.12). A palavra transmite também a idéia de levar os santos a se tornarem aptos para desempenho de suas funções no corpo de Cristo. O DESEMPENHO NO SERVIÇO. A principal função dos pastores e mestres não é fazer a obra, mas treinar os crentes para que eles realizem a obra. A EDIFICAÇÃO DO CORPO DE CRISTO (V.12). Até que cheguemos à unidade da fé  e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura  da plenitude de Cristo. Para que não sejamos mais como meninos, agitados de um  lado para o outro e levado ao redor por todo o tipo de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astucia que induzem ao erro... 



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