terça-feira, 30 de março de 2021

 Os filhos de Eli – 1 Samuel 2.12-25

Introdução

Vivemos tempos difíceis, tempo de pandemia, tempo de polarizações policitas, tempos incertos. E, os nossos filhos? Como estão? Sem poder ir para escolas, sem poder ter uma vida social agregaria na igreja. Estão em nossas casas, com seus celulares, televisão, séries, as vezes, sozinhos dentro de um quarto. Tem meninos, que passam a noite inteira jogando videogame; tem meninas que passam falando, trocando idéias com pessoas da internet que nem conhece. Surge uma pergunta: que temos feito para ajudar nossos filhos?

1)      Os filhos de Eli

O versículo 11 de 1 Samuel faz a mudança de Ana para a história de Eli. Pois bem, a história da família de Eli inicia assim: “Os filhos de Eli eram ímpios; não se importavam com o Senhor” (v.12). Ou, “Os filhos de Eli eram perversos, que não tinham nenhuma consideração pelo Senhor”. E, a versão A mensagem, lemos: “Os filhos de Eli não eram flor que cheirasse, eles não acreditavam no eterno e levavam o oficio sacerdotal na brincadeira”. O significado do termo “não é flor que se cheire” é “pessoa de caráter duvidoso, em quem não se deve confiar”.

“Ímpios” é a tradução da NVI para “filhos de Belial”. A expressão “filhos de” é muitas vezes usada metaforicamente para indicar o caráter de alguém. A palavra Belial  (do hebraico “sem proveito”) e, portanto, descreve um tipo de caráter maligno, uma pessoa malvada, que não tem valor. Essa palavra aparece em 1 Reis 21.13: “Em seguida compareceram dois homens, filhos de Belia, sem escrúpulos, e se postaram na frente dele. E passaram a acusa-lo diante do povo reunido, afirmando: “Nabote blasfemou contra Deus e rei!...”



Os filhos de Eli – Hofini e Finéias – foram criados em Siló, praticamente nas dependências do tabernáculo. Mesmo assim, mostraram ser filhos do diabo. Ou seja, você pode ser filho de pastor, de um missionário ou de uma mãe piedosa que todo dia ora por você, mas isso, por si só, não determina seu destino final. Cada pessoa está por conta própria diante de Deus.

 Quando o assunto é criar filhos, nossa maior prioridade é apresenta-los a Cristo. Não delegue isso pra o professor da escola dominical, ou o pastor da igreja. Esse é o nosso trabalho como pais, devemos levar nossos filhos a Jesus Cristo. Vejam o Shemá: “Atenção Israel! O Eterno, o nosso Deus, é um e único! Amem o Eterno, o seu Deus, de todo o coração. AMEM o eterno com tudo que há em você e com tudo que vocês são... levem seus filhos a se apropriar deles. Que ele seja o assunto de conversa, onde quer que vocês estiverem, sentados em casa – ou andando pela rua. Que eles sejam repetidos desde a hora em que vocês se levantam de manhã, até a hora de cair na cama, à noite” (Dt 6.4-8 A Mensagem). 



2)      Os pecados dos filhos de Eli

O primeiro pecado dos sacerdotes é contra o povo (v. 13,14). “Quando alguém oferecia um sacrifício, era costume o ajudante do sacerdote chegar e, enquanto a carne estava ainda cozinhando, enfiava o garfo de três pontas na panela. O que ele tirasse com o garfo era a porção do sacerdote”. Os sacerdotes tinham direito ao peito e à coxa direta dos sacrifícios (Lv 7.31-32). Mas, Hofini e finéias estão explorando o povo ao qual deveriam estar servindo. Mandam seu servo se apropriar de tudo o que possa pegar o garfo.

O versículo 15 de I Samuel 2 começa com “além disso”. “...antes mesmo de se queimar a gordura para Deus, eles mandavam o ajudante do sacerdote dizer ao que estava oferecendo sacrifícios: De um pouco desta carne para o sacerdote assar. Ele não gosta de carne cozida, só de carne mal passada. Se a pessoa resistisse, dizendo: “Deixe primeiro queimar a gordura, a porção de Deus! Depois, leve o que quiser”, o ajudante insistia: Não preciso agora. Se não me der, vou ter de toma-la á força”. Aqui, eles estão roubando de Deus (Lv 3.3, 4,9,10,14-16), a gordura do animal era a porção do Senhor, chamada de “as ofertas de comida do Senhor” e “o pão de seu Deus” (Lv 21.21,22).

Mas, Hofni e Finéias insistiam em tomar o alimento junto com a gordura ainda nele, roubando a porção do Senhor – por força, se necessário (v.16). O veredito é certo: “O pecado desses jovens era muito grande à vista do Senhor, pois eles estavam tratando com desprezo a oferta do Senhor” (v.17). 



Tomavam carne do povo, a gordura das ofertas deveria ser queimada e oferecida toda ao Senhor, mas os filhos de Eli tomavam para si. Pode parecer sem importância, mas um princípio significativo estava em jogo: eles faziam tudo do jeito deles, distantes das ordens de Deus. Também agiam com cobiça desenfreada, em descarada rebelião contra o Senhor. Não apenas seduziam as moças, mas seduziam as moças que vinham ao santuário para adoração! Não apenas roubavam, mas roubavam pessoas que estavam contribuindo para Deus. AQUELES RAPAZES ERAM IMPIOS ATÉ A MEDULA.

3)      Um pai complacente

Eli estava demasiadamente preocupado com sua profissão a ponto de não atender às necessidades de sua família. Onde Eli estava durante os anos de  formação de seus filhos? Por que não se fez presente para lidar com a rebeldia da primeira vez que ela surgiu? O pai com coração sensível e a mãe de olhos abertos verão os sinais de rebeldia e os tratarão quanto antes. “Quem não corrige seu filho não o ama; ame seu filho, não deixe de discipliná-lo” (Pv 13.24). Agora, ter uma profissão bem sucedida é magnifico. Mas nenhum sucesso profissional ou aprovação espiritual compensarão a negligencia às necessidades dos filhos.

Eli recusou a enfrentar a gravidade do estilo de vida. Ele ouviu relatos “ouvi de todos o povo o mal que vocês praticam” (v.23). Mas racionalizou a situação. O que seus filhos estavam fazendo não era uma coisa insignificante que afetava apenas eles, estavam maculando o culto prestado a Deus pelo povo. Analise com atenção os pecados daqueles que estão sob seus cuidados. Não se esquive da responsabilidade. Ela é sua! 



Eli deixou de responder corretamente às advertências dos outros. Deus usa outras pessoas para nos ajudar a enxergar a verdade sobre nossos filhos: o professor da escola dominical, o professor da escola, os amigos que se importam e dizem o que você precisa ouvir. Quando as outras pessoas disserem essas coisas, não se oponha! Elas estão do seu lado...

“POR QUÊ VOCE HONRA SEUS FILHOS MAIS DO QUE A MIM, DEIXANDO-OS ENGORDAR COM AS MELHORES PARTES DE TODAS AS OFERTAS FEITAS POR ISRAEL, O MEU POVO? (V.29). ELI HONROU SEUS FILHOS MAIS DO QUE A DEUS.

A Bíblia conta a batalha entre os israelitas e os filisteus (1 Sm 4-6). Os israelitas pegaram a arca do concerto e a levaram para o meio da peleja, como se fosse um talismã. E, os sacerdotes Hofni e Finéias foram juntos na batalha. Mais de 40.000 homens judeus morreram, a arca foi tomada e os sacerdotes foram mortos. Quando a notícia chega ao sumo sacerdote Eli, ele cai de cabeça, quebra o pescoço e morre. Sua nora, diante da notícia da morte do seu marido e da arca, entra em trabalho de parto, mas dá luz uma criança e lhe dá um nome, antes de morrer: ICABODE, FOI-SE A GLORIA DE ISRAEL.

CONCLUSÃO

Acorde. Desperte para suas responsabilidades como pai e mãe. Seus filhos anseiam conhecer a segurança de seu amor. Observe-os. Escute-os. Ore por eles. Pense neles. Converse com eles. Acorde! A desintegração acontece quando estamos dormindo.

Fale francamente. Nunca conheci um filho que não gostasse de uma conversa franca e direta. Não seja vago. Se estiver preocupado, diga isso. Se tiver perguntas difíceis, pergunte. Fale sem receio sobre a hora de chegar em casa, sobre a escolha de amigos, sobre namoro, drogas e sexo.

Esteja próximo. Se você não está perto de seus filhos, comece a ficar. Se eles não quiserem por perto, intromete-se. Encontre uma abertura e entre. Quando perguntarem o que você esta fazendo, diga-lhes que deseja um relacionamento verdadeiro com eles. Nunca é tarde para começar a fazer o que é certo.



 

terça-feira, 23 de março de 2021

 Ana, uma mulher angustiada. 1 Sm 1


Introdução: “Cada um fazia o que lhe parecia certo aos seus próprios olhos”. Os livros de 1 Samuel e 2 Samuel eram originariamente um só livro, o livro de Samuel. Na Bíblia hebraica, ele vem imediatamente após juízes 21.25: “Naquela época não havia rei em Israel; cada um faz o que lhe parecia certo”, ou, “Naqueles dias, Israel não tinha rei, cada um fazia o que parecia certo a seus próprios olhos” (NVT). Esse poderia ser o lema de nossa época: cada um fazia o que lhe parece certo.

1)    A situação de Ana

O livro de Samuel inicia assim: “Havia um homem de Remataim-Zafim, na região montanhosa de Efraim, chamado Elcana...”(1 Sm 1.1). O versículo 2 sugere que Ana era a primeira esposa de Elcana; o versículo 5 diz que ele era o seu primeiro amor “...dava uma porção em dobro a Ana, pois a amava...”. O nome “ANA” significa “favorecida”. Mas ela é estéril, e, assim, Elcana toma uma segunda esposa, Penina, cujo significado do nome é “fértil” e, portanto, Penina tem filhos. O versículo 2 acentua essa diferença: “...Penina tinha filhos, Ana, porém, não tinha” 


O fato de uma mulher ser estéril nesses dias era extremamente doloroso, por dois motivos. Primeiro, a promessa de um Salvador a Adão (Gn 3.15) e de descendência de Abraão (Gn 22.17-18) significava que as pessoas estavam procurando um salvador que viesse de dentro de Israel. Sempre que nascia uma criança, surgia a pergunta: “Será que é este?”. Sem filhos, não havia futuro para o povo de Deus e fundamentalmente nenhuma esperança para o mundo. Igualmente, a esterilidade, trazia um sentimento de exclusão, de marginalização na sociedade. Ser mulher, em essência era ser mãe.

2)    Em Siló

“Todos os anos, Elcana subia de sua cidade até Siló para adorar o Senhor dos Exércitos e oferecer sacrifícios a ele. Nesse tempo, os sacerdotes do Senhor eram Hofini e Finéias, os dois filhos de Eli”(v.3).

 E, ano, após ano, Ana é lembrada mais uma vez de que é estéril enquanto Penina é fértil. E Penina aproveita a oportunidade todo ano, para provocar Ana (v.6). E isso “acontecia ano após ano”; vez após vez, Ana sofria: “...chorava e não comia” (v.7). IMAGINEM, AGORA, A SITUAÇÃO DE CADA UM NA ADORAÇÃO QUE ERA REALIZADA EM SILÓ, DIANTE DE ELI E SEUS FILHOS. 



Para Penina, ir em Siló virou um pretexto para zombar de Ana. O texto diz que sua rival a provocava e zombava dela. “QUE MOTIVO VOCE TEM PARA ADORAR A DEUS?” “Ana” significa “favorecida”, então, Como foi que Deus a favoreceu? Fechando o seu ventre!”

Para Elcana, o culto em Siló, é um motivo para se compadecer de Ana. Ele diz: “Ana porque você está chorando? Por que não come? Porque está infeliz? Será que eu não sou melhor para você do que dez filhos? Talvez Elcana queria que Ana evidenciasse mais interesse por ele do que pela esterilidade.

Já para Ana, diante da angustia vai orar. Se meu ventre está fechado, se não consigo dar luz à um filho, a melhor ação é oração. Talvez, durante muitos anos, ficou angustiada e solitária em seu canto, no momento do culto. Mas, agora, ela se levanta e vai falar com Deus.

3)    A oração de Ana

Em sua oração, Ana está em angústia profunda “sua alma profundamente sofrida” (v.10); havia um choro incontido: “chorou muito e orou ao Senhor”, “chorava sem parar” (NVT); estava infeliz: “se quiseres dar atenção à humilhação da tua serva”(v.15); imensa perturbação: “sou uma mulher atribulada de espírito; grande angustia e tristeza (v.16): “estou muito infeliz e desesperada” 



Se você está experimentando angustia ou amargura, está em boas condições para orar adequadamente. A oração, portanto, não é uma técnica que precisamos dominar, mas é derramar a alma diante do Senhor.

 Veja a oração do Salmista: “Em alta voz clamo ao Senhor; elevo a minha voz ao Senhor, suplicando misericórdia. Derramo diante dele o meu lamento; a ele apresento a minha angustia ... Clamo a ti, Senhor, e digo: Tu és o meu refúgio; és tudo o que tenho na terra dos viventes” (Sl 142.1,2,5)

O sacerdote Eli vê Ana orando. Os lábios dela estão se movendo, mas não é possível ouvi-la (vs. 12-13). “...Ana estava orando silenciosamente, seus lábios se mexiam, mas não se ouvia o som de sua voz”. “Até quando vai se embriagar?”, disse ele. “Largue esse vinho!” (v.14). Ana respondeu: “Meu Senhor, não bebi vinho, nem outro coisa mais forte. Eu estava derramando meu coração diante do Senhor, pois sou uma mulher profundamente angustiada. Não pense que sou uma mulher sem caráter! Estava apenas orando por causa de minha grande angustia e aflição” (vs, 15 e 16).

Eli reconhece isso, pois diz: “..Vá em paz, e que o Deus de Israel lhe conceda o que você pediu” (v.17). Ana responde: “...possa tua serva achar favor aos teus olhos” (v.18). Lembre-se, o nome “Ana” significa “favorecida”; ela está fazendo um trocadilho com seu nome, dizendo de fato: “que a favorecida seja favorecida”.

Então, Ana se alimenta, sinal de que não está mais angustiada. Diz o texto que “seu rosto não está mais abatido” (v.18). Ana ainda não sabe como Deus responderá à sua oração. Mas a questão é que ela orou e agora está contente em deixar isso com ele. “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e suplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” (Fl 4.6-7).

4)    A resposta de Deus

A favorecida é favorecida. Ana fica grávida e dá à luz um menino (vs. 19-20). Ela não somente dá o nome a seu filho, mas explica por quê: “Eu pedi ao Senhor” (v.20). O nome “Samuel” na verdade significa “SEU NOME É DEUS”. Samuel é o filho que foi pedido dAquele que é Deus.

 Na verdade, no versículo 17, diz literalmente “o pedido que você pediu”. De fato, ele diz: “Que Deus te dê o Samuel que você Samuelou”. Quando cumpre seu voto e apresenta Samuel para o serviço no tabernáculo, Ana diz: “Era este menino  que eu pedia, e o Senhor concedeu-me o pedido. Por isso, agora eu o dedico ao Senhor. Por toda a sua vida será dedicado ao Senhor” (vs. 27-28).



Em hebraico, a palavra “dar”, “dedicar” ou “conceder” tem a mesma raiz que a palavra pedir. Literalmente, o que Ana diz é: “O Senhor concedeu-me o pedido que lhe pedi. Por isso, agora, dedico ao Senhor a resposta ao meu pedido. Por toda a sua vida, ele será dedicado como uma resposta ao meu pedido ao Senhor”

Ana pede e o Senhor atende “Peçam, e lhes será dado” (Lc 11.9). Mas quantas vezes nós não pedimos. Achamos que podemos depender de nós mesmos ou achamos que não podemos depender de Deus “...não tem, porque não podem...(Tg 4.2).

Conclusão: O cântico de Ana

Assim como Ana somos estéreis e inférteis. Mas o movimento na história de Ana é de uma mulher estéril para uma mulher fértil. Vemos Deus gerando vida onde não há vida “...a mulher que não tinha filhos agora tem sete, e a que tinha muitos desfalece” (v.5) 



Como Ana, estamos cercados de inimigos de todos os lados. Os inimigos de Israel eram os filisteus, e dela tinha também a Penina “...sua rival lhe provocava”. Como nós, igreja de Jesus, temos inimigos. Mas o movimento na história de Ana é de uma mulher infeliz, amargurada, para uma mulher que pode dizer: “Minha boca se exalta sobre os meus inimigos” (1 Sm 2.1) “Minha alma engrandece no Senhor, o Senhor me fortaleceu”

O Senhor é mencionado nove vezes no cântico. Ele é o agente nesse cântico. Ele é soberano: “Não há ninguém santo como o Senhor; não há outro além de ti, não há rocha alguma como o nosso Deus”. Portanto, no cântico de Ana, é a opinião de Deus que importa, e não a nossa ou daqueles em volta de nós (1 Sm 2.3).

terça-feira, 16 de março de 2021

 O peso da Glória. 1 Sm 4


A questão da idolatria tem haver com o fato de se curvar diante de uma entidade domesticada. No século XVI, William Tyndale sofreu o martírio por ter traduzido a Bíblia para o inglês. A igreja católica havia criado uma série de rituais penitenciais, missas e indulgencias que controlavam a graça de Deus. Esses rituais, haviam sido domesticado Deus, controlando suas exigências.

E você como domestica a Deus? O que faço com meu dinheiro ou tempo, onde vivo e o que digo são decisões pessoais, e não pautadas nas Escrituras. Domestico Deus. Não levo Deus a sério. Queremos viver uma vida de “leveza”, que vem da mesma palavra “leviano”. Alguém leviano, é alguém que não leva a vida muito a sério. Em comparação, o termo “pesado” muitas vezes está associado a algo sério, como quando falamos de uma idéia de peso, de um coração pesado, de perdas pesadas, de um baque pesado.

A Bíblia faz a mesma ligação. Em hebraico, a palavra “Glória” (kaboad) tem a mesma raiz que a palavra “pesado”. A glória de Deus é a extensão deu seu peso.

1)    Domesticando a Deus

Em 1 Samuel 4.1, os israelitas saem para lutar contra os filisteus. A história não começa bem. Israel é leviano com Deus. Vai para batalha sem Deus... e perde. O povo se vê desnorteado: “...por que o Senhor deixou que os filisteus nos derrotassem?...”, perguntam. A resposta que acham é “buscar a arca da aliança do Senhor...”(1 Sm 4.3).

A arca era uma caixa retangular que continha as tábuas de pedra que Moisés havia trazido do topo do Monte Sinai: também continha uma amostra do Maná, o pão do céu que Deus havia provido milagrosamente para o seu povo no deserto. A arca, portanto, era um símbolo da presença de Deus.



 Ela deveria permanecer no tabernáculo. Mas os israelitas a levam para o campo de batalha, pois acreditam que, se colocarem esse símbolo da presença entre eles vencerão a batalha. Quando a arca chega ao acampamento israelista, “todos os judeus gritaram tão alto que o chão estremeceu” (1 Sm 4.5). É um modo de tentar usar Deus, força-lo a atuar em seu favor. Não estão levando Deus a sério.

A ironia é que os filisteus levam Deus a sério. Eles ficam com medo (1 Sm 4.6-7). Lembram a história do Exôdo: “Ai de nós! Quem nos livrará das mãos desses deuses poderosos? São os deuses que feriram os egípcios com toda espécie de praga, no deserto” (1 Sm 4.8). Eles sabem que precisarão lutar como nunca lutaram (v.9). Eles sabem que Deus é sério.

Em 1 Samuel 4.1-2, Israel saiu à batalha sem Deus e perdeu. Nos versículos 10 e 11, Israel sai à batalha com Deus, e ainda assim perde. E perde porque, afinal, tentou usar Deus; e Deus não pode ser usado por nós.

2)    Icabode: “Onde está a glória”

A noticia da derrota e da morte de seus filhos chega a Eli (1 Sm 4.12-17). E ela o mata: “Quando ele (o mensageiro) mencionou a arca de Deus, ele caiu da cadeira para trás, ao lado do portão, quebrou o pescoço e morreu, pois era velho e pesado. Ele liderou Israel durante quarenta anos” (1 Sm 4.18). Sua nora grávida ouve a noticia e entra em trabalho de parto (vs. 19-20). Ela morre ao dar à luz, mas não antes de dar nome a seu filho. Essa derrota é perpetuada em um nome “Icabode”, que significa “Onde está a glória”, ou “a glória se foi de Israel”.


“Onde está a glória”? foi roubada pela família de Eli: seus filhos abusaram dos sacrifícios e tiveram relações com mulheres no tabernáculo, e Eli não deu um basta nisso. Os sacerdotes não honraram Deus. Eles roubaram a glória dEle. Não se engane; precisamos levar Deus a sério.

O que precisamos dar a Deus? “em vista das misericórdias de Deus ... ofereçam seus corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus – esse é o culto verdadeiro e apropriado de vocês” (Rm 12.1). o sacrifício que pertence a Deus é toda nossa vida.

 Onde está a Glória? Em 1 Samuel 4.22, a mulher de Finéias diz: “...a glória se foi de Israel, pois a arca de Deus foi tomada”. A glória de Deus representada pela arca de Deus está na cidade filisteia de Asdode (1 Sm 5.1). O QUE ACONTECEU ALI? Os filisteus colocaram a arca no templo de Dagom, o deus filisteu (1 Sm 5.2). Mas, de manhã, eles acharam a estátua de Dagom curvada diante da arca de Deus (v.3). Assim, eles põem o seu deus de pé. Na manhã seguinte, Dagom está decapitado! A cabeça e as mãos da estátua foram quebrados (v.4). E, os homem de Asdode foram afligidos com tumores (v.6). 


DIANTE DE DEUS TODOS OS OUTROS DEUSES PRECISAM CAIR. SOMENTE YAHWEH é o DEUS DE ISRAEL, TEM PESO. SOMENTE DEUS TEM SUBSTANCIA.

Onde está a Glória? Então, o povo de Asdode decide enviar a arca à cidade filisteia de Gate (1 Sm 5.7,8). Será que Gate vai conseguir lidar com o peso da glória de Deus? Mas também ali Deus envia tumores (v.9). Assim, eles enviam a arca à cidade filisteia de Ecrom (1 Sm 5.10). Ocorre o mesmo. Querem mandar a arca embora, pois “havia pânico mortal em toda a cidade, a mão de Deus pesava muito sobre ela” (v.11). Ninguém fica sem ser afetado “aqueles que não morriam rapidamente eram afligidos com vários tumores, e gritos de dor e aflição subiam incessantemente ao céu” (v.12).

Onde está a Glória? Após sete meses, os filisteus decidem enviar a arca de volta a Israel com uma “oferta pela culpa” de cinco tumores de ouro e cinco ratos de ouro – uma para cada uma das cidades Filistéia (1 Sm 6.1-6,17,18). Então, colocam a arca sobre duas vacas e vão direto para Israel, levando a arca para casa. Mas esse não é o fim: “O Senhor, contudo, feriu alguns dos homens de Bete-Semes, matando setenta deles, por terem olhado para dentro da arca do Senhor. O povo chorou por causa do pesado golpe que o Senhor desferira, e os homens de Bete-Semes perguntaram: Quem pode permanecer na presença  do Senhor, esse Deus santo? A quem enviaremos a arca, para que ele se afaste de nós?” (1 Sm 6.19-20).

 O povo de Bete- Semes cometeu três erros: 1) sacrificaram vacas quando deveriam ter sacrificado touros (Lv 1.3); 2) ostentaram a arca, colocando-a em uma grande pedra para que todos vejam, quando deveria te-la coberto; 3) olharam para dentro da arca.

Conclusão: COMO PERMANECER DIANTE DO PESO DA GLORIA?

PRIMEIRO, o povo volta para Deus (1 Sm 7.2). o povo não só confessa seus pecados, mas também age, livrando-se de seus baalins e astarotes. Para servir “somente ao Senhor”. Isso é verdadeiro arrependimento. Não só palavras (7.6), mas ações. 

SEGUNDO, o povo adorou. Samuel lidera o povo em um ato coletivo de adoração (1 Sm 7.5-6). O verdadeiro arrependimento é um movimento para longe do pecado e de volta para Deus. A reunião, o jejum, a confissão... tudo estava focado em Deus. 



TERCEIRO, um sacrifício é oferecido a Deus. “Samuel tomou um cordeiro...e ofereceu inteiro como holocausto ao Senhor” (1 Sm 7.9). Isso aponta para cruz. A cruz é a realidade. Na cruz, o próprio Deus, na pessoa de seu Filho, experimentou o juízo.

QUEM PODE PERMANECER DE PÉ? SOMENTE AQUELES CUJO PECADO FOI JULGADO POR MEIO DO SACRIFÍCIO; SOMENTE AQUELES QUE TEM UM SUBSTITUTO QUE ASSUMIU O JUÍZO DELES. Romanos 3.23 diz: “pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”. Mas, somos “justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé pelo seu sangue” (Rm 3.24.25).  



 

 

 

terça-feira, 9 de março de 2021

 Ideologia de gênero – Gênesis 1.26-28

Introdução

Há um livro de um jornalista cujo tema é “sexo trocado”. Ele narra a história de um casal do Canadá que tiveram filhos gêmeos. Eles receberam o nome de Brian e Bruce. Mas, eles estavam tendo dificuldades para urinar; procuraram o médico e o conselho foi que eles fizessem circuncisão, ou seja, tirar a pele do pênis. No dia, marcado, a cirurgia em Bruce deu certo e, quando chegou a vez do Brian, seu pênis foi decepado. E, agora? 



Descobriram um psiquiatra chamado John Money, que afirmava que o importante não era o sexo da criança, mas o importante é cria-lo condicionando-o à sexualidade que quisesse. Então, fizeram uma cirurgia quando o Brian tinha 17 meses e lhe colocaram uma vulva. Bem, mesmo assim, com todo esse condicionamento ele cresceu sendo menina, deram-lhe o nome de Brenda. No entanto, ela gostava de coisas de menino, brincadeiras de menino, trejeitos de menino. E, quando tinha 14 anos, a verdade veio à tona, ele era menino e lhe transformaram em uma menina. Depois, quis ser novamente menino (David), fazendo a cirurgia, casou-se, mas o casamento não deu certo. Quando tinha 38 anos, deu um tiro na cabeça; o irmão morreu de overdose, a mãe morreu de depressão e o pai, se jogou na bebedeira. 



1)    Uma família desajustada

A história da família de Eli começa assim: “Os filhos de Eli eram ímpios; não se importavam com o Senhor” (1 Sm 2.12). “Impios” é a tradução da NVI para “filhos de belial”, ou “filhos da iniquidade”. Por quê? Vejamos:

A primeira ofensa dos sacerdotes é contra o povo (vs. 13,14). Os sacerdotes tinham direito ao peito e a coxa direta dos sacrifícios (Lv 7.31,32). Mas, Hofni e Finéias estão explorando o povo ao qual deveriam estar servindo. O versículo 15 de 1 Samuel 2, começa com “além disso”, ou “E também”, ou seja, havia mais crimes. Eles estavam maltratando Deus na verdade roubando-o (vs. 15,16).

 A gordura do animal era porção do Senhor (Lv 33.16), chamada de “as ofertas de comida do Senhor” e “pão de seu Deus” (Lv 21.21-22). Mas, Hofni e Finéias insistiam em tomar o alimento junto com a gordura ainda nele, roubando a porção do Senhor – por força, se necessário (1 Sm 12.16). O veredito é claro: “O pecado desses jovens era muito grande à vista do Senhor, pois eles estavam tratando com desprezo a oferta do Senhor” (v.17). 

Eles tinham um pai complacente. Eli ouve o que seus filhos estão fazendo e os confronta (vs. 22-25). Mas, sua liderança é ineficaz. Deus lhe pede contas: “Por que você honra seus filhos mais do que a mim, deixando-os engordar com as melhores partes  de todas as ofertas feitas por Israel, o meu povo? (v.29). De fato, a implicação do versículo 29 é que Eli se beneficiava conscientemente dos crimes deles, também engordando com a gordura do sacrifício.

Três pontos de aplicação podem ser bastante uteis: ACORDE: desperte para suas responsabilidades como pai e mãe; seus filhos anseiam conhecer a segurança de seu amor. FALE FRANCAMENTE: não seja vago, se estiver preocupado, diga isso. Fale sem receio sobre a hora de chegar em casa, escolha de amigos, namoro, drogas, internet, etc. ESTEJA PROXIMO: se você não está próximo de seus filhos, comece a ficar, se aproxima mais.

2)    As três áreas de Agostinho

A memória

Em Dt 6, temos o Shema: “Ouve, ó Israel: Yahweh, o nosso Deus, é o único Deus...ensinarás com todo zelo e perseverança a teus filhos... quando estiver sentado em sua casa, quando estiver andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te” (vs. 7).  A palavra tem que ser ensinada aos nossos filhos.

Feminilidade: referencia para as meninas. Mulher virtuosa, quem achará? Sensibilidade, delicadeza, bondade, amor, atenção para os detalhes, graciosidade. As mulheres mais velhas tem que ajudar as mais novas.

 Masculinidade. Nossos meninos precisam de referencia masculino. Iniciativa, condução, garra, respeito, proteção, doação e liderança. 



O entendimento

Entender quem é. Tem gente que passa a vida sem saber verdadeiramente sua identidade. “Todo que é chamado pelo meu Nome, que criei para minha glória e alegria, e aos quais dei forma” (Is 43.7). Portanto, a medida de uma vida não é a sua duração, mas sua doação.

Vontade

Com todo esse ensinamento aprendido. Olha que Paulo fala para Timóteo: “Da mesma forma, trago na lembrança a sua fé não fingida, que primeiro habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou convencido de que também habita em ti”.

Esses valores que nossas crianças, adolescentes e jovens aprendem na primeira fase da vida, ficarão, perdurarão durante toda sua caminha terrena.

3)    Ideologia de gênero

“Sabe, entretanto, disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens amarão a si mesmos, serão ainda mais gananciosos, arrogantes, presunçosos, blasfemos, desrespeitosos aos pais, ingratos, ímpios, sem amor, incapazes de perdoar, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem” (2 Tm 3.1-3).

Vivemos um período nebuloso, alguns historiadores denominaram nosso tempo de Pós-moderno, que tem as seguintes faces: narcisismo, hedonismo e consumismo. Mas, um sociólogo também, denominou nosso tempo como “modernidade liquida”. Bem, hoje, tudo se tornou liquido: amor liquido, moral liquida, ética liquida, membresia liquida, ou seja, nada mais mantém sua forma. Diferente dos tempos passados que havia muita solidez em toda as ambiências humanas, como: casamento, relacionamento, trabalho, igreja, etc

 E, surgiu a ideologia de gênero. O que é? Ninguem nasce homem ou mulher, mas pode escolher o que quer ser. Pois comportamento, ou definições do ser homem ou mulher não são coisas dadas pela natureza ou pela biologia, mas pela cultura ou sociedade.  Essa modernidade liquida, vai além: A sexualidade é mais abrangente do que o sexo. O sexo deve ser interpretado como uma parte da sexualidade, que não esgosta, pois a sexualidade não está reduzida a parte biológica.

No entanto, a biologia, ensina pelos cromossomos o masculino e o feminino, isso nos caracteriza sexualmente e a nossa identidade. Cromossomos XX é feminino, é mulher, biologicamente e sexualmente mulher. Cromossomos XY é homem, biologicamente e sexualmente homem. Os órgãos genitais evidenciam sua sexualidade, no caso do homem, o pênis, da mulher, a vagina. 



Mas, a ideologia de gênero, acredita que o importante não é a sexualidade da pessoa, mas é a percepção intima que eu tenho de mim mesmo. Então, se sou homem, posso sentir que sou também menina, sentir. Mas, biologicamente e sexualmente é homem ou mulher. . Veja um exemplo de um livro didático: 



Tipos de orientação sexual:

Heterossexual: relacionamento entre homem e mulher, conforme estabelecido pela Palavra de Deus.

Homossexual: relacionamento entre homem X homem, mulher X mulher. A Bíblia chama esses relacionamentos de antinatural  “as mulheres trocaram suas relações naturais por outras, contrárias à natureza. De igual modo, os homens também abandonaram as relações sexuais naturais com suas mulheres e se inflamaram de desejo sensual uns pelos outros” (Rm 1.26-27).

Bissexual: tem relacionamentos afetivos e sexuais tanto por homens como por mulheres.

 Em Genesis, lemos: “ASSIM, DEUS CRIOU OS SERES HUMANOS À SUA PROPRIA IMAGEM, À IMAGEM DE DEUS OS CRIOU; HOMEM E MULHER OS CRIOU” (Gn 1.27).

Agora, vejam a nota da Associação pediátrica dos Estados Unidos sobre a ideologia de gênero: “A crença de uma pessoa de ser algo que ela não é, é na melhor das hipóteses, um sinal de pensamento confuso. Quando um menino biologicamente saudável acredita que é uma menina, ou, uma menina biologicamente saudável acredita que é um menino, existe um problema psicológico que está na mente, não no corpo. E desse ser cuidado dessa forma”.

Conclusão:  Jesus, em Cesaréia de Felipe, perguntou aos seus discípulos sobre o que as pessoas estavam dizendo ao seu respeito. Então, disseram: uns falam que és Elias, Jeremias, algum profeta do Antigo Testamento. E Jesus perguntou aos seus discípulos: e vós o que pensais de mim? Então, Pedro respondeu: Tú es o Cristo o filho do Deus vivo. E, depois ele afirma, sobre a sua igreja: sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. (Mt 16.18).

Ou seja, as portas do inferno não irão prevalecer contra a igreja de Deus. 



 

terça-feira, 2 de março de 2021

 COISAS QUE JAMAIS DEVEMOS ESQUECER – 2 PE 1.12-15


INTRODUÇÃO:

Os irmãos da igreja primitiva estavam em angustia e desanimados porque tendiam a esquecer das coisas nas quais tinham crido quando se tornaram inicialmente cristãos. E, nestes quatro versículos, Pedro trata de toda questão de tê-las em mente e de mantê-las na lembrança. “... sempre lhes lembrarei estas coisas... continue a lembrá-los...me esforçarei para garantir que vocês sempre se lembrem destas coisas...”

1)    Quando não lembramos

Com que facilidade esquecemos pessoas! Com que facilidade esquecemos amigos! Por exemplo, quando certas pessoas morrem, jamais poderíamos esquecê-las, que a lembrança delas estaria sempre presente conosco. Mas, logo esquecemos. Tem um ditado popular que diz QUE O TEMPO É UM REMEDIO MARAVILHOSO, MAS ISSO É APENAS OUTRO MODO DE DIZER QUE TEMOS ESTA CONSTANTE TENDENCIA DE ESQUECER. 



Aliás, temos, igualmente, a tendência de esquecer grandes e exaltados momentos. Isso ocorrer na vida individual, como também na nossa história nacional. Por exemplo, vejam o caso do profeta Elias, em 1 Reis 18, uma vitória individual e nacional contra os profetas de Baal; em seguida, Deus enviou uma chuvarada, depois de três anos e meio sem chover! No entanto, no dia seguinte, o profeta correra de medo da profetiza Jezabel, com medo de ser morto.

Olha, uma segunda narrativa. Em Exodo 14, temos o povo de Israel afunilado diante de Pi-Hairote, Migdol e o mar (Ex 14.2). O exercito de Faraó vindo violentamente para acabar com tudo, mas Deus deu uma certeza ao povo: “O próprio Senhor lutará por vocês. Fiquem calmos” (Ex 14.14). O Salmo 77.16, poetiza: “As águas te viram, ó Deus, as águas tem viram e estremeceram; até as profundezas do mar se agitaram”. Deus abriu o mar vermelho, todo o povo saiu enxuto; mas o exercito de Faraó fora exterminado. 



  No entanto, um pouco mais adiante, o povo se deparou com as águas de Mara: “Quando chegaram a Mara, descobriram que a água era amarga demais para beber. Por isso chamaram de Mara. O povo começou a se queixar e se voltou contra Moisés” (Ex 15.23).

Não lembramos, quando fazemos um voto e assumimos um compromisso. Dissemos: “Daqui por diante estou determinado a viver de tal ou qual maneira”. Mas, com que facilidade nos esquecemos do voto, do compromisso e do juramento solene! Olha, a repreensão de Deus: “Deus tem sido testemunha entre ti e a esposa que tens desde a juventude, para com a qual foste infiel, não cumprindo a tua promessa de lealdade, embora ela fosse tua companheira, e a mulher da aliança matrimonial” (Ml 2.14).

2)    Por que esquecemos?

Sempre tendemos a esquecer justamente das coisas que desejamos lembrar, e, inversamente achamos impossível esquecer coisas que gostaríamos de esquecer. Temos coisas que gostaríamos de lembrar, coisas maravilhosas, milagres, etc. Mas, há outras coisas das quais às vezes dizemos que daríamos o mundo inteiro para poder esquecer; atos grosseiros, motivos indignos, coisas ditas no calor do momento; coisas que fazemos ou que outros nos fizeram.  Sabemos perfeitamente bem que devemos esquecê-las, mas, vem a pessoa e aquilo se reacende em nós.

Tudo isso é manifestação do pecado. Foi isso que o pecado fez com a natureza humana; é dessa forma que o pecado desvia. Esse é o elemento maldito do pecado, e é ai que o pecado é tão odioso e inquietante. Ele se põe entre nós e o que é melhor e superior.

Pedro, exorta: “Pelo que não deixarei de exortar-vos sempre acerca dessas coisas, ainda que bem as saibais e estejais confirmados na presente verdade”, ou “...sempre lhes lembrarei estas coisas, embora já as saibam e esteja firmes na verdade que lhes foi ensinada” (NVT, 2 Pe 1.12)

 Quando o Salmista indaga: “Levanto meus olhos para os montes e questiono: De onde me virá o socorro?” (Sl 121.1). De onde? Agora, vejam o caso do profeta Isaias, capitulo 6: “No ano em que faleceu o rei Uzias...”(v.1).  Toda diferença, segundo Pedro, não está somente em saber, mas em praticar. Se eu não tiver o cuidado de fazer diferença entre o conhecimento e a pratica factual da verdade, isso de nada me valerá. 



Agora, Pedro, anda um pouco mais: “...enquanto eu estiver neste tabernáculo, despertar vocês e fazê-los lembrar”, ou, “E é apropriado que, enquanto eu viver, continue a lembra-los” (v.13). Ou seja, certos princípios precisam estar ativamente presentes em nossos pensamentos.  Paulo roga: “Não conformeis com este mundo...”. Como é o mundo? O interesse está na situação geral, na politica, na economia, nas condições sociais, na pandemia, e em outras coisas.

3)    O que devemos lembrar?

A absolutamente importância da vida

O evangelho se pronuncia a respeito da vida. Ele nos fala sobre a grandeza e a glória da vida. O mundo atual, fora da igreja e fora do evangelho, tem um conceito muito baixo da vida. Acreditam que o mundo vem do acaso, de uma grande explosão, do nada! E o lema é: “Comamos, bebamos e alegremo-nos, porque amanhã morreremos”.

Mas, o evangelho, existe para anunciar que a vida é algo grandioso. A frase: “tu és pó e ao pó retornarás, não foi dito a respeito da alma”. De acordo com a Palavra de Deus, o homem não é meramente um animal pensante que evoluiu de tipos inferiores. O homem é a criação especial de Deus. Deus o fez e o modelou; Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem”. O homem, portanto, é a coroa da criação, e foi feito para coisas grandiosas e extraordinárias. 



 A natureza da vida

“Também considero justo, enquanto estou neste tabernáculo, despertar-vos com essas lembranças, certo de que estou prestes a deixar o meu tabernáculo, como efetivamente nosso Senhor Jesus Cristo me revelou” (2 Pe 1.13,14).

Estou aqui, neste mundo; meu corpo nada é, senão o tabernáculo ou a tenda na qual eu moro por algum tempo. A respeito do Senhor Jesus Cristo, João afirmou que ele veio e “tabernaculou entre nós”. Então, o que é o corpo? Não passa de uma tenda. Ou seja, sou movido a lembrar que este não é o meu lugar permanente de habitação. “Pois, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fl 1.21).

Os homens, infelizmente, se identificam com seus corpos, com a vida do corpo e com a vida da carne. Então, para eles, a vida neste mundo é a única vida. Mas, nós, cristãos, somos viajantes, somos forasteiros; o mundo é uma espécie de estalagem na qual passamos uma noite em nossa viagem.

O proposito geral da vida

O homem está aqui para glorificar a Deus. Deus criou o homem com essa intenção e com esse proposito, esse é o objetivo das nossas vidas. O que fazemos neste mundo e nesta vida é de grande importância; cada ato conta, cada momento é significativo.

Surge uma pergunta: se esse é o conceito certo acerca da vida, porque a vida está como está? Porque tantas guerras? Fome? Desemprego? Pandemias? E, a resposta para todas as questões está justamente no pecado, em nossa rebelião de Deus e em nossa mania de sermos como Deus.

  Conclusão: “...depois da minha morte tenhais lembrança destas coisas”

Que é a morte? Que acontece quando passamos desta vida? A palavra é êxodo. Para o cristão verdadeiro a morte é apenas a passagem da escravidão e do cativeiro do Egito para Canaã, a Nova Terra. É como o exodo dos filhos de Israel, lá sob o calcanhar de Faraó, o cruel opressor, na escravidão e na servidão; depois, o exodo, a saída, a travessia do mar vermelho e do Jordão, e finalmente a entrada na terra de Canaã e em todas as suas admiráveis possessões.