COISAS QUE JAMAIS DEVEMOS ESQUECER – 2 PE 1.12-15
INTRODUÇÃO:
Os irmãos da igreja primitiva estavam em angustia e
desanimados porque tendiam a esquecer das coisas nas quais tinham crido quando
se tornaram inicialmente cristãos. E, nestes quatro versículos, Pedro trata de
toda questão de tê-las em mente e de mantê-las na lembrança. “... sempre lhes
lembrarei estas coisas... continue a lembrá-los...me esforçarei para garantir
que vocês sempre se lembrem destas coisas...”
1)
Quando
não lembramos
Com que facilidade esquecemos pessoas! Com que facilidade esquecemos amigos! Por exemplo, quando certas pessoas morrem, jamais poderíamos esquecê-las, que a lembrança delas estaria sempre presente conosco. Mas, logo esquecemos. Tem um ditado popular que diz QUE O TEMPO É UM REMEDIO MARAVILHOSO, MAS ISSO É APENAS OUTRO MODO DE DIZER QUE TEMOS ESTA CONSTANTE TENDENCIA DE ESQUECER.
Aliás, temos, igualmente, a tendência de esquecer grandes e
exaltados momentos. Isso ocorrer na vida individual, como também na nossa
história nacional. Por exemplo, vejam o caso do profeta Elias, em 1 Reis 18,
uma vitória individual e nacional contra os profetas de Baal; em seguida, Deus
enviou uma chuvarada, depois de três anos e meio sem chover! No entanto, no dia
seguinte, o profeta correra de medo da profetiza Jezabel, com medo de ser
morto.
Olha, uma segunda narrativa. Em Exodo 14, temos o povo de Israel afunilado diante de Pi-Hairote, Migdol e o mar (Ex 14.2). O exercito de Faraó vindo violentamente para acabar com tudo, mas Deus deu uma certeza ao povo: “O próprio Senhor lutará por vocês. Fiquem calmos” (Ex 14.14). O Salmo 77.16, poetiza: “As águas te viram, ó Deus, as águas tem viram e estremeceram; até as profundezas do mar se agitaram”. Deus abriu o mar vermelho, todo o povo saiu enxuto; mas o exercito de Faraó fora exterminado.
Não lembramos, quando fazemos um voto e assumimos um
compromisso. Dissemos: “Daqui por diante estou determinado a viver de tal ou
qual maneira”. Mas, com que facilidade nos esquecemos do voto, do compromisso e
do juramento solene! Olha, a repreensão de Deus: “Deus tem sido testemunha
entre ti e a esposa que tens desde a juventude, para com a qual foste infiel,
não cumprindo a tua promessa de lealdade, embora ela fosse tua companheira, e a
mulher da aliança matrimonial” (Ml 2.14).
2)
Por
que esquecemos?
Sempre tendemos a esquecer justamente das coisas que
desejamos lembrar, e, inversamente achamos impossível esquecer coisas que gostaríamos
de esquecer. Temos coisas que gostaríamos de lembrar, coisas maravilhosas,
milagres, etc. Mas, há outras coisas das quais às vezes dizemos que daríamos o
mundo inteiro para poder esquecer; atos grosseiros, motivos indignos, coisas
ditas no calor do momento; coisas que fazemos ou que outros nos fizeram. Sabemos perfeitamente bem que devemos
esquecê-las, mas, vem a pessoa e aquilo se reacende em nós.
Tudo isso é manifestação do pecado. Foi isso que o pecado fez
com a natureza humana; é dessa forma que o pecado desvia. Esse é o elemento
maldito do pecado, e é ai que o pecado é tão odioso e inquietante. Ele se põe
entre nós e o que é melhor e superior.
Pedro, exorta: “Pelo que não deixarei de exortar-vos sempre
acerca dessas coisas, ainda que bem as saibais e estejais confirmados na
presente verdade”, ou “...sempre lhes lembrarei estas coisas, embora já as
saibam e esteja firmes na verdade que lhes foi ensinada” (NVT, 2 Pe 1.12)
Agora, Pedro, anda um pouco mais: “...enquanto eu estiver
neste tabernáculo, despertar vocês e fazê-los lembrar”, ou, “E é apropriado
que, enquanto eu viver, continue a lembra-los” (v.13). Ou seja, certos princípios
precisam estar ativamente presentes em nossos pensamentos. Paulo roga: “Não conformeis com este mundo...”.
Como é o mundo? O interesse está na situação geral, na politica, na economia,
nas condições sociais, na pandemia, e em outras coisas.
3)
O
que devemos lembrar?
A absolutamente importância da vida
O evangelho se pronuncia a respeito da vida. Ele nos fala
sobre a grandeza e a glória da vida. O mundo atual, fora da igreja e fora do
evangelho, tem um conceito muito baixo da vida. Acreditam que o mundo vem do
acaso, de uma grande explosão, do nada! E o lema é: “Comamos, bebamos e
alegremo-nos, porque amanhã morreremos”.
Mas, o evangelho, existe para anunciar que a vida é algo grandioso. A frase: “tu és pó e ao pó retornarás, não foi dito a respeito da alma”. De acordo com a Palavra de Deus, o homem não é meramente um animal pensante que evoluiu de tipos inferiores. O homem é a criação especial de Deus. Deus o fez e o modelou; Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem”. O homem, portanto, é a coroa da criação, e foi feito para coisas grandiosas e extraordinárias.
“Também considero justo, enquanto estou neste tabernáculo,
despertar-vos com essas lembranças, certo de que estou prestes a deixar o meu
tabernáculo, como efetivamente nosso Senhor Jesus Cristo me revelou” (2 Pe
1.13,14).
Estou aqui, neste mundo; meu corpo nada é, senão o
tabernáculo ou a tenda na qual eu moro por algum tempo. A respeito do Senhor
Jesus Cristo, João afirmou que ele veio e “tabernaculou entre nós”. Então, o
que é o corpo? Não passa de uma tenda. Ou seja, sou movido a lembrar que este
não é o meu lugar permanente de habitação. “Pois, para mim, o viver é Cristo, e
o morrer é lucro” (Fl 1.21).
Os homens, infelizmente, se identificam com seus corpos, com
a vida do corpo e com a vida da carne. Então, para eles, a vida neste mundo é a
única vida. Mas, nós, cristãos, somos viajantes, somos forasteiros; o mundo é
uma espécie de estalagem na qual passamos uma noite em nossa viagem.
O proposito geral da vida
O homem está aqui para glorificar a Deus. Deus criou o homem
com essa intenção e com esse proposito, esse é o objetivo das nossas vidas. O que
fazemos neste mundo e nesta vida é de grande importância; cada ato conta, cada
momento é significativo.
Surge uma pergunta: se esse é o conceito certo acerca da
vida, porque a vida está como está? Porque tantas guerras? Fome? Desemprego? Pandemias?
E, a resposta para todas as questões está justamente no pecado, em nossa
rebelião de Deus e em nossa mania de sermos como Deus.
Que é a morte? Que acontece quando passamos desta vida? A palavra é êxodo. Para o cristão verdadeiro a morte é apenas a passagem da escravidão e do cativeiro do Egito para Canaã, a Nova Terra. É como o exodo dos filhos de Israel, lá sob o calcanhar de Faraó, o cruel opressor, na escravidão e na servidão; depois, o exodo, a saída, a travessia do mar vermelho e do Jordão, e finalmente a entrada na terra de Canaã e em todas as suas admiráveis possessões.
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