terça-feira, 25 de dezembro de 2018


Jesus nasceu – João 1.14


“A palavra tornou-se carne e sangue, e veio viver perto de nós. Nós vimos a glória com nossos olhos, uma glória única: O Filho é como o Pai, sempre generoso, autentico do início ao fim”. Jo 1.14 – A mensagem.

Quando lemos que “a palavra fez habitação entre nós”, o verbo significa que a palavra armou seu tabernáculo entre nós. É o mesmo tabernáculo do Antigo Testamento onde Deus se encontrava com Israel antes do templo ser construído.  “E vimos a sua glória...”, em geral, se refere à glória de Deus que se fazia presente no tabernáculo e no templo. A nuvem brilhante da presença de Deus pousou sobre o tabernáculo, e a glória do Senhor encheu (Ex 24.16), semelhante o templo de Salomão (1 Rs 8.10,11).

1)    O verbo se fez carne
Em Joao 1.1: “No princípio era o verbo, e  Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. JESUS É ETERNO, NÃO TEM COMEÇO E NEM FIM. Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 44.4). Deus preparou o mundo na plenitude dos tempos: a cultura helenista, uma língua falada em todo mundo; um livro dos judeus, o Antigo Testamento, traduzido na língua grega e, uma jurisdição e boas estradas romanas, para levar as boas novas do evangelho ao mundo de então.

 E, conforme a profecia de Miquéias, o filho de Deus, nasceria em Belém (casa do pão): “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2).

QUEM É O VERBO? É O LOGOS, É JESUS. Em Genesis, lemos: “No princípio criou Deus o céu e a terra... E disse Deus: Haja luz; e houve luz” (Gin. 1.1-3). Em João, nos ensina, que o Logos estava no princípio, e o logos estava com Deus, e o logos era Deus”. E continua, “todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. 


Jesus é o criador do mundo. Veja o que escreve Isaias no captulo 40.12, em seguida “Quem mediu na concha da sua mão as águas, e tomou a medida dos céus aos palmos, e recolheu numa medida o pó da terra e pesou os montes com peso e os outeiros em balanças? Quem guiou o Espírito do Senhor, ou como seu conselheiro o ensinou? (...) Eis que as nações são consideradas por ele como a gota de um balde, e como o pó miúdo das balanças; eis que ele levanta as ilhas como a uma coisa pequeníssima.

Agora, veja, este Deus TODO PODEROSO SE ESVAZIOU: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos; E achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2.5-8).

2)    Habitou entre nós
Ele se fez gente, carne e sangue. Sentiu dores, fome, cansaço, sede, angustia na alma; chorou várias vezes; experimentou a humilhação, o desdém; foi zombado, escarnecido. Nos diz Hebreus 2:14, lemos: “....ele participou das mesmas coisas...” e no verso 17: “Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos...”. E, no capitulo 4, lemos: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (v.15).  


Para quê? Para nos reconciliar com Deus. Em Apocalipse, capitulo 5, João viu um livro, escrito por dentro e por fora e selado com sete selos. E um anjo forte, gritou: “Quem é digno de abrir o livro e desatar os seus selos? ” Então, João se desesperou, pois não havia ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra (.3). Mas, um dos anciãos lhe disse: “Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos” (v.5).

3)    Cheio de graça e verdade
No Antigo Testamento, temos experiências com Deus. Em Isaias 6, vemos a experiência do profeta diante da visão de Deus: “Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos”. Ezequiel, nos capítulos 1,2 e 3, tivera uma experiência profunda com Deus; O profeta Daniel, no capitulo 10, vislumbrou o Filho de Deus, Jesus Cristo.

Em Lucas, capitulo 5, Jesus disse aos discípulos: “Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar”. Mas, Pedro respondeu: “Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sobre a tua palavra, lançarei a rede”. O texto afirma que pescaram uma grande quantidade de peixes; diante disso Pedro “dobrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador” (v.8). No Antigo Testamento, temos o santo dos santos, onde o sumo sacerdote, uma vez ao ano, oferecia sangue de animais sobre o propiciatório, apontando para o sangue de Jesus

COMO É QUE ELE VEIO? ELE VEIO ATÉ NÓS! “Por que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Joao 3.16).

Como estávamos? “Mortos em ofensas e pecados...andando segundo o curso deste mundo, seguindo o príncipe da potestade do ar (...)  andando nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; erámos por natureza filhos da ira”.  Mas, “... mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do Nosso Deus” (1 Co 6.11).

Graça e verdade! NÃO IMPORTA COMO VOCE ESTÁ. NÃO IMPORTA O QUE VOCE FEZ. AONDE VOCE FOI. ELE TEM GRAÇA, FAVOR IMERECIDO SOBRE A SUA VIDA. ELE TEM ESPERANÇA, REFRIGÉRIO. 



ELE QUE ERA DEUS, FEZ-SE HOMEM; ELE QUE ERA RICO, FEZ-SE POBRE; ELE QUE ERA REI, FEZ-SE SERVO; ELE QUE ERA INFINITO, FEZ –SE UM BEBE; ELE QUE ERA ETERNO, FEZ-SE FINITO; ELE QUE ERA BENDITO, FEZ-SE MALDIÇÃO!

4)    Vimos a sua glória
“E vimos a sua glória...”. Glória não é um atributo; atributo é uma faceta do ser de Deus. Em Isaias, Deus é manifestado como Santo; em Oséias, Ele é misericórdia; em Amós, Ele é justiça; em Jeremias, Ele é amor, etc. Mas, GLÓRIA, É A SOMATÓRIA DE TODOS OS ATRIBUTOS DE DEUS. É A ESSENCIA DE DEUS.  Em João 1.18, lemos: “Deus nunca foi visto por ninguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou”.

CONCLUSÃO. Aplicação: três reações a Jesus
a)     V.10 e v 11: Muitas pessoas, a despeito de tudo que Jesus realizou, rejeitaram Jesus.

b)    V.12 e v.13: “Mas a todos quanto o receberam, deu-lhes o poder de serem filhos de Deus, aos que creem no seu nome”. Não foi da vontade do sangue; nem da vontade da carne e nem da vontade dos homens.

c)     Desejo de anunciar, de proclamar Jesus Cristo. “João Batista, era homem de Deus; ele era testemunha, veio para testificar da luz, para que todos cressem por ele. Não era a luz, mas para que testificasse da luz. Vs. 6-9

d)    Enfim, Cristo é incomparável. Ele é a coroa do universo. O cumprimento das profecias. O salvador do mundo. Ele sobrepuja a todos. Ele é a verdadeira luz. Ele é o ápice da realização em qualquer empreendimento. Para o artista, Ele é o suprassumo da beleza. Para o arquiteto, Ele é a pedra fundamental. Para o astrônomo, Ele é a Estrela da manhã. Para o padeiro, Ele é o pão da vida. Para o biólogo, Ele é a vida. Para o construtor, Ele é o alicerce seguro. Para o carpinteiro, Ele é a porta. Para o médico, o médico dos médicos. Para o educador, Ele é o grande mestre. Para o engenheiro, Ele é o caminho Novo e Vivo. Para o geólogo, ele é a Rocha Eterna. Para o escritor, Ele é a Palavra Viva. Para o fazendeiro, Ele é o Semeador, o Senhor da Colheita. Para o Floricultor, Ele é a Rosa de Sarom e o Lírio dos Vales. Para o paisagista, Ele é a Videira Verdadeira. Para o Juiz, Ele é o Justo Juiz de toda humanidade. Para o jornalista, Ele é Boas Novas de grande alegria. Para o filosofo, Ele é a Sabedoria Divina. Para o pregador, Ele é a Palavra de Deus. Para o estadista, Ele é o Desejado de todas as nações. Para o pecador, Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Para, nós, cristãos, Ele é o Filho do Deus Vivo, O Salvador, o Redentor e Senhor. Para os discípulos, Ele é o comandante geral, que nos dá ordem com clareza, incondicional e inconfundível. 



terça-feira, 18 de dezembro de 2018


O evangelho – Romanos 1.1-14


Era o ano de 1815. Napoleão Bonaparte é conhecido com um dos maiores generais, de todos os tempos. Conquistou toda Europa, menos a Grã-Bretanha; conquistou o Egito, a costa da África, etc. No entanto, havia alguém que Napoleão temia, Duque de Wellington – general britânico. E, em 1815, na batalha de Warteloo, na Bélgica, de um lado os franceses com 125.000 homens, do outro lado, os ingleses com 68.000! No meio da batalha, o prussiano vem ao encontro do exército britânico, liquidando definitivamente o exército de Napoleão.  Então, o arauto, vai imediatamente anunciar ao rei da que os ingleses haviam ganhado a batalha de Wartelloo.

1)    Paulo se apresenta
Paulo (pequeno) é um cristão: “...servo de Jesus Cristo...”. A palavra grega original é doulos, derivada do verbo DEO (algemar, aprisionar), significa também “escravo”. Para um grego dessa época, essa era uma expressão de vergonha e rebaixamento, para os judeus, no entato, era a mais expressiva forma de se posicionar em adoração ao rei dos reis, é um título de honra.


Ele foi “chamado” para assumir, ou comissionado e instruído pelo Jesus ressurreto: “Ele é para mim um instrumento escolhido, a fim de levar o meu nome diante dos gentios e seus reis... revelarei a ele tudo quanto será necessário sofrer por causa do meu nome” (Atos 9.10-11). 

Uma pergunta: “Mas por que o Senhor chamou Paulo para ser apostolo? Para que ele fosse “...separado para o evangelho de Deus” (v.1). A palavra traduzida como “separado” significa ser afastado de tudo o mais. Esse evangelho é tão grandioso, que ele está disposto a se apartar de qualquer coisa – riqueza, saúde, aplausos, amigos, segurança, e assim por diante – a fim de ser fiel ao seu chamado (Lc 14.33)

2)    O evangelho
Evangelho, é literalmente, “boa notícia”. No primeiro século, se um imperador; em um campo de batalha distante, conquistasse grande vitória que lhe assegurasse paz e estabelecesse autoridade, ele enviaria arautos – angeloi – incumbidos de proclamar sua vitória, paz e autoridade. Em palavras mais simples, o evangelho que é anúncio – uma proclamação. Evangelho não é conselho a ser seguido; É NOTICIA, BOAS NOTICIAS SOBERE O QUE FOI FEITO.

 O evangelho não é de Paulo; não se originou com ele, antes, é “... de Deus” (v.1). Portanto, não temos a liberdade de remodela-lo para que soe mais atraente em nossos dias, nem para domesticá-lo de modo a se tornar mais cômodo para nossa vida. Tampouco o evangelho é novo; antes, Deus o “...havia prometido pelos seus profetas nas Santas Escrituras” (v.2).

Em Genesis, ele é o descendente da mulher; em Êxodo, ele é o cordeiro pascoal; em levítico, ele é o sacrifício expiatório; em deuteronômio, é o profeta prometido; em Josué, ele é o general do exército do Senhor; em juízes, ele é o libertador; em Rute, ele é o parente prometido; em 1 Sm e 2 Sm, 1 Rs  e 2 Rs, 1 Cr e 2 Cr, ele é o rei prometido; em Esdras e Neemias é a esperança dos desesperançados; no livro Jó, ele é o nosso redentor; no livro de salmos, ele é o nosso socorro na hora bem presente; no livro de provérbios, ele é a sabedoria de Deus; no livro de Eclesiastes, ele é a satisfação dos nossos anseios; no livro dos cântico dos cânticos, ele é o nosso amado; no profetas maiores e menores, ele é o profeta prometido; nos evangelhos, ele é o salvador do mundo; no livro de Atos, ele é aquele que morreu e ressuscitou e está assentando a destra de Deus e batiza com Espírito Santo; nas cartas paulinas e gerais, ele é o cabeça da igreja; no livro de apocalipse, ele o alfa e o Ômega!

O conteúdo do evangelho é “...seu Filho...”(v.3). O evangelho é centrado, em Jesus. Ele diz respeito a uma pessoa, não a um conceito; é sobre ele, não nós. Esse filho era plenamente humano: “como ser humano” (v.3). Ele era “...da descendência de Davi” (v.3). Deus prometera a Davi gerar de sua família o rei supremo, definitivo e universal – o Cristo (2 Sm 7.16). Ele era plenamente divino: “...com poder foi declarado filho de Deus... pela ressurreição dentre os mortos...”



O QUE APRENDEMOS: 1) o tumulo vazio constitui a grande declaração de quem é Jesus. Sua ressurreição afasta toda dúvida de que ele é o Filho de Deus. 2) sua ressurreição e sua ascensão foram o caminho para que ele ocupasse o lugar que lhe pertence por direito; governando assentado à direita de Deus (Ef 1.20-22). Exaltado: “...a mais alta posição”; onde lhe foi dado: “...o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho...” (Fl 2.-10). É apenas no final do versículo 4 que Paulo dá nome ao filho de Deus: “Jesus Cristo, Nosso Senhor”. A versão grega é YESHUA/ JOSUÉ – “DEUS SALVARÁ”. JESUS É O CUMPRIDOR DE TUDO QUE DEUS HAVIA PROMETIDO...(V.2).

3)    OBEDIÊNCIA
E qual é o chamado do evangelho? Obedecer a Cristo e nele confiar – viver pela “...obediência da fé” (v.5). O QUE ISSO QUER DIZER? Duas cousas: 1) trata-se de uma obediência proveniente da fé – que brota de uma confiança de todo o coração em Jesus, o Filho de Deus. 2) a fé verdadeira em nosso coração produz a obediência em nossa vida. Por quê? Por que o evangelho é a proclamação de que Jesus é o rei prometido, o Filho de Deus ressurreto e poderoso, que agora convida a nos achegarmos a fim de desfrutarmos das bênçãos do seu governo. Ou seja, “a fé verdadeira é a fé em um reino divino, a quem devemos nossa obediência e de quem somos servos. “Somos salvos só pela fé, mas a fé que salva jamais está só. Ela traz consigo gratidão, alegria e confiante obediência”.  


  
4)    Comunhão
Nos versículos 6 e 7, ele descreve esses cristãos de quatro maneiras maravilhosas. Primeiro, eles foram “...chamados para ser de Jesus Cristo”. Segundo, são “...amados de Deus...” Terceiro, “...chamados para (serem) santos...” – pessoas puras e separadas, no sentido literal. Quarto, desfrutam de “...graça e paz (...) da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo”. Paulo é levado a dar “...graças ao meu Deus, por intermédio de Jesus Cristo, por todos vós, pois a vossa fé é anunciada em todo o mundo” (v.8).

POR QUÊ PAULO QUER VISITAR ESSA IGREJA (VS. 9,10)? Para “...compartilhar convosco algum dom espiritual, a fim de que sejais fortalecidos” (v.11). Há uma surpresa no versículo 12: “... para que juntamente convosco, eu seja encorajado pela fé mutua, vossa e minha”. O VERSICULO 11 NOS ENSINA A USAR SEJAM QUAIS FOREM OS DONS QUE O SENHOR NOS CONCEDEU DE MANEIRA GRACIOSA PARA FORTALECER A FÉ DAS PESSOAS. O VERSICULO 12 NOS ENSINA A PERMITIR QUE OUTROS USEM A FÉ E OS DONS QUE O SENHOR LHES CONCEDEU PARA NOS EDIFICAR. 



CONCLUSÃO: TEMPO DE COLHEIRA

Paulo planejou “muitas vezes (...) visitar-vos (...) para conseguir algum fruto entre vós, como também entre os demais gentios” (v.13). Paulo está indo a Roma tanto para encorajar quanto para evangelizar. Ele se vê como um “devedor”, a gregos, e a bárbaros, a sábios e a ignorantes, a todos, não importa a procedência étnica ou a capacidade intelectual (v.14). 





terça-feira, 11 de dezembro de 2018


Tirando a máscara – João 11.1-44


Alguns termos:
“EVANGELICALISMO”: que é voltado mais para o ETRETENIMENTO religioso do que o labor diário da vida cristã.  Estamos diante de uma geração que sabe cantar, tocar, dançar, mas não sabe orar e nem estudar profundamente as escrituras.

“Vida Gaiata”: onde mais parecemos um amontoado de gente sem rumo, sem idéias, contando nossas piadas (como meninos), assentados na varanda da história. O lema: “cantemos, celebremos e pulemos porque amanhã morreremos”.

“Filhos do rei”: significa ter tudo, do bom e do melhor, na hora que se quer, sem preocupação de espécie alguma. Recebe qualquer beneficio material na vida, logo grita: “Sou filho do rei”. Mas se algo dá errado a frase é logo esquecida!

1)    É possível ser amado por Jesus e sofrer
“Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro” (Jo 11.5). observe o texto de Joao 11.36-37, pelo que diz: “Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava! E alguns deles disseram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse? ”

A pergunta básica é esta: Porque os amigos de Jesus morrem, sofrem, adoecem e enfrentam dificuldades? Alguns achismos: 1) Falta-lhes a fé necessária para evitar tudo isso? (teologia da prosperidade); 2) o sofrimento é por causa do nosso pecado? (os amigos de Jó) 3) o sofrimento é porque Deus está nos punindo? 



MAS, “SOFREMOS PORQUE ALGUMAS VEZES, UMA LÁGRIMA EM NOSSOS OLHOS, É UMA LENTE DE AUMENTO MELHOR DO QUE MUITOS TELESCÓPIOS”.

Quantos só enxergam melhor a vida através de uma experiência difícil? E não são poucos os que só aprendem as grandes lições da vida mediante o sofrimento. Por meio dele (sofrimento) é que o caráter e a personalidade podem ser aperfeiçoados. De acordo com Romanos 5, a tribulação produz a paciência; a paciência, produz experiência; a experiência, a esperança e a esperança não traz confusão, porque o amor de Cristo está derramado em nossos corações.

E, quanto a alegria? É muito boa quando sentimos; é um balsamo para a vida! Mas a alegria não nos ensina quase nada! E por que será? Talvez porque nos leva a uma existência desatenta e irreverente e até um pouco irresponsável. Em Eclesiastes 7.2, lemos: “Melhor ir onde há luto do que ir à casa onde há banquete...”

O sofrimento, AO CONTRÁRIO, PRODUZ CRESCIMENTO, AMADURECIMENTO E SOLIDEZ DENTRO DE NÓS. DOR E SOFRMENTO NÃO SÃO NECESSARIAMENTE SINAIS DA IRA DE DEUS. MAS MANIFESTAÇÃO DO SEU AMOR (João 11.5). O CARÁTER MAIS SÓLIDO É O QUE SE APRESENTA CHEIO DE CICATRIZES.

OBSERVE Q QUE O APOSTOLO NOS ENSINA EM ROMANOS 8.28: “E SABEMOS QUE TODAS AS COUSAS CONTRIBUEM JUNTAMENTE PARA O BEM DAQUELES QUE AMAM A DEUS, DAQUELES QUE SÃO CHAMADOS POR SEU DECRETO”. QUANDO NOS TORNAMOS FILHOS DE DEUS, NADA MAIS ACONTECE PARA O NOSSO MAL. ATÉ OS MOMENTOS MAIS TERRIVEIS, TRISTES, DOLORIDOS, CONTRIBUEM DALGUMA FORMA PARA O NOSSO BEM. DEUS SEMPRE TORNARÁ EM ENSINO, OU SEJA, FARÁ COM QUE NOS SIRVA DE LIÇÃO, AQUILO QUE PARECE NOS DESTRUIR.

2)    Jesus é o mesmo hoje
“Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui meu irmão não teria morrido. Mas também, agora, sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus lhe concederá! Disse-lhe Jesus, teu irmão, há de ressuscitar. Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressureição do último dia”. 

a)     Um fé teórica
Veja a fala de Marta: “Se ti estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”. Quando Jesus disse que iria ressuscitar seu irmão, ela balançou e sua fé não alcançou a verdade dos lábios de Jesus (v.24). Observe o versículo 39, Marta, na verdade dizia o seguinte: “Senhor, ele já está em decomposição, não podemos fazer nada. São quatro dias, Senhor, o cheiro é insuportável. Não posso crer que defuntos num estado tão avançado de putrefação possam voltar à vida”. 



COMO MARTA, NÓS, ACHAMOS QUE O DEFUNTO (NOSSA IMPOSSIBILIDADE) “JÁ CHEIRA MAL” E QUE NÁ DÁ PARA JESUS FAZER MAIS NADA.

Vemos essa fé teórica no capitulo 12 de Atos. O apostolo Pedro estava preso e a igreja “FAZIA CONTINUA ORAÇÃO POR ELE A IGREJA” (V.5). Quando ouviram falar que Pedro estava na porta do pátio simplesmente não puderam acreditar. “E, conhecendo a voz de Pedro, de alegria não abriu a porta, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava à porta, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava à porta. E disseram-lhe: Estás fora de ti. Mas ela afirmava que assim era. Então diziam: É o seu anjo” (Atos 12.14-15).

Apesar de alguns estarem vivendo uma fé teórica, muitos outros estão vivendo entre “corvos e viúvas”. Estes são os que estão materializando a fé e experimentando na prática o poder de Deus. VIVER ENTRE “CORVOS E VIUVAS” É DEPENDER DO IMPOSSIVEL, QUANDO ESTE VEM DE DEUS. É ACREDITAR QUE TUDO PODE SE TORNAR NOVO, MESMO QUANDO “JÁ CHEIRA MAL”, PORQUE JESUS ESTÁ VIVO E NOS AMA.

3)    E, A IGREJA?
“Tirai a pedra”.
 Deus não age enquanto não encontrar as pessoas com as quais ele possa contar. Deus é o único que poderia fazer tudo sozinho, mas preferiu contar conosco. Observe a passagem de Ezequiel 24.30-31: “E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro e estivesse a brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse, mas a ninguém achei. Por isso, eu derramei sobre eles a minha indignação. Com fogo do meu furor os consumi, fiz que o seu caminho recaísse sobre a sua cabeça, diz o Senhor Jeová”. 



Vemos AQUELA PEDRA na frente da sepultura de Lazaro, deveria ser grande e pesada. Não era uma pedra qualquer, mas uma grande pedra que fechava a entrada do lugar onde se colocara o corpo daquele homem. A MISSÃO DA IGREJA É TIRAR A PEDRA: não é fácil sair nas ruas para entregar folhetos; não é fácil pegar um dia da semana e participar, ou organizar um pequeno grupo; NOSSA OBEDIENCIA À ORDEM IMPLICA EM GUERRA, CONTRA PRINCIPADOS E POTESTADES (Ef 6.10-12).

“Desatar e deixar ir” significa por em liberdade

Após a pedra ser retirada e Lázaro ser ressuscitado,  Jesus dá uma segunda ordem (v.44): “desataio e deixai-o ir”. Agora, a igreja precisa desatar as ataduras que prendem aqueles que foram VIVIFICADOS. MUITOS MEMBROS, NÃO OBSTANTE, TEREM RECEBIDO UMA NOVA VIDA EM CRISTO, AINDA PERMANECEM AMARRADOS E SUJEITOS À ESCRAVIDÃO DO LEGALISMO. DE MODO QUE, NÃO CONSEGUEM LEVAR NINGUÉM À LIBERDADE.

CONCLUSÃO: TIRANDO A MÁSCARA
O Versiculo 44 da passagem fala que Lazaro tinha o rosto envolto num pano, o que nos permite supor a presença de uma máscara mortuária cobrindo o rosto. O que aprendemos? OS QUE FORAM VIVIFICADOS EM CRISTO SÃO CHAMADOS PARA VIVER SEM MÁSCARA. Chegamos na igreja, com máscaras: prostituição, adultério, mentira, dissimulação, inveja, etc. Quando a palavra de Deus é pregada, as mascaram se derretem; nos tornamos pessoas autênticas, verdadeiras, sinceras (sem cera). 




terça-feira, 4 de dezembro de 2018


Guardei a fé – 2 Tm 4.6-8.


Introdução:
Estamos findando a Segunda Epístola de Timóteo, caminhando nos seus últimos versículos. Começamos com o jovem Timóteo, natural de Listra. Um jovem tímido, filho de mãe judia e pai grego e com sérios problemas de saúde. Quando Paulo passou por lá, na primeira Viagem Missionária, ele se converteu ao cristianismo e, desde então, se tornou um verdadeiro discípulo de Cristo Jesus. Na segunda Viagem Missionária, quando Paulo passa com Silas, Timóteo então, com 17 anos, acompanha os dois missionários. E aqui, começa a saga de Timóteo; agora Paulo está em seus últimos dias de vida, e solicita algo muitíssimo importante a Timóteo: “Pregue o evangelho, no tempo e fora do tempo... Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas tendo coceira nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências”. Ou, na versão A Mensagem: “...O povo não vai ter estomago para ensino sólido, no entanto vão se encher de alimento espiritual estragado – mensagens cativantes que combinam com suas fantasias. Eles vão virar as costas para a verdade, vão trocá-la por ilusão”.

1)    O velho apostolo (vs. 6-8)
Parafraseando os versículos 5 e 6: “Tu, porém, Timóteo, tu deves cumprir o teu ministério porque eu já estou às da morte”. Assim, como Josué sucedeu Moisés, Salomão sucedeu a Davi e Eliseu a Elias, assim também agora Timóteo deve suceder a Paulo. 


Em primeiro lugar, “estou sendo já oferecido por libação”, ou “minha vida já está sendo colocada no altar”. A Biblia King James explicita: “... já estou sendo derramado como vinho na oferta de libação”. E, na versão A Mensagem, é mais realística: “Assuma o comando, porque estou para morrer. Minha vida é uma oferta no altar de Deus”. Na Biblia Linguagem de hoje, lemos: “Quanto a mim, a hora já chegou de eu ser sacrificado, e já é o tempo de deixar esta vida”. 


E Paulo prossegue: “o tempo da minha partida é chegado”. “Partida” é um termo que se tornou usual para expressar “morte”; significa “desatar”, “desamarrar”, podendo tanto ser usado no sentido de “levantar acampamento”. A ancora já foi levantada, as amarras estão soltas e o barco está prestes a fazer-se à vela, rumo a outra praia. Paulo se volta a contemplar o seu ministério de aproximadamente 30 anos. Ele o descreve com três expressões concisas: 


COMBATI O BOM COMBATE”. Ou, “corri a grande corrida”; a palavra para combate é agon e denota qualquer contexto envolvendo esforço, seja uma corrida ou uma luta. É quando um atleta pode dizer realmente que fez o melhor possível, quando sai do campo consciente de que pôs até o ultimo grama de energia na competência, quando foi uma boa luta e uma competição justa.

COMPLETEI A CARREIRA”. Alguns anos antes, falando aos anciãos, Paulo expressara o desejo de fazer exatamente isto: “Em nada considero a minha vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus” (Atos 20.24). Essa é precisamente a dificuldade na vida. É fácil começar; é duro terminar. Um homem muito famoso foi solicitado a deixar que escrevessem sua biografia enquanto estava vivo. Não quis absolutamente dar a permissão, e a razão para isso foi: “Vi muitos homens falharem na ultima hora”. 



GUARDEI A FÉ”, OU, “guardei a fé no meu mestre”. No contexto desta carta, contudo, que enfatiza tão fortemente a importância de guardar o deposito da verdade revelada, é mais provável que Paulo esteja afirmando sua fidelidade neste sentido: “Guardei com toda segurança, como bom guardião ou despenseiro, o tesouro do evangelho confiando aos meus cuidados”

Enquanto Demas, abandonou a Paulo e amou o presente século. O nome Demas, significa popular; ele é citado em Cl 4.14 e Fm 1.24 e no texto em questão (v.10). No livro de Colossenses, Paulo cita vários obreiros e são qualificados: Tíquico – fiel ministro; Onésimo – amado e fiel irmão; Epafras – servo de Cristo; Lucas – médico amado e.... Demas, somente.

Demas desertou. Crente que deserta, prejudica o reino. É como se Paulo expressasse: na hora que eu precisei eu fiquei na mão. Não era de ponta, como Lucas, Barnabé, mas recebeu espaço.  Recebeu a confiança do ministério, da igreja e de Deus.

Demas amou o mundo – mundo – é o sistema de valores. A vida lá fora é melhor do que a vida na igreja. Posso viver a minha vida, não tenho que dar satisfação a ninguém. Tem muitos que justificam sua saída da igreja: Não fui mais na igreja porque a irmã não me cumprimentou; muitas provações, me sucumbi. É as provações. Deixou de trabalhar por causa das provações?  1 Joao 2.15,17. Tem gente que, infelizmente ama mais o time de futebol que a Cristo, etc. 



Prejudica mais a si mesmo do que o reino. V.9, procura vir ter comigo depressa. V.10,11. O reino não vai a falência por causa da nossa deserção! Ainda tem João Marcos, tem Lucas – o médico amado, tem Timóteo; ainda tem muita gente boa batalhando no reino de Deus.

Crentes que se afastam perdem a oportunidade de serem uteis, de serem instrumentos no reino de Deus; de encontrarem significado para a vida cristã e de escreverem a história do reino; perdem o privilégio de ser ferramentas que Deus usa para esculpir a sua igreja; perdem a oportunidade de receberem um galardão. Porque Deus galardoa os fiéis ( Hb 6.10)

2)    A coroa da justiça
Agora nada lhe resta, senão o premio por ele chamado “A COROA DA JUSTIÇA” (ou melhor, “a grinalda”); que lhe “está guardada” e que lhe será dada no dia da vitória, “naquele dia”.

“Muitos vilarejos daqueles dias derrubavam uma parte do seu muro branco a fim de que um seu filho, coroado com a coroa de louros ou do Olímpia, adentrasse por um portão ainda não usando antes”.

“Coroa de justiça” é para “todos quanto amam a sua vinda”. O descrente não justificado, tem a volta de Cristo, Não estando preparado para ela, temerá de vergonha perante Cristo, na sua vinda. O crente, por outro lado, tendo sido justificado, aguarda  volta de Cristo, e se afeiçoou a ela. Achando-se preparado, o cristão tem confiança quando Cristo aparecer (1 Joao 2.28; Hb 9.28). 



Conclusão:

“O carrasco recebe um pedaço de couro com o nome de um prisioneiro. Munido de uma tocha de fogo e com um pesado molho de chaves, atravessa longos corredores escuros e gelados. Abre uma pesada porta de ferro e grita com voz cavernosa: “Prisioneiro Paulo! Prisioneiro Paulo! Prisioneiro Paulo!”. Do fundo da cela, o velho apóstolo, que trazia marcas de Cristo no corpo e uma paz transcendente na alma, responde com firmeza: “Sou eu, estou aqui”. Paulo é acorrentado e sai da masmorra, atravessando o corredor da morte. Depois de uma longa caminhada, chegam ao patíbulo. Antes de colocar a cabeça de Paulo num tosco cepo de madeira para decepá-la com a guilhotina romana, o capataz da morte lhe dá a chance de proferir suas ultimas palavras. Esperando que o velho prisioneiro soltasse algum gemido de dor ou algum grito de revolta ou desespero, Paulo, de forma impertubável, com alegria na alma, ergue ao céu sua ultima doxologia: “A ele, (O Senhor Jesus Cristo) glória pelos séculos dos séculos. Amém” (2 Tm 4.18b). A guilhotina afiada, impiedosa e implacável faz tombar na terra esse príncipe de Deus. Sua morte, entretanto, não calou sua voz.

terça-feira, 27 de novembro de 2018


Prega a Palavra  2 Tm 4.1-5


Este capítulo quatro, contém as últimas palavras do apostolo Paulo, antes do seu martírio em Roma. Por trinta anos ininterruptos trabalhara como apostolo e evangelista itinerante. Fez, na verdade, o que ele mesmo escreve aqui “combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé” (v.7). Agora, ele aspira por seu prêmio “a coroa da justiça, que já lhe estava reservada no céu” (v.8).

“Conjuro-te, perante Deus”, que significa “testifica sob juramento”; “numa corte de justiça”, ou “adjurar” (jurar, confirmar por juramento) uma testemunha a assim proceder. A exortação de Paulo é endereçada, a Timóteo e, aplicada a cada homem chamado a um ministério evangelístico ou pastoral, ou mesmo a todo os cristãos.

1)    A  natureza da exortação (v.7)
“Prega a palavra insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina”.

“Prega a Palavra”. É a palavra de Deus, que Deus mesmo proferiu. É idêntica ao “depósito”, do capítulo 1, e neste quarto capitulo é equivalente a “sã doutrina” (v.3), “a verdade” (v.4) e “a fé” (v.7). São as escrituras do Antigo Testamento, inspiradas por Deus (THEOSPNEUTOS) e proveitosas que Timóteo sabe desde a sua infância, junto com o ensino dos apóstolos de Cristo, que Timóteo “tem seguido”, “aprendido” e de que tem sido “inteirado” (2 Tm 3.10-14).

COMO IGREJA, NÃO TEMOS NENHUMA LIBERDADE PARA INVENTAR NOSSA MENSAGEM, MAS SOMENTE PARA COMUNICAR “A PALAVRA” PROFERIDA POR DEUS E AGORA ENTREGUE À IGREJA, EM SAGRADA CUSTÓDIA.

a)     Uma pregação urgente
O verbo ephistemi “INSTAR” significa literalmente “assistir” e assim “estar de prontidão”. “Estar disponível”, “nunca perca o sentido de urgência”. O pregador sabe que está tratando de assunto de vida e morte. Anuncia a situação do pecador aos olhos de Deus, e a ação salvadora de Deus, através da morte e ressureição de Cristo, e o convida ao arrependimento e á fé.

“a tempo e fora de tempo”. “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não”. Não temos desculpas para negligenciar essa exortação de Paulo, porque, infelizmente, gostamos do nosso comodismo, dos nossos hobbies, etc., enquanto que as pessoas sem Cristo, se perdem (Rm 1.14). 



B) uma pregação contextual
O pregador que anuncia a Palavra deve corrigir, repreender e exortar. Ele deve usar “argumentos, repreensão e apelo”, o que vem a ser quase uma classificação de três abordagens: a intelectual, a moral, e a emocional. Porque muitas pessoas acham-se atormentadas por duvidas e precisam ser repreendidas; outras, ainda são perseguidas pela dúvida e precisam ser encorajadas.

c)     Uma pregação paciente
Mesmo devendo instar – esperando obter das pessoas rápidas decisões em resposta à Palavra – devemos ter “toda longanimidade” na espera por essa resposta. Nunca devemos nos valer do uso de técnicas humanas de pressão ou tentar forçar uma “decisão”. A nossa responsabilidade é ser fiel na pregação da palavra; os resultados da proclamação são de responsabilidade do Espírito Santo e quanto a nós, só nos compete esperar pacientemente por sua obra.

O pastor Francis Chan revelou que depois de 30 anos orando para que seu melhor amigo reconhecesse Jesus Cristo como seu Salvador, ele foi finalmente capaz de batizá-lo. Ele destaca que a oração persistente foi essencial. Ele declarou com base em 2 Corintios 4.3-6: “Todos nós andamos em completa escuridão espiritual a menos que Deus decida nos iluminar. De alguma maneira misteriosa, Deus brilha luz no coração de uma pessoa para que ela veja a beleza do Evangelho. Nenhum esforço humano pode produzir isso. A salvação é um milagre de Deus”. 



d)    Uma pregação inteligente
“Com toda doutrina”. Temos dois termos para pregação no original: Kerygma e didachê. Kerygma é a proclamação de Cristo aos descentes, com um apelo ao arrependimento; didachê é instrução ética aos convertidos. Nosso Kerygma deve conter muito de didachê. Existe uma necessidade crescente, especialmente em vista do continuo processo de urbanização e da elevação dos padrões de educação, dos cristãos desenvolverem um ministério de pregação com exposição bíblica sistemática, para “pregar a palavra... com toda doutrina”. Isso foi exatamente o que o próprio Paulo fez em Éfeso por cerca de três anos, ele ensinou “publicamente e pelas casas ... todo o conselho de Deus” (Atos 20.20-21).

2)    A base da exortação (vs. 3-5).

a)     O Cristo que vem (vs. 1 e 8)
Mesmo sabendo que morrerá antes da vinda de Jesus, ainda assim continua esperando pela volta de Jesus. Paulo vive à luz desse acontecimento e descreve os cristãos como aqueles que amam a vinda de Cristo (v.8). Ele está seguro de que Cristo voltará de forma visível (epiphaneia, v.1 e v.8), e que, quando aparecer “há de julgar os vivos e os mortos” e consumar o “seu reino” e poder. 



b)    O cenário prevalecente (vs. 3-5).
Como são esses tempos? As pessoas não podem suportar a verdade. “Não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças”. Ou, versão a Mensagem: “Você descobrirá que daqui a um tempo o povo não vai mais ter estomago para ensino sólido, no entanto, vão se encher de alimento espiritual estragado – mensagens cativantes que combinam com suas fantasias”. “E SE RECUSARÃO A DAR OUVIDOS À VERDADE, ENTREGANDO-SE ÀS FABULAS” (V.4).

Em outras palavras, tais pessoas não podem suportar a verdade e recusam-se a ouvi-la, buscando, então, mestres que adaptem suas fantasias especulativas, nas quais estão determinados a andar. Elas sofrem de uma condição PATOLÓGICA peculiar, conhecida como “COCEIRA NOS OUVIDOS” ou “FOME DE NOVIDADES”.

Notemos que o que rejeitam é a “sã doutrina” (v.3) ou “a verdade” (v.4) e o que preferem são “as suas próprias cobiças ou fabulas” (v.4). O critério pelo qual julgam os mestres não é a Palavra de Deus, MAS O SEU PROPRIO GOSTO SUBJETIVO. Ainda mais, não ouvem primeiro para depois decidir se o que ouviram é verdade; primeiro decidem  que querem ouvir e depois escolhem mestres que são obrigados a manter o padrão por eles exigido. 



Conclusão: E, agora, Timóteo?
Novamente, pela terceira vez Paulo usa aqueles dois pequenos monossílabos “Tu, porém” (cf 3.10,14), e lhe deixa quatro conselhos:

a)     Por serem pessoas instáveis de mente e conduta, Timóteo deverá acima de tudo ser sempre “sóbrio”. Literalmente “nepho” que significa estar sóbrio, e, figurativamente, “livre de qualquer forma de embriaguez mental e espiritual”. Sendo, pois, “bem equilibrado, autocontrolado”.

b)     Mesmo que o povo não queira dar ouvidos ao seu bom ensino, Timóteo deve persistir em ensinar, predispondo-se  suportar aflições, por causa da verdade que ele se recusa a comprometer.

c)     Timóteo deve fazer o “trabalho de um evangelista” porque o povo é ignorante a respeito do verdadeiro evangelho.

d)    “Cumpre teu ministério”. Mesmo que as pessoas abandonem a verdade em favor dos mestres que lhes cocem com idéias fantasiosas; Timóteo dever cumprir o seu ministério.



quarta-feira, 21 de novembro de 2018


Tu porém – 2 Timóteo 3.10-17



Introdução:

Paulo, dirige-se duas vezes a Timóteo com dois pequenos monossílabos “Tu porém”. Cada cristão é chamado a ser diferente do mundo “Que o mundo que nos rodeia não vos comprima nos seus próprios moldes” (Romanos 12). NÃO DEVEMOS SER COMO UM “CANIÇO AGITADO PELO VENTO” (Mt 11.7) QUE SE DOBRA SOBRE SI MESMO EM QUALQUER DIREÇÃO QUE O VENTO SOPRAR; PELO CONTRÁRIO, DEVEMOS SER COMO A ROCHA FIRME, QUE NÃO SE ABALA NEM MESMO COM UMA TORRENTE QUE DESCE PELA MONTANHA.

            A dupla exortação do apostolo Paulo a Timóteo, feitas nos versículos 10 e 14, pode ser parafraseada da seguinte forma: “Tu, porém, a despeito de toda doutrina falsa existente, tens seguido a minha doutrina e o meu modo de viver, e também o meu propósito, a minha fé, a minha paciência, o meu amor, a minha persistência e as minhas perseguições e os meus sofrimentos... os homens iníquos e charlatães (curandeiro que diz possuir remédios milagrosos), enganando a outros e a si próprios sendo enganados, ainda irão de mal a pior. Tu, porém, não deves ir além ou aquém, nem se desviar para qualquer outra direção diferente do meu ensino. Pelo contrário, fica firme, permaneça naquilo que aprendeste, naquilo em que creste, porque bem sabes de quem o aprendestes”.

1)   Passado (vs. 10-13).

Paulo está fazendo Timóteo lembrar-se não somente de que ele “conheceu plenamente”, ou “OBSERVOU” a doutrina  e a conduta do apóstolo, como se fosse um mero estudante imparcial, mas também de que ele se tornou um dedicado discípulo seu. Sem dúvida no inicio ele teve dificuldade para entender o sentido da instrução dada por Paulo, mas foi em frente. Ele se apossou do ensino, creu nele, absorveu e viveu de acordo com o mesmo. Do mesmo modo começou, sem dúvida, por observar o modo de vida do apostolo, mas depois passou a imitá-lo (1 Co 11.1; Fl 3.17). 



Os homens descritos nos versículos iniciais seguiam suas próprias inclinações (amavam a si mesmos, o dinheiro e os prazeres). Timóteo, por outro lado, seguia um modelo totalmente oposto, isto é, o ensino e o exemplo de Paulo, apostolo de Cristo: “Pois os homens serão egoístas ... Eles serão e farão isso e aquilo. Tu, porém, Timóteo, seguiste a mim, o meu ensino, a minha conduta, etc...

a)    A quem seguir?

Timóteo tinha observado e tentado imitar o “modo de viver” (conduta, tipo de vida) de Paulo, “a sua aspiração na vida” (ambições espirituais), a sua fé (fidelidade, “combati o bom combate e guardei a fé”), a sua paciência (longanimidade em relação às pessoas irritantes), o seu amor (para com Deus e o homem – eros ou ágape?) e a sua perseverança (a capacidade de suportar pacientemente situações penosas).

A referencia a “perseverança” ou “paciência” conduz naturalmente às “perseguições” e “aflições” que Paulo tivera que suportar. Ele menciona particularmente três cidades da Galácia: Antioquia, Icônio e Listra. Timóteo morava em Listra e presenciou  a ocasião em que o apostolo foi apedrejado pelo povo (Atos 14.19). Talvez a coragem de Paulo e a cura de um coxo, tenham contribuído para a conversão de Timóteo.

“Pois todos os cristãos que em Cristo Jesus, querem viver piedosamente, serão perseguidos”. Assim, também foi com o Nosso Senhor: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como todavia, não sois do mundo, pelo contrário dele vos escolhi; por isso o mundo vos odeia” (Jo 15.18-20).

 1) AQUELES QUE ESTÃO EM CRISTO, MAS NÃO NO MUNDO, NÃO SÃO PERSEGUIDOS, PORQUE NÃO ENTRAM EM CONTATO, EM CONFLITO COM OS SEUS PERSEGUIDORES, EM POTENCIAL. 2) AQUELES QUE ESTÃO NO MUNDO, MAS NÃO EM CRISTO, TAMBÉM NÃO SÃO PERSEGUIDOS, PORQUE O MUNDO NADA VÊ NELES PARA OS PERSEGUIR. OS PRIMEIROS (1) ESCAPAM DA PERSEGUIÇÃO RECUSANDO-SE O MUNDO; OS ULTIMOS PELA ASSIMILAÇÃO DAS COISAS DO MUNDO. A PERSEGUIÇÃO É INEVITÁVEL SOMENTE PARA AQUELES QUE ESTÃO SIMULTANEAMENTE NO MUNDO E EM CRISTO JESUS.

“Mas, os perversos e impostores andarão de mal a pior...”. A segunda palavra significa “feiticeiro” “impostor”. O apostolo não lhes atribui sinceridade; são “enganadores”. Tais homens “irão de mal a pior”.

2)   Futuro

Paulo inicia uma sentença com “Tu, porém”, distinguindo Timóteo dos homens perversos e impostores. Eles irão de mal a pior, ao passo que ele deve “permanecer” ou continuar, naquilo que aprendeu e creu.

Intimações desse tipo não são fora do comum nas paginas do Novo Testamento (cf. 2 joao 5). Diante de tantas “teologias” essa intimação é demasiadamente importante. Alguns homens radicais modernos estão anunciando conceitos de Deus e de Cristo, que Jesus e seus apóstolos nunca reconheceriam como sendo seus (1 Joao 4.2-3). Diante desse fato, ouçamos o conselho do Nosso Senhor Jesus Cristo: “Não há quem, após ter bebido vinho velho, queira do novo. Pois diz: o velho é que é bom” (Lc 5.39).

Os próprios apóstolos advertiam constantemente quanto às “novidades” e os chamavam sempre a retornar à mensagem apostólica original. João declara que “todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece, não tem Deus” e exorta o seu rebanho: “permanecer em vós o que ouviste desde o princípio” (2 Joao 9; 1 João 2.24).

Porquê? Timóteo deve permanecer naquilo que aprendeu, porque sabe de quem aprendeu. E quem era ele? O APOSTOLO PAULO! Paulo conduziu Timóteo a Cristo (2 Tm 1.2) e lhe impôs as mãos em sua ordenação (1.6), exortou sobre o dom que recebera do Espírito Santo e, que Deus não lhe havia dado o espírito de covardia, mas de amor, poder e moderação. Nos dois primeiros capítulos o apostolo pede a Timóteo que conserve “o padrão das sãs palavras que de mim ouviste” (1.13) e depois, que transmite a outros “o que de minha parte ouviste” (2.2).

Conclusão:

“Toda escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreende, para corrigir, para instruir em justiça. Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra”. 



1)    Toda escritura é inspirada por Deus. Ela é soprada por Deus (theopneustos).

2)    A escritura “é útil ao ensino”. V.15 “as sagras letras podem tornar-te sábio para a salvação”. Então, a Bíblia ensina fatos da salvação: a criação do homem à imagem e Deus; sua queda em pecado e o consequente juízo; o permanente amor de Deus para com o ser humano; o eterno plano de Deus para salvá-los através de seu filho, Jesus Cristo; a morte de Jesus e sua ressureição; a vida nova que recebemos de Cristo e a salvação eterna das nossas vidas.

3)    A escritura “é útil para ensinar a fé e corrigir o erro”, quando à conduta, ela é útil  para orientar a vida do homem e ensiná-lo a viver.